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quinta-feira, 20 de março de 2014

A Terra do Ouro


Ruínas de «Ofir»?             Zimbabué - (antiga Rodésia)                África

«De três em três anos chegavam (...) os navios carregados de ouro (...)» - Primeiro Livro dos Reis 10, 22 - Bíblia.

Terá sido Ofir, a lendária terra do ouro, aqui prostrada em ruínas do sítio arqueológico do Grande Zimbabué ou pelo contrário, em expedição ordenada pelo Rei Salomão, esta ter alcançado o Amazonas e mesmo o Peru na América do Sul em vestígios deixados para além de África?

Ofir - A Lendária Terra do Ouro
"Hiram mandou os seus servos nesta frota, marinheiros peritos em náutica, com os homens de Salomão. Chegaram a Ofir, donde trouxeram quatrocentos e vinte talentos de ouro, que levaram ao Rei Salomão." (Primeiro Livro dos Reis 9, 27).
Desde há 3000 anos que aventureiros e académicos andam em busca de Ofir, onde se situavam as minas lendárias que forneciam o rei hebreu Salomão. Sob as suas ordens terá sido construído em Jerusalém, entre 972 e 932 a. C. um maravilhoso templo. Os metais preciosos utilizados na sua construção foram mandados vir de uma terra, cuja localização foi mantida em segredo. Haverá alguns vestígios que conduzam à riquíssima câmara do tesouro de Salomão?

Em Missão Secreta
Ao ler-se a Bíblia obtém-se importantes indícios acerca da possível localização deste reino lendário. Os Israelitas não eram navegadores, no entanto está historicamente provado que o Rei Salomão fundou na cidade de Ezeon-Geber, no golfo de Acaba, no nordeste do Mar Vermelho, um importante entreposto de comércio marítimo. Os seus súbditos, porém, nada sabiam da construção de navios e, de navegação, por isso Salomão virou-se para Hiram - Rei dos Fenícios - que possuía os melhores especialistas de então, para qualquer expedição que houvesse a realizar no mar. É interessante notar que também fontes fenícias referem a construção de um porto no Mar Vermelho. Daí a referência bíblica no início do texto de: «De três em três anos chegavam (...) os navios carregados de ouro (...)» (Primeiro Livro dos Reis 10, 22).
A avaliar pelo tempo que os navios estavam fora e, pelo facto de trazerem ouro, prata e também marfim, os investigadores foram levados a estimar que, o lendário reino de Ofir, se situasse na Etiópia ou no Iémen - mas também lugares como a Somália, a África Ocidental, a Pérsia e a Índia foram sugeridos.

Salomão em África
Já em 1507 se acreditava ter-se descoberto este misterioso reino do ouro. Num relato da missão comercial portuguesa de Sofala - no Sul do Continente Africano - descreve-se a cidade de Grande Zimbabué, da qual os comerciantes traziam ouro para Sofala. Nascera assim o mito de Zimbabué.
Depois de o historiador português João de Barros (1496-1570) fazer referência a uma impressionante fortificação de pedra - e de em 1609 uns anciãos negros assegurarem ao padre dominicano João dos Santos que em tempos dali haviam sido levadas grandes quantidades de ouro para a Rainha de Sabá - já não houve quem pudesse conter aqueles que buscavam o precioso metal.
Em 1871, o alemão Carl Mauch (1837-1875) alcançou as admiráveis ruínas de Grande Zimbabué, que identificou como sendo as minas do Rei Salomão. Muito embora o egiptólogo britânico David Randall já em 1906 tivesse demonstrado que na arquitectura desse local não havia qualquer influência oriental e, as datações apontassem claramente para o século XII - que por razões políticas eventualmente, os brancos da Rodésia se mantiveram fiéis ao mito de Ofir.
Achar a terra do ouro a que a Bíblia se refere, revelou-se assim um sonho que encantou gerações e gerações. E, enquanto a magia de Ofir se mantiver viva na imaginação humana, os investigadores e os aventureiros continuarão então em busca interminável desse reino lendário.

Expedição ao Amazonas
A teoria do investigador americano Gene Savoy (n. 1929) é no mínimo estranha. Este acredita que o reino bíblico de Ofir se situa na América do Sul. G. Savoy responsável pela descoberta de mais de 40 cidades da cultura Inca no Peru, teve esta ideia ao investigar as ruínas dos índios Chachapoya. Documentos e esqueletos encontrados - bem como os poucos descendentes que ainda sobrevivem - confirmam que o tom de pele deste povo era invulgarmente branco. Para além disso, também alguns dos seus símbolos poderão ser de origem fenícia. Já na década de 1940, o arqueólogo francês Marcel F. Homet (n. 1898) deparara com vestígios desta cultura na região amazónica.
Gene Savoy pretende provar que uma expedição ordenada então pelo Rei Salomão, terá assim alcançado o Amazonas e mesmo o Peru.

Num fragmento de uma tabuinha de argila encontra-se uma inscrição em habraico que começa com as palavras: «Ouro de Ofir...». Perceber então qual a natureza do texto nesta inscrição, é algo que se tem revelado impossível mesmo para estudiosos e entendidos na matéria arqueológica e histórica.
Muito haverá ainda por pesquisar e averiguar sobre esta lendária terra do ouro em mítica amostragem do que ao longo dos tempos foi evocando nas gerações seguintes. Sendo ou não Ofir, situada na Grande Zimbabué, o certo é que a intrigante epopeia bíblica não ficará por aqui, tanto em achados como em possíveis e futuras descobertas das suas raízes, origens e opulenta história vivida então. Para já, o que se nos ocorre reafirmar é toda esta gloriosa investigação que dará os seus frutos a breve trecho, assim o queiram os homens e, toda a sua investida cultural de conhecimento e revelação ao mundo. Pois que assim seja em continuada busca e empenho nas gerações futuras também!

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