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sexta-feira, 7 de março de 2014

A Bruma Sagrada


«Ilha de Avalon» - Suposto lugar de Glastonbury Tor - Somerset           Inglaterra

Que lugar mágico é este e que misteriosas energias aí confluem na neblina intensa que envolve a colina em espécie de bruma sagrada - onde se supõe - estar hoje situado Glastonbury no idílico condado de Somerset? Albergue do lendário Rei Artur após a sua morte, que nos deixará para o futuro Avalon ou o «Reino das Brumas» em secular mística e poderosas forças?

Avalon - O Reino das Brumas
No seu romance "As Brumas de Avalon", a escritora americana Marion Zimmer Bradley (1930-2000) recupera para a vida um velho reino dominado pelo mítico Rei Artur e os seus cavaleiros da Távola Redonda, pelo poderoso mago Merlim e pela demanda do Santo Graal.
Artur, que foi amado, temido e respeitado como nenhum outro soberano antes dele, realizou proezas com a sua espada Excalibur das quais ainda hoje se fala.

A Jerusalém Inglesa
Ao visitar Glastonbury, lugar sagrado para aqueles que prezam as coisas espirituais - uma espécie de «Jerusalém Inglesa» no condado de Somerset - ainda hoje se sente uma aura de segredos e mitos que envolve este lugar há séculos e séculos.
Na lendária ilha de Avalon, deverão estar sepultados Artur e a sua esposa Ginevra, no mesmo local onde mais tarde cresceu o arcebispo Thomas Beckett (1118-1170).

O Domínio sobre o Tempo
No tempo dos Celtas, deverão os Druidas ter alcançado o outro mundo - o Mundo da Quarta Dimensão - ao atravessar as portas de Twr Avallach. Este mundo era regido por leis físicas e metafísicas, relativas ao tempo e ao espaço, apenas possíveis em reinos mágicos. Era de lá que os Druidas extraíam os seus conhecimentos, tratando depois de aplicá-los ao nosso mundo: a imortalidade da alma, o renascimento e o domínio do tempo eram os assuntos que os ocupavam. Foi a lendária Morgana Le Fay que deu origem à expressão «Fata Morgana», que designa as miragens visíveis numa paisagem desértica e, escaldante. Esta meis-irmã de Artur, produto da liberdade poética das velhas lendas, defendia que são os seres humanos que criam a sua própria realidade através daquilo que pensam, dizem e fazem.

O Tor não está Fechado
Os investigadores destes assuntos acreditam que, após a morte de Artur, a sábia Fada manteve aberta a porta que dá acesso a outros mundos. «A pouco e pouco volta a abrir-se», é a opinião do físico e médico naturalista berlinense Franz Bludorf (n. 1950). «Uma sabedoria antiquíssima, que há muito se julgava perdida, por exemplo sobre a capacidade de dominar o tempo, tem regressado nos nossos dias novamente à tona. Aquilo que anteriormente apenas estava acessível a uns poucos iniciados, está hoje em dia disponível para ser conhecido por todas as pessoas.»
De acordo com o que estes investigadores defendem, não temos consciência directa do tempo, em vez disso experimentamo-lo de modo passivo, através da sucessão de acontecimentos. A uma causa segue-se o efeito na velha sigla «causa-efeito». "Quem tiver a capacidade de fazer vergar o tempo", explica Bludorf, "conseguirá prolongar ou encurtar este lapso de tempo a seu belo-prazer. Ao que parece, os Druidas dominavam esta arte, pelo que conseguiam através do Tor alcançar o outro mundo, o mundo de Avalon!"
Após o fim do seu reinado - fala-se da batalha de Camlann, em 537 - deverá um barco ter levado o Rei Artur para Avalon e, é de lá que um dia regressará. O Rei Artur é imortal: o mito em seu redor é para muitos, a prova suficiente de que o reino de Avalon existirá para sempre, ainda que nos seja difícil avistá-lo.

Artur em Glastonbury
A pequena cidade inglesa de Glastonbury, no idílico condado de Somerset, vive às custas de um passado mítico que ainda hoje preenche o quotidiano dos seus habitantes e, visitantes.
Para iniciados e para os que se mostravam dignos de tal, deverá outrora o lendário Tor ter dado acesso a Avalon. Certo é que Glastonbury foi em tempos uma região efectivamente repleta de pântanos e água - talvez o caminho que dava acesso ao «Reino das Brumas».
De acordo com a lenda, após a sua morte, o Rei Artur foi sepultado em Avalon. Em 1190, monges Beneditinos de Glastonbury encontraram no recinto da sua abadia, uma pedra tumular com a seguinte descrição: «Hic iacet sepultus inclitus rex arturius in insula avalonia», ou seja, «Aqui jaz sepultado o inclito Rei Artur na ilha de Avalon». Os investigadores comprovaram a descoberta dessa pedra tumular, mas até hoje não existe qualquer prova de que seja realmente o Rei Artur que ali se encontra sepultado. Actualmente o monarca - ou antes, aquilo que se julga serem os seus restos mortais - é venerado numa cripta de mármore em Glastonbury.

Artur, o rei lendário, tornou-se assim - conjuntamente com os seus cavaleiros da Távola Redonda - a figura central de um extenso ciclo de lendas que revolve ainda em redor do Druida Merlim - o mentor e conselheiro de Artur - de uma espada mágica chamada «Excalibur» e de um cálice místico, o Santo Graal.
A existência real de Artur é, porém, muito pouco isenta de discussão por parte da investigação histórica. Muito embora de acordo com a lenda, ele fosse o filho do Rei Uther Pendragon - talvez tenha efectivamente sido apenas o comandante de um exército que encontrou a morte em 537 na batalha de Camlann.

Sobre a misteriosa neblina de Avalon em espécie de bruma sagrada, os rabdomantes em fascínio asseveram: "Procurar energias em Glastonbury com uma vara de rabdomante, é como se se andasse à procura de água num oceano!" Local de confluência de enormes forças, Glastonbury situar-nos-à também na verdadeira dimensão entre o mito e a realidade em que provavelmente um certo dia, os Druidas se insinuaram. Senhores de magistrais poderes, terão evocado deuses e energias poderosas do que já se referiu estes serem portadores e possuidores de grandes conhecimentos, tão extraordinários quanto a sua imensa aura mística e portentosa. Saberiam viajar no tempo? Terão conhecido o portal que os levava através do tempo e do espaço para lá de todas as coisas? Terão havido a consciência desse tamanho poder e, dessa outra consciência que os rumava às estrelas...ao vácuo ou simplesmente às viagens astrais, ainda hoje por nós desconhecidas e mantidas em reverência máxima de uma tecnologia distinta? Seja como for - ou tenha sido na época ancestral - o certo é que ainda hoje também nos impomos na dúvida e na incerteza desses mitos e lendas poderem ter sido efectivamente verdades intemporais. Que os investigadores continuem a busca e a pesquisa históricas e nos possam dar a breve trecho, todas as respostas ainda por alcançar. A bem da cultura e do conhecimento, assim seja então!

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