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terça-feira, 11 de março de 2014

A Epopeia de Gilgamesh


Relevo na pedra representando Gilgamesh, Rei de Uruk - Warka             Iraque

Que homem era este Gilgamesh, senhor de Uruk (hoje Iraque), reinante em terras de Sumérios, tendo sido um dos maiores reis da História Humana em que era reconhecido como «Aquele que descobriu a Origem; Aquele que viu tudo»? Terá sido o portador da mensagem secreta dos deuses? Terá sido ele mesmo uma espécie de deus dos céus ou mensageiro estelar na origem e concepção humanas?

Gilgamesh - Rei de Uruk
Warka, no Iraque, é hoje um local desolado no meio do deserto. Tal é o nome que a antiga cidade de Uruk recebe actualmente, apenas restando ruínas soterradas pela areia do deserto. Custa a crer que aqui tenha em tempos florescido a primeira civilização da Humanidade. Há 5000 anos, Uruk estava rodeada por uma majestosa paisagem verdejante, já que o Eufrates trazia para as vastas planícies da Mesopotâmia, a água que renova a vida. Numa altura pré-histórica em que, ainda muitos seres humanos viviam em cavernas primitivas, reinava já na terra dos Sumérios um dos maiores reis da História Humana.
Gilgamesh, soberano de Uruk, exercia o seu poder sobre um Estado magnífico. Passados vários séculos, ainda hoje o mundo que lhe sobreveio se espanta com a narração dos seus feitos históricos que, nos é feita na epopeia com o seu nome. O facto de este primeiro texto épico da Humanidade ser efectivamente mais do que apenas uma narrativa de lendas e mitos, isto é, que encerre em si uma mensagem secreta - é algo de que só hoje nos apercebemos à luz de novas investigações, pesquisas e inquirições científicas e, históricas.

Uma Vida Emocionante
«Contemplai os seus muros, que refulgem como cobre!...Atravessai o limiar dos seus portões, como são antiquíssimos!» Foi neste tom nostálgico que há 4000 anos um escritor babilónico descreveu Uruk.
Quem visitar Uruk nos dias de hoje, apenas verá fragmentos de tijolos de barro que outrora pertenceram a essa imponente muralha com 10 quilómetros de comprimento e, 900 torreões. Consta que esta fortificação impressionante foi mandada erigir pelo próprio Rei Gilgamesh, «Aquele que tudo sabia, que divisava o escondido e secreto». Para conseguir construir tal fortaleza, o rei obrigou os seus súbditos a duros trabalhos forçados, a tal ponto que estes não viram outro remédio senão dirigir-se ao deus máximo, Anu, em busca de auxílio. A mando de Anu, a deusa Aruru cria Enkidu, um inimigo que Gilgamesh terá de defrontar.
Enkidu vive em harmonia com os animais selvagens e salva-os dos caçadores, que por sua vez se vão queixar a Gilgamesh. O governante recorre então a uma artimanha. Uma cortesã chamada Shamhat deverá seduzir Enkidu, para que a Natureza paradisíaca deste seja posta em causa, algo que efectivamente acontece. Enkidu cogita sobre uma maneira de obter vingança. Defronta-se numa luta renhida com Gilgamesh, mas no fim os dois tornam-se amigos. Juntos fazem-se ao caminho para ir matar um demónio chamado Humbaba, a quem Enkidu terá de cortar a cabeça.

O Caminho do Destino
Entretanto a deusa Istar enamora-se do jovem soberano, porém este recusa o seu amor. Humilhada por esta recusa, ela instiga o Touro Celeste contra os dois heróis, mas eles conseguem matá-lo a golpe de espada. Como punição por tal acto, os deuses decidem que Enkidu deverá morrer. O destino de Enkidu faz com que Gilgamesh tome consciência da sua própria mortalidade e, assim, parta então a partir daí em busca do segredo da vida eterna. Já em posse de uma planta que lhe confere a imortalidade, Gilgamesh vê-a ser roubada por uma serpente. Nesse momento o rei apercebe-se de que a morte é efectivamente o destino de todos os seres humanos. Bastante mais esclarecido - e após superar vários perigos - regressa a Uruk e aí impõe-se pela sabedoria do seu governo. E assim acaba esta narrativa épica.

A Mensagem Secreta de Gilgamesh
O que é lenda e o que é verdade na história do heróico Gilgamesh? Há pouco tempo surgiram duas invulgares soluções para esta questão. O especialista em assuntos do Oriente, Werner Papke (n. 1944), da Universidade de Munique, publicou em 1994 um trabalho que levantou grande celeuma, onde sustenta que na epopeia de Gilgamesh, estará escondida uma mensagem secreta.
Nesta narrativa épica encontra-se representada de um modo mitologicamente codificado, a mundivisão astronómica dos Sumérios. O mais sensacional desta teoria é o facto de afirmar que, muitos antes dos restantes astrónomos da Antiguidade, já os estudiosos Sumérios conheciam as leis que regem os movimentos dos planetas. Assim sendo, e ao contrário do até então aceite, Hiparco de Niceia (180-125 a. C.) não terá sido o fundador da Astronomia Científica.
Os Sumérios tinham já estudado com grande precisão as aparentes variações do firmamento, motivadas pelo movimento de rotação da Terra. "Com esta descoberta ter-se-à de repensar tudo o que já foi dito sobre as primeiras civilizações", escreve o historiador W. Papke. "Oferece-se diante de nós um grandioso panorama de conteúdos culturais: à luz da Astronomia Paleobabilónica, a base da religião Caldaica das Estrelas, as tradições já estabelecidas surgem a uma luz inteiramente nova!" - Terá ainda acrescentado W. Papke na sua interpelação em reestruturação histórica.

Os Antepassados de Gilgamesh
Uma outra teoria é defendida pelo historiador norte-americano Zecharia Sitchin (n. 1920) e pelo filólogo alemão Hermann Burgard, de Saarbrucken: Gilgamesh terá tido contacto com viajantes pré-históricos - na já célebre e muito polémica teoria dos deuses astronautas - provenientes de sistemas solares distantes.
H. Burgard chega mesmo a apresentar explicações linguísticas que sustentam a sua argumentação. Para alé do mui evidenciado Erich von Daniken, autor de um livro baseado nessa mesma teoria, corroborando da mesma em que a Terra foi visitada e «ensinada» a gerir melhor os seus recursos terrenos.
Quanto aos Sumérios, estes não falam de deuses, mas sim de criaturas «Dingir». O substantivo «din» pode ser traduzido por «senhor/dono», ao passo que «gir» significa «objecto voador».
De acordo com os textos existentes, os senhores dos objectos voadores «mantinham um tráfego ascendente e descendente no Céu», onde se encontrava «uma construção luminosa desses senhores». Para tal, socorriam-se do «Mulapin», que poderá ser traduzido como «objecto que lavra o Céu».
Numa tabuinha de argila Assíria, é descrito de modo assaz detalhado, que uma dessas criaturas «Dingir» oferece a Gilgamesh um desses invulgares veículos celestes. Era de metal, possuía rodas e asas, «que andavam à roda e eram impelidas por aparelhos que faziam vento». Tratar-se-ia então de uma espécie de helicóptero?...De uma nave igual à que nos céus de hoje observamos por vezes em minutos que nos escapam mas ainda assim registamos pelo globo inteiro em radares ou telescópios mais potentes? Talvez o futuro nos venha a dar estas e outras respostas às quais só podemos espectar mesmo na actualidade.

Uma Epopeia de Tempos Primitivos
Gilgamesh, que viveu provavelmente no século XXVIII ou XXVII a. C., era o filho do Rei Lugalbanda. A partir de cerca de 2600 a. C. a deusa Ninsun passou a ser referida como sua mãe e ele próprio passou a ser conhecido como deus do Mundo Inferior. São precisamente desta época Suméria, as representações pictóricas existentes. Os mais antigos registos escritos da epopeia datam de 1900 a. C. Essa obra foi inscrita em 12 tábuas de argila que foram encontradas na redescoberta Biblioteca de Ninive, que foi desenterrada e data do século VII a. C. Deste modo, pôde ser confirmada a correcção de diversos factos e dados geográficos e, culturais, sobre os que havia dúvidas.

O Astropoeta
De acordo com a interpretação moderna de Werner Papke, os Sumérios projectaram a sua narrativa épica em harmonia com o firmamento. O Touro Celeste é chamado «Guanna» na epopeia e, é também assim que é referida em textos astronómicos Sumérios, a constelação que ainda hoje conhecemos como Touro.
A leste, encontra-se a Constelação de Orion, à qual os Sumérios chamavam «Pastor fiel»; também o título real de Gilgamesh ostentava a designação de «Pastor de Uruk». À medida que se vão estabelecendo relações com outras coisas como o arado, a espiga, Enkidu e a deusa Istar, começa a tornar-se clara a importância simbólica deste «Astropoema». Épocas de colheitas e de sementeira, bem como o nascer e o pôr-do-Sol, são noções que surgem codificadas como metáforas astronómicas na narrativa.
Surpreendente é tudo o que se apraz dizer nesta finalização textual de toda uma extraordinária vivência e ocorrências na vida de tão enigmática figura de Gilgamesh. Sendo «Aquele que descobriu a Origem; Aquele que viu tudo» nada nos poderá então mais surpreender do que ter a quase certeza (corroborando igualmente dessa mesma teoria de deuses-astronautas) de que Gilgamesh terá sido o escolhido de entre os Sumérios ou ele mesmo um descendente desses deuses- astronautas que lhe terão consignado favores e labores na autenticidade estelar de tudo o que foi deixado em narrativas e feitos históricos sobre si.
A bem de um maior esclarecimento histórico e de todas as teorias plausíveis de veracidade e factual registo, aguardemos então as futuras descobertas sobre este rei ou outros que igualmente se enunciaram superiores nessa própria História documental. A bem do conhecimento e da Humanidade assim possa ser!

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