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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A Noite das Bruxas


Ilustração sobre o Mito das Bruxas Voadoras

"Que os Sinos das cidades toquem frequentemente, o que purificará o ar!" - Dr. Francis Hering, de sua obra, «Regras, Instruções ou Avisos para o Tempo do Contágio Pestífero».

Terá algum fundo de verdade que, certos Sinos eram lançados ao rio por 7 Bruxas, tocando estes depois debaixo de água durante tempestades violentas? Que temeridade era esta por parte das Bruxas no que se relacionava com esses mesmos Sinos? Que tradição pagã está por detrás de tudo isto? E, poderemos nós recear de facto as Bruxas?

O Tanger dos Sinos
(As Feiticeiras receavam-nos; os Fantasmas fugiam...)
Houve um tempo em que se acreditou que os Sinos das Igrejas que chamavam os fiéis à oração tinham poderes sobrenaturais. Em muitos países católicos, durante a Idade Média, no momento em que era benzido e instalado na Igreja o novo Sino, eram-lhe apresentadas oferendas e, o acontecimento celebrado com banquetes suculentos.
Quando a Inglaterra foi assolada pela Peste (ou Morte) Negra, no século XIV, era crença generalizada de que o vibrar dos Sinos da Igreja ajudava a afastar a praga. Quase três séculos depois, o doutor Francis Hering, na sua obra «Regras, Instruções ou Avisos para o Tempo do Contágio Pestífero», aconselhava: "Que os Sinos das cidades toquem frequentemente, o que purificará o ar!»
Também se chegou a pensar que o dobrar dos Sinos a finados, durante um funeral, afastaria o fantasma do defunto. Quando os antigos Romanos celebravam a festa em honra dos mortos da família, no mês de Maio, tocavam campainhas de bronze e entoavam: "Espíritos dos meus antepassados, afastai-vos!"
No Pontifical Romano recomenda-se o toque dos Sinos para «expulsar os espectros enlouquecidos dos mortos».
Numerosas lendas mencionam Sinos que tocavam sem a intervenção do Homem. Alexandre Dumas, na sua obra «Quadros de Viagens no Sul de França», refere que, em 1407 - momentos antes do desmoronamento da antiga ponte sobre o rio Ródano - se ouviram ruídos misteriosos, entre os quais o tocar de um Sino!
Até aos meados do século XVIII acreditava-se em Breslau, na Polónia, que, se o Sino da Catedral tocasse por influência sobrenatural, um dos cónegos morreria inevitavelmente!

O Papel das Bruxas
As Bruxas que, segundo crença geral, temiam os Sinos das Igrejas, eram frequentemente acusadas de - durante a noite - os retirarem dos campanários.
Em Canewdon, no Essex, contava-se que se ouvia um Sino, segundo se cria lançado ao rio por sete (7) Bruxas, tocar debaixo de água durante tempestades violentas.
Ainda em 1852 fizeram-se soar - em vão - os Sinos de todos os templos de Malta a fim de amainar uma borrasca violenta, ou seja, uma intempérie assaz agressiva; e no mesmo século tocaram-se os Sinos na Paróquia de Dawlish, situada no Devon, na esperança de que o seu Espírito vencesse «o Espírito do Relâmpago», pondo assim fim à tempestade.

A Véspera do Dia de Todo os Santos/A Noite das Bruxas
(A Noite em que Fantasmas, Bruxas e Demónios andam à solta...)
À semelhança do que acontece com o Natal e na Páscoa, também os festejos da véspera do «Dia de Todos os Santos» têm origem numa celebração pagã - apesar de o seu nome derivar de uma festa de Liturgia Cristã!
Esta festa, introduzida no século VII para comemorar todos os santos e mártires que não eram celebrados em nenhum dia particular, realizava-se no dia 13 de Maio.
No século VIII, porém, o  « Dia de Todos os Santos», passou a ser celebrado a 1 de Novembro, o que aboliu uma festividade pagã festejada nessa data.
O dia 31 de Outubro, véspera de 1 de Novembro - a última noite do ano no antigo Calendário Celta - era celebrado como o final do Verão e da sua fertilidade.
Era um festival que os Celtas do Norte da Europa celebravam acendendo grandes fogueiras para auxiliarem o Sol durante o Inverno.
O Inverno, que evocava também a frialdade e a escuridão da sepultura, era a altura em que os Fantasmas deambulavam e, os Espíritos sobrenaturais, Bruxos e Feiticeiras realizavam as suas festas.
Só a partir do final do século XVIII e começo do XIX, a véspera do Dia de Todos os Santos se transformou, em alguns países, num dia de diversão para as crianças - celebrado com trajes de fantasia, lanternas e jogos.
Anteriormente era considerada como uma «noite de medo», durante a qual os homens sensatos - respeitando os Duendes e os Demónios errantes - se conservavam em casa.
Nos séculos XVII e XVIII, no entanto, os mascarados - pessoas com máscaras misteriosas e trajes de fantasia andavam habitualmente de casa em casa, cantando e dançando para afastar o mal; ou, em representação desses mesmos Fantasmas e Demónios da noite.

Partida ou Tratamento/ Travessura ou Doçura (na actualidade)
Este hábito sobrevive ainda em muitas partes do mundo como uma mascarada para crianças. Na América do Norte, estas andam de porta em porta, em traje de fantasia, num ritual conhecido como «Trick or Treat» (Partida ou Tratamento).
Levam habitualmente um saco ou uma fronha de almofada e ameaçam pregar uma partida aos donos da casa se não receberem um «tratamento» na forma de doces ou bolachas.
A lanterna da véspera de Todos os Santos, é feita de uma abóbora-menina ou nabo, a que é retirado o miolo, sendo assim uma reminiscência dos dias em que eram realizadas ofertas de alimentos aos espíritos dos mortos.

Do tempo dos Celtas à actualidade pontua-se uma grande distância efectivamente mas, que, se tem vindo a fazer representar cada vez mais nesta liturgia pagã. A nível particular e, em solo lusitano, só há pouco se deixou esventrar esta festividade infantil que se designa por «Halloween» e enche todas as superfícies comerciais de bruxas, vassouras, chapéus, caveiras, aranhas monstruosas e tudo o mais que compõe o imaginário infantil (e não só...) de toda uma população ávida de importar hábitos e costumes que não os seus. A título individual, não me recordo - mas houve quem o tivesse feito por mim - de me contar de que em solo português ( e por vias de uma acintosa ou quiçá acérrima prestação católico-romana no país) se comemorava o célebre «Pão por Deus», que era, como se visualiza hoje à distância do que lhe é próprio, assim uma espécie de esmola ao Santo, esmola ao Senhor, ou simplesmente uma gratificação (geralmente em tostões, vivificando a pobre moeda da época...que nem dava para chegar ao escudo e é melhor nem falar dos mil-réis de que a minha avó falava, por estes serem ainda do tempo dos reis, em vassalagem de Monarquia...) e, assim andarem descalças e andrajosas, as pobres crianças do meu país na pedinchice alheia de encherem uma rota cesta ou de pães ou de tostões...que por vezes, nem uns nem outros se lhes avizinhava. E quanto a máscaras, já lhes bastava a da fuligem do carvão que tinham de ir buscar de madrugada aos pais, com as calças esburacadas, um dedo ou outro do pé deitado a baixo (por vias de um cimeiro futebol que se jogava lá no bairro com uma bola feita de trapos) e estava o Dia das Bruxas composto!
A era actual que hoje se vive em consumo imediatista e vago, não ofusca a de um passado que se traduz nas muitas tradições populares e de cariz pagã. Mas também religiosa. O Dia de Todos os Santos serve para prestar homenagem aos que já partiram, aos que nos deixaram física e, lamentavelmente em saudade e dor, por muito que se afirme que apenas sofreram uma transição corpórea ou de uma outra dimensão. Seja como for, terá de se respeitar tal a quem é crente e disso beneficie, em acalmia de maior sofrimento. Às crianças, na véspera desse dia, apenas a alegria comum e muito sua de querem fazer desse dia, apenas mais um de suas vidas em festividade e bonomia. Quanto às Bruxas propriamente ditas, que vivam o seu dia em felicidade assumida - as que já saíram do armário e mesmo as que ainda se negam a entrever um melhor futuro fora deste - que seja um belo e feliz dia e, se possível, sem muitas maldades...pois sempre é preferível a «doçura» à travessura...acredito eu! E toda a Humanidade, creio. Pois sem mais assunto de momento: vivam esse dia, ou melhor, essa sua Noite das Bruxas em noctívaga certeza de, para o ano sempre voltarem...! Mas pelo bem, que também há Bruxas do Bem...acho eu. Pois que assim seja!

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A Verdade das Estrelas III


Universo - Céu Estelar

Texto - 3
Deslindando a Verdade das Estrelas

O Quadro Alarga-se
O Observatório Real de Greewich foi fundado em 1675 por ordem de Carlos II, interessado na elaboração de um novo catálogo de estrelas para uso dos seus navegantes.
Embora o edifício, projectado por Sir Christopher Wren constituísse um verdadeiro êxito, lamentavelmente o homem escolhido como astrónomo oficial, o Reverendo John Flamsteed, embora um observador experiente e um perfeccionista pertinaz, era extremamente lento na elaboração dos cálculos. Tinha apenas um assistente - totalmente incompetente - e, ao fim de quase 29 anos de trabalho, os dois não haviam completado ainda o catálogo.
Não obstante, e contra a vontade de Flamsteed, foram publicadas 400 cópias, na sua forma incompleta. Como sinal de protesto, o astrónomo conseguiu apoderar-se de 300 e queimá-las publicamente.
Quando morreu em 1719, o trabalho não estava ainda completo - nessa altura, porém, todo o esquema estava ultrapassado, pois haviam sido desenvolvidas técnicas de navegação mais avançadas.
Em 1781, um astrónomo amador, o jovem William herschel, de naturalidade alemã, realizou uma descoberta notável quando, na sua casa em Inglaterra - observando o Firmamento com o seu telescópio - detectou um pequeno disco vermelho; comunicou o facto à real Sociedade, num relatório intitulado: «Comunicação Sobre um Cometa».
Após terem estudado a órbita do corpo celeste, os especialistas concluíram que Herschel descobrira, na realidade, algo mais invulgar ainda que um Cometa!
O astrónomo, que pelo facto recebeu o grau de Cavaleiro, foi o primeiro - desde os tempos dos Gregos - a descobrir um novo planeta - um astro gigantesco que foi denominado Úrano, o qual levava 84 anos a descrever a sua órbita em torno do Sol.

O Dia Sideral
Quando em 1931, um jovem engenheiro radiotécnico de nome Karl Jansky terminou a montagem das peças do instrumento a que chamou o seu carrossel - uma estranha série de antenas ligadas a velhas rodas de automóveis - estava construído o primeiro radiotelescópio do Mundo!
Jansky chegara à conclusão de que, por mais potente que fosse um Telescópio Óptico, as imagens das estrelas captadas pelas lentes seriam distorcidas pela camada atmosférica que rodeia a Terra.
Construiu o seu telescópio com o objectivo de estudar a electricidade atmosférica e, investigar os ruídos radiofónicos causados pelas perturbações eléctricas que afectam as comunicações radiofónicas a longa distância.
Entre muitos destes ruídos que captou, detectou um silvo que atingia o seu nível mais elevado - exactamente quatro minutos mais cedo em cada dia, o que correspondia ao tempo de rotação da Terra em relação às estrelas, em oposição ao Sol - 23 horas e e 56 minutos. Os Astrónomos chamaram a este período de tempo: O Dia Sideral.
Jansky concluiu, correctamente, que estava a receber sinais da Via Láctea!
Um astrónomo amador, o americano Grote Reber, construiu no jardim da sua casa em Ilinóis, uma antena orientável em forma de prato e de 9 metros de diâmetro. Amplificando e registando os sinais estrelares, elaborou o primeiro «Mapa de Rádio» do Céu.
Reber captava os sinais de rádio alterando o ângulo do seu prato receptor. Interpretando estas transmissões recebidas de ângulos diversos, calculava com precisão a forma e as dimensões de uma estrela. Os estudos de Reber revelaram que a forma de algumas estrelas diferia bastante daquela que as mesmas assumiam, quando observadas através de Telescópios Ópticos.

O Disco de 3000 Toneladas
Entre os cientistas interessados pelos estudos de Reber, contava-se um inglês de nome Bernard Lovell, que equipou dois atrelados com aparelhagem de radar num campo perto de Lower Withington, no Cheshire, a fim de seguir a trajectória de Meteoros.
O dispositivo de Lovell desenvolveu-se gradualmente, até se transformar no grande Observatório Radioastronómico de Jodrell Bank, que contém um gigantesco radiotelescópio orientável, de 3000 toneladas, com a forma de disco, e que gira sobre um trilho, numa plataforma circular.

Muito se avançou desde então, no que Astrónomos, Astrofísicos e demais cientistas nos comprovam hoje, de toda a sua complementaridade, empenho e estudo sequenciais dessa persistente investigação e aprumo. Kepler sentir-se ia hoje plenamente feliz, por se saber designado em honra e homenagem  - de seu nome e glória - a muitas missões da sonda com este mesmo nome. Galileu também. E tantos outros. Há que fazer justiça e honras a quem as merece por nunca se ter arrogado a admitir que estava errado, persistindo nos estudos e nas conclusões a que se determinaram. Poderosíssimos telescópios existentes pelo mundo inteiro corroboram disso mesmo, sobre os avanços desta nossa Era Espacial que ainda muitas glórias e honras nos mostrará, certamente, ainda que, com alguns recuos ou mesmo mal sucedidas missões mas sempre com a intenta e intensa percussão que os assiste. Assim sendo e, a bem da Humanidade em futuro a cumprir, novas tecnologias se imponham, se executam e se estabeleçam no desenvolvimento e ascensão desta mesma Humanidade! Que assim seja!

A Verdade das Estrelas II


Universo - Céu Estelar

"Tycho e eu fomos unidos por um destino inexorável!" - Johannes Kepler

Texto - 2
Deslindando a Verdade das Estrelas

O Génio Enganado
A Igreja encontrou um influente apoio dos seus pontos de vista no notável nobre dinamarquês Tycho Brahe, nascido em 1546, o qual, nunca aceitando a ideia de a Terra se mover em torno do Sol, destinou o seu trabalho especificamente a provar a correcção da Teoria Ptolemaica.
Apesar de laborar num erro, Tycho Brahe tornou-se o maior astrónomo observador depois de Aristarco. Com a idade de 30 anos, Tycho foi tornado proprietário da ilha de Hven, no Báltico, pelo rei da Dinamarca, que pôs à sua disposição o capital suficiente para permitir ao astrónomo construir uma casa e um observatório.
Da sua base solitária, e apenas usando um quadrante gigantesco, Tycho realizou durante 20 anos, o Estudo dos Céus e, elaborou um magnífico e complexo catálogo de estrelas, incluindo tabelas que forneciam a localização de milhares de «pontos fixos» calculados com extrema precisão de entre as posições mutáveis dos planetas em relação às estrelas.
Tycho não permitiu que interferências de qualquer ordem prejudicassem os seus estudos - particularmente dificuldades económicas. Para garantir o pagamento dos tributos, mandou construir uma prisão no interior do observatório, onde encarcerava os ilhéus em dívida.
Hven tornou-se um famoso centro científico, visitado por personagens ilustres, entre as quais James VI da Escócia, que mais tarde subiu ao trono de Inglaterra como Jaime I. Mas o clamor dos protestos dos ilhéus irados - constantemente ameaçados de prisão - acabou por levar o rei Dinamarquês a retirar o seu apoio a Brahe.

Um Destino Inexorável
Tycho estabeleceu residência em Praga, onde contratou como seu assistente o génio astrónomo Johannes Kepler, que anos mais tarde afirmaria: "Tycho e eu fomos unidos por um destino inexorável!"
Quando estudou os vários volumes de tabelas compiladas por Tycho, Kepler descobriu que o astrónomo da ilha dedicara uma atenção particular e, meticulosa, ao movimento de Marte. Kepler em breve compreendeu que as observações realizadas demoliam a noção (longamente acalentada), segundo a qual Marte se deslocava numa órbita circular.
Foi talvez providencial a morte de Tycho, em 1601, enquanto Kepler ainda trabalhava nos complexos cálculos que elaborara sobre Marte - cada um dos quais chegou a repetir 40 vezes, de forma a garantir uma precisão absoluta. Gastou 5 anos na tarefa até confirmar as suspeitas que já anteriormente alimentava: Marte, a Terra e todos os outros planetas conhecidos descreviam trajectórias elípticas e, a despeito das convicções inabaláveis de Tycho, deslocavam-se em torno do Sol.
Kepler, que Einstein descreveu como «um homem incomparável», pôde então, a partir dos estudos que realizara, enunciar as suas «Leis do Movimento Interplanetário», nas quais ainda hoje se baseiam os cálculos astronómicos.
Nos últimos anos da sua vida, Kepler foi colocado sob vigilância como suspeito herético, sendo mesmo alvo, na rua, de injúrias de transeuntes - que chegavam a cuspir-lhe. Mas quando morreu, no ano de 1630, a Ciência progredia, determinada e irrevogavelmente, apesar da acção repressiva por parte da Igreja.
Entre os admiradores de Kepler, contava-se um dos caracteres mais curiosos da História da Astronomia - Galileu, Galilei - o primeiro astrónomo de facto a usar um telescópio e, o último a ser perseguido, por proclamar que a Terra se movia em torno do Sol.
Galileu construiu o seu próprio telescópio quando ensinava Matemática na Universidade de Pádua. Soube servir-se convenientemente do instrumento, que lhe permitiu descobrir, nomeadamente, as crateras da Lua, alguns dos satélites de Júpiter, manchas solares e as estrelas da Via Láctea.

"Amaldiçoar, Abjurar e Odiar..."
Galileu em todas as observações que realizou, ficou sempre convencido de que Aristarco, Copérnico e Kepler estavam dentro da razão ao sugerirem que a Terra se movia em torno do Sol.
Em 1616, porém, a Igreja de Roma impôs a Galileu que deixasse de defender o que se tornara conhecido como «Sistema de Copérnico».
Galileu retractou-se publicamente, começando imediatamente a trabalhar num livro intitulado «Diálogos dos Dois Principais Sistemas do Mundo», no qual toda a questão era abertamente discutida e perspectivada, segundo os dois pontos de vista opostos. Antes de mandar publicar o livro, porém, o astrónomo tomou a precaução sensata de obter autorização de Roma.
Quando, porém, a obra surgiu, a Igreja acusou-o de heresia, apesar de os seus próprios censores a terem previamente aprovado. Durante o julgamento, foi-lhe ordenado que fizesse outra retractação pública. Ajoelhado, Galileu leu uma declaração afirmando estar pronto a «amaldiçoar, abjurar e odiar» a teoria segundo a qual a Terra, se movia em torno do Sol. A alternativa era, indubitavelmente, a decapitação.
Como precaução, Galileu foi enviado para a sua vivenda em Arcetri e, isolado do mundo. Foram-lhe canceladas as visitas, podendo apenas ver as pessoas que o serviam. Para cúmulo da tragédia que o atingiu, cegou completamente durante os últimos anos de vida.
Quando em 1642 Galileu morreu, o Papa proibiu a construção de um monumento sobre o seu túmulo. E, no entanto, no espaço de 50 anos, a teoria de que era a Terra o centro do Universo ruíra completa e, definitivamente!

A Verdade das Estrelas I


Universo - Céu Estelar

Que magia é esta que desde tempos ancestrais se repercute em homens da Ciência e mesmo da Religião em saber dos segredos e dos mistérios de todo um Universo?
Existirá ainda hoje nas sagradas catacumbas do Vaticano - no seu Index de obras proibidas - «As Revoluções dos Corpos Celestes» de Copérnico? Porque sempre se incompatibilizava a Igreja com o saber de uns sobre a ignorância de outros, que tudo queriam manter inalterado sobre a verdadeira existência de astros, estrelas e mesmo o planeta Terra - num centro único do Universo?

Texto - 1
Deslindando a Verdade das Estrelas
(Um longo combate para colocar a Terra no seu lugar!)
O primeiro homem a sugerir que o nosso mundo não era o centro do Universo, mas se deslocava em torno do Sol com os outros planetas, foi um grego, Aristarco de Samos, que viveu entre 310 e 230 a. C. A sua teoria era tão revolucionária que foi rejeitada e considerada absurda pelos mais destacados filósofos da época.
Os homens observaram, evidentemente, os céus desde os primórdios dos tempos - facto atestado pela disposição e orientação deliberadas dos monumentos antigos - como as pirâmides e os monumentos megalíticos de Stonehenge, que indicam a precisão das observações astronómicas realizadas por engenheiros e sacerdotes há, pelo menos 5000 anos!
Mas os antigos não não enunciaram qualquer teoria que explicasse o comportamento desses corpos celestes, cujos movimentos tinham representado graficamente com tanta correcção. Limitaram-se a concluir - aprioristicamente - que a Terra era o ponto central do Universo e, que os seus movimentos condicionavam os dos outros corpos espaciais, sem no entanto, os determinarem ou lhes atribuírem qualquer causa ou princípio - problemas que consideravam insolúveis.
Os métodos de Aristarco para calcular as distâncias relativas a que o Sol e a Lua se encontravam da Terra, estavam essencialmente correctos - embora os seus conhecimentos matemáticos fossem tão deficientes que, segundo os seus cálculos, a distância entre o Sol e a Terra era 1/19 do valor verdadeiro.

Esfera Rotativa
Os cálculos de Aristarco foram baseados nos do matemático grego  Pitágoras, que sem anos antes afirmara ser a Terra uma esfera rodando em torno do seu próprio eixo.
Esta ideia fora desprezivelmente acolhida por contemporâneos letrados, segundo cujas opiniões o Mundo...era plano. Não causa, portanto, qualquer admiração que Aristarco - que não conseguiu provar a sua teoria - fosse completamente ignorado.
Só decorridos 400 anos após a morte de Aristarco, Claudius Ptolemaeus, conhecido por Ptolemeu, divulgou outra teoria do Universo - esta mais aceitável.
Ptolomeu deduziu que a Terra era o corpo supremo, que se mantinha estacionário no centro do Universo e, em torno do qual o Sol e a Lua descreviam órbitas circulares, juntamente com os 5 planetas visíveis - Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno. Esta noção, mais tranquilizante que a de Aristarco, imediatamente recebeu a aprovação das autoridades na matéria.
Para explorar o facto de os planetas se não moverem em círculos perfeitos, Ptolemeu desenhou um complexo sistema de círculos individuais menores - ou epiciclos - que, segundo a sua opinião, aqueles astros deviam percorrer, enquanto simultaneamente se deslocavam em torno da Terra, que ocupava uma posição central.
Embora recorresse a muitos fundamentos apriorísticos e, incorrectos, a Teoria Ptolemaica constituiu a base indiscutível de Astronomia durante 1700 anos - até à divulgação das teorias de Copérnico, no século XVI.

Um Simples Planeta
Nicolau Copérnico, nascido na Polónia em 1473, era um religioso extremamente devoto mas, igualmente, fascinado pela Astronomia. Ao atingir os 60 anos, e depois de uma vida dedicada ao estudo dos céus, não alimentava dúvidas sobre a consistência da Teoria de Ptolemeu.
Divulgou então uma teoria completamente inédita, segundo a qual a Terra era um simples planeta que se movia em torno do Sol. Mas, embora Copérnico tivesse negado a crença (até então generalizada) de que a Terra constituía o centro do Universo; mas, uma verdade básica lhe escapou: os Planetas movem-se em elipses e não em círculos!
Copérnico teve ainda de enfrentar um grave problema. Como cónego, sabia que os seus superiores resistiriam à ideia de a Terra perder o seu papel fulcral. Bastou então um rumor sobre a sua nova teoria, para induzir o reformador religioso Martinho Lutero a denunciar Copérnico como um louco que queria destruir a Ciência da Astronomia.
Tal como Aristarco, Copérnico não possuía um telescópio ou qualquer outro meio mecânico que lhe permitisse provar aos cépticos a sua teoria, pelo que se mostrou relutante em publicar a sua importante obra sobre Teorias Astronómicas, «Sobre Revoluções dos Corpos Celestes».
Quando, finalmente, alguns amigos o persuadiram a mandar imprimir o livro, em 1542, os seus receios provaram ser justificados. Sem seu conhecimento e autorização, o editor acrescentou um prefácio de 400 páginas de textos, mapas e diagramas, insistindo em que as teorias expostas no livro constituíam meros auxiliares para cálculos, não necessitando de ser tomadas à letra.
felizmente, é pouco provável que tenha sido dado a Copérnico ver o livro impresso, pois quando um exemplar chegou até ele, em Maio de 1543, o astrónomo encontrava-se moribundo.
Por estranho que pareça, a Igreja Católica não se apercebeu das implicações da obra de Copérnico senão 73 anos após a sua morte, quando o astrónomo herético Galileu, para ela (obra) involuntariamente chamou a atenção.
O Vaticano incluiu então as «Revoluções» no seu Index de obras proibidas, onde as mesmas permaneceram até 1822.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Rush - Cygnus X 1 - [HD Remastered]

A Black Hole - Cygnus X-1

A Bela Estrela Azul


Sistema Binário Cygnus X-1 (Cyg-1)

Neste maravilhoso complexo cósmico em Sistema Binário de Cygnus X-1, haverá a certeza total da sua composição, no que se define por Objecto Compacto dúbio, do que poderá ser em Buraco Negro ou uma Estrela de Neutrôns? E que relação «umbilical» estelar é esta que, se traduz por uma interacção muito maciça e luminosa entre estes e, a Bela e gigante Estrela Azul HDE 226868? E que mistérios haverá também - e ainda por desvendar - sobre os tão comentados Buracos Negros? Estaremos nós - na Terra - na eventualidade futura de desaparecermos ou simplesmente pactuarmos com esses mesmos Buracos Negros em viagens interestelares? Será isso possível...um dia?

O Mistério dos Buracos Negros
Poderá tratar-se de Universos - paralelos ou não - deslocando-se em sentido oposto?
Imagine-se uma estrela feita de matéria tão densa que, a quantidade dessa matéria - suficiente para encher uma caixa de fósforos - pesasse 10 000 milhões de toneladas.
Para vencer a gravidade da Terra, um foguetão precisa de atingir uma velocidade de cerca de 40 000 km/h. Mas nem mesmo a 1080 milhões de quilómetros por hora - velocidade da luz - seria possível vencer a enorme força de gravidade dessa estrela, à qual a própria luz estaria sujeita, o que tornaria a estrela para sempre invisível.
Os Astrónomos consideram provável a existência de tais estrelas, a que chamam Buracos Negros. Embora estas sejam invisíveis - uma vez que a luz se encontra nelas retida - existem razões para prever a sua localização. Um dos primeiros indícios que levou a considerar-se a sua existência foi o estranho comportamento de uma estrela chamada Épsilon Aurigae, cujo brilho, uma vez cada 27 anos, diminui para metade da sua intensidade habitual.

Uma Companheira Invisível
É do conhecimento dos cientistas que Épsilon Aurigae tem uma companheira, que com ela roda em torno de um centro de gravidade comum e que, interpondo-se no campo visual da Terra, é provavelmente a causa da redução de luminosidade da primeira estrela. Torna-se, nesse caso, inexplicável que essa companheira não emita raios luminosos nem ondas de rádio como as outras estrelas. A solução do problema parece residir na natureza da companheira, que é provavelmente um...Buraco Negro!
Os cientistas explicam a origem possível de um Buraco Negro. O calor de estrelas como o Sol, provém de contínua fusão nuclear - o processo que se desenvolve na bomba de Hidrogénio. Após biliões de anos, a reserva de combustível nuclear da estrela começa a esgotar-se. A estrela então arrefece e, finalmente, implode - isto é, abate-se sobre si mesma numa questão de segundos.

Uma Anã Branca
O Sol sofrerá este processo dentro de cerca de 8000 milhões de anos e acabará como um pequeno corpo frio chamado Anã Branca. Mas as forças da gravidade em estrelas 1,5 vezes maiores do que o Sol são muito mais fortes. Quando implodem, estas estrelas reduzem-se, atingindo dimensões inferiores às das Anãs Brancas, até que o núcleo se torna tão quente que explode para o exterior. A massa excepcionalmente luminosa resultante é uma Supernova.
Quando este fenómeno se verifica, uma porção reduzida da estrela permanece no centro, fantasticamente comprimida pela gravidade. É a chamada Estrela de Neutrões.
Mas há estrelas incomparavelmente maiores - o tamanho de algumas das quais equivale a 50 vezes o do Sol! Quando um destes astros se extingue, contrai-se, atingindo dimensões inferiores ainda às de uma estrela de neutrões. Se atingir dimensões equivalentes a apenas dois terços das de uma estrela de neutrões, a força gravitacional será tão forte que nada - nem sequer a luz - a poderá vencer! Mesmo uma estrela Rubro-Branca seria invisível, razão por que se chama ao fenómeno: Buraco Negro!
Comparados com a vastidão de outros corpos celestes, os Buracos Negros são de pequenas dimensões. Uma vez que estes corpos não emitem luz nem ondas-rádio, as teorias que os astrónomos formulam sobre a sua existência baseiam-se apenas no comportamento dos astros vizinhos, sujeitos à sua influência. Possuindo uma força gravitacional desmedida, os Buracos Negros atraem toda a matéria que surja nos céus nas suas proximidades. Há mesmo uma uma teoria segundo a qual acabarão por absorver tudo quanto existe no Universo...!
Entretanto, vão absorvendo parte dos corpos celestes existentes nas proximidades. Uma Estrela Super-Gigante da Constelação de Cisne, denominada HDE 226868, em cujas proximidades - segundo se supõe - existe um Buraco Negro que parece estar a perder nuvens de gás turbilhonante, atraídas pela força gravitacional do seu invisível vizinho.
Assim que se aproxima do Buraco Negro, o gás torna-se invisível, penetrando no que é designado o «Horizonte de Acontecimentos». Até mesmo a atracção gravitacional dos Buracos Negros tem um limite. e deve haver um ponto em que a luz não possa libertar-se nem ser absorvida. Neste Horizonte de Acontecimentos a luz permaneceria imóvel ou deslocar-se-ia muito vagarosamente.

Um Astronauta Imortal
A concretização desta hipótese permite encarar a possibilidade fascinante de nos ser dado poder continuar a ver, durante talvez uma eternidade, as imagens luminosas no Horizonte de Acontecimentos. Se, por exemplo, se dirigisse para um Buraco Negro, um Astronauta poderia continuar a ser visto através do «Horizonte de Acontecimentos» decorridos milhões de anos. No entanto, as hipóteses de qualquer ser humano aterrar num Buraco Negro são de facto reduzidas. Ao aproximar-se do Horizonte de Acontecimentos, aquelas partes da sua nave espacial - ou do seu corpo mais próximas do Buraco Negro - submetidas a uma força gravitacional mais intensa, seriam esticadas ao longo de uma faixa de quilómetros de comprimento, enquanto a compressão lhes reduziria o volume.
Se o Astronauta tivesse a possibilidade de observar um relógio bastante longe do Buraco Negro, os ponteiros parecer-lhe-iam mover-se mais rapidamente à medida que se aproximasse do Horizonte de Acontecimentos - até que deixaria de poder vê-los. Durante a travessia deste Horizonte, os ponteiros descreveriam a trajectória em sentido inverso; começariam a mover-se mais lentamente e, os Astronauta teria a sensação de recuar no tempo, embora o marcado no seu relógio não se alterasse.
Uma vez atravessado o Horizonte de Acontecimentos, o Astronauta não poderia escapar! Na realidade, quanto mais esforçadamente tentasse evitar o destino que o esperava, mais rapidamente este se adivinharia, pois a energia despendida na tentativa, produziria nada mais do que um aumento de massa, intensificando a atracção gravitacional.
Assim que o Astronauta se aproximasse do Buraco Negro - ele e a sua nave espacial - seriam desde logo despedaçados pela tremenda força da gravidade, muito antes de aterrarem.
Num Buraco Negro de pequenas dimensões, de massa equivalente (por exemplo) ao dobro da do Sol, demoraria apenas 20 milionésimos de segundo a cair no centro da estrela.
Na realidade, para que a experiência tivesse alguma duração perceptível, o Buraco Negro deveria ser de enormes dimensões. Mesmo num Buraco Negro de tamanho 1 milhão de vezes superior ao do Sol, o processo da queda demoraria apenas 10 segundos!

Recuo no Tempo...até outro Universo!
Uma teoria que gera sempre polémica e confusão na mente humana, é a de que um homem que alguma vez penetrasse num Buraco Negro e, evitasse a destruição, poderia encontrar-se noutro Universo - recuando no tempo.
Esta ideia é baseada no facto de um Buraco Negro parecer comportar-se como o resto do Universo, mas ao inverso. Enquanto este se expande constantemente para o exterior, um Buraco Negro sofre uma implosão contínua, recuando para o interior de si mesmo. E, embora a Ciência possa explicar um processo de compressão de Matéria que a reduza a uma cabeça de alfinete - de uma densidade incalculável - não pode explicar o seu desaparecimento completo.
Assim, da mesma maneira que o Universo representa um processo de expansão para o exterior aparentemente infindável, também o Buraco Negro representa a expansão para o interior sem um limite calculável.
Foi sugerida a existência de um Buraco Negro na nossa Galáxia de estrelas; e alguns cientistas consideram mesmo a hipótese de existência de um desses corpos celestes de dimensões reduzidas, no meio do Sol que afecte a produção solar de algumas espécies de radiações.
De acordo com algumas teorias, o Homem poderia utilizar o Buraco Negro na produção de energia que satisfizesse os seus próprios objectivos, dirigindo Matéria na sua direcção e, armazenando a energia gravitacional expelida pelo Buraco Negro, quando este a absorvesse.
O Buraco Negro exerceria assim as funções de uma espécie de incinerador cósmico, produzindo energia sempre que nele fosse lançada Matéria Terráquea!
No entanto, outros cientistas contestam a própria existência dos Buracos Negros...sendo estes em menor número na actualidade, pelo muito que se tem vindo a descobrir sobre os mesmos. Apenas uma coisa é certa: os Buracos Negros são uma das noções mais intrigantes que chamaram a atenção do Homem neste século e, que ocuparão os pensamentos dos Astrónomos nos próximos anos!

Estando nós em pleno início do século XXI e muito ainda está por saber quanto a estes misteriosos Buracos Negros que exaltam na Humanidade um pouco de temor e suspense, sobre toda a sua contínua existência de sucção e negrume em que estão envolvidos.
Da NASA/ESA ecoam sons de seus cientistas virem a complementar seus estudos e investigações sobre os mesmos, no que, em missão especial sua, vão tentando fazer na medição da Energia Escura, no que concerne a calibrar adequadamente as suas medições dessa Energia Escura. Existe a possibilidade (provavelmente...) destas estarem a acelerar a expansão do Universo, determinando o seu futuro agora, do que concluem os cientistas aqui intervenientes.
Em imagem inicial, do Sistema Binário Cygnus X-1 (Cyg-1) é uma fonte muito brilhante de Raios-X, situada na Constelação de Cisne. Foi descoberta em 1964, usando-se um detector de Raios-X, a bordo de um foguete sub-orbital «Aerobee», lançado pela White Sands Missile Range Cig-1, sendo uma das fontes de Raios-X mais brilhantes do Espaço! (Raios-X com energia de mais de 30 KeV)
É um exemplo clássico de uma Binária de Raios-X, um sistema binário formado por um Objecto Compacto - que pode ser um Buraco Negro ou uma Estrela de Neutrôns, e a estrela Super-Gigante Azul HDE 226868. Esta, de Magnitude Aparente: 8,9. Na Matéria envolta (gás e plasma) forma-se então um Disco de Crescimento que orbita ao redor do Buraco Negro, alcançando temperaturas de milhões de graus Kelvin. A massa do Objecto Compacto está entre 7 e 13 vezes a massa do Sol.
Por intensa pesquisa e conclusão dos cientistas, há a quase definível certeza de que o Objecto Compacto é um Buraco Negro! Cyg-1 é, por conseguinte, o primeiro caso em que se pode provar a presença de um Buraco Negro! Observando-se também jorros de Matéria que se estendem desde algumas unidades astronómicas até vários parsecs, onde se colidam com o meio interestelar - dando lugar a um Arco de Emissão no óptico. Para gerar este Arco, o jorro deve ter uma potência de 1000 vezes a do Sol...! O Sistema encontra-se a aproximadamente 2000 parsecs (6000 anos-luz) da Terra!
Apenas restará registar então que, a bem da Humanidade, tudo possa fluir em conhecimento e identificação, no que todos desejamos em proeminência cósmica de toda uma nossa ascendente sabedoria que a todos engrandeça e sobrevalorize. A bem da Humanidade, para sempre assim o seja!

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Zooming in on the active galaxy NGC 1433 | ESO

A Absoluta Luminescência




Quasar 3C 273 Imagem do Telescópio Espacial Hubble (Hubble Space Telescope`s) - NASA/ESA

Serão os Quasares formados unicamente por estrelas que explodem em rápida sucessão ou...haverá algo mais? Poderá a colisão da Matéria e Anti-Matéria ser a causadora principal da colossal descarga de energia dos Quasares? Haverá um limite destes no Universo? E estará o próprio Universo em perigo ou, simplesmente, num recomeço cíclico eternamente reversível?

Mais Luminoso que Miríades de Sóis!
(Correndo para o extremo do Universo - e mais além?)
Os mais intrigantes de todos os corpos celestes são provavelmente os Quasares. Só foram identificados em 1963, e até agora não foi formulada qualquer hipótese segura sobre a sua verdadeira natureza. Crê-se que são os objectos de luminosidade mais intensa e mais distantes conhecidos do Homem. Não é ainda absolutamente seguro, porém, que a sua interpretação tenha sido correctamente formulada. Embora em Astronomia as surpresas sejam habituais, a descoberta dos Quasares causou completa estupefacção!
A Via Láctea conta 100 000 milhões de estrelas, muitas das quais mais brilhantes do que o Sol. No entanto, um Quasar é 200 vezes mais luminoso do que toda a Galáxia da Via Láctea. E toda esta luminosidade provém de um corpo cujo diâmetro corresponde a 1 milionésimo da nossa Galáxia.
O primeiro Quasar foi detectado por um radiotelescópio no Monte Palomar, na Califórnia, pelo astrónomo holandês Maarten Schmidt, quando este tentava encontrar uma das estrelas da Via Láctea que, segundo se pensava, emitia estranhos sinais radiofónicos.
Schmidt detectou os sinais no ponto previsto do Céu, mas descobriu que estes não provinham de uma estrela. O corpo que os emitia - muito mais luminoso que qualquer estrela - encontrava-se a uma distância calculada em 1000 milhões de anos-luz.
Além disso, o corpo apresentava o que os cientistas designam por desvio para o vermelho no espectro de cores, pormenor de particular significado, pois indicava que ele se afastava da Terra, através do Espaço.

Afastando-se no Espaço
Dirigindo a luz de um corpo celeste através de um prisma e decompondo-a num espectro solar, é possível obter um grande número de informações acerca desse corpo. E é convicção assente dos astrónomos que, a deslocação da zona vermelha - desvio para o vermelho - significa que a estrela sujeita a observação se afasta no Espaço, tal como a diminuição de intensidade do som do apito de um comboio indica a quem o escuta, aquele ter já passado.
O espectro do Quasar de Maarten Schmidt apresentava um desvio para o vermelho bastante acentuado. Concluiu-se, portanto, logicamente que este corpo não só era incomparavelmente mais luminoso do que qualquer outro até então observado, e o mais distante no Céu - mas também que se afastava a uma velocidade enorme!
Este corpo celeste foi chamado fonte de rádio quase estrelar (quasi stellar radio source) - nome depois encurtado para Quasar. Desde 1963 foram descobertos cerca de 200 quasares - numa das últimas descobertas até à década de setenta, uma equipa internacional de cientistas que em 1974 trabalhava no Arizona.
Sendo um dos mais distantes objectos conhecido pelo Homem, calculou-se então que este Quasar se afastava para o espaço exterior a uma velocidade superior a 280 000 km/s. - mais rapidamente do que qualquer quasar anteriormente observado. É opinião de alguns cientistas que os quasares são formados por um grande número de estrelas que explodem em rápida sucessão.

Cadeia de Estrelas em Explosão
O fenómeno da explosão de estrelas não constitui qualquer novidade para os astrónomos, pois verifica-se na Via Láctea cerca de uma vez em cada século - originando o aparecimento de uma Supernova - estrela em explosão, cuja luminosidade se torna de súbito invulgarmente intensa.
Uma das teorias vigentes é a de que os Quasares podem ser uma reacção em cadeia de explosões de supernovas, cada uma das quais provoca, ao explodir, a explosão da estrela mais próxima. Mas existe uma outra teoria mais abrangente e já solidificada nestas últimas décadas - por cientistas e astrónomos - de que o Universo para além de ser composto por Matéria, possui a existência de uma substância negativa chamada Anti-Matéria - podendo a colossal descarga de energia dos quasares ser causada pela colisão entre a Matéria e Anti-Matéria no espaço exterior!
Admitindo que os desvios para o vermelho são verdadeiros efeitos Doppler, causados pela deslocação dos quasares para as regiões exteriores do espaço, levanta-se a questão da natureza finita ou infinita do mesmo. Qualquer dos conceitos é de difícil apreensão pela mente humana. Não podemos imaginar nem uma fronteira limitando o nosso Universo - nem um espaço que se prolongue sem fim.
Quanto mais afastado o Quasar se encontra, mais rapidamente parece deslocar-se. Progredindo esta aceleração continuamente, chegaria uma altura em que se deslocaria a uma velocidade superior à da luz. Neste caso, as suas ondas de luz e de rádio nunca chegariam, passando além das fronteiras do Universo observável. A distância em causa seria superior a 10 000 milhões de anos-luz.
Pode acontecer que, toda a Matéria do Universo, tenha sido criada num momento particular (a Teoria da Grande Explosão ou Big Bang) e, que a expansão a que este fenómeno deu início - e que estamos a testemunhar nos Quasares - continue indefinidamente. Neste caso, o Universo tem um futuro limitado, até todas as Galáxias e Estrelas desaparecerem na distância.
Uma alternativa é a concepção do Universo cíclico. De acordo com esta teoria, o precipitado afastamento dos Quasares atingirá um limite, sendo então invertido.
No futuro longínquo (talvez daqui a 60 000 milhões de anos) as estrelas convergirão de novo para se unirem num ponto único. Então o Universo renascerá, começando uma nova expansão!

Sobre a célebre Teoria do Big Bang já muito se falou na consistência do início do Universo. E nesse início: Nada! Após esse «nada» ou vácuo que instaura em nós humanos alguma fragilidade de raciocínio - no que se conceptualiza da não-existência - para o Elemento-base que constitui a Matéria ou Partícula Fundamental que se designa por Quark. Para além dos Gluons e Neutrinos que fazem parte também de todo o Cosmos. Em relação aos Quarks - na Física de Partículas - é, como já se referiu, um dos elementos básicos que constituem a Matéria ( o outro, é o Lépton) sendo o único, entre as partículas, que interage através de todas as 4 forças fundamentais. Os Quarks ocorrem em 6 tipos de natureza: Top; Bottom; Charm; Strange; Up e Down. As primeiras são formadas em hádrons instáveis  em aceleradores de partículas. As últimas (Up e Down) formam protões e neutrões.
Voltando à Teoria da Grande Explosão (Big Bang), 1º Nada. 2º Quarks. 3º Criação e Aniquilação num estado constante. 4º Da fase inicial dos Quarks (e isto em termos mais generalizados), em que se juntam, formando os Neutrões e Protões, no que muitos foram aniquilados em colisões com as suas anti-partículas e esse resíduo, formou então a Matéria. Na fase seguinte, os protões e neutrões uniram-se para formar núcleos de Deutério. Fase posterior, foram criados núcleos de Hélio (2 protões + 2 neutrões). Passados 300 000 anos, formaram-se Átomos quando os electrões foram capturados pelos Núcleos. A Gravidade: A mais fraca das forças, começou a dar forma ao Universo, fazendo com que a Matéria se reunisse em nuvens que, mais tarde, formaram as Galáxias e as Estrelas! Supõe-se assim e desta liminar forma, a formação do Universo!

Em relação aos Quasares, pertencentes ao grupo dos objectos AGN (Active Galactic Nuclei) - tal como os Blazares - são a manifestação real da presença dos Buracos Negros que atraem a Matéria à sua volta, a velocidades próximas da, da luz!
Actualmente também se usa a designação QSO (Quasi-Stellar Object) para englobar os Quasares que não emitem radiação-rádio.
Os Quasares podem assim ser observados - nos dias de hoje - através de radiotelescópios, uma vez que as suas dimensões são extremamente elevadas e, na distância enorme a que se encontram de nós, na Terra. Pela Lei de Hubble, os Quasares estão tão distantes que se afastam de nós a velocidades próximas de 90% da velocidade da luz!

Na Galáxia NGC 1433 - Galáxia Espiral barrada (SBa), localizada na direcção da Constelação de Horologium ( a 32 milhões de anos-luz da Terra) -  efectiva-se já uma Pesquisa Hubble (NASA/ESA), em observação exímia destas muitas estrelas brilhantes e luminosas, comparadas à Via Láctea. Estão a estudar na parte ultra-violeta - que deriva de discos de acreção dos seus buracos negros (estrutura formada por materiais difusos em movimento orbital em redor de um corpo central) - como o gás se comporta perto do buraco negro! A Pesquisa Hubble vai assim fornecer uma base única para futuras observações com o Telescópio Espacial James Webb (J WST) e o Atacama Large Milimeter (ALMA) nos resultados relacionados com o centro de NGC 1433.
Espera-se então resultados positivos (e de facto surpreendentes), relacionados com o centro de NGC 1433 - Galáxia descoberta em 28 de Setembro de 1826 por James Dunlop -  (no que já foi encontrado) em deslumbrante surpresa também - uma estrutura espiral surpreendente no gás molecular, próximo ao centro de NGC 1433.
Optimizando estes esforços de todos os envolventes e intervenientes da NASA/ESA e, desejando que tudo resulte em objectividade e conclusão sobre a NGC 1433 (entre outras de futuro...), apenas restará dizer (no tanto que ainda está por conhecer e acrescentar) que não falte voraz empenho, vislumbre e continuidade...nesta dinâmica cósmica dos homens na Terra! A bem da Humanidade, assim seja!

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

o Orbitador - Nebulosa do Caranguejo

A Cintilante Nebulosa


Nebulosa de Caranguejo

Que magnificente poder é este -  das estrelas que transmitem para o Universo - em impulsos regulares mas naturais, de radioenergia? Serão os sinais dos Pulsares um dia «desligados», tornando-se efectivamente indetectáveis ou longe disso, ao contrário do que supõem os cientistas, permanecendo apenas invisíveis mas aí presentes no cosmos? Estará em perigo a Nebulosa de Caranguejo em espécie de contracção - no que um dia todas as estrelas convergirão num ponto único - ou, ao invés disso, o Universo renascerá em renovada explosão de energia e cintilante surpresa de vida estelar?

Sinais do Espaço Exterior - Estrelas que transmitem para o Universo
Embora ténue, o sinal de rádio emitido do espaço exterior era transmitido a intervalos exactos de 1,33 730 113 segundos. O professor Anthony Hewish, chefe do grupo de astrónomos da Universidade de Cambridge que primeiro ou ouviu, em 1967, declarou que os sinais eram «tão regularmente espaçados como um sinal horário radiofónico».
O estudante universitário Jocelyn Bell receptara casualmente os sinais quando trabalhava com equipamento de radiotelescópio destinado a gravar sinais pouco intensos.
Os Astrónomos dificilmente podiam dominar a excitação que os possuía, ventilando a hipótese de alguma civilização desconhecida no Espaço Sideral tentar entrar em contacto com a Terra!
Vezes sem conta localizaram o mesmo sinal proveniente de idêntico ponto do Céu, exterior ao Sistema Solar. Porém, à medida que os sinais prosseguiam sem alteração durante meses, tornava-se concludente que haviam descoberto uma nova forma de estrela - que transmitia impulsos regulares, mas naturais, de radioenergia.

Pulsar Visível
Desde então, muitas outras estrelas - actualmente denominadas Pulsares - foram detectadas por radiotelescópios, tendo sido visível uma, que foi descoberta em 1969 pelos astrónomos do Observatório Steward, no Arizona. Cintilando tenuemente com os seus radio-sinais, encontra-se na Nebulosa de Caraguejo, algures entre 5000 e 6000 anos-luz de distância.
Uma primeira teoria admitia a hipótese de o Pulsar ser uma estrela Anã Branca vibrando rapidamente - um Sol que tivesse consumido a maior parte da sua energia e estivesse prestes a extinguir-se. Porém, embora reduzidas, as dimensões das Anãs Brancas, não o são suficientemente para lhes permitirem vibrar a velocidades que possibilitem a transmissão dos sinais.

Enorme Densidade
Segundo os cálculos dos radio-astrónomos, o rádio-sinal emitido do ponto mais distante de um Pulsar de dimensões equivalentes às do Sol - 1 340 000 km de diâmetro - levaria mais tempo a chegar à Terra do que outro emitido do seu ponto mais próximo.
O resultado seria um ruído contínuo, e não um sinal intermitente regular. Uma vez que os impulsos são claros e precisos - chegando por vezes à razão de 30 por segundo - os especialistas supõem que os Pulsares são corpos celestes de dimensões reduzidas, cuja densidade aumentou consideravelmente devido à compressão dos seus componentes atómicos.
Crê-se actualmente que os Pulsares são restos de estrelas maciças que entraram em colapso sob o peso da sua própria gravidade e implodiram - isto é, contraíram-se violentamente sobre si mesmas.
Os Pulsares são tão densos que, na Terra, um simples centímetro cúbico de matéria de um Pulsar pesaria 623 000 toneladas.
A regularidade de emissão de sinais de um Pulsar pode depender da sua rotação no Espaço. O pólo magnético de um Pulsar, que possui um poderoso campo magnético, pode não coincidir com com o pólo de rotação. À medida que a estrela roda em torno de si mesma, a Terra fica colocada a espaços regulares, dentro do «Feixe Emissor», tal como um navio no mar fica regularmente sob o feixe luminoso de um farol. Como, porém - na sua maioria - os sinais dos Pulsares parecem tornar-se quase imperceptivelmente mais espaçados, os cientistas esperam que eles acabem por ser «desligados», tornando-se indetectáveis.

A Nebulosa de Caranguejo
A Nebulosa de Caranguejo (também catalogada como Messier 1, NGC 1952, Taurus A) é uma remanescente de Supernova e, uma Nebulosa de Vento de Pulsar na Constelação de Touro.
A Nebulosa é a mais intensa fonte de Raios-X e gama para energias acima de 30 KeV com fluxo de energia luminosa. Dista a cerca de 6500 anos-luz (2 quiloparsecs da Terra) e tem um diâmetro de 11 anos-luz (3,4 parsecs) expandindo-se a uma taxa de aproximadamente 1500 quilómetros/s.
Observada por John Bevis em 1731, esta corresponderia a uma Brilhante Supernova (SN 1054), uma vez que já anteriormente havia sido registada por astrónomos chineses e árabes em 1054.

Pulsar de Caranguejo
No centro da Nebulosa há o Pulsar de Caranguejo, uma estrela de nêutrons com 28 a 30 quilómetros de diâmetro, que emite pulsos periódicos de radiação que abrange quase todo o Espectro Electromagnético, com uma frequência de 30,2 vezes por segundo, evidenciando uma rotação com período de apenas 33 milissegundos. Foi o primeiro «Objecto Astronómico» associado a uma explosão de Supernova.
Em 2003, a espessura da atmosfera de Titã - satélite de Saturno - foi medida através do bloqueio de Raios-X provenientes da Nebulosa pela atmosfera do satélite.
Em última análise e reiterada referência sobre a Nebulosa de Caranguejo de seus dados:
Distância da Terra: 6.523 anos-luz
Idade: 1000 anos
Magnitude Absoluta: -3,1
Coordenadas: Ascensão Reta 83, 633º, Declinação 22, 014º

A magnificência cósmica aliada a esta poderosa energia, resume nos cientistas a consciência do muito que ainda há por desbravar em conhecimento e identidade no Universo. Havendo em muitos de nós essa mesma consciência de querermos saber mais, aludir a mais, vamos assim estudando e registando passo a passo, todas as avançadas medidas que os astrónomos realizam na actualidade por vias de poderosos telescópios, sondas, naves espaciais e tantos outros meios no conhecimento da Astronomia e Astrofísica. É incomensurável esses avanços e, não falar deles, seria omitir um erro crasso. Mais haverá por descobrir, sondar e observar, sem dúvida. Cá estaremos então para que essa renovada ascensão se faça, no oposto do que muitas estrelas farão em sua remissão ou contracção, desejando nós que outras aconteçam em explosão (e não implosão como se efectiva de facto) pela expansão e suposta reestruturação do Universo. A bem da Humanidade na Terra assim aconteça, ainda que sejamos um pequeno grão de areia planetário em tão elaborado cosmos envolvente...! Mas que assim seja, de facto, é o desejo de todos nós...Humanidade!


sábado, 25 de outubro de 2014

Video IP1 12 Comet Shoemaker-Levy collides with Jupiter

A Brilhante Estrela-Cão


Sirius - Alpha Canis Majoris (Sirius/Sirius B - Constelação de Cão Maior ou Grande Cão)

Que poderosa energia é esta, sob a mais brilhante estrela do Céu - em Anã Branca - que refulgente e rutilante ante o nosso olhar e campo de visão estelar, nos encanta e redimensiona na nossa pequenez? Estará ela na fase final da sua evolução - como afirmam os cientistas e astrónomos - ou eternizar-se-à nos céus em total contradição do que se supõe? Poderá o Homem saber mais sobre esta «Estrela-Cão» e todos os outros mistérios na perspectiva de matéria estelar, seja em estrelas, planetas ou «simples» cometas no que se dispõe hoje de nova e complexa tecnologia espacial?

Quando uma Estrela morre...
Não longe da brilhante estrela Sirius, da Constelação do Cão Maior (Canis Majoris), encontra-se um ténue ponto de luz, uma estrela consideravelmente menor conhecida como o «Cão» ou (Cachorro).
Embora de pequenas dimensões, o seu núcleo contém matéria tão densa que, a quantidade da mesma necessária apenas para encher uma caixa de fósforos, pesaria 50 toneladas! O que pressupõe, metaforicamente falando, tratar-se de milhões de toneladas nessa tal hipotética caixa de fósforos, como exemplo de referência para uma melhor compreensão.
O Cão - ou Sirius B - foi pela primeira vez detectado através de um telescópio, em 1862, pelo norte-americano Alvan Clark, embora 30 anos antes o astrónomo prussiano Friedrich Wilhelm Bessel tivesse assinalado desvios na órbita de Sirius que atribuiu à proximidade de outra estrela.
Na realidade, o brilho de Sirius B só pode ser considerado frouxo em termos relativos: Sirius, nas suas proximidades, é tão brilhante que ofusca Sirius B - a qual pode ser observada através de um telescópio potente. As duas estrelas descrevem uma rotação completa em 50 anos em torno de um centro de gravidade comum. Embora a massa contida em Sirius B seja equivalente à do Sol - suficiente para provocar alterações na órbita que Sirius descreve - o diâmetro daquela estrela é de apenas 40 000 km, comparada com os 1 390 000 km do Sol, pelo que uma massa idêntica se encontra concentrada apenas em 1/27 000 do volume dessa estrela.

Dimensões anormalmente reduzidas
Por outras palavras, Sirius B é 27 000 vezes mais densa do que o Sol. A temperatura à sua superfície é 2000ºC mais elevada do que a desta estrela e, cada centímetro quadrado da sua superfície irradia 3,75 vezes mais calor e energia do que o Sol, embora a sua luminosidade seja apenas 1/360 da deste astro. Tais factos levaram os astrónomos a deduzir que Sirius B é uma estrela de dimensões anormalmente reduzidas.
Sirius B, foi a primeira de uma classe de estrelas, actualmente conhecidas como Anãs Brancas, a ser detectada - seguindo-se-lhes a identificação de muitas estrelas deste tipo.
Entre as mais densas que figuram no Atlas Astrográfico existe uma estrela conhecida por +70 8247, cujo volume equivale aproximadamente a metade do da Terra, embora cada centímetro cúbico pese 38 toneladas! Segundo a opinião dos astrónomos, estas estrelas excepcionalmente densas encontram-se na fase final da sua evolução, estando prestes a extinguir-se.
Segundo se crê, as estrelas nascem da condensação de nuvens de gases e poeiras, que se contraem sob a acção da sua própria força gravitacional à medida que os os seus núcleos aquecem.
Em consequência das reacções nucleares que então se verificam, o Hidrogénio, de que estes astros são em larga escala compostos, é convertido em Hélio, libertando energia - o que explica que as estrelas brilhem, rutilantes no Céu.

A Fase de Gigante Vermelha
Devido às reacções químicas que se verificam quando o fornecimento de Hidrogénio principia a escassear, a estrela dilata-se, tornando-se mais densa e mais e mais quente no núcleo e mais fria à superfície. Nesta fase é conhecida como uma «Gigante Vermelha».
Quando todas as reservas nucleares são consumidas, uma estrela de dimensões suficientemente grandes pode explodir como uma supernova, enquanto uma mais pequena pode concentrar-se sobre si mesma, sob a força da gravidade, tornando-se uma Anã Branca.
Uma Anã Branca é, por conseguinte, uma estrela prestes a desaparecer, sem possibilidade de reactivar o calor que a animava. Seguir-se-à uma fase em que a estrela se contrairá mais ainda e, se condensará numa estrela de neutrões, reduzindo-se tanto que forma uma massa densa capaz de pesar 1,2 mil milhões de toneladas por centímetro cúbico!

Cientificamente, tanto há ainda por conhecer no imenso cosmos que nos envolve. Seja em estrelas, planetas, cometas ou tantas outras diversas matérias estelares, o Homem sempre se nutrirá por uma base de conhecimento e sapiência maiores que o não deixará impotente, face às sempre inovadoras descobertas. A NASA é imparável, aliada ou não à ESA e aos programas espaciais Russos ou Chineses, activa-se uma evolução já pronunciada pelas múltiplas sondas ou naves espaciais de alta tecnologia - ou Tecnologia de Ponta, como é designada.
Ultimamente têm-se objectivado muitas missões de recolha de dados científicos relevantes em missões de baixo custo, pois que os tempos são de recessão e não de esbanjamento, supõe-se aqui também. Empregando-se Tecnologia de Ponta - minuciosamente supervisionada por todos os intervenientes - tenta-se assim obter o máximo proveito e consistência de resultados positivos em missões obtidas num curto espaço de tempo. Tudo ascende nos dias de hoje a uma velocidade de facto superior, à que até aqui se submetiam testes, experiências e efectivamente missões espaciais. Hoje, tudo é ultra-dinâmico, ultra-imperativo na sequência e obtenção firme deste conhecimento do Cosmos e de toda a esfera estelar que se possa estudar, retirando dividendos dessa mesma sabedoria.
Há a sonda Stardust que, sendo já quarta nave espacial e, sequencial de outras, tais como: a Mars Pathfinder, a Near Earth Asteroide Rendezvous (ou NEAR) e, a Lunar Prospector.
Há que ter particular atenção a esta última sonda espacial, a Stardust, pelo que foi lançada a 7 de Fevereiro de 1999 (aquele mágico ano em que toda a massa populacional temia um evento catastrófico mundial pela quase viragem do século, sendo infundados esses receios...) pelo foguete Delta II, no Cabo Canaveral (Florida). A sua missão era subtil mas incisiva, pelo que tinha de investigar no chamado Cometa Wild 2, onde chegou a 2 de Janeiro de 2004 - quatro anos depois de ter iniciado o seu percurso espacial. Recolheu amostras de poeira do Cometa Wild 2, poeira interestelar que passou pelo Sistema Solar, dirigindo-se depois para a Constelação de Sagitário. Para além da obtenção e registo de espectaculares fotos detalhadas do núcleo gelado do Cometa em questão. Ainda teve de fazer 3 voltas em torno do Sol, tentando insinuar-se no Cometa, o que sucedeu à segunda volta na ocorrência de trajectória de intersecção com este. Utilizaria então uma substância chamada «Aerogel» , capturando e armazenando assim e em segurança, amostras do Cometa. Ela é constituída de «silício» (material que foi construído junto com uma grade de colector de Aerogel, similar a uma raquete de ténis). Voltaria então à Terra a 15 de Janeiro de 2006 para entregar todo esse material do Cometa em amostras deveras surpreendentes, dentro de uma cápsula.

A NASA tem vindo pontual e, criteriosamente a publicar, esses mesmos resultados com imagens e conclusões suas sobre este objectivo de missão Stardust. Asseveraria que, este magnífico Aerogel, teria retido e preservado na nave estas tais partículas do Espaço (partículas microscópicas) em multiplicidade de mais de 10 000 fragmentos de cometas, sendo estes preservados em datação aproximada de 4000 milhões de anos.
Outras posteriores conclusões houveram e que não deixaram dúvidas aos cientistas de que, os cometas possuem de facto uma quase enciclopédia de informação sobre o nosso Sistema Solar. Que existem cometas suicidas (cometas rasantes que se desintegram no encontro com o Sol!)
A 12 de Março de 2010, uma sonda da NASA observou que, há 40 milhões de anos, um cometa terá colidido com a Terra (no que se percepciona na extinção dos dinossauros que têm a datação de existência na Terra de há aproximadamente 65 milhões de anos). Nesse impacte de cometa enorme, designado «Impacte Cometário» na Terra, a destruição terá sido devastadora. Existem 84 cometas (até agora conhecidos) ao pé da Terra, em corpos ou artefactos gelados que nos circundam a todo o momento e que, serão assim efectivos agentes de destruição ou...de criação noutros planetas!
Assim sendo, apenas restará enunciar que, a bem da Humanidade, nenhum destes 84 portentosos gigantes gelados em torno de nós, na Terra, se venham a repercutir em desgraça, infortúnio e extinção da nossa espécie e vivência. E que, por vias de uma superior tecnologia, nos possa salvar da mesma agrura que um tal de nome «Shoemaker-Levy» colidindo com Júpiter (o maior planeta do nosso Sistema Solar) - em invasiva demanda de destruição - aí criou crateras do tamanho da Terra! Deus nos livre e guarde disso mesmo e, que essa força superior de Deus-Uno, Deus estelar ou Deus outra coisa qualquer...nos abrigue dessa má sorte em vizinhança hostil! A bem da Humanidade que assim seja!

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Sam Smith - I'm Not The Only One

A Artilharia do Espaço


Imagem Ilustrativa de Meteoritos sobre Planetas

Poderemos estar descansados ou, ao invés disso, ficar deveras preocupados com esta constante ameaça de meteoritos sobre a Terra? Haverá alguma forma de os travar sobre o planeta? E havendo, será realmente eficaz, no que todos desejamos em fragmentação e inocuidade perante um iminente impacte? Observando agora a Lua e Marte, registaremos o que provavelmente sucederia na Terra se um meteorito de grandes dimensões o nosso planeta atingisse?

Os Meteoritos sobre a Terra
Os meteoritos e a constante ameaça que representam para a Terra é sem dúvida e, ao longo dos tempos, uma temeridade humana. Nos inícios do século XX, a 30 de Outubro de 1937, a Terra escapou a uma possível destruição por menos de 3 segundos quando um planeta menor - Hermes - pesando cerca de 500 000 toneladas, passou por ela à distância de 800 000 km.
Uma ligeira alteração no ângulo da sua trajectória, e ele teria atravessado a atmosfera e chocado com o nosso planeta, provocando uma catástrofe que poderia destruir parte da sua população.
A ameaça de que a Terra possa ser atingida por um Meteorito Gigantesco pesa constantemente sobre nós. Os cientistas calculam que cerca de 7 meteoritos de pequenas dimensões vêm todos os anos enterrar-se na superfície da Terra, enquanto outros mergulham no mar.
A Terra é diariamente bombardeada por fragmentos pétreos espaciais chamados«Meteoróides», de dimensões geralmente pequenas e, que se desintegram com a fricção causada pela entrada na atmosfera. A trajectória do seu voo é assinalada por um brilho intenso que frequentemente se vê riscando o Céu nocturno.
Quando tal sucede, o Meteoróide desfaz-se em meteoros. Se um Meteoro consegue atingir a superfície terrestre, é conhecido como Meteorito.

Ferro Celeste
Os Meteoritos, compostos de pedra ou de uma liga de níquel e ferro, são usualmente arredondados, pois a fricção elimina-lhes as superfícies salientes. Fragmentos de Cometas e Asteróides (os Asteróides são planetas menores que povoam o vazio entre Júpiter e Marte) formam-se provavelmente, segundo acreditam os cientistas, no nosso Sistema Solar.
Há 20 000 anos, um meteorito de níquel e ferro, pesando aproximadamente 2 milhões de toneladas, abriu uma cratera com cerca de 1,5 km de diâmetro e 170 metros de profundidade no deserto do Arizona. A sua força destruidora foi superior à de uma bomba H de 30 Mt, ou sejam 30 milhões de toneladas de TNT.
Na manhã do dia 30 de Junho de 1908, uma área vastíssima da região de Tunguska, na Sibéria, foi totalmente devastada por um Meteorito Gigantesco.
As ondas de choque causadas pelo impacte foram tão violentas que um maquinista do caminho de ferro transiberiano, que se encontrava a 560 km de distância da área atingida pelo meteorito, pensou que a sua locomotiva explodira.
Devido à distância e às dificuldades de acesso da região onde se verificou o fenómeno, só em 1927 uma expedição científica pôde investigar o meteorito. O choque, cujos efeitos foram sentidos numa área superior a 400 000 ha, derrubou árvores num raio de vários quilómetros, embora não abrisse qualquer cratera.
O peso do Meteorito Siberiano está calculado em 1 milhão de toneladas. O Meteorito, cuja velocidade excedia os 146 000 km/h., rebentou antes de atingir a Terra.
A mais potente colisão de um meteorito até agora observada pelo homem ocorreu também na Sibéria em 1947. Centenas de pessoas viram uma brilhante bola de luz que se deslocava velozmente no Céu, em direcção ao Sul - deixando atrás de si um rasto de faíscas. Ao fim de 4 ou 5 segundos a bola desapareceu, erguendo-se na atmosfera,, a uma altura de 32 km - uma gigantesca coluna de fumo acastanhado.
Nas vertentes das montanhas de Sikhoe Alin, os investigadores descobriram mais de 100 crateras, cujas dimensões chegavam a atingir 23 metros de comprimento e 12 de profundidade.
Aparentemente, o meteorito explodiu imediatamente antes do impacte, espalhando ferro meteórico ao longo de quilómetros. Segundo os cálculos dos cientistas, o meteorito pesava cerca de 1000 toneladas.
Em diversos locais na Carolina, colisões de meteoritos verificadas nos últimos 50 000 anos abriram 3000 covas pouco profundas, rodeadas por paredes circulares de terra. As explosões e o calor gerados destruíram toda a vida existente numa área de cerca de 130 000 ha.


Na actualidade, e mais recentemente no dia 15 de Fevereiro de 2013, nos Montes Urais, na Rússia, houve uma ocorrência de certa forma trágica e não esperada que resultaria em mais de 1200 feridos e toda uma nação estupefacta perante o sucedido. Assim como o resto do mundo.
Em todos nós ficou bem presente aquela enorme bola de fogo, rastilho endemoninhado que rasgaria os céus da Rússia sem qualquer clemência. Foi observado por todos. Registado em vídeo e sentimento, supõe-se, de toda a nossa fragilidade humana ante um demónio de fogo em espécie de «artilharia espacial» que nos esventrou até a alma. Geográfica e biológicamente quem mais sofreu - para além da massa humana como é óbvio - foi o lago Chebarkul, por onde o imenso meteoro se estatizou. Este fragmento gigante deixaria pedaços de rocha porosa enegrecida - encontrados depois nesse mesmo congelado lago - na suposta interrogação de cientistas e demais investigadores de sua origem, proveniência e estrato, pois que poderiam ser ou não fragmentos ou meteoro, aquilo que terá então caído na Rússia. Até à data poucos pormenores nos são dados - ao público em geral - especulando-se muito e, como se sabe sempre nestas iguais circunstâncias...nem tudo é verdade mas também nem tudo será mentira, esperando que se faça luz sobre este e outros assuntos tabu, que não têm razão de ser.
Em relação à Lua e a Marte no que se regista em crateras imensas e inexistência de vida, remete-nos para essa mesma evidência de brutais impactes de múltiplos e rasantes em si, meteoros. Ou, em específica análise, a de um Meta-Meteorito em Marte. O planeta Vermelho terá sofrido algo do género em impacte brutal, provocando neste uma explosão colossal. As partículas solares destruíram a maior parte do planeta, registando-se depois - em consequência disso mesmo - um campo magnético fraco. Marte é hoje, frio, seco e desértico ao que se impõe até mesmo pelas imagens captadas pela sonda Curiosity-Rover no terreno. Desejaríamos isso para a Terra? Suponho que não.
Mas há que referir também e no meio de tudo isto de que, há avanços tecnológicos e outros...em sabedoria e maiores conclusões científicas, no que nos auspiciará novos tempos e novas mudanças e acções a nível espacial. A sonda Mars Global Survyver (M 04 - 00291) registou túneis em Marte, vestígios fósseis de um rio marciano e, na sua densa atmosfera, a elevada concentração de dióxido de carbono (CO 2). Houve vida então, insinuante nestas mesmas descobertas, o que é optimista e deveras positivo no que se tenta elucidar e não efabular sobre Marte. Mas a questão permanece: haverá hoje tecnologia suficiente e, potente o suficiente, para derrubar tamanho gigante que se aproxime da Terra?...Não o sabemos. O que se interpõe dizer, em jeito de conclusão e beneplácito desta Nova Era Espacial que se avizinha é a de que, já há razões efectivas para se acreditar na vida noutros planetas, sendo estes: Kepler 62 e/ Gliese 581 g/ Gliese 667 c/ Kepler 22 b/ Tav Ceti c/ Kepler 62 f/ Gliese 163 c/ HD 40307 g/ Gliese 581 d.

Potencialidade - ou credibilização deste nosso conceito de vida - assim se augura e deseja que hajam outros novos e distintos planetas que (sofrendo ou não com esta mesma repercussão espacial terrífica de colisão de meteoritos no seu território e espaço interno), com estes venhamos um dia a aprender e, a franquear, sobre a eventualidade desta «Artilharia do Espaço» - nos ser invasiva.  Assim o possamos também confrontar, defendendo-nos pontual e incisivamente em tecnologia supostamente superior - pelo menos até à data. Ou, há que conhecemos até hoje...
Esperando sinceramente que em futuro próximo nenhuma destas ocorrências se registem - de insinuantes Meteoritos destruidores sobre a Terra - e, havendo a preservação e pacificação dos povos e bens no planeta em continuação da Humanidade, assim se registe, assim se aluda...e assim seja...além os tempos!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

OVNI visita Cometa 67P Churyumov Gerasimenko (sonda Rosetta)

A Bola de Fogo


Visualização do Cometa Halley

Que espectacularidade é esta a do Cometa Halley que, desde há milénios até aos dias de hoje, nos mantém reféns de si na Terra, ante tão bela perspectiva visual mas, simultaneamente, tão temeroso em todos nós? Que «Bola de Fogo» é esta então, que nos seduz, encanta e faz render ao longo dos séculos em observações astronómicas de relevo, sob um Céu surpreendente de estrelas cadentes em si? Será a aparição de Halley, o prenúncio de algo mais crepuscular e nocivo à Terra ou longe disso, em natural viagem sua - e de um espaço só seu - em Cosmos infinitamente maravilhoso?

Temíveis Presságios no Céu
Os Cometas - fogos de artifício nos céus - Oráculos de desastres na Terra. Quando observavam um cometa nos céus, os povos antigos eram possuídos de pavor.
Uma Bola de Fogo de volume equivalente ao de metade do da Lua, com uma cauda que se estendia pelo Firmamento, devia obviamente pressagiar acontecimentos funestos, uma vez que perturbações nos céus - o local habitado por deuses caprichosos - significavam forçosamente perigo na Terra.
Já na Era de Cristo se pensava que os cometas anunciavam acontecimentos funestos. Em 1066, foi observado um cometa quando Guilherme, o Conquistador, se preparava para invadir a Inglaterra. Pouco tempo depois, quando Haroldo, o Rei Saxão, foi derrotado por Guilherme, os anciãos relacionaram ambos os factos.
Embora actualmente não sejam, de modo geral, considerados como prenúncios escatológicos, os cometas continuam a intrigar os cientistas. Tal como a Terra e os outros planetas descrevem órbitas em torno do Sol. Contudo, muitos deles deslocam-se a tão grandes distâncias no Espaço que apenas são visíveis da Terra, uma ou duas vezes em cada século - ou ainda menos frequentemente.
Ainda que a sua composição continue a ser objecto de conjecturas, sabe-se que não são sólidos como os meteoritos, mas compostos de pequenas partículas geladas e, de gases milhões de vezes, menos densos do que o ar.
Segundo alguns cientistas, o núcleo de um cometa é semelhante a uma «bola de neve suja». Parece, contudo, ser opinião geral que os cometas são objectos sem consistência, que pouco mais causariam além de prejuízos locais, no caso de colidirem com a Terra.
Admite-se que a cauda do cometa é composta de gás e poeiras extraídas do núcleo do mesmo pela irradiação solar.
Um Cometa não emite luz, apenas reflecte a luz do Sol. Assim, a sua luminosidade aumenta de intensidade à medida que o astro se aproxima do Sol e decresce à medida que aquele se afasta no Espaço.

Observado com Regularidade
Embora haja alguns cometas de pequenas dimensões que descrevem órbitas em torno do Sol - de períodos de 2 ou 3 anos - o único verdadeiramente brilhante a ser observado com regularidade é o Cometa de Halley. Ao examiná-lo, em 1682, Edmond Halley, os astrónomo real britânico, ventilou a hipótese de este ser o mesmo cometa brilhante que fora detectado várias vezes no passado.
Estudando os registos existentes, concluiu que o cometa aparecia de facto todos os 76 anos, sendo o mesmo fenómeno que precedera a Batalha de Hastings.
A descoberta de Halley veio permitir aos historiadores localizarem no tempo acontecimentos que, segundo descrições antigas, haviam sido precedidos pelo aparecimento de um cometa fatídico.
Em 1973 gerou-se uma certa expectativa em torno da aparição de um cometa até então desconhecido - o Kohoutek, assim chamado em homenagem ao seu descobridor, o astrónomo checoslovaco Lubos Kohoutek - o qual, segundo se esperava, apresentaria uma cauda brilhante, e que os astronautas americanos que descreviam órbitas em torno da Terra no Laboratório Espacial «Skylab» se prepararam para fotografar.
Os factos, porém, não corresponderam à expectativa. Segundo cientistas soviéticos, uma camada de poeira cósmica impediu a formação da cauda do Kohoutek, que seria visível em todo o mundo.

21/22 de Outubro de 2014
O Cometa Halley retorna assim ao Céu, e isto é uma frase retirada da informação actual e presente nas redes sociais na iminente perspectiva de uma nova observação do Cometa Halley!
O Cometa Halley vai deixar então um rasto de poeira cósmica, enquanto se desloca pelo Sistema Solar. Nos exactos dias 21/22 de Outubro, a Terra vai passar por remanescentes do cometa, enquanto esta orbita o Sol. As partículas do cometa fluem para a nossa atmosfera na Terra, mas não há perigo algum (segundo os cientistas): Elas são minúsculas (partículas), não maiores do que grãos de café instantâneo, regista-se então. Viajando a alta velocidade elas queimam-se sem causar ou provocar danos, em cerca de 60 quilómetros, acima da superfície da Terra!
O resultado é assim uma espécie de queima de fogos - ou fogo de artifício - cósmicos. E, em chuva de Meteoros. Os Meteoros vêm em trajectórias paralelas, mas a distância faz com que pareçam emanar de um ponto no Céu (semelhante ao que se visiona sobre as pistas de auto-estrada que parecem convergir).
Não sei se as perspectivas actuais serão ou não demasiado altas para o tanto que se deseja observar, registar e, se possível, consolidar sobre esta mesma observação do Cometa Halley no exacto dia em que estou a escrever este texto mas, auspicia-se tal. Será de facto um espectáculo maravilhoso poder assistir a tão festiva obra dos céus e por certo, da omnipotência estelar. Assim sendo, poderá inclusive haver uma eminência de aproximadamente 25 estrelas cadentes por hora. São os chamados Meteoros em movimento rápido, deixando uma «poeira» persistente atrás deles - após a sua incineração.

Em actualidade máxima, há ainda o registo de que o Cometa 2013 A-1, descoberto pelo astrónomo britânico Rob Mc Naught, do Observatório Siding Springs, na Austrália, irá passar brevemente também a uma distância de 120 mil quilómetros de Marte! Para além de - em objectividade e interesse mundial - de exímia e pontual informação de que, Rosetta - a Sonda Espacial da ESA - vai ser a primeira Nave Espacial a testemunhar as mudanças de um cometa que fica exposto à radiação solar! Rosetta descolou da Guiana Francesa em Março de 2004 para, vir agora revelar ao mundo, a sua missão em Cometa 67 P (Churyumov-Gerasimenko) que viaja entre as órbitas da Terra e de Júpiter. Colocando uma sonda Philae na superfície deste cometa, em breve saberemos se foi feliz ou não na sua objectiva e concretizada missão e, finalidade, que tanto os cientistas aguardam.
Nada mais a acrescentar, desejando-se toda a sorte do mundo em pesquisa, análise e proventos futuros espaciais, no que a Humanidade toda ela se baseia, investe e progride - tanto na Ciência obtida, como num mais lato conhecimento e obreira condição de estarmos sempre um passo à frente e não atrás - de toda uma sabedoria (ou quiçá sapiência universal) de interesses vários. Pois que assim seja, a bem desta mesma Humanidade que somos todos nós!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

A Enigmática Lua


Foto do Astronauta Norte-Americano Edwin E. Aldrin na Lua, tirada pelo seu companheiro, o Astronauta Neil Armstrong, ambos tripulantes da Apollo-11

Que mistérios encerra este tão enigmático Satélite - fonte de mitos e lendas ao longo dos tempos - numa suposta complexidade, ultrapassando todas as barreiras de suposições dos cientistas? E que, perante novas investidas de sondas, recolha de elementos e amostras da superfície lunar (e posteriormente em Marte) se deparou com nova informação, compreendendo assim a actividade do Sol, no qual este manterá a vida sobre a Terra...ou não. Haverá futuro na Terra, pelo que se conheceu da Lua? A Panspermia - do que se sabe na actualidade - será toda a nossa verdadeira origem na Terra?

"Onde uma pedra pode permanecer intacta 3000 milhões de anos!"

Mistérios da Lua
Mesmo com as amostras de rocha que as missões Apollo trouxeram consigo para a Terra, deixaram sem resposta os muitos enigmas da Lua, que continua a ser, actualmente, o Satélite controverso - fonte de mitos e lendas, desde que o homem pré-histórico o contemplou - e se interrogou a seu respeito.
A Lua é o mais próximo companheiro da Terra na sua interminável jornada em torno do Sol. A distância entre a Terra e a Lua é de 382 000 km. São precisos 27,3 dias para a Lua completar uma revolução em torno da Terra; tempo que coincide exactamente com o de que necessita para descrever uma volta completa em torno do seu próprio eixo. Tal facto significa que a Lua permanece imobilizada em relação ao movimento da Terra, apresentando-lhe sempre a mesma face. Só aos astronautas, até agora, foi dado contemplar a outra. Ainda que, na actualidade mais recente, se tenham imposto mais imagens desta por vias de uma tecnologia superior que a NASA e a ESA têm vindo a repercutir em revelação ao mundo.
Chegou a pensar-se que que a Lua fora parte da Terra e se desprendera, deixando um enormíssimo vazio, agora preenchido pelo Oceano Pacífico. Esta teoria há muito que foi posta de lado por cálculos matemáticos, que demonstraram assim não haver correspondência entre as dimensões da Lua e o volume do Oceano Pacífico.
Provavelmente, a Lua e a Terra surgiram concomitantemente - há aproximadamente 4700 milhões de anos - processando-se a sua formação a partir da mesma acumulação de poeiras e gases transportados nos ventos solares do Sol.

A Sonda Russa
Em Outubro de 1959, uma sonda lunar soviética - Luna III - circulou em torno da Lua e tirou fotografias, mais tarde transmitidas para a Terra. Tal como se esperava, essas fotografias revelaram a existência de montanhas, vales e crateras, mas nenhum sinal de vida. Por meados de 1976 reconhecer-se-ia que a Lua era completamente estéril - tal como, no pensamento de então, o foi ao longo de toda a sua história dominada pela violência.
Actualmente, (2014), surgiram outros rumores e afirmações dadas pelo astronauta da USAF, William Rutledge em revelações bombásticas sobre as várias missões da Apollo (14/17) que terão explorado a região polar do lado escuro da Lua, em término de uma Apollo 20 que terá - subsequentemente também - pesquisado internamente uma suposta Nave-Mãe aí implantada. W. Rotledge revelaria ao mundo - atónito com esta sua audaz confirmação - da existência de uma antiga cidade na Lua (agora desactivada e sem vida) em que a sua incisiva missão era recuperar a antiga tecnologia alienígena!
Retornando à década de 70, desde então, mais sondas - incluindo as missões tripuladas Apollo - investigaram a face oculta da Lua, como já foi referido, o que permitiu que os cientistas viessem a dispor de mapas pormenorizados de toda a superfície do planeta.
Em Julho de 1969 foi entregue, no Lunar Receiving Laboratory de Houston, no Texas - em embalagens de chumbo seladas - a carga mais valiosa da História. Consistia em 22,5 kg de rocha e poeira recolhidos na Lua, no Mar da Tranquilidade, trazidos para a Terra pela tripulação da Apollo-11.
Esta nave trouxe 46 fragmentos de rocha, todos retirados da camada superior da superfície lunar. Eram de pequenas dimensões, de tamanhos compreendidos entre o de uma ervilha e 12 centímetros de comprimento. Embora à primeira vista apresentassem bastantes semelhanças com as vulgares pedras terráqueas, ao serem observados através de microscópios, esses fragmentos revelaram diferenças surpreendentes.
As pedras lunares apresentavam pequenas marcas, semelhantes a picadas de varíola, raiadas de cristal. Algumas eram revestidas de fragmentos vítreos que formavam manchas esbranquiçadas à superfície. Enquanto apenas uma parcela escassa de vidro entra na composição do solo da Terra, as amostras do solo lunar revelaram-se compostas de 50% de vidro - a maior parte duro, angular e incolor. Outros 10% das partículas de vidro eram esféricos e de cores vermelha, castanha, verde, amarela e violeta.

Proporções Diferentes
Todas as pedras provenientes da Terra, da Lua ou de qualquer outro lugar são compostas basicamente dos mesmos elementos que existiam no Espaço antes da formação do Sistema Solar, o que justifica o facto de os cientistas não terem encontrado nas pedras lunares elementos de composição diversos dos que existem nas pedras da Terra, mas agrupados em proporções diferentes.
A proporção de Urânio em relação ao Potássio, por exemplo, era 4 vezes mais elevada nas pedras retiradas do solo lunar do que nas da Terra e, 15 vezes superior à proporção em amostras de meteoritos encontrados na Terra. Na totalidade, foram detectados nas rochas lunares 68 dos elementos conhecidos, em número superior a 100.
O enigma da Lua foi acentuado pelos investigadores que experimentaram os efeitos da poeira lunar em bactérias e plantas. Algumas bactérias foram submetidas a contacto com 4 amostras da superfície lunar, 3 das quais não lhes provocaram qualquer efeito. Quando, porém, foram expostas à acção de amostras do subsolo trazidas pela Apollo-12, morreram, não tendo ainda sido encontrada qualquer explicação para os resultados das experiências.
Durante outros testes, o milho, planta de maior complexidade, não revelou aparentemente sofrer qualquer efeito do contacto com as amostras lunares. No entanto, algas simples - expostas à poeira lunar - pareceram desenvolver-se graças ao «alimento» proveniente do Espaço, acentuando-se, sem qualquer razão aparente, a coloração verde que apresentam.

Gases Solares
Os cientistas já conseguiram, porém, obter algumas informações que podem conduzir a modificações sobre o actual conhecimento do Universo. Sabe-se agora que as pedras lunares contêm partículas solares, nelas incluídas sob a forma de gases, os quais podem fornecer a chave-vital que permite compreender a actividade do Sol e calcular até quando este manterá a vida sobre a Terra.
O facto é que o grau de complexidade da Lua, ultrapassa as suposições dos cientistas. O astro em questão não é uma espécie de bola de bilhar congelada no espaço e no tempo, como à priori se pensara. Foi uma massa vulcânica activa há 4600 milhões de anos, que mais tarde mergulhou num silêncio eterno.
As primeiras pedras encontradas pelos astronautas tinham mais de 3000 milhões de anos, tendo-se descoberto que, pelos padrões lunares, eram relativamente recentes. Pelo menos uma das pedras tinha 4600 milhões de anos. Na Terra, só pesquisando remotas fendas no solo africano é possível encontrar pedras com 3500 milhões de anos.
É importante salientar o facto de, estas rochas lunares, não terem sido sujeitas à erosão dos ventos, da água e das outras forças existentes na Terra. As pedras recolhidas pelos astronautas permaneciam no local em que se encontravam há 3000 milhões de anos - sem se moverem um milímetro sequer!

Extrapolando um pouco ou nem tanto, mas acrescido que sobre estes temas os cientistas se têm imperado, há que referir o que na actualidade já se sabe, até por vias de novas investidas sobre o planeta Marte. O meteorito ALH 84001 que, revelaria então aos cientistas pequenas esferas de carbonato que se formaram organicamente. Chegaram à conclusão de que havia de facto microrganismos desenvolvidos em Marte! Mineral Cálcio, Microbactérias (Nanobactérias) que vivem no interior das pedras sem depender da energia solar, como uma espécie de sobreviventes-natos.
Outros desenvolvimentos além a Lua e mesmo além Marte se têm instituído nesta última década de invasão espacial ultra e ergo-dinâmica em toda a sua dimensão pelo que a NASA, a ESA e outras entidades espaciais por todo o mundo se têm induzido. Houve a fantástica descoberta em revelação ao mundo (criando alguma polémica) sobre a Panspermia na célebre já teoria das primeiras formas de vida no planeta Terra. Acredita-se que, pelo impacto dos meteoritos nos oceanos, houve a formação de complexas moléculas orgânicas que mais tarde originaram vida.
Na Panspermia Cósmica em espécie de teoria embrionária dos primeiros seres vivos da Terra terem origem nos «Cosmozoários» - microrganismos flutuantes no Espaço Cósmico (Espaço C). E que, pelo impacto aí instado do meteoro nos oceanos da Terra - em ocorrência «natural» ou provocada ingerência cósmica (e estelar), criando amnioácidos simples e ácidos graxos. Toda esta sapiência cósmica foi dada a saber ao mundo pela «mão» da Galáxia NGC 5426/NGC 5427.
Por último e só em jeito de referência máxima, do que se sabe hoje da verdadeira magnitude e resistência destas bactérias no Espaço, temos a mais poderosa de todas, ou seja, de facto a mais resistente: a Bactéria «Deinococcus». Entre outras não tão resistentes mas quase nessa mesma plataforma, tais como: (Lua) Bactéria «Streptococcus Mitis Comuns» com uma sobrevivência microbiana interplanetária! Existem ainda outros 5 organismos que podem viajar no Espaço. São eles: 1 - UO - 20 (cerveja). 2 - O «Sea Plankton» (Partenogénese ou reprodução não-assexuada) ex: Pulgas de água. 3 - Lichen (Líquen). 4 - Esporos de Bacillus pumilus Saf. - 032 (forma endósporos dormentes e não-reprodutivos). 5 - Tardigrades. Micro- animais aquáticos com 8 pernas; «Tardigradum Milnesium» - reproduzem-se sexualmente através da Partenogénese (reprodução assexuada).

Múltiplas missões, projectos, descobertas e revelações ao mundo são-nos dadas quase diariamente - ou sequencialmente - a cada dia que passa em maravilhas vindas do Espaço, únicas, em beleza e certa fantasia intocável que só podemos mesmo admirar. Talvez um dia, quem sabe...todo este imenso Cosmos e fantástico Universo se nos redescubra também em presença mais efectiva. Por enquanto, vamos sonhando com as maravilhosas imagens das muitas galáxias que nos rodeiam, desde a NGC 1433 (que está a 32 milhões de anos-luz da Terra), à NGC 6302, a «minha» Nebulosa Planetária preferida e que a Hubble 3 captou (em 2009) em portento de seu exímio Telescópio Espacial, estando a 4000 anos-luz de distância da Terra na Constelação de Escorpião, com uma temperatura de 250 mil graus centígrados (no centro o calor é ainda maior!). A sua composição química nos leques pode conter carbonatos como o «Calcitel» (em evidência quase exacta de ter havido água líquida no passado). É formada por gases e radiação ultra-violeta, sendo 35 vezes maior que a superfície do Sol! O Complexo move-se a mais de 960 km por hora no Espaço - velocidade capaz de levar um homem à Lua em 24 minutos!  Chamam-lhe «Borboleta», no que até sou suspeita por a ter escolhido para o meu blog. Ou então...foi ela, a belíssima NGC 6302 que me escolheu a mim...não sei. Só sei que é maravilhosa! E enigmática...tão ou mais do que a Lua...! E que um dia, certamente...tornarei a ver e a continuar a respeitar doce e subtilmente como sempre faço. Até lá, que a Humanidade evolua, os homens possam angariar mais do que apenas imagens - mas em devida condição sua - de um maior conhecimento que não a de conquista e, todo o Cosmos, nos possa ser então uma feliz e saudável surpresa na comunhão de esforços e sentimentos de podermos augurar mais, saber mais, estudar e pesquisar mais, muito mais...além o próprio Universo. Que a bem da Humanidade assim seja então!


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A Bela Estrela Amarela


A Anã Amarela - O Sol

Será exactamente como a definem os Astrónomos, uma Estrela normal como milhões de outras ou, por conseguinte, a mais mágicas de todas as estrelas que nos acorda, aquece e protege ao longo de milénios? Mas, inversamente a isso, que consequências poderá trazer para o planeta-Terra, as suas erupções solares? Sobreviverá o ser humano ao percurso do Sol quando este atingir a fase de Anã Branca?

O Sol Selvagem
Uma Estrela normal, como milhões de outras...embora, segundo a ordem do Universo, o Sol seja uma estrela vulgar, típica, de tamanho médio, a sua energia e violência quase desafiam a imaginação.
É uma massa densa de matéria incandescente, com 1 milhão de vezes o volume da Terra e, num estado de actividade nuclear permanente. Cada segundo, 4 milhões de toneladas de hidrogénio são destruídos em explosões que têm início algures - perto do núcleo - onde a temperatura é de 13 milhões de graus centígrados.
Esta Estrela normal irradia em cada segundo mais energia do que a que o homem dependeu desde o dealbar da civilização.
As reservas totais da Terra em petróleo, carvão e madeira alimentariam o dispêndio de energia solar aplicada na Terra durante apenas escassos dias.
A enorme explosão termonuclear que se verifica no núcleo do Sol, onde 564 milhões de toneladas de hidrogénio se fundem para formar hélio, projecta do astro, com a força de 1000 milhões de bombas de hidrogénio, línguas incandescentes desse gás. A matéria que se encontra no núcleo solar está submetida a uma temperatura tão elevada que, um fragmento dela com as dimensões de uma cabeça de alfinete, irradiaria calor suficiente para matar um homem a 160 milhões de quilómetros de distância!

Bomba que se consome...lentamente
O Sol é, por conseguinte, como uma enorme bomba de hidrogénio ardendo lentamente. São somente as suas dimensões gigantescas que tornam tão fantástica a sua produção de energia. Na realidade, essa produção, relativamente ao volume, corresponde apenas a um quinto da que se verifica no corpo humano.
Por vezes, a superfície do Sol é alterada por sombras escuras conhecidas como manchas solares, com o comprimento de milhares de quilómetros, provavelmente causadas por perturbações magnéticas - ainda não inteiramente compreendidas. Da superfície do Sol, irrompem a cada segundo dezenas de milhares de jactos de gás incandescente - chamados «Faculae» - que se projectam a alturas de 9600 km e voltam a cair no espaço de minutos.
As manchas solares aparecem em ciclos de aproximadamente 11 anos, surgindo paralelamente fenómenos terrestres de variação das Auroras Boreais, tempestades magnéticas e interrupções nas transmissões de rádio - em ciclos de igual duração.

Fulgurações Solares
Na atmosfera exterior do Sol - ou Coroa - jactos de gás luminoso, ou protuberâncias, pequenos comparados com as Fulgurações Solares, formam arcos de 160 000 km.
As Fulgurações Solares emitem ondas electromagnéticas, que se deslocam à velocidade da luz e atingem a Terra em cerca de 8 minutos, seguidas por outras partículas que chegam ao nosso planeta ao fim de de meia hora e, por outras mais lentas ainda, que chegam um dia mais tarde.
Uma das Fulgurações Solares mais intensas ocorreu a 12 de Novembro de 1960. Os Astrónomos detectaram uma gigantesca explosão no Sol. Em consequência, uma nuvem de hidrogénio - com 16 milhões de quilómetros de largura e estendendo-se ao longo de 74 milhões de quilómetros - colidiu com a Terra, provocando uma sucessão de violentas perturbações.
As Auroras Polares, normalmente observadas num raio de 2400 km dos pólos, revelaram-se sensivelmente mais espectaculares e mia coloridas do que habitualmente, facto causado pelas partículas de radiação solar que penetravam na zona superior da atmosfera.
Dois dias mais tarde, os Tele-Impressores transmitiam mensagens sem nexo e as comunicações via rádio encontravam-se interrompidas. As luzes eléctricas vacilavam como se trovejasse, embora o Céu se apresentasse límpido. Alguns destes efeitos mantiveram-se durante uma semana.
Uma explicação sugerida para este facto foi a de, as Radiações Solares, emitirem núcleos de átomos de hidrogénio e electrões, os quais, deslocando-se a uma velocidade que medeia entre os 640 e os 960 km/s., começariam a atingir a atmosfera terrestre cerca de 50 horas depois de produzida a Fulguração e, causariam essas perturbações.

Uma Anã Amarela - O nosso Sol
O Sol é classificado como uma Anã Amarela, a meio caminho entre as estrelas de maiores e mais pequenas dimensões e entre as estrelas mais quentes, branco-azuladas, e as mais frias, vermelhas.
O brilho de Rigel (B Orionis), por exemplo, é entre 25 000 e 50 000 vezes mais intenso. A estrela Antares (ou Scorpii), de temperatura pouco elevada, é uma super-gigante vermelha 27 milhões de vezes mais volumosa.
Embora a reacção química que mantém o brilho do Sol implique uma perda de matéria de cerca de 4 milhões de toneladas por segundo, o Sol é tão volumoso que não deve transformar-se numa gigante vermelha antes de 8000 milhões de anos.
Quando tal acontecer, libertar-se-à calor em quantidades tão elevadas que, mesmo que a Terra não seja consumida, a vida tal como actualmente existe não poderá manter-se. Contudo, ainda que os habitantes da Terra dessa época consigam - de alguma forma - proteger-se do calor, os seus descendentes terão de enfrentar o frio extremo que se seguirá depois de o Sol atingir a fase de Anã Branca.

A História Triste de Hsi e Ho
Um dia, no ano de 2136 a. C., um Dragão esfomeado tentou devorar o Sol. O Imperador da China e o seu povo ficaram aterrorizados.
De começo, uma pequena dentada destruiu uma parcela do disco. Depois, um quarto, metade, e subitamente o Sol inteiro...tinham desaparecido; restava apenas um estranho círculo de luz branca em torno do espaço negro que o disco incandescente ocupara.
Os Chineses, assustados mas engenhosos, sabiam o que fazer. No estranho crepúsculo em que haviam mergulhado, correram, gritando e insultando o Dragão, tocando tambores, fazendo soar gongos e batendo com instrumentos musicais sagrados uns nos outros, até que o Dragão assustado, se afastou relutantemente da refeição ainda por devorar.
O Sol foi salvo, mas o Imperador - agora mais enraivecido do que assustado - ordenou que os astrónomos imperiais, Hsi e Ho, fossem então decapitados por não o terem avisado a tempo da aproximação do Dragão.
Desde há muito que são motivo de divertimento para os Astrónomos, os versos de autor anónimo que chegaram até nós como o seu epitáfio:
Aqui jazem Hsi e Ho
De destino triste, mas visível:
Foram mortos porque não viram
O Eclipse que era invisível.

Hsi e Ho, como astrónomos experientes, deviam ter previsto o Eclipse total do Sol - observado nessa época na China - uma vez que este ocorre todos os 18 ou 19 anos.
O que sucede é que, movendo-se a Lua em torno da Terra - e girando esta em redor do Sol - se verifica por vezes um alinhamento perfeito dos 3 astros, em consequência do qual a Lua oculta a luz solar, que deixa de ver-se da Terra durante um período de tempo que pode prolongar-se até 7,5 minutos. Não se desejando mais que a ignorância ou a prepotência arrogada de alguns faça mais vítimas - mesmo na actualidade - há que estudar então estes fenómenos em todo o seu rigor e conceptualização astral, sem receios ou medos que são obviamente infundados em toda a Ciência da Astronomia, Astrofísica e sequenciais vertentes tanto de Eclipses como desta nossa bela estrela que se designa por Sol! Assim sendo, e a bem da Humanidade, este possa continuar a brilhar em fulgurante amostragem, ainda que nos faça temer por suas erupções ou fulgurações solares num futuro próximo, bloqueando comunicações e toda a nossa energia eléctrica em sub-consequência por todo o planeta Terra. Mas vamos ser optimistas e, congratularmos em nós, todo esse potencial de Estrela normal e Anã Amarela que é, em toda a sua capacidade na distância - e substância - nos continuar a originar e a desenvolver vida no planeta. Assim desejamos, assim possa continuar a ser!