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segunda-feira, 3 de março de 2014

A Saga Voadora


Dolomitas  -  Maciço nos Alpes Italianos

De onde viriam estes poderosos aliados - povo dos manetas - que, a voar pelos ares, se apressavam a vir em ajuda dos Fànes? Terão sido estes seres celestiais ou seres humanos cujos estados de espírito extraordinário eram descritos deste modo? Que histórias e lendas são estas que nos falam de seres humanos voadores em saga perfeitamente ilusória, mitológica ou apenas a verdade dos factos?

Dolomitas - O Reino dos Guerreiros Manetas
Cerca de 300 mil desenhos nas encostas da região de Val Camonica, no Norte de Itália, fornecem detalhes acerca do quotidiano dos seres humanos na Idade do Bronze e, na Idade do Ferro. Durante séculos, os antigos habitantes desta região riscaram motivos relacionados com a caça, com a sua vida comunitária e os seus cultos rituais nas paredes de pedra dura, alisadas pela passagem dos glaciares aquando do período glacial. Serão estas representações primitivas capazes de fornecer mais informações acerca do rei mítico que governou o reino lendário de Fànis, situado nos Dolomitas? E acerca dos seus invulgares aliados, o «povo dos manetas»?

O Esqueleto da Mula
Uma outra figura sinistra acerca da qual nesta região dos Dolomitas ainda hoje em dia muito se conta é a Spina de Mùl, um pretensioso esqueleto de mula que em tempos remotos e sombrios terá vagueado pelas imediações de Cortina d`Ampezzo a fazer das suas. Por detrás desta assombração estava a mão do mestre feiticeiro Spina, que - de acordo com velhas lendas - gostava de se passear assumindo a forma de um muar de aspecto semiputrefacto. Tinha em sua posse uma pedra milagrosa chamada «rayèta» que posteriormente, e de modo algo enigmático, foi parar às mãos do Rei de Fànis.

Fortificação a 2600 metros de Altitude
Se bem que para o etnólogo Karl Felix Wolff a Spina de Mùl mais não seja do que uma construção da fantasia humana, já que a lenda em redor do Rei de Fànis lhe parece historicamente comprovável.
Muitos anos volvidos sobre as anotações de K. Wolff, um arqueólogo e engenheiro da cidade italiana de Bolzano, o doutor Georg Innerebner, descobriu em 1953 nas alturas pedregosas e desérticas dos Alpes - a 2600 metros de altitude - o que restava de uma fortificação pré-histórica. Já escavações superficiais haviam conduzido à descoberta dos estábulos desta fortificação, tendo revelado também cinzas de fogueiras há muito extintas e, fragmentos de recipientes de barro.
A datação dos artefactos aponta para o final da Idade do Bronze, portanto entre os anos 1000 e 800 a. C.

Vestígios bastante Abrangentes
Com efeito, antes da invasão romana, viviam nos Dolomitas cerca de 200 tribos, de cuja presença não apenas os muitos milhares de figuras rupestres prestam testemunho, mas também algumas centenas de lendas transmitidas ao longo dos tempos por via oral. A quantidade abrangente de vestígios que existe refere alguns dos povos subjugados pelo Rei de Fànis, como é o caso dos Cayùtes ou dos Peleghétes, que acabaram por se aliar com estes contra um inimigo comum, os Romanos.
Porém, também os Fànes (o território ocupado por esta tribo era conhecido como Fànis) possuíam aliados poderosos - nomeadamente, o povo dos manetas - que, a voar pelos ares, se apressavam a vir em ajuda dos Fànes. De onde vinham, é algo que as lendas não fazem referência. A única coisa que a tradição revela é o facto de se lançarem dos ares vestidos como águias, cada um deles com uma espada na mão.
Entre as numerosas figuras rupestres pré-históricas na região de Val Camonica - o vale pelo qual corre o rio Oglio - encontram-se também invulgares figuras aladas. Talvez se trate de representações de seres celestiais ou então de seres humanos, cujos estados de espíritos extraordinários eram descritos deste modo.

Símbolos e Sinais Gráficos
O professor Emmanuel Anati, um arqueólogo italiano que andou a investigar esta região de 1961 a 1975, considera as quase 300 mil figuras de tempos pré-históricos a «mais importante e substancial colecção de arte rupestre conhecida na Europa». A par de representações de animais, construções e pessoas palafíticas, existem também símbolos e sinais gráficos antigos até hoje não decifrados.

Corpos sem Pernas
A confundir ainda mais aqueles que investigam os tempos da Antiguidade mais remota, havia a representação de cenas de luta entre guerreiros em extensas áreas mais lisas dos rochedos, por exemplo, a de um cavaleiro estilizado, soldados de infantaria, bem como de pessoas feridas de morte que surgiam representadas como corpos sem pernas. Espantoso é também o facto de os guerreiros vitoriosos serem pintados como manetas. Terão estes guerreiros de um só braço, que se erguiam no ar e de lá se lançavam como se fossem aves, realmente existido? Os povos primitivos praticavam por vezes rituais religiosos que implicavam a automutilação, por exemplo, a amputação de uma perna, de um braço ou de um peito (no caso das Amazonas). Para além disso, por todo o espaço Alpino difundiram-se histórias e lendas acerca de seres humanos voadores.

Carros Voadores na China
Em 1943, o professor Fuchs, um médico alemão, trouxe consigo da China cópias de livros antigos, nas quais se fazia referência a carros movidos pelo vento existentes no Império do Meio, os quais haviam sido utilizados há cerca de 3700 anos por um povo conhecido como Tchi-Kung, o «povo dos manetas».
Também numa obra do século III denominada "Po-Wu-Tchi" é confirmado que o povo Tchi-Kung já há mais de 2000 anos era capaz de se fazer transportar em carros voadores e que, se o vento estivesse de feição, podiam mesmo vencer grandes distâncias com esse meio de transporte.

Transportado pelo Vento
Quando estes representantes chineses do povo dos manetas vieram nos seus invulgares veículos assistir à «Assembleia dos 1800 Povos» - cuja realização não é historicamente comprovável - consta que terão sido trazidos pelo vento que soprava de Ocidente. De acordo com a tradição oral, a sua terra de origem ficava a uma distância de «40 mil li» para Oeste.
Para os Chineses, um tal número equivalia a uma distância indescritivelmente vasta, muito para lá das fronteiras do Império do Meio, talvez até nos antípodas. Se, contudo, os «manetas voadores» a que a tradição chinesa se refere e, os manetas das lendas alpinas são um e o mesmo povo, é algo que se desconhece.

A Irmã do Feiticeiro
Também noutras fontes da tradição oral chinesa se encontram referências ao povo Tchi-Kung. «Em conjunto com o vento, concentraram-se e inventaram um veículo voador, que subia e descia, consoante o caminho que tomasse, e os trouxe como convidados até à presença do Imperador T`ang». Assim se pode ler num texto do poeta Kuo-Po (270-324 d. C.)
Numa obra editada em 1341 e chamada Ku-Yu-T`u, pode ler-se o seguinte: "Há muito, muito tempo, reinava então o Imperador Tcheng (1115-1077 a. C.), a terra dos manetas enviou uma comitiva de emissários com presentes de tributo, a qual veio sentada num carro com penas, que chegou até cá empurrado pelo vento."
Digna de nota continua a ser uma curiosa semelhança entre os nomes do povo Chinês conhecido por Tchi-Kung e, o da irmã do feiticeiro Spina de Mùl, o tal que vivia nos Dolomitas e que possuía a pedra milagrosa: o nome dela era Tsikúta.

O paralelismo civilizacional entre Tchi-Kung e a tribo dos Fànes - para além do povo dos manetas - induz-nos a considerar nesta «estranha« coincidência, toda uma corrente de povo originário dos antípodas ou muito provavelmente, também de fora do planeta, pelo que evidenciavam em voo latente. Poderá ser especulativo mas não sem alguma razão se acaso referirmos - em registo documental de ambas as tradições e lendas contadas através dos tempos - da singularidade apresentada sobre os hipotéticos veículos voadores na Antiguidade. Já nada nos surpreende, pelo que em estudo, pesquisa e investigação, os cientistas e historiadores mundiais nos vão elucidando do que existencialmente houve em preponderância - e apenas podemos imaginar hoje em toda a sua opulência e magnificência (também pelas figuras rupestres aqui deixadas nos Dolomitas) - a eventualidade dessa saga voadora. Só consistiremos em maior fluidez de conhecimentos e cultura em futuro próximo, se primeiro o fizermos do nosso sólido passado, pois só assim recrudescemos, evoluindo como espécie humana. Mesmo que por vezes, tenhamos a consciência de duvidar, de questionar e mesmo de nos impor-mos perante a verdade apresentada. Só assim ascenderemos em magnitude humana do que queremos e desejamos alcançar, dentro ou fora do nosso planeta Terra! Pois que assim seja para sempre, a bem do conhecimento! A bem da Humanidade!

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