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terça-feira, 30 de setembro de 2014

A Suma Sacerdotisa


Helena Petrovna Blavatsky  -  Médium Ucraniana

Terá descoberto Madame Blavatsky a verdadeira «chave» da Teosofia no que concerne e, integra em si, todas as Religiões do mundo? Que Ensinamentos eram então estes - da sua Doutrina Secreta à Chave da Teosofia (em obras suas) determinando uma fraternidade universal e supra-confessional da Humanidade, ao estudo da Cosmovisão Oriental e, ao Ocultismo? Que mulher extraordinária foi esta em processos mediúnicos, nos quais se dizia ouvir-se música vinda do nada, materialização de objectos e, misteriosas cartas que caíam do tecto? Tudo verdadeiro e inexplicável...ou trapaceiro e fraudulento?

Madame Blavatsky
Diz-se que apareciam espíritos e que as roupas rompiam em chamas na presença da Ucraniana Helena Petrovna Blavatsky. Pode-se especular então no que a Ucraniana Blavatsky (ou «Soviética», se tivesse deixado descendência e, do que nas décadas seguintes por ocasião da Revolução dos Bolcheviques em 1917 (em Primavera de 1918) a Ucrânia foi anexada em pertença de Estado integrante da União Soviética e, na actualidade por meados de 1991, de novo como Estado independente da Ucrânia) Helena Petrovna Blavatsky deixaria para a História num legado surpreendente.
Os seus poderes hipnóticos atemorizavam tanto empregados como visitas. Julgando-se inspirada por Mestres Tibetanos já desaparecidos, escreveu a obra «The Secret Doctrine» («A Doutrina Secreta»), influenciada pelo ideário Budista, Gnóstico e Hinduísta.
Em 1875, Madame Blavatsky e H. S. Olcott fundaram em Nova Iorque a Sociedade Teosófica, por eles considerada uma continuidade das antigas Tradições Ocultistas.

Nobreza Russa
Helena Petrovna, de solteira Hahn von Rottenstern, nasceu em casa dos avós, em Iekaterinoslav (Ucrânia), a 31 de Julho de 1831. Como a cólera grassava pelo país, a criança foi baptizada à pressa e todos os presentes ficaram horrorizados quando a sotaina do padre rompeu de súbito em chamas: não era um bom sinal para a vida de Helena Petrovna. Ainda muito nova, fazia os objectos deslocarem-se - ao que parecia com o pensamento - e foi várias vezes exorcizada por vontade dos pais, que acreditavam que estava possuída pelo Demónio.

Fuga para o Oriente
Aos 18 anos, Helena Petrovna casou-se com Nikofor Blavatsky, a quem garantiu que, «Nunca respeitaria nem nunca obedeceria».
De resto, recusou-se a entregar-se a ele na noite de núpcias. Passado pouco tempo, fugiu para Constantinopla, seguindo depois rumo ao Egipto. Foi aqui que, por entre o fumo do haxixe, teve as suas primeiras experiências místicas, durante as quais se sentiu uma Reencarnação de Ísis.
As suas inúmeras viagens permitiram-lhe conhecer o Canadá, os EUA, o Ceilão, a Índia e o Tibete - na altura quase inacessível aos estrangeiros.

Vida de Aventura
De volta à Rússia, regressou para o marido, mas tomou um amante - com quem teve um filho, Yuri - uma criança deficiente que morreu com 5 anos.
Depois deste golpe do destino, pôs-se ao lado de Giuseppe Garibaldi (1807-1882) na luta pela libertação de Itália. Aí foi ferida e, quando recuperou, mudou-se para o Egipto com o amante. Durante a travessia, o navio explodiu: dos 400 passageiros, só Helena e outras 17 pessoas sobreviveram.

A Suma Sacerdotisa
No Cairo, Madame Blavatsky foi o centro de um Círculo Espírita. Na sua presença, ouviam-se pancadas em todas as paredes. Os seus seguidores viam nela uma Suma Sacerdotisa Oriental que proclamava que as guerras religiosas eram «a única razão para o encobrimento da verdade». Portanto, cada um devia procurar o seu caminho religioso sem se deixar enredar pelos laços da tradição.

A História da Humanidade
Depois de ter fundado a Sociedade Teosófica com o seu novo amante, o advogado Nova-Iorquino, Henry Steel Olcott, dedicou-se a escrever.
Ao seu livro «Isis Unveiled» («Ísis Desvendada»), seguiu-se a obra «The Secret Doctrine» («A Doutrina Secreta»), na qual descreveu a História da Humanidade do ponto de vista Teosófico e, cujo conteúdo místico, pretendia ter retirado por caminhos espirituais do Livro de Dyzan.
Provavelmente, nunca ninguém viu esta obra agoirenta a não ser Helena Blavatsky - que citou algumas passagens na sua The Secret Doctrine.
A verdadeira fonte deve ter sido um texto do século XVII (Compêndio da Filosofia Cabalística), que pode atribuir-se à Cabala Hebraica.

Morte em Londres
Ainda antes da publicação de «The Secret Doctrine», Madame Blavatsky foi acusada de manipulação nas suas sessões. Doente, regressou então a Nápoles (Itália), onde escreveu cartas - defendendo-se a si e aos seus Ensinamentos.
Os amigos convenceram depois Helena Petrovna a sair da sua solidão e ir para Londres, onde morreu com 60 anos, vítima de uma gripe.

Fraternidade Universal
O nome Sociedade Teosófica abarca várias Associações Esotéricas. na sua obra «A Chave da Teosofia» (1889), Madame Blavatsky enumera três missões fundamentais:
 - A Formação de uma Fraternidade Universal e Supra-Confessional da Humanidade.
 - O Estudo da Cosmovisão Oriental.
 - O Ocultismo.
Segundo Madame Blavatsky, todas as religiões são igualmente verdadeiras e têm a sua «síntese» na Teosofia - que integra as Tradições Pitagóricas, Platónicas, Gnósticas, Místicas e, sobretudo, das Religiões Indianas e do Sufismo.

Cartas do Tecto
Foi o jornalista Henry Steel Olcott que descobriu as capacidades de Médium de Helena Petrovna Blavatsky. Conheceu-a em 1874 numa Sociedade Espírita e fez muito pela sua popularidade. Deu-lhe o título de Condessa e fundou com ela o «Miracle Club» e, pouco depois, a Sociedade Teosófica, que chegou à Alemanha em 1884.
Diz-se que, se deram então acontecimentos extraordinários nestas reuniões: Música vinda do ar, Materializações de objectos e, misteriosas Cartas que caíam do tecto.
O jurista Richard Hodgson - temido perseguidor de Médiuns fraudulentos - acusou Madame Blavatsky de usar truques pelo menos numa parte das suas manifestações.

Madame Blavatsky foi assim a precursora de toda uma ideologia abrangente em multiplicidade religiosa e de crença na Fraternidade Universal dos povos que, ainda hoje, se não regem por tal. Nem mesmo com os imperativos esforços de um Papa Francisco em união dessas mesmas religiões, o Homem se consegue unir ou pelo menos reiterar em associação e diálogo, sem que com isso instaure em si - como sempre - os desvios inoportunos e extremistas de crenças contrárias.
Numa coisa pelo menos, Madame Blavatsky estava certa: o Homem tem mesmo de se deixar conduzir, seguir e fazer imperar nesta Formação Universal e, como ela mesmo sugeriu...numa supra-confessional indução, na qual toda a Humanidade deve assumir-se em maior consciência e trato. Para além obviamente, de todo um continuado Estudo, Investigação, Análise e «dissecação» até às últimas consequência de todo um poder cósmico que nos rege e envolve também. Com o acrescento do Ocultismo que, nestas coisas dos fenómenos inexplicáveis  - ou Paranormais - do que agora conhecemos, se possa saber mais, ir mais longe ou caminhar sobre outros planos de conhecimentos actuais que na época nem sequer eram permitidos quanto mais, admitidos. À luz desta nossa Nova Era - ou Era contemporânea - sabemos que podemos estudar todas estas matérias sem termos a «Inquisição» em força de bloqueio - venha esta de onde vier. Daí que, o desejo de Madame Blavatsky não seja de todo uma incoerência inepta (ou nula de consideração) do que a fez viver em seguimentos seus e, Ensinamentos noutros. Há que unir, consolidar, reiterar, reportar e, no fundo, dar as mãos em concílio unificado por todas as crenças, por todas as ideologias, por todas as religiões...ainda que isso nos soe a pura demagogia nestes novos tempos tão conturbados - como sempre o foram na Terra! Que algo possa mudar (será o desejo de todos...assim acredito), e todos trabalhemos para uma causa única, ainda que em divergência de opiniões e credulidades, pois que é assim que o Homem evolui! A bem da Humanidade então...assim possa ser! Além os tempos...!

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Comunicação do Além


Sessão de Espiritismo e Poderes do Oculto

Existirá de facto uma interacção - ou Comunicação do Além - entre os Espíritos dos que já faleceram e, os terrenos que aqui permanecem, numa avidez absoluta de respostas ou mensagens? Qual a explicação para a movimentação de objectos - Levitação dos mesmos (assim como de Médiuns) - no que se já percepcionou em fenómenos tão surpreendentes quanto incompreensíveis à racionalidade humana? E que positividade espiritual se extrairá de tal, ao confrontarem-se esses mesmos Espíritos?

Espiritismo/Comunicação com os Mortos
Em 1848, ouviam-se na presença de Margaretta e Kate Fox - jovens camponesas de Hydesville, nos EUA, umas pancadas inexplicáveis com as quais se podia conversar: o número de batidas correspondia a letras e formava mensagens com sentido, que foram interpretadas como uma forma de Comunicação com os Mortos.
A descoberta do Alfabeto das pancadas foi, para muita gente, o nascimento do Espiritismo: a crença na possibilidade de comunicar com os Espíritos dos Mortos.
Desde então, espalharam-se por todo o mundo Círculos Espíritas, onde se experimentaram as mais variadas técnicas para entrar em contacto com os mortos.

Os Médiuns
No centro das Sessões Espíritas encontravam-se os Médiuns (Intermediários entre este mundo e o outro), como, por exemplo, Margaretta e Kate Fox. De modo a convocar o chamado «fluido» para o círculo, as pessoas formavam uma corrente, dando as mãos umas às outras e aguardando com respeito o que ia surgir: pancadas ou mesas em movimento.
Os Espíritos falavam pela boca de alguns Médiuns ou serviam-se deles para transmitir as suas mensagens por escrito. O Médium, supostamente guiado pelo Espírito escrevia então com palavras imponentes - mensagens em grande parte banais - e descrevia pormenores da vida no Além, que se revelava sempre uma utopia de um mundo melhor.
Como os Espíritos mais prestigiados davam conselhos morais aos vivos, o Espiritismo converteu-se, para muita gente, numa espécie de substituto da Religião.

Sessões Espíritas
Com o tempo, as salas onde se realizavam as sessões foram ficando cada vez mais às escuras - com a desculpa de que os espíritos não gostavam de luz. Em consequência, os fenómenos tornaram-se mais veementes: mãos e pés de espíritos manifestavam-se e, deixavam marcas na parafina líquida.
Os mortos, que chegavam a aparecer na forma de fantasmas, deixavam-se fotografar e tocar pelos impressionados participantes.
As salas escuras e a credulidade da clientela eram terreno fértil para a trapaça.

Levitação
Mas também se verificavam fenómenos insólitos que não podiam ser atribuídos só à impostura e á credulidade.
O escocês Daniel Dunglas Home (1833-1886) foi o prodígio do Espiritismo: pousava o rosto nas brasas, punha mesas e cadeiras a pairar no tecto, fazia tocar instrumentos dentro de gaiolas e ele próprio, levitava à luz do dia, perante os espectadores atónitos.
O caso mais conhecido aconteceu em 1868, quando Home saiu a voar da janela do terceiro andar de uma casa e entrou por outra.

Investigações Científicas
Poucos investigadores ousaram trilhar os caminhos do Espiritismo. Um destes pioneiros foi o químico inglês William Crookes (1832-1919), que, com Daniel D. Home, levou a cabo uma série de interessantes experiências na década de 1870.
Entre vários projectos construiu um aparelho formado por uma tábua de 90 centímetros de comprimento por 20 de largura, com uma extremidade suspensa numa balança de tensão com um dispositivo automático de registo.
A outra extremidade apoiava-se num pequeno suporte sobre uma mesa e, tinha em cima um recipiente grande e cilíndrico cheio de água, dentro do qual estava montado um reservatório perfurado de cobre de tal modo que, o recipiente em si não fosse tocado.
Quando se pousava alguma coisa no reservatório de cobre, a pressão exercida era nula. No entanto, logo que Home mergulhou nele o dedo (não havia manipulações), verificou-se a existência de uma força de cerca de 320 gramas - indicada na balança de tensão pelo movimento da tábua.
Os estudos destes investigadores sem preconceitos foram os precursores da Parapsicologia - Ciência que viria a dedicar-se à análise dos Fenómenos Insólitos!

A Experiência do Acordeão
Numa outra experiência sobre os Fenómenos Espiritistas, William Crookes colocou um acordeão novo numa caixa aberta em cima.
O Médium, de nome Daniel D. Home, pegou numa extremidade do instrumento com uma mão. As teclas encontravam-se na outra e Home não conseguia chegar-lhes. De resto, também não era possível mexer o acordeão e criar a compressão de ar necessária para este produzir som.
Os observadores prenderam a outra mão e os pés do Médium. Mesmo assim, o acordeão tocou melodias conhecidas.

Espiritismo Moderno
As Sessões Espíritas existem ainda hoje por todo o lado, mas os fenómenos nelas descritos devem ser encarados com muito cepticismo.
Os Espiritistas acreditam nas Mensagens dos Espíritos numa «fase de desenvolvimento superior» e no suposto aparecimento inexplicável de objectos.

O Espírito de Fanny Kent
Os encontros de Crock Lane, em Londres, realizados em 1761, foram precursores das sessões Espíritas. Quando Elizabeth Parsons, de 13 anos, se deitava na cama, ouviam-se pancadas que as pessoas podiam interrogar e, que atribuíam ao Espírito de uma tal Fanny Kent.
Letrados e intelectuais frequentavam as sessões que o reverendo John Moore realizava no quarto de Elizabeth. Entre eles, Samuel Johnson - famoso Lexicógrafo e Ensaísta - e o dramaturgo Oliver Goldsmith, que descreveu com ironia mordaz as cenas de todas as noites: a rapariga deitava-se na cama, o público sentava-se em círculo, abafava o riso e esperava em silêncio o início do espectáculo.

Allan Kardec
O médico francês Hippolyte Rivail (1804-1869) considerava-se a encarnação de um Druida de nome Allan Kardec. Foi com este pseudónimo que fundou um movimento religioso no qual se fundiam as vertentes do Espiritismo e, da crença na Reencarnação.
O seu influente «O Livro dos Espíritos», publicado em 1857, contém Mensagens do Além na forma de perguntas e respostas e converteu-se na «bíblia do Kardecianismo».
O Movimento tem ainda hoje muitos adeptos em França e sobretudo no Brasil, onde a grande religiosidade das pessoas é solo fértil para as obras de Kardec.
Numa passagem desse livro «Os Espíritos têm uma forma determinada, delimitada e invariável?» - Afirma então: «Aos vossos olhos, não; para nós, têm uma forma que podeis imaginar vagamente como uma chama, um brilho ou uma centelha etérea...a cor varia para vós do cinzento ao fulgor do rubi, conforma a pureza do Espírito.»

No Cemitério de Père-Lachaise, em Paris, encontra-se o túmulo de Allan Kardec, considerado não só o fundador do Espiritismo como também o primeiro defensor de uma doutrina consistente e, ocidental, da Reencarnação. Kardec estava constantemente em contacto com os Espíritos de Mortos, tais como Sócrates ou Martinho Lutero e, transportou através deles, uma imagem do Além para o mundo. Em 1957, por ocasião do centésimo aniversário da publicação do seu «O Livro dos Espíritos», o Brasil - país onde as suas obras tiveram grande procura - prestou-lhe homenagem, lançando um selo com a sua efígie.
O Espiritismo - ou o contacto e Comunicação com os Mortos - converteu-se assim num fenómeno de massas nos países industrializados do século XIX, sendo que, hoje, já não nos é possível determinar a verdade sobre essas muitas manifestações Espiritistas desse século. Muito do que acontecia na época, parecia de facto pouco sério - mas também é possível que, o sensacionalismo, tenha levado á perda de alguns fenómenos reais.
Embora se tenha sempre acreditado na Vida depois da Morte, só a partir do século XIX efectivamente, é que foi introduzida a noção de um encontro com o Além. Para isso, as pessoas davam as mãos, como já se referiu, e concentravam-se no estabelecimento do contacto com o Espírito. Comunicação esta, que se efectivava então.
Comunicação do Além, contactos com Espíritos e...Mensagens reveladoras de grandes questões, de grandes dúvidas ou sequer de grande ou pequena dimensão em entusiasmo e interesse nestas, ainda hoje estas Sessões Espíritas se fazem, aludindo a dogmas e, a presenças aí requeridas. A tudo se concerne desde que, a bem de uma Humanidade que se quer e deseja ver mais conhecedora destes assuntos ou matérias sobre o Oculto; desde que, não importune, transtorne ou altere algo no comportamento humano. Pelo bem de todos nós Humanidade, em corpo e espírito, assim seja então!

domingo, 28 de setembro de 2014

A Alta Magia


Representação do Corpo Astral no Ser Humano

Que misteriosos poderes difunde esta denominada Alta Magia dos últimos séculos, na fusão de Ensinamentos Cabalísticos e Ocultistas? Haverá de facto essas três Leis da Magia que determina o ser humano detentor de forças psíquicas reais, «luz astral» e, uma correspondência cósmica - todas elas conjuradas pelas invocações rituais e mágicas?

Éliphas Lévi - E os Ocultistas Franceses
O Materialismo do século XIX originou dois grandes contra-movimentos: o Espiritismo e o Ocultismo. Enquanto o Espiritismo e os seus contactos mediúnicos com o Além se converteram num substituto da Religião, os Ocultistas procuraram atribuir uma base científica ao inexplicável, baseando-se nas tradições do Hermetismo e da Magia.
Em França, figuras de proa como Éliphas Lévi (1810-1875), Papus (1865-1916) e Estanislau de Guaita (1861-1897) definiram pseudo-cientificamente o Ocultismo como «Ciência Oculta».

Os «Iniciados»
As obras dos Ocultistas estão cheias de referências misteriosas e alusões incompreensíveis, que tinham o propósito de comprovar que os seus autores pertenciam aos Iniciados e, de dar a ideia, de que estavam na posse de Conhecimentos Ocultos.
O emprego de pseudónimos cheios de significado também servia o mesmo fim. Papus fundou muitas Ordens e revistas de Ciência Oculta, popularizando o Ocultismo com obras sobre os Ensinamentos Secretos da Cabala Hebraica, a Magia e o simbolismo das cartas de Tarô.

Invocação de Antepassados Importantes
Lévi - o mais influente dos Ocultistas Franceses - tentou fazer a fusão do Ocultismo da Antiguidade com a Ciência do século XIX e a Religião, considerando-se a si próprio um modelo do Mago erudito, à imagem de grandes figuras Renascentistas como Agrippa von Nettesheim (1486-1535) e John Dee (1527-1608).
Mais do que simples inovações dos mortos, os seus Rituais Mágicos tinham como objectivo reanimar os Espíritos e os conhecimentos dos nossos antepassados.
Durante uma visita a Londres ao seu amigo Edward George Bulwer-Lytton (1803-1873) - Ocultista e Romancista - Lévi invocou, com a ajuda de um Pentagrama, o espírito de Apolónio de Tianos (século I d. C.) - famoso Mago da Antiguidade.

As Leis da Magia
Lévi ensinou três leis fundamentais da Magia:
 1ª - A Lei da Força de Vontade, segundo a qual a vontade é uma emanação «material» do ser humano; uma Força Psíquica real, que produz objectos e que pode ser intensificada mediante Rituais Mágicos.
 2ª - A Lei da «Luz Astral», uma substância subtil semelhante ao éter, que enche o Universo. O conhecimento deste Elemento fundamental, permite a sua utilização.
 3ª - A Lei da Correspondência, que diz que cada factor do Cosmos tem o seu correspondente no ser humano. Estas Correspondências Exteriores podem ser conjuradas por meio de invocações Rituais e Mágicas.

Ocultismo e Decadência
Na sua obra principal, «Dogme et Rituel de la Haute Magie» («Dogma e Ritual da Alta Magia») - escrita numa linguagem cheia de floreados - Lévi tentou ressuscitar a Magia Ritual e, fundi-la com os Ensinamentos Cabalísticos e Ocultistas. Mas não chegou aos calcanhares dos seus célebres antecessores.
A Obra dos Ocultistas Franceses corresponde á paixão decadente «fin de siècle» pelos abismos da Alma, por forças misteriosas e sombrias num mundo cada vez mais industrializado. De resto, as suas actividades deram o mote à expressão literária desta tendência, como podemos então ver nas obras de Joris-Karl Huysmans (1848-1907) e de Charles Baudelaire (1821-1867).

Éliphas Lévi foi assim - como se já referiu - um dos Ocultistas mais eruditos e citados de França. Queria ser padre, mas a Igreja rejeitou-o devido à independência das suas ideias. No entanto, considerou-o sempre católico.
Lévi, um dos escritores esotéricos mais produtivos, escreveu mais de 200 livros! A maioria dos Movimentos Ocultistas e, em particular certos seus porta-vozes, ter-se-ão apoderado dos seus conhecimentos, embora não citando frequentemente a fonte.
Nomes como o do célebre escritor francês Vitor Hugo - que também se ocupou do Satanismo - terão seguido esta cartola de Lévi e, da sua obra «Dogme er Rituel de la Haute Magie».
Charles Webster Leadbeater, na sua obra de 1902 de «Man Visible and Invisible», representaria então o Corpo Astral de uma pessoa. À semelhança de muitos dos seus contemporâneos, Leadbeater dedicou-se ao Ocultismo.

Tendo ou não razão no que perspectivou na época, Lévi terá impulsionado assim uma nova vertente - ainda que em fusão destas duas em contra-movimentos como também já se referiu sobre a junção do Espiritismo e do Ocultismo. O que não se sabe, por muito que se especule, é se Lévi terá tido assim tanta relevância no que objectivou em especificidade de Leis na Magia. Algo se determina efectivamente consensual entre o ser humano e, por certo, uma força e interacção cósmicas. Agora, como se reproduz tal em indiciação ou ritualização, já é algo que nos transcende no que a Ciência e todos os desenvolvimentos extra-sensoriais no ser humano - e nos dias de hoje - se conceptualiza, sem que com isso se tenha de invocar espíritos ou situações menos claras. Mesmo apara além, dos Fenómenos Paranormais que também hoje se estudam, analisam e pontificam na sociedade moderna em que todos estamos inseridos. Ou quase todos. Assim sendo, só me resta finalizar com o que sempre afirmo de, a bem da Humanidade, tudo possa ser evidenciado, investigado e reiteradamente identificado. A bem da cultura, dos conhecimentos e ensinamentos desta mesmo Humanidade! Assim seja então!


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Your Love * Dulce Pontes & Balint Katona * HD

A Eloquente Mensagem


Chefe Tribal dos Comanches - Nativo Americano

Que poderosa Sabedoria Secreta é esta dos Índios - em Eloquente Mensagem - e, transmitida ao mundo, que ainda hoje se evoca na união de todos os povos na Terra? Haverá de facto uma influência directa e, supostamente positiva, nas orações que se fazem por uma mesma causa no mundo inteiro? Estará o Homem na direcção correcta ou...errada, no que se traduz à destruição do meio ambiente e maus tratos à Natureza e toda a Terra em si?

"Os Povos de todas as culturas e confissões religiosas devem unir-se para curar a Terra!"
                                                                                        (Mensagem dos Nativos)

A Sabedoria dos Índios
A denominação «Índios» teve origem num equívoco de Cristóvão Colombo, que ao chegar ao novo Continente «pensava» (ou foi induzido a isso) tratar-se da Índia.
É provável que já habitassem o Continente há 40.000 anos, mas, a parir do século XV, a invasão dos conquistadores europeus roubou-lhes a paz e as terras. Lutaram durante séculos pelos seus direitos, mas, para eles, a América nunca mais voltou a ser o que era. A única coisa que os «First Nation People» - como os nativos Norte-Americanos se designam a si próprios - puderam preservar sem guerras nem violência foi a sua Sabedoria Secreta, transmitida de geração em geração.

Mensagem dos Nativos
Cada vez mais os Índios voltam a descobrir com orgulho esta sua identidade. Os valores dos seus antepassados conferem-lhes, desde há alguns anos, uma grande autoridade entre outros grupos da população. A sua sabedoria mítica e religiosa dá-lhes força. E têm uma Mensagem para o Mundo:
"Os Povos de todas as culturas e confissões religiosas devem unir-se para curar a Terra!"
São assim palavras que caem em solo fértil. Depois da industrialização e da introdução da tecnologia, assiste-se hoje a uma viragem no pensamento do mundo ocidental: o Homem aspira agora à unidade perdida entre o ser humano e a Natureza e ainda, a uma vida que se afasta dos desejos materiais e procura as dimensões espirituais.

Orações Mundiais pela Paz
Ao longo dos séculos, os nativos da América do Norte e do Sul transmitiram aos seus iguais Conhecimentos, Tradições e Mitos.
As Tradições Orais podem ter sofrido modificações com o passar do tempo, mas o essencial da Mensagem permaneceu: existe uma Ordem Cósmica, onde tudo e todos têm o seu lugar e sentido.
Segundo os Índios, o progresso das civilizações brancas conduziu o mundo numa direcção errada: a destruição do meio ambiente e os maus tratos infligidos à Terra são castigados pelos deuses com catástrofes naturais. Entretanto, tribos como a dos Hopis do Colorado ou a dos Dacotas do Minesota propõem «projectos concretos de Ajuda Espiritual», opondo às tenebrosas profecias da aniquilação do mundo, Orações e Meditações pela Paz - coordenadas a nível mundial!
A 21 de Junho de 1999, deram início a um plano de paz a desenvolver em três anos: A criação de uma gigantesca roda medicinal imaginária, de um círculo simbólico que, a pouco e pouco, se estenderia por todo o Continente Americano e, segundo os Dacotas, uniria as energias elementares do Universo, da Terra e do ser humano. Todas as tribos do planeta voltariam então a ser felizes.

Todos os Dias às 12.12
Na verdade, é bem possível que as forças positivas libertadas por uma Meditação a nível mundial, exerçam de facto uma influência reguladora e, de fortalecimento sobre o campo natural de energia da Terra.
Arvol Looking Horse, chefe dos Lacotas, Dacotas e Nacotas, tem esperança no efeito positivo da «Consciência dirigida do Grupo»: cada participante da iniciativa «LighShift 2000» deve ter pensamentos positivos e fazer uma meditação curta que inclua a frase «Que Haja Paz na Terra!» todos os dias às 12.12 (Hora local).
Os Índios esperam conseguir assim uma Onda de Energia Positiva que envolva todo o planeta. No primeiro dia de cada mês, às 12.12, esta Meditação pela Paz é alargada para 15 minutos.

Influência das Orações
Roger Nelson, pioneiro da investigação a nível dos «Efeitos no Campo da Consciência» e director do laboratório PEAR de Nova Jérsia, confirmou que a atenção de muitas pessoas dirigida para um mesmo objectivo, origina então uma Ordem Superior no gerador aleatório (uma máquina que gera variáveis electrónicas aleatórias) mesmo quando os aparelhos estão noutros Continentes.
Quanto maior é a sintonia interior das pessoas que geram este campo de atenção, mais acentuada é a força ordenadora assim originada.
Os Investigadores chegaram a resultados semelhantes no caso de acontecimentos com participação a nível mundial, como, por exemplo, os funerais de Lady Diana Spencer e de Madre Teresa de Calcutá (1997). Também o Institute of HeartMath, nos EUA, confirma que a atitude interior nas Meditações Globais pela Paz pode levar a alterações da consciência. De resto, os Investigadores deste Organismo descobriram que, quando uma pessoa está apaixonada, o coração bate com uma «Harmonia Musical», gerando impulsos electromagnéticos que correspondem de um modo espantoso à frequência principal da ressonância da Terra e, às Ondas-Alfa do cérebro humano.

Os Povos Nativos Americanos têm de facto um passado agitado. A maioria vive em Reservas - longe das terras da sua tribo - tentando cultivar e preservar a sua História e Mitos.
Hoje em dia, a sua preocupação principal é a Paz, a união com a Natureza e um esforço internacional pela união para a sobrevivência da Terra.
Abreviando tudo isto em resumo final do que os povos nativos nos têm vindo dizer ao longo dos séculos e, no que o Homem terá de se desenvolver em maior atitude, comportamento e caminho a seguir - de uma sua inevitável mudança ou modificação desses mesmos desviantes comportamentos - é que haja de facto Paz entre os homens e, determinada interacção com a Natureza e o Cosmos.
Usando das suas mesmas palavras: Que Haja Paz no Planeta! Que Haja Paz na Terra e, pronunciando-as todos nós em interiorização, meditação ou simples mas fervorosa consciência de o desejarmos efectivamente - cumprindo ou não este horário nobre que aqui se alude - haverá que o temporizar em nós também do valor e da força universal, que esse mesmo pensamento implica. Só acrescentarei então que, a bem da Humanidade assim se cumpra e, assim seja!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A Aurora Dourada

 
Símbolo da Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn)

"Ordo Roseae Rubeae et Aureae Crucis" (Ordem da Rosa-Rubi e da Cruz de Ouro)

Que Ordem Secreta era esta - em membros e seguidores de si - no que ainda hoje se mantém sem que os seus Ensinamentos se tenham perdido no tempo? Que Ensinamentos eram então esses? Seriam eles, os seus membros e seguidores, os detentores da verdadeira Ciência Secreta - ou somente - uma outra indiciadora vertente de Ordem crepuscular, apelidada inversamente de: Aurora Dourada?

A Ordem Hermética da Aurora Dourada/A Golden Dawn
No século XIX, a visão materialista do mundo teve como contraponto a intensificação do interesse pelo Ocultismo. Grupos de Mações, Teósofos, Espiritistas e Rosas-Cruzes invocavam a duvidosa origem histórica de uma «Ciência Secreta» que queriam preservar do esquecimento.

A Moda das Associações Secretas
As sociedades secretas estavam muito na moda. Em 1888, foi fundada em Inglaterra a «Hermetic Order of the Golden Dawn» (Ordem Hermética da Aurora Dourada), que teve uma grande influência noutras Sociedades Secretas e, nas formas modernas de Magia e Ocultismo.

Fundadores da Golden Dawn
A Golden Dawn, que pretendia preservar a tradição Esotérica Ocidental, foi uma criação espiritual do doutor William Wynn Westcott (1848-1925), um médico legista londrino muito interessado no Ocultismo. Os outros dois fundadores foram o doutor William Robert Woodman (1828-1891), médico reformado, Rosa-Cruz e, apaixonado cabalista; e Samuel Liddell MacGregor Mathers (1854-1918) - o verdadeiro Mago da Ordem - responsável por converter a Sociedade Secreta numa Ordem Mágica com complicados rituais de iniciação que davam acesso a diferentes graus de Conhecimento Esotérico.

Rituais Complexos
Os Rituais e Ensinamentos da Golden Dawn baseiam-se no «Cipher Manuscript» («Manuscrito Cifrado»), um documento supostamente antigo e escrito em código - contendo os rituais de uma Sociedade Secreta. Na verdade, trata-se do texto de um Mação contemporâneo inglês, que o redigiu em forma de mensagem codificada para uma Sociedade Secreta que nunca chegou a ser fundada.
Westcott e Mathers desenvolveram a partir dele uma série de Rituais Mágicos. Os Ensinamentos, provas de Iniciação e, graus da Golden Dawn, vieram a constituir um modelo para todas as Sociedades Ocultistas posteriores.

A Ordem Interior
Ao princípio, a Golden Dawn ensinava sobretudo os fundamentos da Cabala, a Astrologia, o simbolismo da Alquimia, a Geomancia e o Tarô.
Estes Ensinamentos da «Ordem Exterior» não eram secretos e abarcavam apenas uma pequena parte da suposta Ciência Mágica. A partir de 1891, a Magia Prática, passou a fazer parte do Conhecimento Esotérico transmitido aos adeptos.
Foi nesta altura que MacGregor Mathers assumiu a direcção da Ordem e, desenvolveu um sem número de Rituais Iniciáticos para os adeptos do grau inferior.
Após a Iniciação nos primeiros cinco passos  da Iluminação Esotérica, ingressava-se na Segunda Ordem, a «Ordem Interior» ou «RR ou AC» (Ordo Roseae Rubeae et Aureae Crucis: Ordem da Rosa-Rubi e da Cruz de Ouro).

Associações Secretas e Teorias da Conspiração
A Golden Dawn atraiu inúmeras pessoas de diferentes origens, como o Dândi e Mago Aleister Crowley (1875-1947) ou o poeta e dramaturgo irlandês William Butler Yeats (1865-1939).
A Ordem conseguiu conservar a sua aura de mistério mesmo depois de várias querelas e divisões, porque o mundo acreditava que no coração da Golden Dawn existia uma «Terceira Ordem», formada pelos «verdadeiros detentores da Ciência Secreta», que não eram conhecidos e de quem ninguém podia aproximar-se. Este tipo de afirmações contribuiu para que a Golden Dawn e outras Sociedades Secretas semelhantes fossem associadas a várias teorias da conspiração, segundo as quais seriam os misteriosos «Grandes Iniciados» quem teria na mão o destino da Humanidade.
Seriam eles os fundadores e os impulsionadores das diferentes tendências intelectuais, religiosas, artísticas e económicas. Embora com muitas inovações, a Ordem Golden Dawn continua a existir ainda hoje. Em 1937, um dos seus membros Israel Regardie (1907-1985) tornou públicos os Rituais da Ordem - evitando assim que os Ensinamentos da Golden Dawn se perdessem para sempre.

A Magia na Época da Decadência
A verdadeira Tradição Hermética e Mágica dissolveu-se nas Ciências da Natureza depois do Renascimento. Entretanto, a Psicologia e os precursores da Parapsicologia Científica passaram a ocupar-se dos «resíduos do Misterioso».
As Sociedades Ocultistas do século XIX procuraram então uma maneira de adquirir «Conhecimentos Superiores» de forma misteriosa e, de usar a Magia, para exercer uma vasta influência no âmbito do fantástico!
Por meio das linguagens simbólicas e opacas da Alquimia e da Cabala, impressionavam-se as pessoas não informadas, mediante Rituais igualmente incompreensíveis.
O «Dogme et Rituel de la Haute Magic («Dogma e Ritual da Alta Magia») - obra do Ocultista francês Éliphas Lévi (1810-1875) - que apresentou a Nova Magia, como um conjunto insubstancial das linguagens simbólicas de várias religiões e tradições mágicas, no que foi um importante fundamento dos Ensinamentos da Golden Dawn.

As Ordens Secretas - como a Golden Dawn - afirmavam (muitas delas) ser capazes de convocar espíritos e obrigá-los a aparecer. Mas na altura, também já se faziam truques com espelhos côncavos ou por meio de projecções na câmara escura. Os mais exíguos de conhecimentos ou distantes de uma aceitação do que a Ciência já reportava em si, acreditavam piamente nestas experiências e Rituais (Internos e Externos) ao seu próprio conhecimento. Não era o caso do conhecido poeta, dramaturgo e ensaísta irlandês William Butler Yeats (Prémio Nobel da Literatura em 1923), tendo sido um dos mais fervorosos adeptos e Grão-Mestre da Golden Dawn. A sua intenção era criar para o seu país, a Irlanda, uma nova religião baseada nas ideias da Ordem.
Ainda hoje se registam estas posições e tomadas de consciência maiores que acabam invariavelmente em atitudes que se tornam por sua vez, mais ou menos desviantes de um propósito de vida mais correcto ou delinear. No entanto, há que evidenciar também o que estas Sociedades Secretas nos seus alicerces e à época realizadas e fundadas, se fundiam e ostentavam de Conhecimentos, Ensinamentos e mesmo determinadas regras que hoje nos são comuns, como as Ciências Naturais, a Medicina, a Astrologia, a Astronomia e tantas outras vertentes científicas. Aqui fica então o registo desta Ordem Hermética que se intitulava de Aurora Dourada (Golden Dawn) e que, ainda hoje, permanece em existência e certa regularização actual de uma «Nova Ordem Mundial» que, dizemos nós, se espera profícua, múltipla e homogénea e não...racista, xenófoba, partidária ou limitativa de qualquer ou alguma outra discriminação ou vertente sectária que divida a Humanidade. Pois então que, pelo bem desta (Humanidade) hajam muitas outras auroras douradas mas, de índole natural - e abençoadas - por todos nós, se com isso obtivermos mais e melhores conhecimentos sem obscurantismos deste passado recente em nós! A bem da Humanidade, assim seja!

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A Besta Diabólica


Aleister Crowley (em jovem)

Seria Crowley a personificação do Diabo ou encarnação do mesmo, na putativa associação que a este imputaram sobre supostos Bruxos e vis assassinos de crianças da Idade Média? Terá sido um «mero» Mago e astucioso psicopata - ou de facto possuidor de certos ocultos poderes? Assumindo o nome e o valor cabalístico 666 da «Grande Besta do Apocalipse» (Diabo) que terá querido atingir com isso?

Aleister Crowley - A Besta Diabólica
Na viragem do século XIX, a mistura de Ocultismo e Magia num pano de fundo de decadência «fin de siècle» (fim de século) empurrou para o primeiro plano personagens que ainda, nos nossos dias, se consideram protótipos do Mago astucioso e psicopata.
Nesta vertente, evidencia-se - como o maior de todos - o inglês Edward Alexander («Aleister») Crowley (1875-1947), que se considerava um intermediário entre os seres humanos e os poderes ocultos.

Dândi e Mago
Crowley iniciou a sua carreira no papel de Dândi Esotérico. estudou em Cambridge (sem grande vontade), escreveu poemas eróticos incompreensíveis e, interessou-se superficialmente pelo Ocultismo - que na altura estava na moda.
A sua tendência para ultrapassar os limites e chamar a atenção manifestou-se com a entrada na Hermetic Order of the Golden Dawn (Ordem Hermética da Aurora Dourada). Mas, quando viu fracassada a sua intenção de tomar as rédeas da Ordem, fundou uma Sociedade Secreta própria, na qual viriam a destacar-se as práticas Mágico-Sexuais.
Crowley que assumiu o nome e o valor cabalístico 666 da «Grande Besta do Apocalipse» (Diabo ou Demónio), defendia que a Magia Sexual permitia mobilizar as forças ocultas mais poderosas.

Modelos Históricos
Em 1899, Aleister Crowley levou a cabo no lendário Lago Ness, na Escócia, um ritual de invocação aos Anjos. Este ritual baseava-se no Livro da Verdadeira Prática na Magia Divina, texto Mágico-Cabalístico provavelmente redigido em meados do século XV por Abraham von Worms, personagem cuja existência não está historicamente demonstrada.
Este texto foi um dos precursores da técnica de invocação de John Dee (1527-1608) um dos Magos mais influentes do Renascimento e que, seria um importante modelo para as actividades mágicas de Crowley. Inspirado em John Dee, Crowley realizou - juntamente com o seu discípulo e amante Victor Neuburg - numerosas invocações de espíritos aprendidas na Golden Dawn. Diz-se que, algures no deserto egípcio, Crowley e Neuburg teriam conjurado Coronzon, senhor da Décima Etira - uma região do mundo invisível do Sistema Henóchico de John Dee (assim chamado por causa dos livros bíblicos apócrifos de Henoch).

A Abadia de Thélème
Crowley era extremamente hábil a compor ideias insólitas e possuía sem dúvida um grande talento teatral. A sua divisa era «faz o que quiseres», do grande poeta francês Rabelais (c. 1494-1553), que fez dela o lema da mítica Abadia de Thélème na sua obra «Gargântua e Pantagruel».
A Abadia, descrita por Rabelais em tom fortemente satírico, era uma espécie de Anti-Mosteiro, no qual estava consagrado tudo o que normalmente era proibido.
Não havia muros em redor do edifício nem relógios porque, segundo ele, nos Mosteiros tudo estava organizado de acordo com o horário. Agia-se «segundo as circunstâncias e as necessidades» e só se acolhiam pessoas boas de ambos os sexos, já que, no seu entender, nos Mosteiros só se internavam os loucos e, os aleijados. Claro que em Thélème não havia segregação de sexos e cada um era livre de partir quando desejasse. Em 1920, Crowley fundou a sua própria «Abadia de Thélème» numa mansão em ruínas dos arredores de Cefalù, na Siçília, onde praticou livremente as suas tendências bissexuais como Mestre da Magia.

Contra as Convenções e a Moral
Claro que o espectáculo, a mistura de Ocultismo e os rituais mágicos não serviam apenas de pretexto para os excessos sexuais de Crowley, que procurou efectivamente situar a liberdade espiritual num patamar mais elevado.
De certa forma, podemos compará-lo ao filósofo Friedrich Nietzsche, que uma vez afirmou que ainda há muitas coisas por dizer e por pensar, mas que, sem elas, o ser humano continuaria prisioneiro das convenções - sobretudo porque não se apercebe do que não conhece.
Esta linha de pensamento também pode aplicar-se à tradição da Magia - sempre em busca de novas vias de libertação. «Faz o que quiseres» representava para Crowley uma exortação à procura da verdadeira vontade, o centro do ser humano que encerra os seus desejos e aspirações mais profundos, e um convite a que agisse segundo as suas regras.
Aos seus olhos, o ser humano tornava-se divino a partir deste verdadeiro acto de vontade. «Todos os homens e todas as mulheres são estrelas», escreveu uma vez para mostrar que, na acção que parte da vontade consciente - sem a interferência das convenções, da vergonha ou da moral - o ser humano se transforma num brilhante campo de energia.

Um Demónio com Figura Humana
Não admira então que tais ideias tivessem provocado uma grande indignação numa sociedade ocidental, baseada em convenções pequeno-burguesas.
Crowley passou a ser visto como uma Encarnação do Demónio e, associado aos supostos Bruxos assassinos de crianças da Idade Média.
As próprias palavras de Crowley parecem sustentar esta ideia: no final da sua Carta dos Direitos Humanos, no Liber Oz, depois de reconhecer ao indivíduo o direito de viver, morar e viajar para onde quiser, de pensar, dizer e escrever o que quiser e de amar como quiser, escreve: "O ser humano tem o direito de matar qualquer um que tente privá-lo destes direitos!"
Na verdade, não era uma afirmação muito tranquilizadora...

«Liber al vel Legis»
No dia 8 de Abril de 1904, no Cairo, o Anjo-de-Guarda Aiwass, «Ministro de Hórus», revelou o «Liber al vel Legis» (The Book of the Law) a Aleister Crowley, que lhe chamou a «Lei do Novo Éon». O núcleo do sistema mágico de Crowley consistia em actos Mágico-Sexuais que, segundo ele, permitiam tomar consciência da divindade do ser humano. De resto, também tentou alcançar este objectivo através da utilização de todo o tipo de drogas. Na sua opinião, o excesso orgiástico era uma via para...a iluminação.

Vida de Excessos
Aleister Crowley foi fotografado em poses românticas, vestido de Sumo-sacerdote Egípcio, de deus-Chinês do Riso, de Dândi, de iniciado Árabe ou imitando Winston Churchill. Quando por fim ingressou na Ordem Alemã Ordo Templi Orientis (Ordem do Templo Oriental, OTO), viajou incansavelmente por todo o mundo, do México ao Egipto e dos Estados Unidos à Índia.
Em virtude da sua típica auto-sobrevalorização, defendia que, com ele, se iniciara uma Nova Era - mas caiu na dependência de heroína e morreu com perturbações mentais numa pensão de Hastings.

Na imagem inicial do texto, Aleister Crowley enquanto jovem, vestira-se então de Mago: na cabeça exibe uma serpente Uraeus, na mão uma varinha mágica e à frente - sobre a mesa - uma espada, um recipiente com óleo sagrado e, ainda, um exemplar do seu «The Book of the Law» (O Livro da Lei).
Crowley entrou desde muito cedo em contacto com o ideário místico, pois a sua própria mãe via nele o Anti-Cristo! Ao longo da vida, fez alarde da sua fama sinistra, reclamando possuir poderes satânicos.
Um lunático, um louco, psicopata, sociopata e tudo o mais em subjectividade em si imposto, no que na época - e mesmo nos nossos dias - se compõe de alguém muito perturbado a nível cognitivo mas assaz esperto, audacioso e efectivamente astucioso, no que manobrou até à última fase da sua vida em bem próprio - ainda que nada lhe tivesse restado disso.
Demónio na vida, em figura e práticas havidas no que possa ter sido uma espécie de Besta Diabólica, Crowley soube fazer-se pertencer a essa incisiva mítica do outro lado: a das trevas! E assim terá morrido em padecimento mental e total ilusão sua de ter sido alguém muito terrível.
Sem desejar acabar este texto nesta via de um Mal que sempre nos atemoriza prevalecer ao Bem na Terra, alude-se então que tal assim se não repercuta e o Bem vença. A Bem da Humanidade assim seja!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A Condenação Eterna


Imagem do Inferno Humano

Haverá efectivamente um «Reino dos Defuntos» ou quiçá um lugar de Condenação Eterna, para onde todos os seres humanos que praticaram o mal em vida irão? Ou, ao invés disso, um certo e determinado «Paraíso» recheado de virgens - especificamente para aqueles que caíram na «Guerra Santa» pelo Islão - como uma espécie de portal de entrada para esse Éden...?
Haverá mesmo um Céu e um Inferno à nossa espera? E...para qual deles entraremos nós então?

Pólos Divinos: Céu e Inferno
Para os Cristãos, o Céu que cobre o nosso planeta não é apenas um azul infinito povoado de nuvens, mas também a Casa de Deus e dos redimidos: o Paraíso!
Para ali vão os Santos e os Anjos. Jesus Cristo ascende ao Céu após a crucificação, seguido da sua mãe, Maria. Também os Judeus esperam uma vida luminosa depois da morte num reino anunciado e, criado por um Messias, no qual os justos gozam da comunhão com Deus para toda a eternidade.
O Inferno é, para ambas as religiões, um lugar tenebroso ao qual estão condenados os pecadores, os ímpios e os ateus.

Condenação Perpétua
Já na Antiguidade se pensava que o Céu estava povoado de seres divinos, que ali reinavam sobre a Terra, os homens e o Inferno.
Os antigos Gregos chamavam  ao Inferno «Hades», que significa o «Reino dos Defuntos». No Antigo Testamento, e portanto também no imaginário do Judaísmo, a morte é normalmente considerada um castigo decretado por Deus sobre Adão e Eva, e portanto, sobre todo o género humano.
Os Judeus usam a palavra hebraica «Scheol» para designar o lugar da «Condenação Eterna». Este local tétrico encontra-se no «mais profundo» (Is 14, 15) do interior da Terra, de onda «Nunca mais se sai!» (Job 7, 9) O Inferno é um lugar de trevas onde vegetam débeis espíritos de defuntos e, onde ninguém pensa em Deus - um lugar de silêncio absoluto!

Um Raio de Esperança
Apesar do sofrimento e da tortura, os habitantes do Inferno têm um raio de esperança. No Livro dos Salmos, do Antigo Testamento, está escrito: «Mas Deus há-de resgatar a minha vida, há-de arrancar-me ao poder da morte» (Sl 49, 16). No Salmo 16, 10 é mencionada uma vaga antecipação da Ressurreição do corpo martirizado: «Pois Tu, não me entregarás à morada dos mortos, nem deixarás o teu fiel conhecer a sepultura.»
Através da influência de outras religiões, e durante as sucessivas vagas de perseguição ao longo da sua agitada História, desenvolveu-se arreigadamente entre os Judeus a Fé na Ressurreição e, a esperança de uma outra vida luminosa no Além.
No Novo Testamento, Jesus Cristo misericordioso tem as chaves da morte e do abismo. Morreu para ser o Senhor dos vivos e dos mortos e, anuncia que no Juízo Final, os mortos comparecerão perante o trono de Deus e serão julgados pelos seus actos.

A Face atrás da Máscara
No Hinduísmo, não há Céu nem Inferno. Os crentes acreditam no eterno retorno da vida, o que faz com que uma lagarta se converta em borboleta e que esta volte a ser lagarta.
cada uma destas vidas, segundo os sábios Hindus, há-de nascer sempre de novo - passando da planta ao animal, do anima ao ser humano e, de um ser humano ao outro.
Atrás de tudo isto está um espírito oculto e imortal.

Buda no Lótus
No Budismo Mahayana, o Céu é o «Grande Paraíso Ocidental», no qual esperam entrar todos os Budistas devotos. É um lugar «rodeado de jóias valiosas e impregnado de música harmoniosa. Tudo brilha radiosamente e grandes aves do Paraíso sulcam o ar. Sentado sobre uma flor de lótus, Amitabha Buda preside como uma montanha dourada sobre toda esta glória. está rodeado pelos seus santos».
Também existe um Inferno, ao qual são condenados os malvados depois de morrer, mas não existem descrições precisas das características desse lugar.
Todos os dias, entre os Himalaias e o Japão, erguem-se milhões de orações em louvor de Amitabha Buda, que é uma espécie de representante de Deus, e à sua frente são acesas varas de incenso e depositadas oferendas. Deste modo, as pessoas procuram conseguir uma viagem mais agradável até ao Além.

Conceitos Abstractos
Estes rituais não têm nada a ver com as doutrinas filosóficas de Siddharta Gautama - mais conhecido pelo nome de Buda. Ainda que falasse da «Libertação do Homem da cadeia infinita de Reencarnações» conceitos como «Céu» e «Inferno» para designar abstractamente estados diferentes da Alma, criados pelos próprios seres humanos, eram - para ele - estranhos!

Um Paraíso com Virgens
Também o Islão prevê um Juízo Final, que se anuncia entre um «Juízo Intermédio» e, o Fim do Mundo. Visto que, segundo o Alcorão, o ser humano não é pecador por natureza, não tem a necessidade de ser redimido. Apenas os blasfemos e os infiéis ardem para sempre na fogueira infernal, enquanto os Muçulmanos crentes vão para o Paraíso - onde abunda água, leite, vinho e mel; enfim, um lugar de gozo para os sentidos. Ali, os homens casam-se com as «Huris» - jovens virgens com encantos imortais.
Todo o que perecer antes do Grande Juízo, tem que esperar inconscientemente no túmulo desde o dia da sua morte até ao dia da Ressurreição. Apenas os homens que caíram na Guerra Santa - pelo Islão - têm entrada directa no Paraíso.

No actual Iraque existe um célebre centro de peregrinação dos Xiitas: Kerbala, onde Hussein - neto de Maomé - foi assassinado a 10 de Outubro do ano 680. Aqui se estabelece um local de culto em que todos os fiéis oram em compenetrado silêncio e, meditação.
Em relação aos Anjos, a sua premente missão era vencer os Demónios. Este simbolismo é tanto mais surpreendente quanto se sabe que o demónio não ganhou um corpo até à caída do Céu - altura em que alguns Anjos que haviam pecado foram expulsos. A Doutrina Cristã descreve uma minuciosa hierarquia angelical que, posteriormente, serviu como base de demonstração para muitos Cabalistas.
Como se referiu já, Buda não possuía este conceito de Céu e Inferno. Não se registando tal na sua filosófica doutrina, impera então uma questão pertinente no que terá levado o ser humano a «castigar-se» em pecados e seus castigos. O que se deduz no fundo, é que por vias de uma religião punitiva que castiga quem prevarica e absolve quem esta segue - numa divisão ou estranha dicotomia sobre os destinos do ser humano - se traduz assim os destinos de cada um. Mas, há sempre uma chama ou salva de esperança e é nesta que nos temos de impor e reiterar através dos tempos, havendo ou não «Condenação Eterna» nos homens, o certo é que talvez não hajam então limites ou circunscrição dessas penas, no que o Homem terá de se reconhecer e consciencializar em fazer o Bem na Terra. E só pelo Bem...não ter de ir parar a nenhum outro Inferno...do Céu, ou da própria Terra em seu retorno e expiação dos seus pecados...!
A Bem da Humanidade e de toda uma ascensão aos céus, que assim seja então!

domingo, 21 de setembro de 2014

A Refugiada


Criança Síria - Campo de Refugiados Sírios, no Líbano

Onde será que acaba a mortandade e começa a felicidade...a minha e, a de muitos outros que comigo sofrem, desesperam e mesmo se suicidam por não verem futuro, por não verem esperança?
Onde será que começa a minha outra vida - se é que a terei algum dia em paz e bonomia - acabando de vez, toda a sujidade de corpo e alma de todo o meu povo que se vê assim tão mal falado e pior, tão mal amado por todos?...Quando verei o dia em que o Sol entrará em mim, noivando-me, pacificando-me esta angústia e este imenso temor de nada haver, da nada possuir, a não ser uma alma que me grita estar viva...ainda...quando...? E tudo por Alá...Por um só Deus que até parece nos ter virado as costas! Será...?

O Campo de Refugiados
Chamo-me Jade. Tenho dezassete anos de idade. Na minha terra, na minha cidade eu ia à escola e aprendia com professores e guias espirituais, os ensinamentos de Deus. Sou cristã. O que é estranho e muito pouco usual mas a isso se devotou a minha mãe por vias de uma família sua, oriunda da Turquia, na qual também sou por sangue e genética confusa, uma filha de Cristo e neta de um Deus que a tudo acolhe em crime e castigo, sabendo perdoar. Mas corre-me nas veias - pelo lado paterno, a crista muçulmana de um Alcorão que quase fui obrigada a ler, a memorizar e mesmo a...acreditar.
Não quis ser um alvo de disputa e de acervo grosseiro entre o meu pai e a minha mãe - agora ambos mortos por um bombardeamento inclemente na nossa cidade na Síria - e, como tal, acabei em dúbia crença de sentimento, oração e veneração a ambas as vertentes religiosas. Sou assim uma espécie de bicho raro que ninguém gosta e a ninguém faz falta...acho.
Os dias no Acampamento são horrendos. Mas pior, era ser morta. Já nem o sei. Tanto tenho sofrido e penado neste campo onde tudo escorre em maledicência, excrescência e nojeira a céu aberto, que já nem sei se terá valido a pena ter sobrevivido. E depois...o Inverno. Criei frieiras, pé de atleta e tudo o mais o que possam imaginar de mal. As condições são péssimas! Mas tenho de ser grata, tenho de ser fiel ao meu princípio de católico-islamista sem nada a que me queixar, sem nada a que me impor a não ser...sobreviver. Apenas isso!
Os meus pais, coitados, tanto que me preservaram em educação e fora das guerrilhas internas desde que nasci. Tanto que me queriam resguardar das maldades humanas, sem que suspeitassem sequer no que mais tarde se me imputaria. Mas não podiam adivinhar, por muito que o tivessem sabido e, sentido na pele.Talvez pela endémica razão que lhes foi sempre mostrada de guerras e alcofas feitas por desmandos de fronteiras ou limites destas. A minha mãe sabia bem disso, desde que fora trazida como criança de colo ainda, para fora desta nação: o Líbano. Nasceu dois meses antes de ter rebentado a Guerra Civil no Líbano no ano de 1975 e, daí, os meus avós maternos em completa alucinação ou impulsiva tomada de posição, arcando com a filha - e minha mãe - em fraldas, berço improvisado e automóvel atulhado, e lá se fizeram à vida pela Síria - «a terra prometida» onde havia mel, petróleo e riqueza havida (muito mais do que na recôndita aldeia turca de onde eram provenientes). Foi o que consideraram. Mal. Mas só o chegariam a saber até este momento. Na época tudo correu bem. Até um certo ponto. Depois a minha mãe conheceu o meu pai, um rapaz todo espertalhaço e bem na vida com um comércio promissor de baterias e peças de automóveis, conquistando os meus avós com o seu faro para o negócio. Pior, foi a religião; a sua! Os meus avós de índole cristã e ele, o genro, um façanhudo muçulmano que lhes ia roubar a filha; literalmente! É claro que não aceitaram de ânimo leve mas depois...bem, depois nasci eu, ou seja, fui «encomendada», precipitada - e em certa medida - levianamente concebida pela minha mãe, que assim achou ter sido a melhor maneira de tudo ficar resolvido de uma só vez,  ainda que, com esse seu avançado gesto de tudo querer, muito tivesse arriscado a não ser deportada de imediato para a Turquia. E tudo foi superado ou ligeiramente amansado então, no que o meu pai teve de lhes asseverar na altura, de que não era fundamentalista nem nada que se parecesse, quebrantando os meus avós sobre as suas boas intenções ( após muitas lutas e encontros desavindos dele com ambos). Depois, em crescimento meu, brinquei, estudei e fui uma criança feliz. Muito feliz. Nada comparável a Nur, a criança que me vê como uma mãe ou irmã mais velha e me segue para todo o lado aqui. Também ela é órfã e tudo o que quer, é que eu lhe cante à noite para adormecer, querendo esquecer talvez, as explosões que nos seus ouvidos de menina pequenina ainda ecoam, por tanta crueldade, por tanto sangue derramado.

A Triste Realidade
Somos muitos aqui. Demais. Há quem fale que já somos um milhão de refugiados. As condições são péssimas e não há perspectivas de algo mudar, de algo se instaurar em mudança ou melhoria de recursos. Eu sofro. Todos sofremos. Muito. Desde o fio nocturno que nos engelha o corpo e todo o ser, aos ventos cortantes de poeiras e malefícios que nos entram na pele e por todos os poros, por todos os orifícios, deixando-nos quebrados e sujos de tanta secura desértica. E água, escasseia. Escasseia tudo. Desde os bens essenciais alimentares aos de higiene e eu que sou tão limpa, tão asseada, aqui me vejo despojada de tudo...até de dignidade! Quando me vem o período - na pior fase da minha vida - sinto-me como que amaldiçoada por uma doença peçonhenta e sem brio, pelo que até isso temos de esconder nos demais que se servem do nosso sangue putrefacto (dizem eles) para fazerem feitiçarias. «Eles» são os maus. São os que se camuflam de amigos e depois nos devassam a vida,nos violam, nos sequestram às suas vontades e desejos, abrigos e desatinos; e nós (as mulheres) não podemos falar. Não devemos falar. Ou somos mortas! E eu quero viver! Tenho de viver!
As latrinas são poucas para tanta gente. Os desinfectantes também. Os antibióticos esses, são mercantilizados numa espécie de mercado negro em que tudo até já se tornou um hábito, uma normalidade - de dentro e fora do campo - em mestria de quem mais tem ou de quem mais deve, para ter (ou submeter-se) à vontade dos «grandes» de armas na mão e imposições suas sobre nós, os refugiados.
E tudo isto é muito triste, muito triste mesmo!
Bashar al-Assad há cerca de um ano (mais coisa, menos coisa...) que está a ser ajudado pelo Grupo Xiita Libanês Hezbollah e eu não sei, sinceramente, se isso é bom ou mau, até pelo simples facto de que a informação que aqui chega ao Campo de Refugiados é muito limitada. Ou nula. Nunca sabemos a verdade. Se, o que nos dizem é certo ou errado, mentira ou verdade corrente que no Ocidente já sabem e empolam ou desprestigiam, consoante os interesses instalados.
Havia tanta esperança que algo mudasse...tanta...mas nada mudou. Nada! O excelentíssimo senhor do ACNUR, (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) na pessoa representativa do português António Guterres (disseram-me) vinha em auxílio, prestação de serviço e préstimos seus, mesmo a nível individual...condoer-se com a nossa sorte ou desdita de estarmos a ser ou não protegidos, ajudados, bem alimentados, bem cuidados e...enfim, repostos nesta vã condição de sobreviventes numa terra não nossa mas que, nos acolheu em seus braços sem ter grandes condições ou recursos para isso. Albergar um milhão de pessoas - metade das quais, crianças - não é tâmara doce, como se diz por aqui. Na terra deste senhor, diz-se «pêra doce»...pois que seja; ou não!
Soube-se dos muitos esforços que a senhora Ninnete Kelley - a representante do ACNUR aqui, no Líbano - fez a tão nobilíssimo senhor e Alto Comissário da ONU para os Refugiados da nossa triste situação. E fê-lo bem, penso. Relataram-me de que foi incisiva e, directa, em tudo o que nos aflige e carece neste ( e noutros!) Campo de Refugiados, que mais parece uma lixeira a céu aberto e que, só as tendas brancas disfarçam - de tanta sujeira maldita de uns e outros - no fundo, nos seres que somos, humanos pois, mas desumanos em muitas outras coisas. Assim como a minha querida Nur - a criança de que vos falei - existem outras milhares que não vão à escola e não têm qualquer tipo de ensinamentos nem sequer em avença, de nestas se criarem hábitos e comportamentos mais abrangentes - ou sociáveis - pelo que têm medo até de saírem das suas tendas. E a tudo este senhor ouviu...e a tudo corroborou em pesar e lástima sua, maior ainda do que a da Angelina Jolie que também por alguns campos andou em igual homilia internacional. Minha pobre Nur, que já amo como a uma filha...como lhe explicar que eu não tenho futuro algum...? Como lhe poderei assegurar o dela...como??? Será que irão ouvir o senhor Alto Comissário da ONU...irão??? O meu Deus, o Deus de todos nós em forma de Alá ou de outro qualquer, será que mo é capaz de dizer...? Dois Milhões e Seiscentos Mil Refugiados Sírios não será um número que os convença disso...? Será...? Fala-se em dois mil e quinhentos novos refugiados por dia - e de novo as crianças...Senhor... - em que a UNICEF é testemunha de todo o tipo de carências e faltas em si de direitos e sonhos, sem que nada nem ninguém faça alguma coisa...será que estou enganada? Será que é desta vez que, por ter vindo cá tão alto dignitário, o meu povo vai ser libertado...? Nós vamos passar a viver em paz e mesmo, as facções antagónicas - os que apoiam e os que se opõem  a Bashar al-Assad - virem a dar as mãos em jactância e arrogo de disparos para o ar em cumprimento de vitória de ambos os lados, numa sua união e confraternização...será? Poderei acreditar nisso e levar comigo a minha pequena Nur que, não tendo nascido do meu ventre, já é tão minha como a minha amada Síria de coração, peito e aprumo em futuro próximo...? Digam-me que sim, e a tudo sobreviverei, a tudo! Até mesmo ao despojo de mulher que agora sou, menina ainda, mas velha...muito velha, por tudo quanto já vi, por tudo quanto já passei na vida e...neste imenso, vasto e lastimoso Campo de Refugiados que não é a casa de ninguém mas antes, uma cerca de arame farpado - de todos - em prisão efectiva dos muitos que aqui se acotovelam, só para não morrerem assim...sem nome, sem bandeira e sem nação nenhuma! Não quero isso para a Nur nem para mim. Quero lutar, quero viver...e quero um dia amar...ou saber o que isso é! Um dia talvez...dentro ou fora da minha amada Síria, mas é isso que quero! Ser feliz e...com a Nur do meu lado...para sempre... e em paz!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A Cinza Sagrada


Imagem/ Foto de Sathya Sai Babá - Guru Indiano (Ratnakaran Sathyanarayan Raju)

Haveria de facto algum poder paranormal - e certa veracidade - em tudo o que Sai Babá exponenciou de si? Terá sido este Guru nascido na Índia, um incontestável milagreiro ou somente um mero farsante em habilidades mil que assim compunha nos feitos que exibia? Terá sido ele um exímio prestidigitador ou efectivamente um veículo terreno de múltiplos fenómenos inexplicáveis?

Sai Babá: Santo ou Charlatão?
Sai Babá tem na Índia e em vários países ocidentais um grande número de adeptos que o consideram um deus e lhe obedecem cegamente (ou obedeceram, pois na actualidade Sai Babá já é falecido), embora também conte com muitos adversários.
Para os primeiros é um santo - a Encarnação de um Amor Universal - capaz de materializar coisas do nada. Os seus críticos, por outro lado, consideram-no um charlatão, um farsante disfarçado de fundador de uma religião. Em todo o caso, o Guru Indiano é o mais famoso dos «homens milagreiros» do nosso tempo.

Megalomania Religiosa
Sai Babá, de seu nome Ratnakaram Sathyanarayan Raju (n. 1926), começou por afirmar ser a reencarnação do lendário santo indiano Sai Babá de Shirdi, que morreu em 1918 Mais tarde revelou-se como Avatar - a Encarnação de um Deus - dotado de poderes divinos.
A seguir, como representando simultâneamente a Encarnação dos Deuses Hindus - Shiva e Shakti - a união dos símbolos Masculino e Feminino. Por fim, anunciou que era também a encarnação de Jesus Cristo, vendo portanto na sua «Religião Sai» - fundada em 1976 - a reunião de todas as religiões, cujo centro ele próprio ocupava enquanto Personificação do Amor Universal.
Sai Babá não pedia aos seus adeptos que mudassem as suas convicções religiosas, pois na adoração da sua pessoa cumprir-se-ia o aperfeiçoamento de todas as religiões.

Materialização ou Fraude
Na qualidade de Mestre Espiritual são-lhe atribuídos vários milagres, muitos dos quais não passam de truques de prestidigitação aos olhos dos seus críticos.
Em Agosto de 1992, por exemplo, o Guru fez aparecer uma corrente de ouro para oferecer a um arquitecto que construíra um edifício novo no seu «Ashram» - palavra que em sânscrito designa um centro religioso. No entanto, no filme realizado para a Televisão Nacional (Índia), só se vê uma mão tirando-a debaixo de um monumento comemorativo e, estendendo-a a Sai Babá
Em Maio de 1995, o Mestre «materializou» um pequeno ovo de ouro, que tirou da boca. Tratava-se, alegadamente, do mítico ovo de ouro (Hiranyagarbha) que representa a Origem, o Deus-único de todos os seres, o Princípio que habita todas as criaturas.
Não se percebe se é truque ou não, mas existem na Índia muitos charlatães que apresentam este passe de Magia.

Observações feitas por Parapsicólogos
O Parapsicólogo norte-americano Karlis Osis (1917-1997) e o seu colega islandês Erlendur Haraldsson foram testemunhas de alegadas materializações de Sai Babá em finais da década de 1970.
De repente, o Mestre tinha na mão um anel com o seu retrato. Os cientistas ficaram tão espantados com o inesperado «presente» que não fizeram qualquer declaração quanto ao seu aparecimento.
Numa conversa posterior com Sai Babá, Osis tinha no dedo o dito anel. Subitamente, o retrato desapareceu de maneira inexplicável, embora o rebordo da jóia e os 4 ganchos que seguravam a imagem, continuassem na posição original. Sem os dobrar, não teria sido possível retirá-la. Mais tarde, Sai Babá tomou o misterioso anel entre as mãos, soprou e...quando as abriu, mostrou um outro anel - parecido com o primeiro - de ouro, de muitos quilates e com a imagem do Mestre.
Embora todas estas encenações do Indiano Sai Babá pareçam prestidigitações (na época em que foram reportadas) e, tenham sido normalmente consideradas simples manipulações, não é de excluir que, no caso de Sai Babá, tenham efectivamente ocorrido esses mesmos fenómenos inexplicáveis.
Além disso, é possível que a Fé profunda dos seus seguidores tenha - de algum modo - favorecido estes supostos poderes.

A Cinza Sagrada
Sai Babá sublinha a sua doutrina com «habilidades» impressionantes. Para muitos, tratou-se taxativamente e, apenas, de truques de Magia. Mas, os seus seguidores consideram-nas fenómenos Paranormais autênticos. Não é no entanto possível nenhuma conclusão definitiva, pois os poderes de Sathya Sai Babá nunca puderam ser observados nas melhores condições.
Uma das suas apresentações habituais era o aparecimento da Cinza Sagrada, à qual lhe eram atribuídos poderes curativos: um pote de barro - aparentemente vazio - era colocado em pé, com a boca para cima. Logo que Sai Babá introduzia a mão lá dentro, a cinza começava a transbordar.
Às vezes, a cinza «chovia» simplesmente da sua mão. Claro que esta encenação, que mais parecia um truque de prestidigitação, não convenceu os cientistas dos seus supostos poderes.

Sathya Sai Babá ficará nos anais da História certamente, por tudo o que se evidenciou e aqui se referiu, envolto que desde já está, numa mítica ou lendária versão da sua religiosa vida.
Diz-se, por exemplo, que a seguir ao seu nascimento foi poupado por uma cobra venenosa que se tinha escondido debaixo da sua cama. Com oito anos revelou-se como Encarnação de um Santo Indiano, no que ainda hoje prolifera nos seus seguidores indianos.
Quanto à tão proclamada acção milagreira da Cinza Sagrada «produzida» por Sai Babá - embora se duvide muito da sua autenticidade - os seus seguidores terão acreditado firmemente neste. Nas tais reuniões com o Guru Sai Babá, a cinza era então derramada nas cabeças dos adeptos, que pediam Saúde, Felicidade e Alegria...! Há mesmo a referência - e afirmação - que Sai Babá já em criança era muito piedoso e, curiosamente interessado em temas religiosos. Na escola organizou representações teatrais e serões musicais. Terá sido então este o mote - ou início - de toda uma sua vida dedicada ao espectáculo...? Não se sabe, mas aqui fica registado esse facto.
Possuidor ou não de poderes paranormais, exibindo-os em perfeita sintonia e, harmonia com o que se regia na vida em crença e fé religiosas, Sai Babá ficará então conotado como alguém que por tal se evidenciou, no que ainda hoje se não determina como verídico ou suspeito; contudo, há que ser apartidário nestas questões e mesmo imparcial, reportando-nos apenas aos factos já sucedidos. Que Sai Babá possa descansar em paz nesse outro mundo de uma outra dimensão e, nesta, se augure da mesma forma que o fez na anterior, supõe-se. No fundo de tudo isto, só se poderá então apelar a um bom senso e alguma crença também...no que se autentica em conhecimentos e culturas do mundo; no que, todos nós Humanidade, assim o queremos, assim o respeitamos, assim o desejamos. E, que assim seja!

OVET Leiria Ourém Portugal 03.07.2013

OVET Leiria Ourém Portugal 03.07.2013

Scorpions - Send Me An Angel

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A Função Insólita


Transmissão do Chi/Qi na Transferência de Energia e Calor

Que «Função Insólita» é esta no organismo humano, em que havendo uma transmissão de Energia Vital Chi, se processam verdadeiras faculdades de percepção inexplicáveis? Estaremos então perante uma nova revolução científica e, tecnológica, ante uma radical  - ou decisiva - mudança no futuro da Humanidade? Que evolução nos trará estes novos conhecimentos implementados no ser humano?

Funções Insólitas do Organismo
Corre o ano de 1983. As chinesas Xiong e Li Hong Wu encontram-se sentadas num sofá ao lado uma da outra, com uma folha de papel presa nas axilas. Um observador da experiência escreveu previamente qualquer coisa nas folhas, dobrou-as cuidadosamente e entregou-as às jovens. Passado pouco tempo, ambas escrevem aquilo que, segundo elas, se encontra nas folhas escondidas.

Experiências
Xiong Jie, então com 13 anos, era capaz de perceber mentalmente os desenhos feitos nas folhas que tinha presas nas axilas. Nessa altura, a jovem não só era capaz de reproduzir caracteres chineses como também outros sinais, que não conhecia, do Alfabeto Grego ou Latino.
No caso das letras EKG - que percebeu quase com exactidão - escreveu EAG e desenhou o esboço de uma casa precisamente na perspectiva que figurava na folha oculta.

Ver sem Olhos
Uma vez, um experimentador ocidental escreveu o número 28 numa folha, dobrou-a com cuidado e prendeu-a na curva do joelho de Xiong Jie, assegurando-se de que a jovem não conseguiria lê-la.
Passados cinco minutos, ela escreveu primeiro um 2 e depois um Q. Embora o número não houvesse sido reproduzido com exactidão, o céptico cientista teve de reconhecer que se dera um fenómeno perceptivo bastante concreto.

As Crianças Videntes da China
Tudo começou a 11 de Março de 1979, quando o Diário Chinês, Sechouan Daily publicou um artigo sobre o jovem Tang Yu, então com 12 anos, que dizia que o rapaz era capaz de «ler» os textos que lhe punham na orelha. Dois meses depois apareceram de repente - por toda a China - crianças igualmente capazes desta proeza. Nunca ficou esclarecidos e estes seus sucessores eram simples charlatães ou se realmente possuíam faculdades paranormais. Não é, além disso, descabido supor que tenha havido erros de interpretação nos poucos casos analisados com rigor.

Fontes de Erro da Ciência
A partir de 1979 estas faculdades começaram a ser estudadas cientificamente pelos investigadores chineses Chen Hsin e Mei Lei, do prestigiado Instituto de Medicina Aeroespacial (ISME) de Pequim.
Ao que parece, algumas crianças submetidas a condições muito rigorosas foram de facto capazes de identificar correctamente, em mais de 80% dos casos, os desenhos, algarismos e letras que lhes encostaram à orelha. Uma taxa tão alta, no entanto, entra em contradição com o que acontece normalmente em Parapsicologia, o que levantou a objecção de que talvez as condições destas experiências não tivessem sido controladas com todo o rigor, dado que semelhantes estudos eram na altura, terreno desconhecido para os cientistas chineses.
Nas experiências parapsicológicas é extremamente importante verificar - ao pormenor - todas as possíveis fontes de erros e enganos.

Um Novo Campo Científico
Os métodos de investigação foram mais tarde aperfeiçoados com base nestas experiências. As folhas de papel passaram a dobrar-se com cuidado e a prender-se, por exemplo, nas axilas.
A percentagem de respostas correctas diminui, mas continuou a haver um número muito elevado de crianças cujas percepções sensoriais estavam de acordo com as folhas «secretas».
Para os cientistas, não podia tratar-se de uma espécie de hipersensibilidade da pele, de uma «Percepção Dermo-Óptica», pois os desenhos estavam dobrados e os textos não entravam em contacto directo com a pele.

Insólito «Chi»
Os Chineses chamaram «Funções Insólitas do Organismo Humano» ao campo científico que, a partir de então, se dedicou a investigar estes fenómenos. Foi formulada a hipótese de que a responsável por estas percepções extraordinárias era a Energia Vital Chi - que atravessa o corpo e todo o Universo.
Assim, os Mestres de Chigong - uma técnica que permite controlar voluntariamente o fluxo do Chi dentro e fora do corpo - possuiriam muitas outras faculdades inexplicáveis.
O Controlo e, a Transmissão de Energia Vital Chi, adquiriram então uma grande importância na investigação das Funções Insólitas do organismo humano.
Esperava-se que a compreensão destes processos esclarecesse muitos outros fenómenos misteriosos.

Zhang Baosheng
Zhang Baosheng (n. 1955), um operário da província de Jiangsu que já em 1976 tinha despertado a atenção, passou a demonstrar as suas faculdades paranormais no ISME de Pequim a partir de 1984.
Por exemplo, concentrava-se num insecto vivo fechado num balão de vidro selado e, passados dois minutos, este passeava-se fora do balão, que no entanto continuava intacto.
Diz-se que uma vez se conseguiu filmar uma experiência semelhante com uma câmara de alta velocidade: a película mostra um indivíduo dotado de faculdades paranormais concentrando-se e fazendo um comprimido atravessar um frasco de vidro hermeticamente fechado.

Possível Explicação
No final da década de 1970, o médico Wei Nengrun, de Wuhan, Vice-Presidente da Sociedade Chinesa de Parapsicologia, estudou as faculdades insólitas de percepção em crianças chinesas.
Para ele, a Ciência ainda está muito longe de compreender todas as capacidades do organismo humano. Na sua opinião, os Fenómenos Paranormais, que são raros, estão relacionados com as faculdades do organismo humano e, com os mecanismos de processamento do sistema nervoso central. Ou seja, não existe neles nada de místico: "Para classificar e compreender estes fenómenos, só é preciso alargar os conhecimentos actuais nos campos da Medicina, da Fisiologia e da Biologia."
Wei Nengrun acredita que o estudo mais aprofundado da Medicina Tradicional Chinesa e do Chigong, pode então levar a teorias que nos permitirão ir compreendendo cada vez melhor as Funções Insólitas do organismo humano! Nengrun está convencido de que, a compreensão mais alargada destes fenómenos, levará a uma nova revolução científica e, tecnológica, assim como a uma mudança decisiva no Futuro da Humanidade!

Faculdades Paranormais
Em 1995, num congresso em Munique, Li Zhi Nan, secretário-geral da Sociedade Científica de Chigong da China, e o seu colaborador Liu Han Wen - Mestre de Chigong da escola Chan Mi - falaram dos grandes esforços  que estavam a realizar-se no âmbito da investigação parapsicológica no seu país, onde se faz a distinção entre as Faculdades Paranormais do tipo «Yang» e as do tipo «Yin»: as primeiras adquirem-se com a prática, mas as últimas são inatas, Mediúnicas ou Xamânicas!
Oficialmente, a China vê os Fenómenos Paranormais com profundo cepticismo, mas na prática anda à procura de talentos paranormais especiais do tipo «Yin».
Como explica Li Zhi Nan, os casos detectados são seleccionados e, submetidos a investigações «internas», ou seja, a programas secretíssimos de investigação das Funções Insólitas do organismo humano.

Li Zhi Nan nasceu em 1921, tendo desta forma dedicado grande parte da sua vida ao Estudo da Cultura Tradicional Chinesa. Contribuiu com os seus trabalhos para a divulgação internacional dos diferentes métodos e práticas do Chigong.
Finalizando este tema de origem e práticas na Ásia, é tempo de se realizar - e não só se confinar neste imenso Continente - a extensão, desenvolvimento e continuada repercussão no Ocidente também - sob todas as ópticas - de uma Comunidade Científica Mundial que a tudo alude, estuda, investiga e analisa...supostamente. Daí que, se augure num futuro próximo e, nas futuras gerações, toda essa dinâmica de uma nova Ciência que percorre as profundezas do organismo humano em descobertas e revelações ao mundo, sobre estas mesmas Funções Insólitas da Humanidade. Por ela e só por ela e a bem desta, que assim continue a ser e, a vivificar em nós todos um maior conhecimento. Que assim seja!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A Cura «Qigong»


Exercícios de Qigong/Chigong

Será de facto possível que, a Energia Vital de uma pessoa é capaz de alterar a composição das coisas? Haverá uma influência directa dos campos magnéticos na Cura Paranormal - Cura Qigong/Chigong?
Canalizarão assim os Mestres de Qigong ou Chigong a efectiva energia, transmitindo-a depois para a cura de outros na força que desenvolveram, para dessa forma haver essa mesma cura?

Os Milagres dos Mestres de «Chigong»/«Qigong»
Os Mestres de Chigong são pessoas que atingiram um elevado grau de domínio dos processos autónomos do seu organismo, sendo capazes de conduzir voluntariamente a Energia Vital Chi/Qi e, de a transmitir para curar os outros.
Na Universidade de Qinghua, em Pequim, realizou-se uma série de estudos espectaculares com um Mestre Chinês de Chigong chamado Yan Xin (n. 1950, Jiangyou).

Efeito Remoto
Durante dez minutos, Yan Xin dirigiu o seu Chi para diversos preparados biológicos e químicos, que reagiram a esta influência com grandes alterações da sua estrutura molecular.
A Molécula - a unidade mais pequena de um composto químico - apresenta as mesmas propriedades características da sua combinação.
Logo que foi concluída a transmissão de Chi, este efeito desapareceu e os preparados voltaram ao seu estado anterior, o que, para os Cientistas, foi uma prova mensurável de que a Energia Vital de uma pessoa é provavelmente capaz de alterar a composição das coisas.
Este resultado já é fantástico por si só, mas ainda há mais: Yan Xin realizou esta transmissão à distância, não de uns metros ou de outra sala do laboratório, mas afastado 7 a 10 quilómetros do local da experiência.

O Qi/Chi e o Organismo Humano
Estas investigações também são levadas a cabo no Instituto Nacional de Ciências Radiológicas de Chiba, no Japão, onde, sob a direcção do doutor Mikio Yamamoto (n. 1944), se estudam os efeitos do Qigong com um verdadeiro arsenal dos mais modernos aparelhos de Alta Tecnologia.
Yamamoto é, há muito tempo, um investigador conceituado nos círculos científicos: em 1979 desenvolveu no Japão um «Tomógrafo de Emissão de Positrões» (TEP) no campo de Medicina Nuclear e, já foi galardoado várias vezes, em resultado das suas investigações radiológicas.
No caso do Qigong, o objectivo principal dos seus estudos é analisar as alterações fisiológicas produzidas durante os efeitos anómalos.
Numa das suas experiências, um Mestre de Qigong, sentado atrás de uma divisória e com a mão igualmente protegida dentro de uma caixa metálica, tinha de emitir Qi para um receptor. Este último, visual e acusticamente isolado, sentado à sua frente com a mão em cima da caixa, tinha de tentar sentir quando se dava uma transmissão de Qi/Chi.
O Receptor não conseguiu detectar os intervalos de tempo em que o Qi foi emitido em nenhuma das 20 transferências, mas as suas Ondas Cerebrais mostraram diferenças claras entre os períodos de transmissão e os de controlo, o que indica que o Qi emitido foi registado inconscientemente pelo organismo!

"Tohate" - Emissão do Qi
Tohate - Assim se chama a forma japonesa de emissão dirigida do Qi. Os investigadores japoneses tentaram, por exemplo, perceber se os seus discípulos são realmente capazes de sentir à distância uma acção «Tohate» do seu Mestre.
Um Mestre e uma aluna forma colocados em edifícios diferentes do laboratório, em salas isoladas entre si. O Mestre realizou então acções Tohate a intervalos de tempos aleatórios e, em 6 dos 16 casos, a discípula reagiu à Emissão de Qi no período de um segundo. Entretanto, os investigadores também conseguiram documentar cientificamente que o ritmo das Ondas Cerebrais dos discípulos se altera durante a Tohate. Além do mais, observa-se nos testes uma grande coincidência nos padrões das Ondas Cerebrais do Mestre e, do discípulo.

Campos Magnéticos
Os estudos realizados atestaram que os campos magnéticos podem influenciar a Cura Paranormal.
Cientistas japoneses do Departamento de Fisiologia da Universidade de Showa, em Tóquio, demonstraram em 1995 que os Mestres de Qigong/Chigong são capazes de gerar campos magnéticos muito intensos durante a transmissão de Qi/Chi.
Um grupo de cientistas do Laboratório de Bioelectroquímica da Escola de Medicina  Mount Sinai, em Nova Iorque, constatou recentemente que, ao influenciarem um sistema enzimático do organismo humano, os Mestres de Qigong provocavam um efeito equivalente ao de um campo magnético forte.
No entanto, não está ainda esclarecido até que ponto a Emissão de Qi/Chi tem a ver com a enigmática criação de campos magnéticos e, se esta relação, pode contribuir para a sua compreensão.

Os Chineses recorrem frequentemente aos Mestres de Chigong para curar as doenças. A Energia Vital Chi que se reactiva neste processo, desenvolve-lhe a força de que necessita para se curar.
Na China, o Chigong faz parte da rotina quotidiana de muitas pessoas. Os exercícios de acumulação de energia e domínio do corpo são executados pelo menos uma vez por dia.
Em relação ao Japão, o director do Laboratório de Bioemissões de Chiba, o cientista Mikio Yamamoto - como já se referiu - há vários anos que realiza investigações sobre os efeitos do Qigong/Chigong. O valor internacional dos seus resultados deve-se aos métodos de Alta Tecnologia por ele utilizados.

Seja Chigong na China, Qigong no Japão ou Prana na Índia, o facto comum nestas três vertentes, é que todas são uma mesma determinação na dita corrente de Energia Vital e, de transmissão, para a efectiva cura de pacientes. Como tal, reitera-se então de que todas estas influências - sendo-nos benéficas e obreiras de uma causa maior em harmonia e estabilidade física e mental no ser humano - se possa continuar a aludir, a reivindicar e...a assumir em todos nós como povo uno e global que somos, tanto no Oriente como no Ocidente! Pois que, a bem da Humanidade, assim continue a ser!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

STING & CHEB MAMI - DESERT ROSE

A Minha Recruta


Força Especial da Polícia Secreta Israelita - Mossad

Poderei ter duas vidas, apagar completamente o meu passado e ser uma guerreira numa terra não minha, não amada, pela qual nunca me libertarei, pela qual nunca existirei também...poderei???
Poderei anular-me como pessoa, como identidade, sendo refém de mim própria por tudo o que perdi, por tudo o que jamais recuperarei de...família, amores e desamores, contingência de nação e medalhas a obter, sem que nada tenha feito nesse sentido para tal obter ou sequer, requerer isso???

                                                            MOSSAD
Ha Mossad - Le Modiyn ve le Tafkidim Mayuhadim - Instituto dos Serviços Secretos e Operações Especiais.
 - Directrizes da Academia - 1º  Naka     2º  Apam     3º  Instrução Militar-Geral     4º Disfarce

Naka - Sistema de escrita uniforme da Mossad para Operação e Relatórios de Informação.
Apam - (Avtahat Paylut Modienit) - Segurança Opreacional dos Serviços Secretos.

Identidade - Shirley O`Connor - Irlandesa - Radicada nos Estados Unidos da América
32 Anos - Voluntária do Exército nacional Norte-Americano, Solteira.
Foraça Interveniente das Unidades Especiais dos EUA. Serviços Humanitários Prestados na Somália e Etiópia. Nome de Código - Nancy (CIA)     Israel - Nina (Mossad)

Israel - Telavive (Ano - 1995)

Era esta a minha identidade. O que tinha havido ou existido em mim...nada mais restava. Ou quase nada! Talvez nada mais do que um rastilho perdido no ar em que nem o som das aves ou o murmúrio dos ventos mo poderia recordar. Era como se nunca tivesse nascido ou apenas na memória uma vã lembrança de uma vivência longínqua e não terrena, numa outra encarnação vivida.

Os Primeiros Dias
Nada mais resta do que o meu ser mutante de pessoa e figura, por uma outra que eu ainda não conheço. Aprendi a ser alguém provindo de uma outra terra, de um outro mundo, como se acabasse de ter nascido de um outro ventre materno. Não mais senti o sabor das tradições do lugar onde nasci, nem o cheiro do mar de um imenso e farto oceano só meu. Não mais tive em meu poder aquele sentido de querer e não querer em saudade e, em pertença, que só na Alma Portuguesa existe!
Pode-se correr mundos e mundos, terras e mais terras que, nenhuma nos dá aquela tão grande emoção de nos sentirmos seus, de nos havermos ser deuses por toda ela...e dela me tiraram também: a Família, a terra...e a Alma! Tudo perdi. Tudo morreu.
Os meus dias são agora tão maus como as noites em que me encontro na escuridão permanente. Interdito-me a tudo: Amor, Sexo e..Liberdade. O meu ponto fulcral é encontrar, aprisionar e abater o quinto terrorista e, assassino, de uma família que conheci em tempos. A minha!
Não há espaço para o livre pensamento ou o simples prazer de me sentir mulher. Aqui não há sexo que nos diferencie nem ideologias que nos insufle evidências de trato ou maior poder. O nosso lema é: "Por via da dissimulação, farás a Guerra!" Eu senti-o nas palavras e no ser de Aharon Sherf, o nosso líder e chefe da Mossad. Designação de «escritório» para todos a partir de agora!
A Instrução é dada por operacionais e não professores. A Academia é gerida por uma base indestrutível de que todos se unem pela sapiência e, experiência, numa só unidade colectiva! Nada pode ser individual ou autónomo, uma vez que só a interacção ou requerente interligação - e dependência - nos augura proventos futuros. Se um falha...todos falham! Penso mesmo que a palavra «Cooperação»,terá sido provavelmente inventada em terras de Israel!
Asseveram-nos que ela nos salva: a Cooperação. E que só ela nos faz sobreviver, tendo um particular sentido aqui em que tudo tem de estar devidamente estabelecido e, conectado. E também que através da tentativa e do erro, aprenderemos a lutar pela transmissão de experiência havida dos nossos exímios instrutores, assim como na memorização colectiva que a própria Mossad igualmente nos transmitirá. A cada um de nós. Não é fácil, mas também nunca ninguém aqui o afirmou.

E foi assim que eu, Nina de meu nome, identidade e novo berço em assomo de mulher da guerra, comecei os meus treinos em solo desconhecido e não amado mas que, o tempo, me demonstraria como era no fundo tão irrelevante e obsoleto talvez, os efeitos desta em mim - no que nesta me tinha imposto...inicialmente. Não sei se fui eu que a comecei a amar, a esta tão árida mas bela terra, se foi toda Israel que me deixou em si entrar e, entregar...! Só sei que, apesar de tudo, ainda possuo um coração: dorido, moribundo e muito empedernido mas ainda assim assaz frágil e magoado, numa última esperança de Deus pare «ele» para mim voltar. Mesmo sendo um fantasma em mim...ainda me acorda de noite, sussurrando que um dia me vem buscar, me vem para mim...para me voltar a amar...

Cadete 97 - O meu grupo. Agora...eu não sou mais Nina. Ou outra coisa qualquer. Sou um katsa! Simplesmente isso, um Katsa! Tenho de ser ágil e versátil. Tanto posso ser uma modesta escriturária como uma empregada bancária ou de profissão livre. Basta que, seja o que for em disfarce e identidade...o seja efectivamente bem. É a base de tudo, afiançaram-nos.
Advogo-me por leis que, não sendo as minhas de berço, são indefectivelmente as minhas, de uma vida que agora possuo e tenho de tentar manter. Para além de sobreviver, no que está implícito!
O início de tudo não foi nada fácil. A adaptação aos costumes vigentes, à língua hebraica e mesmo...à opulência dos meus camaradas judeus que furtivamente me olhavam de soslaio em mil interrogações.
Há somente três mulheres, duas mais jovens e, uma sensivelmente mais velha do que eu imaginara ou sequer supusera aqui existir ou cursar. Tem um ar afável mas de poucas falas. Também não pressionei...nem o queria. Lenta e sorrateiramente então, uma das outras tentou a aproximação. De mim. O que também não foi nada fácil. Disse chamar-se Mira e que gostava que fossemos...amigas. Que termo tão estranho e tão confuso nestas estreitas paragens ou passagem de um tempo que eu ainda não limitara em mim...(senti) ou então, nem sequer confiaria se o perpetuaria, se o anularia de vez em deixar-me morrer às mãos de um inimigo que eu ainda mal sabia de que cor ou credo me atingiria!Mas que já odiava, muito! Com todas as forças do meu peito!
Era tudo muito novo para mim e terrivelmente surpreendente. desde a incursão de Golda Meir que Israel não se sentia tão excitada por novos e vindouros tempos...(disseram-mo) mas, mesmo assim, pairava sempre no ar aquela imperativa atmosfera de medo e alerta por uma investida dos vizinhos Árabes. Quanto a mim, o que me esperava eu não sabia. Se de um lado tinha a pressão quezilenta de uns «amigos» americanos, do outro, tinha uma sofisticada - e desconfiada organização - com os olhos em mim postos. Sempre era uma estrangeira. E isso por si, já lhes denotava perigo suficiente para que não descurassem o mais leve pormenor. Eu tinha de ser perfeita! Não que quisesse evidenciar-me em superioridade latente, mas a isso - e indirectamente - mo tinham imposto os «State-Men». Não podia desiludir nem uns nem outros e, imperava-me como fiel joguete ou peão a rodar e, no meio de uma batalha que cada vez mais sentia não ser a minha. Mas era tarde para recuar. Muito tarde. E mesmo que o pudesse fazer - o que não era o caso - não sei se o faria. Seria cobardia demais em mim, o não me vingar de quem tudo havia de mim tomado. Tudo mesmo! Tinha de prosseguir, continuar!
                                                                                                   
                                                                                 Extracto do meu livro: "Templo Secreto"

A Energia Vital «Chigong»


Exercícios de Chigong/Qigong

Partindo do pressuposto de que todos somos rodeados por uma Energia Vital, haverá então através da prática dos exercícios de Chigong, a conservação da harmonia e equilíbrio - portanto, da saúde mental, física e espiritual? Atraindo a Energia «Chi» positiva e, repelindo a negativa, reflectir-se-à de facto no ser humano, esse bem-estar no organismo e, em muitos casos, a cura? Existirá paralelismo entre certos Fenómenos Paranormais e o «Chi» - se tiverem elementos comuns - na activação das estruturas cerebrais? E que se altera no organismo quando se dá uma transferência de «Chi»?

«Chigong» - A Cura pela Energia Vital
Há milénios que os Chineses acreditam que, a Energia Vital «Chi», atravessa o Cosmos e tudo o que nele se encontra. A arte de sentir, conduzir e utilizar esta energia no próprio corpo e para benefício dos outros ensina-se no «Chigong» - considerado um dos grandes campos da Medicina Chinesa desde a dinastia Han (206 a. C. - 220 d. C.).
O Chigong baseia-se em exercícios mentais e físicos derivados das práticas Tauistas e Budistas. A tradução de Chigong é simplesmente: Trabalho ou Exercício com Chi!
Para os Chineses, o Mestre de Chigong domina tanto o Chi que consegue conduzi-lo, acumulá-lo e transmiti-lo. Emitindo com as mãos o Chi do próprio corpo para o paciente, consegue actuar sobre a sua doença.

Investigação Científica
Juntamente com um grupo de cientistas da Academia Chinesa das Ciências Somáticas de Pequim, a investigadora japonesa Kimiko Kawano estuda os fenómenos que acompanha os processos curativos do Chigong no cérebro humano. O domínio voluntário do fluxo de Chi no organismo é acompanhado por um aumento das Ondas Cerebrais Lentas.
Durante a transmissão do Chi, os padrões eléctricos cerebrais do Mestre de Chigong e do receptor equiparam-se. Ambos os efeitos são, talvez, apenas o resultado do estado meditativo do Chigong e não a demonstração da existência da suposta Energia Vital Chi.

Fluxo de Energia Vital
A Energia Vital Chi no ser humano através de uma rede de canais, os chamados «Meridianos». Os Chineses acreditam que o fluxo livre e sem obstáculos do Chi nos Meridianos, é necessário à conservação da harmonia e equilíbrio e, portanto, da saúde mental, física e espiritual.
Baseando-se neste princípio, a Acupunctura e outros métodos de cura com ela relacionados, corrigem assim os bloqueios de energia ou o desequilíbrio dos fluxos através da sedação ou estimulação de determinados pontos de Acupunctura. Estes pontos situam-se nos Meridianos, que por sua vez estão ligados aos vários órgãos.

Acção do Chigong
Como actua o Chigong? Ainda não se sabe exactamente, porque a investigação neste campo é muito recente.
No Laboratório de Bioemissões  de Chiba, no Japão, estudam-se todos os aspectos do Chigong ou Qigong. À semelhança dos seus colegas chineses, também os cientistas japoneses suspeitam que o Chi é responsável por todos os Fenómenos Paranormais - uma espécie de veículo de inexplicáveis transmissões de informação. Há experiências que estudam se, o ser humano, é capaz de perceber as Emissões de Chi ou se, pelo menos, o organismo reage a elas. Existem indícios de que determinados padrões cerebrais se alteram durante a sua transmissão.

Transmissão de Chi
Os cientistas do Laboratório de Bioemissões de Chiba, estudam a Emissão da Energia Vital Chi por meio de complexas experiências: por exemplo, isolam o Mestre de Chigong do sujeito experimental, pondo a sua mão numa caixa metálica que serve de blindagem electromagnética.
O Receptor assim isolado do Mestre de Chigong senta-se à sua frente com a mão sobre a caixa de metal. Ambos estão ligados a aparelhos electroencefalográficos, que registam a sua actividade cerebral. O Receptor tem de indicar quando sente uma transmissão de Chi.
Embora nenhum dos sujeitos o tenha conseguido fazer, os electroencefalogramas registaram as transmissões: um aumento significativo da amplitude das Ondas-Alfa (8-13 Hz).
Os cientistas esperam poder verificar através destas experiências, o que de facto se altera no organismo quando se dá uma transferência de Chi.

O Papel do Cérebro
Graças aos modernos métodos de investigação relativamente às Emissões de Chi, os cientistas japoneses puderam detectar actividades curiosas nos Lóbulos e, nos Hipocampos do cérebro. Estes últimos, são estruturas situadas numa região do cérebro que controla as reacções vegetativas e, emocionais. Se os Fenómenos Paranormais e o Chi tiverem elementos comuns, a activação destas estruturas cerebrais pode ser um primeiro passo para a compreensão dos processos implicados.
É bem sabido que registamos continuamente muito mais sensações do que, as que nos chegam à consciência. Uma das funções dos Lóbulos Temporais é filtrar as Informações Sensoriais para que, não sejamos constantemente bombardeados com percepções «supérfluas». Ao que parece, também as Impressões Paranormais estão sujeitas a esta censura.

Efeito sobre o Crescimento Celular
Sob a orientação de Masatake Yamauchi, do Grupo de Investigação do Genoma, um grupo de cientistas de Chiba, no Japão, estudou em 1996 a influência da cura pela energia em culturas de Células Humanas previamente expostas a doses mortais de antibiótico ou Raios X.
Os Curandeiros tinham de tentar salvar as células através da transmissão de Chi. Não o conseguiram no caso das células tratadas com antibióticos, mas levaram ao desenvolvimento de novas colónias celulares no das células contaminadas com Raios X.
Os Cientistas concluíram destas experiências-piloto que o Chi transmitido contra os agentes químicos não tem um efeito positivo suficiente. Quantos aos Raios X, provocam lesões no núcleo que, normalmente, levam à morte da célula. Mas às vezes os organismos conseguem reparar estas lesões por si mesmos. O que parece que os Curandeiros fizeram, foi estimular estes mecanismos naturais de cura com a transmissão do Chi, que juntamente com eles, «reparou» as lesões.

Chi - Positivo e Negativo
Há algum tempo que se sabe que, os Campos Magnéticos, desempenham um papel ainda muito pouco esclarecido nos efeitos paranormais do processo curativo.
No Departamento de Fisiologia da Universidade de Showa, em Tóquio, e no Laboratório de Biolelectroquímica da Escola de Medicina Mount Sinai, em Nova Iorque, demonstrou-se - entre 1994 e 1996 - que os Mestres de Chigong geram fortes campos magnéticos ao emitir o Chi.
Ao mesmo tempo, realizaram-se experiências com Mestres de Chigong no Instituto Chigong de Xangai, na China. Emitindo uma forma mortal de Chi para certas culturas bacteriológicas, os Curandeiros conseguiram uma redução das bactérias de mais de 50%.
Para os Chineses, os Mestres de Chigong são capazes de conseguir e, transmitir o Chi, de forma muito concentrada. O excesso de Chi que, ao contrário dos Mestres de Chigong, não somos capazes de controlar...pode levar à doença! Mas para a curar, os Mestres de Chigong transmitem o Chi em concentrações muito elevadas, pois só assim conseguirão eliminar células ou bactérias, por exemplo no tratamento do Cancro. No entanto, aplicada a órgãos sãos, esta forma de Chi pode ser mortal.
Por outro lado, parece que a aplicação inversa do Chi tem como resultado um aumento do número da bactérias entre os setecentos (700) e, os mil por cento (1000%).
Os investigadores verificaram que, os Mestres de Chigong, geraram fortes Campos Magnéticos tanto num caso como noutro. É de supor que estes campos são os responsáveis pelos efeitos observados, mas, apesar das experiências da década de 1990, ainda não se conseguiu provar cientificamente esta hipótese.

Para a Medicina Tradicional Chinesa, a Energia Vital flui através do corpo ao longo de doze (12) trajectórias, chamadas «Meridianos». Cada Meridiano representa um determinado órgão ou sistema: há, por exemplo, um meridiano biliar, um hepático e outro gástrico.
Ao longo das trajectórias da energia existem pontos minúsculos. Se espetarmos neles uma agulha de Acupunctura, podemos acelerar ou travar o fluxo de Energia Vital demasiado lento ou excessivamente rápido. Como o tratamento depende da precisão destes pontos, primeiro usam-se bonecos com os meridianos marcados, que ilustram onde é preciso espetar as agulhas para que o tratamento resulte.
Os exercícios de Chigong baseiam-se no pressuposto de que todos somos rodeados por uma Energia Vital que podemos trabalhar a nível físico e mental, como já se referiu. Nalguns deles, esta energia é visualizada como uma corrente que flui para dentro ou para fora do corpo, o que se faz imaginando-a na forma de uma «fonte de luz dourada» que nos atravessa.
Os praticantes de Chigong também tentam atrair com as mãos a energia Chi positiva e, repelir a negativa.
Mais uma vez se ilustra que, em todos estes casos de harmonia e pacificação física e espiritual no ser humano e, através destas técnicas, haverá assim um maior alargamento sobre o que até aqui se fazia no Ocidente, preterindo todos estes conhecimentos pelos da Medicina convencional ou bioquímica. Se com isto, o bem-estar geral se evidencia e regista com positividade e harmonia nos indivíduos, então é porque se está efectivamente no bom caminho. Por esse facto, apenas restará dizer que assim continue a ser, nessa inquestionável vertente de fluxo de Energia Vital reposta em toda a Humanidade e pelo bem desta. Que assim seja então!