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sábado, 31 de agosto de 2013

A Lápide

São Petersburgo - Janeiro de 1917
 

Fazia muito frio mas nós riamos e brincávamos nas estepes geladas como se estivéssemos em plena canícula veraneante. As minhas irmãs, Olga, Tatiana e Anastasia entretêm-se a mandar umas contra as outras, os novelos e bolas de neve que caiem em flocos, desfazendo-se, não magoando ninguém. Eu detenho-me mais em comoção da beleza glaciar do que na investida de corrida e lançamento dessa alegoria festiva das minhas irmãs. Vigio o meu pequeno irmão que sabe retirar-se da demanda de empurrões e desvelos dos flocos sobre si, até porque a perceptora não deixaria sequer. Ele não se pode magoar. Tem uma doença rara e estranha que a mamã nos sonega da gravidade mas não consegue esconder da igual aflição, assim que o Alexei se magoa. Fica com umas nódoas negras imensas, espalhadas pelo corpo sem que estanque a coloração e, a hemorragia certa em si. Não pode haver negligência nem trato de menino que ele é ou o papá reverte-nos em castigo exemplar, de não nos deixar sair um bom par de semanas até aos campos, até ás nossas brincadeiras de raparigas felizes que somos, simplesmente por sermos filhas do czar da Rússia.

A mamã (Alexandra Fedorovna) e, czarina da Rússia, mantém-nos à distancia, sentindo todas nós, uma certa preferência pelo nosso irmão mais novo, pela doença cingida neste e também, pela deferência premente com que a encara, pedindo ajuda e auxílio constantes ao senhor Rasputine. O papá não gosta dele mas tenta que isso passe despercebido à mamã que o adora na veleidade e subtileza da maleita de Alexei.
O senhor Rasputine tem o dom de apaziguar a mamã, que não a doença do meu infeliz irmão menor, que sofre horrores nas equimoses e hemorragias latentes, assim que é despoletada qualquer queda ou jeito requebrado que o faça cair ou magoar. É devastador. Tanto a sua dor de menino, como a da mamã que nada pode fazer nem os médicos em seu redor. Ouve-se dizer nos corredores do palácio, de que é a mamã que governa, os súbditos, o pai e todo o país reinante. Que nós, somos umas princesas mimadas e fúteis que só nos preocupamos com o que vestir e o que apresentar em corte real. Mas isso não é verdade. Nós sabemos línguas, tocar piano e cantar operetas que a mamã faz questão que aprendamos pois um dia ser-nos-à útil nas vidas futuras de cada uma de nós. Espero que assim seja, pois eu quero contrair matrimónio um dia, com o meu príncipe encantado da Rússia ou...de outra nação que o papá aprove. Desejo isso. Espero por isso como esperei anos, para me ver ser apresentados os príncipes consortes, meus e, das minhas irmãs; ainda que, há distância de um punhado de vales e montanhas brancas, para lá, da nossa mater e amada mãe Rússia. Sou bela, muito bela...dizem-me, e tenho a vida toda para o comprovar!

17 de Julho de 1918 - Iekaterimburgo

Não sei o que está a acontecer. Fomos levados para outro sítio. Estamos num sítio horrível. Eu tento não chorar mas não consigo. Apesar de não estar frio, eu sinto as mãos e as pernas geladas. As minhas irmãs, mais contidas e mais caladas - talvez pela razão que lhes assiste de não quererem mostrar medo, sinto - vão revezando-se em entregas de sorrisos tímidos e solventes para com os bolcheviques que à bruta e sem modos alguns, as empurram e lhes gritam para serem mais expeditas no passo e na caminhada.
Fomos sequestrados todos. Toda a família e nem as súplicas da mãe, para que deixassem ficar e subtrair das suas intenções, o meu irmão doente que não sucumbindo à terrível doença, reportar-se-ia agora corajosamente morrer, às mãos destes homens barbudos e maus que nos tomam de freio e razões suas.
Vociferavam-nos de que agora não tínhamos poder algum sobre nós ou, sobre as nossas vidas e muito menos sobre a monarquia e realeza deixadas para trás. Sufocavam-nos com as suas garras malditas, falando e cuspindo perto de nós, sobre os benefícios e alegrias de uma ideologia nova e obreira, chamada de comunismo que iria ser o futuro das nações. Nós ouvíamos cabisbaixas e trementes, receosas e indulgentes perante tamanha verbosidade leiga e de controversa sintonia. Temíamos pelas nossas vidas mas ainda assim acreditávamos que algo ou alguém nos poderia salvar. Era no que acreditávamos, pois só nos restava isso.

Fomos arrastados de madrugada para fora daquelas camas incómodas e feitas de barbas de milho que nos deu comichão e fez vergões no corpo, não nos deixando dormir. Mesmo que, nenhum de nós o conseguisse, de facto. puxaram-nos para fora dos leitos com quem puxa o gado para pastar, dizendo-nos que nos perfilássemos uns contra os outros bem juntos. Não entendemos a finalidade. Segundos depois, foi óbvio o que iriam fazer de nós. Eles eram muitos e sisudos, carrancudos e de tez carregada, façanhuda. Não íamos ter sorte alguma de alguém nos vir salvar das mãos deles, sentimos. Todas chorávamos. A mamã pedia-nos contenção nas lágrimas e na desfaçatez havida nela também, de nunca se mostrar qualquer emoção mais contrária a si, revelando-se uma mulher de aço, de mármore ou...sem coração. Mas coração tinha. Ou não vincara em suas mãos, o meu irmão Alexei que estremunhado e ainda pouco elucidado para o que lhe iria acontecer, se deixou refugiar em colo materno mas não isento da verdade aterradora de se poder salvar de entre nós. Ninguém podia. Nem mesmo ele, sendo tão pequeno ainda, pensei.
Depois, em momentos que deixei perder no ar, sob uma camada de gritos não socorridos e deveras aflitos, deparando-nos com a sujeição máxima de observar em total horror e impiedosa punição, as armas em riste de uns quantos soldados, sujos e maus que nos iriam crucificar em fuzilamento geral, naquela triste e horrenda manhã de Julho. Uma rajada de tiros de espingarda e nada mais. Caí sobre a minha irmã Anastásia...como um fardo pesado de palha ou arbusto solto de uma qualquer estepe perdida no mato. Senti um zumbido nos ouvidos e depois uma luz. Vi as minhas irmãs comigo. O papá e a mamã também. O pequeno Alexei estava junto da mamã e eu, por instantes lembro-me de ter perguntado sem ter voz ou patente para tal, na ausência de minha irmã Anastásia. Não a vi. E sei que não subiu aos céus connosco. Vi o meu corpo sangrando sobre ela e os restantes em que se viram, já depois de cadáveres (suponho) ser trucidados e vilipendiados pelos soldados que, com a biqueira das botas e dos terminais dos canos das armas, os iam espicaçando, vendo ou querendo detectar algum resquício de vida terrena em nós. Mas estávamos mortos, todos mortos...à excepção da minha irmã Anastásia.

Voámos para longe, muito longe. Mas observamos ainda o que os nossos algozes fariam de nossos corpos, postos em vala comum e a céu aberto. Como gado que morre de repente ou por maleitas próprias, assim fomos despejados, depositados e...esquecidos naquela vala de morte com uma só lápide de pau, determinando o sítio e o jazigo de toda a família Romanov. Olga, Tatiana, eu Maria, Alexei, a mamã Alexandra e o papá Nicolai. todos juntos. Menos Anastásia. o seu tempo na Terra não estava terminada, pena é, que nem a vovó o tivesse consentido e arrestado em vida. Não o admitiu ou...não o quis admitir. Sei que a minha irmã Anastásia, passado o horror da chacina e da inglória promessa de uma vida futura feliz, se terá quebrantado à evidência de esquecer também ela, o seu passado distante da sua terra, a mãe Rússia, vindo morrer à terra das luzes e, de uma torre altiva de seu nome Eiffel. Morreria em Paris, já muito velhinha e eu...bem, eu fui recebê-la então e abracei-a como há muito o não fazia, enchendo de luz, muita luz a minha querida irmã Anastásia que apenas e somente, vivera mais um tempo do que eu na Terra. Cumpriu a sua missão e eu, cumpri a minha: libertei-me do medo e do receio das trevas, pois vivo no céu. Até ao dia em que reencarnar quando Deus quiser. Até lá, vou rindo e brincando nas geladas estepes da minha amada Rússia que já não é minha e outra terei, assim Deus quer e eu, alcançarei. Eu...Maria.

A família Romanov foi executada no dia 17 de Julho de 1918. Ironicamente, no mesmo ano em que acabaria a Primeira Grande Guerra. Após a insurreição de Petrogrado, o czar Nicolau II foi obrigado a abdicar em Março de 1917. De pouco lhe valeria, a ele e a toda a sua família que sucumbiria às mãos dos bolcheviques em revolução assente na mudança dos tempos e que, curiosamente também, seria evocada em terra lusitana, por uma "Senhora de Fátima" em anunciação de ataques e submissão sangrentas sobre o seu povo, o povo russo de uma terra chamada Rússia.
Por tempos imemoriais, teriam ficado espalhados e desconhecidos, os restos mortais da família eliminada, a família Romanov. só há pouco tempo - depois de exaustivamente procurados e descobertos, analisados e autenticados - é que estes restos mortais consistentes em ADN, seriam então devolvidos à terra mãe. Que repousem em paz. Todos. Ainda que tenha levado algum tempo, para que todos assim se reunissem em póstuma homenagem do que a História tem de repor e, rectificar. A bem da humanidade!

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A Aventura

1970

O Brasil era campeão do mundo em futebol e está tudo dito. No Egipto ficara concluída a barragem de Assuão onde trabalharam cinco mil soviéticos numa mão de obra ostensiva de esforço e trejeito volumoso no que se desejava de um maior desenvolvimento entre todo o Médio-Oriente. G. Nasser estava orgulhoso, ainda que, com algumas contrariedades entretanto por - ainda meses antes desta obra estar concluída - ter havido a recusa do Governo Israelita a Nahum Goldman, Presidente do congresso Judaico mundial, na autorização para se deslocar ao Cairo.
Eram tempos difíceis, ainda que movidos por laços de engenharia fluente, os ventos não corressem plenos de harmonia também. Havia que solidificar e atenuar também ainda, algumas arestas políticas de uma certa antagónica apreensão entre as partes.
Mas isto eram coisas das quais, eu estava longe e só podia...nos meus dez anos de idade em que mesmo, sendo retratada a política internacional - ainda que ao de leve - na recente televisão a preto e branco para todo o país (na informação restrita e muito esmiuçada) eu viver apenas para os meus livros da "Anita" e dos desenhos animados ou infantis do Rato Mickey e do "Franjinhas..."da "Pipi das Meias Altas" e por aí fora...

E novamente em férias. E com os tios. Outros tios...(eram muitos e quase sempre, do lado paterno)
Entre Julho e Agosto, era uma animação que só visto. Pulava-se, berrava-se e vivia-se a plenitude de umas férias grandes, maravilhosas. Desta vez, por imposição maior de os pais terem de estar retidos na cidade, nós iríamos em primeiro com esses meus tios com filhos pequenos, mais pequenos do que nós os três deste lado, fazendo uma excursão de fedelhos ruidosos e por vezes, malcheirosos (ao fim do dia...supõe-se).
Como sempre, zarparíamos até ao Baleal, terra e ilha sonhadas há muito por todos nós, que contávamos os dias, as noites, as horas e os minutos até ao abençoado dia da partida. Eram aventuras até mais não, até partir desde o amanhecer até à noitinha onde fazíamos investidas de pés descalços ou de sandálias atrás deixadas na repercussão de debandada, aquando íamos tocar campainhas ás casas da ilha e depois fugíamos em jeito de malandragem iniciática e de maus aprendizes. Mas era tudo, mas tudo, muito inocente, sentíamos. Era mais por brincadeira do que por maldades afoitas das crianças que todos éramos ainda, sem contar com a cumplicidade com uma ou outra nossa empregada (quase sempre mais velha uns quantos anos do que nós) mas se reivindicava nessa mesma orgia nocturna de "toca e foge".

O meu tio era madrugador. Demais! Fazia levantar-nos às sete da matina, ainda mal nascera o dia em sol prazenteiro quando nos embutia de uma espécie de escutismo vigente em si, "obrigando" a fazer caminhadas pedestres por entre a espuma do mar e, as rochas muitas, daquele imenso areal, torneado entre a ilha e Ferrel. Por vezes, por Peniche adentro em dunas e desertos arábicos que imaginávamos desventrar. Era o tio que mais amávamos mas simultaneamente o que mais odiávamos, aquando nessas arreigadas travessias no deserto, nós nos queixávamos de dor nos pés e nas vértebras todas pelas longas caminhadas sem parar. Mas ele era implacável como capitão do exército ou general das tropas francesas por terras de África.

Numa dessas caminhadas de arrasto e arreigo marítimo de aquém e além mar, veríamos em terror e sujeição, o que nunca esperámos ver, mesmo que, em comando e acerto de um tio que nunca tinha dúvidas ou oscilações de personalidade em trato seu ou, com os seus. Mas, não sendo nenhum ditador dentro dos parâmetros familiares, lá se veria também em maus lençóis pela vez de um mar a descoberto e rochas punitivas em escarpa imensa sobre nós. Tínhamos "marchado" em fila indiana em comunhão com um sentido de Estado inalterável, tentando mostrar ao tio, como éramos bem comportados e de ordens suas arreigadas de cumprimento e afinco quando, nos deparámos com a clareza enorme de um mar a aproximar-se em maré-cheia até aos rochedos que fariam franquia e fronteira limite com a parte costeira de um litoral avesso a qualquer ser humano que por ali andasse. Só havia espaço para este e, para a rocha. Não, para nós. Passáramos a "Tromba do Elefante" e, estando já muito longe da ilha em visão esbatida da praia e das suas casas nas "Pedras muitas" (assim se chamava aquela área geográfica de areal e mar, rocha e céu...) e nós perdidos sem terra à vista e sem leme que nos valesse. Era tudo uma ilha, agora. Uma outra ilha, em que nós estávamos rodeados de água e mar salgados e umas rochas inclementes como Adamastores ferozes.

O tio ficou mudo de repente. Literalmente bloqueado no juízo e no raciocínio que fizera (errado, supostamente) de ter dado tempo para dali sairmos sem ser a nado. Há muito que deveríamos ter regressado e recuado na demanda de caminhada aberta sem bússola ou razão que nos tivesse sussurrado de que o mar avançava sem recuo deste. Não ouvíramos e estávamos a pagar por isso agora. O tio e a tia não queriam mostrar aflição mas estavam a ficar incomodados, tentando estudar a melhor maneira de sairmos dali vivos sem querer revelar de todos os seus medos em não conseguir subir a enorme escarpa de rocha e quase tapume que via à sua frente. Até que...milagre dos milagres, surgiria o Policarpo! E quem era o Policarpo, perguntarão vocês...? Ora o Policarpo era um senhor marujo de muitos anos, no corpo e no mar que se arrastava de dia e de noite por mares adentro em pescado seu e avenças suas de homem de uma só liberdade que nem a sua Ernestina, mulher encorpada e de bigode não aparado, lhe metia freio ou medo. Medo, só teria de não ver a filha emigrada na Alemanha que há tanto fora para lá e ainda não dera caras aos pais em saudade e sofrimento, enunciaria um dia ao tio e em lágrimas, o pobre Policarpo. Mas agora estava ali. E...para nos salvar. e salvou. Esbracejaria tanto que até fazia doer quem o visse, dando-nos a rota devida no caminho a seguir, no rastilho e na gávea imaginária sua, em que nos levava dali em debandada feliz de fim de percurso. Não olhámos segunda vez, encontrando de imediato, um caminho ou trilho menos escarpado e sinuosos que nos não fizesse cair como montanhistas de vão de escada em escalada sua.

A nossa aventura ainda não acabara. Galgámos aquela escarpa maldita que nos arruinou os pés e a alma, acreditávamos, mas ainda assim continuaríamos na fugitiva caminhada vendo já ao longe ao mar na vertical certeza de nos não deixarmos cair e levar como certa a meta a cumprir. Nunca mais pusemos a vista em cima do nosso amigo Policarpo. evaporara-se. Eclipsara-se com o vento ou, com a espuma do mar embutida nos nossos cansados rostos de crianças aflitas. Mas agora mais serenas e oblíquas em conformidade com a salvação premente daquele homem da ilha, deveras prestimoso e generoso, confiámos. E assim foi. Chegados ao Baleal em praias abertas e felizes, de gentes alegres e folgadas de cestos de farnel e chapéus de Sol, e nós correríamos até ao mar em banho assente. para trás ficara os náufragos que ainda há pouco éramos sem rumo ou destino que nos augurasse um bom fim. Como meninos da areia, meninos do Rio como diria um certo Jorge Amado, escritor brasileiro. Não lembrávamos mais o nosso salvador de lemes e barcaça, naus e vidas que nunca vivêramos como terá vivido o bom do Policarpo.

O que soubemos depois, arrepiou-nos. O Policarpo fora a enterrar na véspera. Assim mesmo! Ficámos siderados e para morrer, nós também. Viramos-lo e disso tínhamos a certeza. Salvara-nos de uma morte certa em afogamento e constrangimento como é evidente, sem tábua, bóia ou qualquer outra nau de salvamento haver. Apenas, os braços em arpejo e fortalecimento de um querer maior seu. O Policarpo voltara dos braços de Deus ou talvez, do seu anjo da guarda que lhe terá ditado em último acto post-mortem na salvação daqueles infelizes terrenos que ainda não haveria chegado a sua hora para lhe fazerem companhia. Deve ter sido isso. Apenas nos restava lamentar e orar por tão grande senhor da ilha que fizera esperar o reino dos céus por si, em nosso benefício. Estaríamos para sempre eternamente gratos à sua figura omnipresente e de boa catarse que lhe conhecíamos em que nem mesmo daquela vez em que o seu barco - mais casca de noz do que barco...- se terá voltado e este ficou à deriva uns bons pares de horas que não foram tão boas assim, descritas depois por si. Enregelou mas sobreviveu. Para sempre te admiraremos. Para sempre pensando em ti Policarpo, rezaremos. Tu Policarpo, que vieste dos céus em nossa ajuda, obrigado por eu estar aqui e te fazer justiça ad-eternum sobre o teu nome e, a tua magnânima vontade de nos seres um herói para sempre.

Hoje e sempre. Policarpo será um nome que não esquecerei. Devo-lhe a vida. devo-lhe todos os anos que já vivi desde esse funesto mas ao mesmo tempo, terno dia de uma salvação incomum. Estranha, no mínimo mas muito doce, sentida e reconhecida. A ti Policarpo, descansa em paz pois estarás certamente no Céu em nuvens maiores e mais leves que te compõem a alma de homem do mar e, de uma terra por desbravar. Fica em paz, meu bom Policarpo da Ilha do Baleal. Até sempre!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A Vigilia

             "Subitamente, surgiu atrás de nós a gigantesca silhueta de uma nave espacial.
               Pedimos autorização para alterar a altitude de voo e iniciámos prontamente a descida. Porém,
               a nave continuou a voar em formatura connosco."
   
E estas, seriam as palavras determinantes do capitão Kenu Terauchi, no comando do seu Boeing 747 da Japan Airlines que partira de Paris com rumo a Tóquio, tendo visionado em expectativa e alguma emoção - acredita-se - um objecto do tamanho de um porta-aviões. Ficaria assim registado no seu diário de bordo, o que sucedeu naquele 17 de Novembro de 1986. Aqui ficam mais alguns pormenores de Terauchi:

- "Se há muito tempo um caçador tivesse visto um aparelho de televisão, como o descreveria aos outros?...A minha experiência foi idêntica (...) Surgem muitas perguntas às quais, um homem não consegue dar resposta (...) As luzes moviam-se como pequenos ursos na brincadeira (...) A nossa insólita aventura durara cinquenta minutos (...) Nem mesmo os mais modernos aviões, com a sua tecnologia de ponta, dão garantias de segurança quando confrontados com uma criatura na posse de tecnologia científica desconhecida (...) Os meus colegas são casados, têm filhos e ainda são novos. Fico satisfeito por nada ter acontecido!"

É visível o transtorno mas de certo modo consciente e obreiro de K. Terauchi pelo que constatou da não hostilidade ou ambiência pacífica destes vigilantes do Universo em espaço aéreo. Terauchi era tido como piloto competente com dezanove anos de experiência de cockpit, pelo que se lhe conhecia de uma inquestionável acção de manobra como piloto e como homem. Apesar disso, nunca este imaginaria o que presenciara naquele 17 de Novembro às 4 horas e 25 minutos de registo do sucedido. avistariam então, ele e a sua tripulação, duas naves pequenas e uma gigantesca, como espécie de nave-mãe. Esta ocorrência duraria 50 minutos e em nenhum momento, a tripulação se sentiu ameaçada. De Paris, passando pelo Alaska até Tokio, esta seria indubitavelmente, a viagem mais surpreendente de Terauchi e toda a sua tripulação, admitiriam posteriormente também.

Luzes à frente do cokpit

Segundo as descrições da tripulação sobre o lendário encontro com o ovni  (de repente) e após uma curva à esquerda, surgiram luzes não identificáveis que se moviam na mesma direcção à mesma velocidade que o Jumbo da Japan Airlines. O co-piloto perguntou à torre de controle se havia outros aviões nas proximidades. Recebendo uma resposta negativa, o piloto pediria então, à tripulação para tentar identificar os objectos voadores desconhecidos. Como é evidente, estes não o fizeram pela impossibilidade de tal, uma vez que nunca tinham visto nada semelhante ou sequer, comparável.
O relatório diria que os objectos pararam pouco depois do contacto radiofónico, iluminando o avião como em jeito de despedida...supõe-se. - "A luz produzia uma sensação de calor, depois começou a enfraquecer e pudemos ver os contornos das naves espaciais: Eram rectangulares." - escreveria Terauchi no seu diário de bordo. De repente, as luzes desapareceram e o piloto fez novo contacto com a estação terrestre em Anchorage. Entretanto, já o controlo aéreo militar havia sido prevenido, tendo sido oferecida ajuda aos japoneses e proposta uma intervenção com caças. A tripulação do avião declinou veementemente a oferta pois, em momento algum, se haviam sentido ameaçados pelos ovnis.

Aterragem feliz

O oficial de dia da torre de controlo tinha entretanto pedido a um aparelho da United Airlines que se encontrava nas proximidades para alterar a sua rota e para comunicar eventuais observações fora do vulgar. Contudo, quando este avião se aproximou do Boeing japonês, a nave espacial desapareceu. Diriam então: - Evaporou-se, por assim dizer...diante dos nossos olhos!"
Após estes acontecimentos, o voo 1628 fez uma aterragem não planeada em Anchorage. A tripulação era aí esperada por um gabinete de crise e sujeita a um teste de despistagem de drogas. Contrariando todas as suposições, os membros da tripulação apresentaram um estado de saúde excelente. O Jumbo da Japan Airlines pôde então prosseguir o seu voo, aterrando em Tóquio com um atraso considerável.


Resumindo: Não se podem negar evidências. Não se pode ocultar, sonegar ou subjugar novamente a uma lavagem de cérebros em manipulada submissão, quem já o detectou, observou e mesmo, registou em vídeo ou simplesmente, processo ocular de memória e não esquecimento. Não há que tolerar mentes absurdas de o omitir e claudicar, quando muitos de nós, já o presenciámos. Abstrusas serão, as muitas teorias e avenças opostas a esta nova realidade de admitirmos que não estamos nem nunca estaremos sós no Universo que nos rodeia, envolve e faz de nós, um simples grão de areia planetário do seio onde vivemos. vamos abrir mentes e não excluir comportamentos idóneos dos que já o viram e revelaram. Não sejamos agnósticos mas pior que isso, hipócritas ou autistas, já o disse uma vez. Vamos ser mais liberais e alegres, pois também urge que se manifeste em nós, uma certa felicidade de estarmos vivos e sermos quem somos, apesar das guerras químicas e outras...vamos tentar ser melhores. Já não digo, como "eles", mas pelo menos...não sermos tão violentos, intrusos e aldrabões; ou feios, porcos e maus!...Vamos tentar. e "eles", sorrirão para nós...à sua maneira. Lamento e sinto pena de facto, é que ainda leve muito tempo a que deixaremos de ser agressivos, coercivos e tão, mas tão primitivos. Vamos mudar isso...ou tentar. "Eles"...vão gostar, asseguro-vos!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

A Excursão

                                                                "As Viagens da Alma"

As viagens da alma ou viagens astrais, foram desde a Antiguidade, parte da imagem já mencionada de "um Mundo atrás deste Mundo", tanto nas culturas europeias como em muitas outras. Podendo ser mesmo, uma preparação para a morte física em que, certas pessoas dizem ter abandonado os seus corpos físicos para viverem aventuras noutros mundos paralelos e, até agora, desconhecidos.



Técnicas Psicológicas

O espiritualista suíço Werner Zurfluh (n. 1948) entende que os enunciados dos antigos «livros dos mortos» dos Egípcios e dos Tibetanos são correctos: a alma sai do corpo para se deslocar a outras regiões. Assumiria essa tomada de posição e opinião, após ter efectuado diversas experiências nesse sentido, conduzindo inúmeras viagens astrais com a ajuda de determinadas técnicas psicológicas, como por exemplo, a do «sonho lúcido» que se consegue através da meditação. W. Zurfluh tomaria em particular e especial consciência da relatividade do tempo quando, (como afirma) que numa só noite reviveu em velocidade rápida, toda a sua vida; com os prazeres e as angústias.


Fenómenos extra-corporais

É comum ouvir-se dizer, de que os doentes anestesiados sentem também por vezes (e, involuntariamente) a sensação de separação do próprio corpo. Sentem-se a voar com a mesma liberdade de um ou mais voos de pássaros com uma consciência situada fora de si mesmos, no paralelismo da vivência dessas intervenções cirúrgicas. Ao despertar da anestesia, descrevem depois, determinados pormenores da operação, reproduzindo as conversas dos médicos e sabendo inclusive, o que se passaria nas salas adjacentes ou com os seus familiares que esperavam notícias de si, preocupados evidentemente!
O parapsicólogo J. B. Rhine (1895-1985) via nestas vivências, mais um dos frequentes fenómenos extra-corporais do que uma clássica viagem astral.

Seres Luminosos em viagem

Os toxicodependentes (em algumas ocasiões) também sentem uma dissociação entre o corpo e a alma e não são apenas os "xamãs" da América Central que falam de vivências extra-corporais nas quais, libertados do tempo e do espaço, empreendem excursões cósmicas. Os viajantes astrais de todas as épocas e culturas encontram-se então (frequentemente) com seres luminosos que os mesmerizam ( relativo a Mesmer, médico alemão que defendia a tese - no século XIX - do hipnotismo ser por extensão da concepção magnética) e, de uma forma extraordinária. O neurologista e Prémio Nobel dos Estados Unidos Charles Pribram, da Universidade de Stanford, pensa que estes fenómenos se devem a uma interacção da consciência humana. Significará deste modo que, o viajante astral cria simplesmente para si uma realidade extra-corporal. Acredita piamente nisso, afirmando que ao fazê-lo, apenas se pode basear em algo que existe realmente.

Mais uma vez reconhecemos o óbvio cepticismo dos senhores da ciência referente a estes temas em que, aferimos também a correcta razoabilidade das suas teses e opiniões. mas, com o passar do tempo e das muitas experiências que se vão fazendo nestes campos esotéricos e ainda pouco explorados, dá-nos a convicta anuência também, de estarmos a seguir o caminho certo. Haverá excursões de alma ou de cérebro, dirão os neurologistas na plataforma do que estudaram e até onde foram na imensidão do que há ainda por averiguar, estudar e concluir. Vamos ser tolerantes com o que já sabemos e, com o que ainda vamos certamente descobrir em total apaziguamento e cumplicidade com a ciência dita e pesquisada. Há muito por identificar. Há muito por desvendar. E, para quem por vezes, morre na mesma aldeia onde nasceu, se acaso tiver uma destas viagens ou excursões de alma, não vai mal ao mundo nem a Deus pois que somos todos terrenos inexplorados e ainda, de muita ignorância vivificada. Temos de continuar a elaborar na experiência e na razão, o que nos assiste. Pelo saber em sapiência-mor e, pela razão, já o disse. É por esse facto inolvidável que nos temos de "bater" (sem armas...) pela voz e assomo de uma forte certeza e não ilusão de tudo o que ainda está por revelar. Vamos acreditar nisso. É por essa razão que estamos na Terra!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A Lenda

 - "Os meus pés sangram, a minha alma também! Não posso fugir, não devo fugir.
     O meu suplício não é a morte mas a vida que não posso mais viver deste modo.
     Cairei em desgraça sendo morta por isso, mas esse destino é a minha força,
     pois que só na morte, alcançarei a vida, uma outra vida, onde serei jovem, bela e pura!"
 
 

Chamo-me Anka e tenho mais de oitocentos anos de idade. Sou muito velha, de cabelos grisalhos de um branco-azulado que me cai pela cintura em farripas nodosas salientes que, a cada dia que passa, se vão destrinçando de mim, desfiando por si, dando-me a certeza da decrepitude do meu estado físico. Não tenho dentes, nem escrúpulos. Nem os posso ter ou o meu senhor, Vakel de seu nome e anúncio, me faz ter medo até da minha sombra. Ou, da dele para ser mais precisa. É ele que tem o elîxir da juventude mas não no-lo dá. A ninguém! A não ser que cumpramos as suas prorrogativas malditas, libidinosas, lascivas e por certo crápulas em toda sua acepção física e horrorosa mente. Costuma fazer oferendas ao "Demo", ao Senhor das Trevas. Sacrifica crianças animais e crenças para se perpetuar e engrandecer poderes seus (Poder, Força e Eternidade), nesse mundo de trevas. Autentica-se mensageiro do dito ( do Lúcifer) e mentor das suas servas e súbditas (Anka, Baruska, Inga e Sonja) que o seguem, veneram e, temem. Eu, Anka, por mim falo.

Transilvânia - Século V/ VII a. C.

Cometi um erro muito grande: apaixonei-me e com isso, destruí a confiança de Vakel e de todas as outras que me invejam, nutrindo ódios e escoriações de almas suas, menores. Fui apanhada nessa rede de ciumes e veleidades doentias de se fazerem ouvir perante o senhor, pensando ganhar algo com isso na sua tão rasa compaixão por qualquer coisa. São umas idiotas, umas enfermas de alma! Já não me importa que me tenham dado em bandeja de ouro a Vakel, de minha cabeça e minha entrega no delato flagelado que em si, também fizeram; só não sabem disso, ainda...mas vão saber em breve.
Ao apaixonar-me por um mortal, não só fiquei com a cabeça a prémio como sei que acabarei esfumada no ar, sobre nuvens, brumas ou cinzas minhas. Não direi que não tenho medo, pois tenho de facto medo, muito medo mas sei que só assim me redimirei da cumplicidade que ao longo destes séculos me investi com estas outras mulheres como eu (tentando enganar o tempo e, as vicissitudes de várias vidas, eternamente em ócio de juventude e riqueza) com o mandatário-mor que urra e violenta, se não organizamos ou executamos as suas ordens. Ele (Vakel) pratica cultos de Satã, em rituais, orgias dementes e bruxedos imensos. Intitula-se o "Grande Senhor da Transilvânia e das terras a Sul (Valáquia). Tem sangue celta mas não lhe faz jus, na oposta crença e desmando que desta sua linhagem, o vê e sente.

Sou bela, muito bela quando estou com o meu amado, um cavaleiro que por estas terras agrestes e más se perdeu. Não sabe quem eu sou nem sequer em sonhos seus, o poderia. Será morto porventura se Vakel o descobre comigo. Não posso deixar. Olho para ele, imberbe ainda de rosto e corpo lindo no menino que ainda é. Se lhe tenho amor, tenho de o deixar ir, levando nos olhos a certeza da minha beleza suprema de loiros cabelos angulados e olhos amendoados da cor do Céu sem nuvens. Tenho de o deixar partir, ou veria ao Sol pôr em noite anunciada toda a minha existencial fealdade. E isso, eu não quero. Antes perdê-lo e, para sempre, sonhá-lo em mim. Só que foi tarde demais. Vakel suspeitou-o, cheirou-o no ar e para colmatar tudo isso, as minhas "irmãs" não lho sonegaram, jurando em toda a frente, de que eu era uma traidora, de que eu abdicara dos seus poderes em benefício próprio. Pobre de mim, que depressa me vi sacrificar meu grande amor, numa balsa enorme de azeite a ferver, ficando sem o seu coração que daria mais força e mais crueldade ao meu senhor. Sem querer invocar os mesmos demónios que Vakel aspergia em si, não tive outra hipótese que não, lançar-me às chamas dolorosas que me queimaram a pele e a alma de seguida. Mas purifiquei-me. De nova, reverti velha, velhíssima de cor parda e amorfa, de peles caídas e desavindas de cor, sangue e vida. Reverti para o que era de consenso com a minha idade: um fóssil, um cadáver em registo bolorento e em pó desfeito - ou a desfazer-se lentamente - em que eu deixara de existir como bruxa imemorial numa extemporânea afronta a Vakel. Este rugia e dilacerava-se pelo meu acto suicida mas de punição e limpezas minhas para uma próxima vida sem destroços e alquimias trazer atrás.

As outras precederam-me, eu já o sabia, eu já o perscrutara no seu olhar maligno. Só que elas, as pobres (ou não...) foram empurradas por si em toda a sua magnitude maléfica. Mas não em purificado fogo. Abriu-lhes as alas do imponente e horrendo também, castelo seu de muralhas impenetráveis, deixando-as à sua sorte e mercê. Entre o latim e o eslavo, os populares iam-se agrupando em odiosos impropérios na vergasta de língua afiada e braços cheios de raiva pelo incesto, sacrifícios e morte que os elementos de dentro de muralhas, tinham feito ao seu povo. Formaram-se fogueiras e tinas de água cheias para a morte pelo fogo e pelo afogamento, respectivamente. Aquelas mulheres não tinham salvação. Eram odiadas, sacrílizadas em Inferno superior por tudo o que tinham feito de mal ao serviço de Vakel. E assim foi. Perseguidas, torturadas e finalmente mortas às suas mãos o povo da Transilvânea pensou ter feito justiça. A sua justiça.

Vakel não ficou de fora. Podia ter muitos poderes mas o de voar como os pássaros, águias e mochos que por si passaram, o seu senhor das trevas lho negou. Perdeu poderes e alqueires de pertenças suas em toda a sua magnitude de maldade e crueldade infinitas. Ainda tentaria protelar a sua sorte, ao sacrificar uma última vez, uma jovem virgem ante o seu altar-mor em oferenda ao Belzebu, seu divino senhor das trevas. Foi parado a tempo e a jovem recolhida do seu transe hipnótico, sendo devolvida a familiares seus que a já tomavam como perdida. Capturado Vakel, e uma estaca no coração lhe acertariam no esvaziamento de todos os seus pecados e acções malfazejas. A estaca em símbolos estranhos mas cordatos com a eliminação de todo o seu mal, foi-lhe cravado sobre a terra e sobre o Céu em rezas próprias de excomungado e excruciante determinação suas de se verem livres de vez de tamanha peçonha feito ser, um dia. E esse dia, terminaria ali. o seu batalhão das trevas é dizimado e com este, tudo acabado.

Por fim a paz dos povos. por fim a paz na Transilvânia numa terra que se chamará um dia de Roménia e que esta história, esta lenda que um dia alguém contou, se sumiria, se volatilizaria no ar sem que se soubesse da sua veracidade e total ignomínia deste "senhor das trevas" em questão. Vakel. Um nome que seria guardado nos confins do Inferno, suponho mas que eu recordo e recordarei sempre como o iniciático e déspota homem de nenhures ou, que em lugar algum deveria poisar, existir ou fazer-se vivificar em toda a sua portentosa maldade humana que o não era de todo. Uma "bela" história de crime, sangue e horror, sem dúvida se não fosse eu a ter vivido um dia...há muito tempo atrás e agora, contar-vos assim deste modo sem omissões ou fragilidades pois que desde que o mundo é mundo, que as atrocidades acontecem. Quanto a mim, fui salva por ter encontrado um grande amor, ainda que isso me tivesse levado à fogueira por razão maior de não ter outra salvação plausível. Acreditem ou não, eu já vivi muitos séculos e nem sempre fui assim tão boazinha...nem eu, nem vocês, acreditem! E tudo se supera, porque como alguém disse um dia: E tudo vale a pena, quando a alma não é pequena! Assim é! A minha então, percorre vidas e mundos e por muitos defeitos que possua, acreditará também de que pode ser sempre salva. Por um grande amor e por si, igualmente. Por amor à vida, aos outros e tudo em redor. Só o amor nos salva! Acreditem nisso!
 

A Hipnose

"O meu Passado será o meu Presente e o meu Futuro, se não fizer nada para o alterar.
 Não está nas mãos de Deus mas nas minhas; em acção, finalidade e por certo, continuidade.
 Só terei de prosseguir no destino guiado que me foi confiado pelos Mestres,
 subindo um degrau mais da longa escada das vidas que terei..."

As viagens no tempo fascinam muitas pessoas. Visto que provavelmente nunca serão possíveis (ou pelo menos, a curto ou médio prazo...) termos assim, de nos contentarmos com as viagens mentais.
Em estado hipnótico ou em sessões psicoterapêuticas, é possível viajar mentalmente ao Passado ou ao Futuro. Para os terapeutas, as viagens ao Futuro oferecem a possibilidade de corrigir visões erradas do Mundo.

Em Naves Espaciais e no Universo

Para o psicoterapeuta norte-americano Chet B. Snow estas visões reflectem modelos arquetípicos que parecem surgir do inconsciente colectivo da humanidade. O Futuro é moldado por nós e podemos escolher entre um apocalipse de violentos conflitos e uma era de paz e cooperação mundial, com base nas manifestações dos seus viajantes no túnel do tempo. A vida entre 2100 a 2200 preconiza uma imagem (ou viagem) imensamente tenebrosa do futuro da Terra e dos seus habitantes. Mas para o ano 2300, as perspectivas parecem melhorar. Esse Futuro da Humanidade vacila entre um determinado desenvolvimento de civilizações artificiais e de alta tecnologia - com cidades cobertas por grandes cúpulas - e, por outras, de culturas de comunidades da Nova Era. Houve quem se visse em estações espaciais, girando em torno da Terra e em planetas vizinhos também.

Manifestações de Seth

Em transe, muitas personalidades conseguem revelar várias mensagens do Além ou, das teses de reencarnação dos espíritos e das almas em novos corpos, novas vidas. Seth terá afirmado através de uma sua receptora humana de que: "Os humanos decidem os factos da sua própria vida, quer o reconheçam ou não." Mas acrescentaria ainda: -" A sanidade não consiste em apagar mentalmente a velhice, a doença e a morte, mas sim, em superar os medos que lhes estão associados. Se lho permitirem, o espírito torna-se mais sábio com a idade!"
- "Não existe uma realidade objectiva, excepto a que tem origem na vossa consciência. A nossa existência é criada pelas linhas do nosso pensamento, do mesmo modo que a vossa realidade física é uma cópia perfeita dos vossos desejos e ideias interiores."
Sobre o Amor: -" O amor consiste precisamente nisso, em manter-nos no limbo do mundo vivo com a disposição de seguir uma pessoa em todas as suas evoluções (...). Apenas quem sai amando do círculo do seu próprio "eu" ao encontro de um "tu" alcançará a porta do segredo do ser."
Sobre a Morte: -" A vida é um estado do devir e a morte faz parte deste processo. A morte é o início de outro tipo de existência positiva."
Sobre a reencarnação: -"Sois como um actor na obra dramática da vossa vida. Quando termina a função, guardais o vosso traje, a vossa identidade recíproca, no camarim, para no dia seguinte interpretardes um papel distinto numa obra diferente. As peças e os papéis mudam, mas a personalidade do actor é sempre a mesma. É o vosso "eu" indestrutível."
Sobre Deus: -"A realidade é muito mais rica, variada e inominável do que podeis compreender ou imaginar neste momento...Deus é a soma de todas as probabilidades!"

Perante isto, que me resta dizer? Seth está certo. Em narrativa e terminologia do que se propõe defender em linguagem explícita e, mais abrangente connosco, meros mortais terrenos desta vida. E, de outras. Somos imortais. Somos remanescentes de várias vidas em recrudescimento e alegoria de darmos a volta ao que nos erra, ao que nos define, para o bem e, para o mal. Seguiremos esse mesmo caminho por várias vias e vidas a cumprir. Acredito em Seth ou, no que através da sua interlocutora terrena, "Este" disse. E quanto a Deus, na sua analogia inquestionável, tê-Lo cumulado de ser a soma de todas as probabilidades, só posso mesmo acrescentar na mais pura das verdades e sentidos por mim havidos: Assim é, assim seja, por Deus Nosso Senhor da Terra e do Universo global. Acredito! E assino por baixo. Deus é imensurável!

domingo, 25 de agosto de 2013

A Alma

             "As almas perfeitamente purificadas juntam-se a Osíris no Céu
              para gozar de vida eterna!"
 
Castigo e recompensa depois da morte: Os antigos egípcios ocupavam-se pormenorizadamente do mundo do Além. São disso testemunho, os numerosos textos, murais, livros dos mortos e sepulturas monumentais.
As ideias neles sugeridas são muito heterogéneas e, por vezes, contraditórias. Em data incerta, os egípcios desenvolveram a noção do julgamento dos mortos perante Osíris, que fazia uma lista das suas más acções.

É bem conhecida a ilustração que representa uma balança que tem num prato o coração do defunto e no outro, a pluma da verdade.
A ideia de recompensa e de castigo depois da morte aparece no Irão a partir do século VII a. C.
Para chegar ao Paraíso, a alma tem de percorrer várias esferas cósmicas; no caminho há um interrogatório: quem não sair vitorioso, será precipitado num Inferno cheio de tormentas.

No Novo Testamento, o Inferno é designado por Gehenna, lugar que realmente existiu: era Gî-Hinnom, ou a Ravina dos gemidos, um sítio maldito para os judeus ortodoxos, por aí arderem dia e noite nos sacrifícios a Baal Melek, ou Moloch, a divindade de um antigo culto de Israel. Este lugar repugnante era a imagem do terror eterno em que se colocavam num enorme forno ardente, cadáveres e escórias várias. O Cristianismo associou-o à ideia de um fogo horrível, em que se ardia no Inferno, eternamente.

Nas regiões habitadas pelos Celtas, a religiosidade cristã coexistia com as predisposições visionárias. São bem conhecidas as visões do Inferno Iren Tungdal (1150) e de São Patrício. A do primeiro, é a de um panorama sádico de elaborados tormentos infernais, semelhantes aos que mais tarde podemos apreciar nos impressionantes quadros de Hieronymus Bosch. Os tormentos visionários deste, correspondem aos pecados cometidos em vida. Quanto à visão do segundo, de São Patrício, no desígnio do «Purgatório de de São Patrício», esta ainda mais significativa e, destinada a uma maior e mais vasta repercussão. Trata-se de facto do purgatório, mas contendo o Inferno em si. Há ainda o Inferno de Dante, na sua «Divina Comédia» em que Dante Alighieri (1265-1321) faria a grande síntese artística entre o Inferno do povo e o da Teologia. Seria então, o Inferno de Dante, um colossal edifício intelectual, construído à imagem da representação da sua época. Dante conduzido por Virgílio, desceria ao Poço dos Gigantes, chegando ao coração do Inferno, o centro da Terra que corresponde ao nono círculo dos condenados, terminando em encontro no ponto mais baixo de uma imensa e tremenda cratera: a do próprio Lúcifer, senhor do Inferno.

O meu Inferno é mais básico. Mais simples mas supostamente mais mordaz e letal, também. não sei para onde vai a minha alma mas acredito que um dia, subirá aos céus sem ter de passar por qualquer tipo de purgatório ou Inferno similar. Desejo isso e penso que o mereço. Nunca cometi qualquer pecado capital de mandamentos do Senhor, tentando ser uma boa cidadã. Mas tenho a dor. A dor na alma em nódoas negras que se não vêem mas escutam, nos sofrimentos muitos que conjugo nesta vida, dos que já perdi e dos que ainda virei a perder. A dor da perca, é a pior de todas. A dor de uma mãe que perde um filho, a mais dolorosa, pungente e venenosa que há na vida. Corrói-nos as entranhas e absorve-nos as forças, fazendo-nos clamar a essa mesma morte, que nos leve também. Maria, mãe de Jesus sentiu-o na pele e na alma, supõe-se. Como a tantas outras mães em iguais e terríveis vicissitudes de uma dor infinita. Não o posso definir por esta dor imensa não sentir, graças a Deus, mas possuo outras que me doem igualmente e me castram vontades e energias de me debelar com tamanha magnitude e assombro de uma tristeza ímpar. É aí que eu passo pelo Inferno...mas na Terra e, agora. Amo e perco. Como todos nós. Amo o Sol, a Lua, as estrelas e...os meus gatos que em sublime passagem das suas parcas vidas, me vão deixando em solidão e desgaste físico e mental. faço-lhes homenagem aqui, do espaço e tempo que me ofertaram sem pedir nada a não ser comida e colo. E eu dei. Mas eles, deram-me muito mais. E já partiram. Muitos. O Quicas, o Charman, a Noca, o Pussy, a Quica, a Bianca, o Juca, o Chico e finalmente (mais recentemente) a Becas. Amei-os. E isso, não pode ser pecado. Não deve ser pecado...não importa. Fizeram parte da minha família, fizeram parte de mim. devo-lhes esta homenagem. E ainda choro por eles, os meus queridos e meigos felinos nas várias etapas da minha vida. Não receio ser julgada por isso...por amar devotadamente os meus animais de bigodes aprumados e unhas afiadas. Estiveram sempre presentes e de futuro, continuarão a estar. Se possuem alma, não sei mas acredito que sim. E que vão estar comigo nesse Além que virá um dia, onde me receberão de igual forma em aconchego e timidez felina em aconchego e visitação, como um cartão de boas vindas em que todos entramos e somos presentes, no dia em que partirmos da Terra.

A Alma não pode ser um erro de Descartes em que, a emoção, a razão e o Cérebro humano andam de mãos dadas. Nos humanos e...nos animais, acredito. Somos todos seres inteligentes, uns mais do que outros. Racionais ou irracionais, isso a Deus pertence. A minha alma essa, já está destinada e não será para o Inferno de um Céu ou, de uma além Terra. Será para uma dimensão de algo que me estará reservado e que só Deus saberá. E lá, estarão os meus gatinhos. Todos! E, de alma muito aberta para mim. Assim seja!





sábado, 24 de agosto de 2013

A Antimatéria

             "Pode ser que haja no Universo tanta antimatéria como matéria"


O astrofísico Floyd Stecker da NASA (n. 1930) assim o determinaria em paralelismo e acerto consonante dessa mesma teoria com um seu colega britânico e Prémio Nobel da Física (1933) Paul Dirac. Considerava este, ser possível que um em cada dois sóis da nossa Via Láctea possa ser de antimatéria. A sua famosa equação que lhe laurearia o Nobel em que descreve o movimento dos electrões (partículas elementares de carga negativa dos átomos), profetizaria então, a existência de antimatéria.

Matéria Misteriosa

É possível que a criação de antimatéria inaugure uma era de energias até agora desconhecidas. Mas será necessária muito mais energia para se produzir antimatéria do que a que é gerada por ela.

Em 1996, no Centro Europeu de Investigação Nuclear (Genebra) o físico alemão Walter Delert (n. 1943) utilizou um volumoso acelerador de partículas para procurar anti-hidrogénio, o primeiro elemento químico desse misteriosos mundo de sombras, onde as propriedades elementares da matéria estão invertidas. Depois do processamento de cerca de trezentos mil sinais, nove «ocorrências» foram claramente identificadas como antimatéria, que havia sido já vaticinada há décadas mas que nunca pudera ser demonstrada de forma experimental.

Quando as complexas máquinas do CERN (Centre Européen pour la Recherche Nucléaire) em Genebra funcionam na perfeição, os investigadores obtêm cerca de dez vezes por dia apenas uns quantos milhares de milhões de antiprotões, para cujo estudo só dispõem de uns minutos, antes que a misteriosa matéria volte a desaparecer. Se pensarmos que tudo teve o seu início no famoso Big Bang, sugestiona-se o quão rara é esta antimatéria. Nanossegundos depois deste (Big Bang) formar-se-iam ambas as formas de matéria em igual quantidade, originando miríades de partículas gémeas que de imediato se se anularam recíprocamente. No entanto, uma parte sobreviveria ( de uma maneira por todos desconhecida ainda) constituindo átomos e moléculas qu passados milhões de anos, daria origem a uma primeira galáxia com sóis, planetas e luas.

A Passagem Para o Antimundo?

O CERN é tema e local de debate, não desprovido de uma certa polémica em si gerado do que se propõe estabelecer. Desde Papas a filósofos ou pensadores ( ou tibetanos, na figura máxima de Dalai Lama) que, perguntando aos cientistas se existiria ou não uma passagem físicamente demonstrável para um antimundo, questionando o mesmo em finalidade e consequência, supõe-se, quaisquer que fossem as suas características. Que possíveis relações entre matéria, antimatéria, Céu e Inferno...?
Nas suas visitas, os colaboradores da NASA mostraram-se interessados sobretudo, numa possível nova força propulsora para as futuras viagens interestelares. Por certo que, nenhum astronauta regressaria vivo de tal experiência na visita a um antiplaneta e se tentasse dar um aperto de mão à sua imagem invertida, ambos desapareceriam, dizem os entendidos na matéria. Literalmente!
Acrescentam ainda de que, apesar do perigo hipotético da aniquilação mútua das partículas e anti-partículas, seria possível que a antimatéria criada na Terra, libertasse a energia necessária para impulsionar sem problemas uma nave espacial até uma constelação distante. Seria de facto possível?
Após complexos cálculos matemáticos, um colaborador da Faculdade Técnica de Aeronáutica e Astronáutica da Universidade de Estugarda, chegaria a um resultado surpreendente: 0,147 gramas de antiprotões, aproximadamente o equivalente a uma gota de chuva, libertariam energia suficiente para uma viagem até Marte.

Friedrich Nietzsche, o filósofo corroboraria por certo de toda esta científica tese e estudo do que poderá ser uma amálgama de larga controvérsia na não existência de Cristo. A sua obra "O Anticristo" define-o bem. Mas não é isso que está aqui em questão. Segundo a Bíblia, os Anticristos foram falsos cristãos que negaram que Jesus fosse o filho de Deus. Anticristo é aquele que, nega o Pai e o Filho! É no que acredito e não, nestes servidores da ciência e do conhecimento para lá do que é humano. Ou quase. Tem de haver um laço a unir estas duas forças de fé e ciência aladas a uma só voz, a uma só consciência. Temos de saber mais. Temos de nos investirmos na evolutiva força, crença e estudo que nos não pode limitar de possuirmos a verdade de um conhecimento maior. De onde provimos e, para onde vamos. Por vias estrelares, galácticas ou simplesmente pela via da sensatez desse mesmo tão grande seio extra-estelar que nos compõe. Não importa se somos um produto "deles" ou do grande macro cosmos estrelar. Temos, é de saber a verdade. Sempre! Sem recuos, sem receios. A verdade do conhecimento é supremo e digno de e, em todos nós. Vamos fazê-lo. E, da melhor maneira que o saibamos. Somos o mundo que fizermos porque somos um só, neste meio global e único (do que conhecemos) e nos encontramos. Mas vamos tentar descobrir mais. A verdade nos liberta. Só a verdade nos interessa. Pensem nisso.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A Visão

Cristo terá dito : "Aquele que me renegar diante dos homens,
                           também por mim será renegado, diante do meu Pai!"


Aquele mês de Junho estava quente. Muito quente. Abrasador. E eu, pressentindo as chagas do inferno em solstício de Verão, carpidor de mágoas ou alegrias, vira-me ser sorteada como cidadã normal do mundo, na mais estranha mas feliz contemplação de que tenho memória. Os tempos eram de festa. O Benfica (Sport Lisboa Benfica) acabara de ganhar o campeonato e, em vésperas do início de outro mas em selecção nacional de bandeira e aprumos ainda mais vitoriosos, pedia-se; exigia-se mesmo. Possuíamos no plantel lusitano, um dos melhores jogadores do mundo, um dos melhores pontas de lança e porventura, outros tantos de iguais feitos e avenças futebolísticas do momento numa parelha de belíssimos machos. Mas por ora, era o Benfica que brilhava em campeonato nacional de grande brio e de certa forma, valentia. Como os gladiadores na Roma antiga, suponho.

Comemorava-se o feito por toda a cidade de Lisboa, numa histeria colectiva de algazarra maluca de homens, mulheres e crianças até de colo. A ansiedade dera lugar à extrapolada manifestação de sorrisos, abraços e deleites famintos entre si, de uma alegria incomensurável e há muito não sentida.
No meu seio familiar, havia de tudo: portistas, sportinguistas e benfiquistas. Se me deixarem ser mais extensiva no trato, direi então que, a comunhão vivida entre dragões, lagartos e lampiões sendo uma miscelânea desportiva, o era igualmente nas acções capitais de defesa e honra de cada um. Às vezes, à pantufada...outras, nem tanto! Era uma guerrilha interna mas de comum acordo que quem ganhasse, pagava a rodada seguinte. E assim, lá íamos cantando e rindo em espécie de mocidade portuguesa mas de índole mais consensual com os novos tempos.

A Avenida da República estava cheia e ainda nem sequer vislumbrávamos o Saldanha (nas muitas artérias da cidade, completamente a abarrotar de gentes e veículos) e já os nossos ouvidos zumbiam em farta sonoridade das buzinas dos automóveis e das gentes que os compunham. Era uma noite de festa. De gáudio e de muita cerveja, também. E tudo isto me parece agora tão surreal como quando o visionei. A ele! E "ele" era estranho. No meio da confusão louca de braços, pernas e bandeiras benfiquistas no ar em jeito demencial de quem as segurava, eu veria a mais bela figura do mundo, num misto de Jesus e arcanjo seu discípulo, constatei. De repente, o som parara. Eu nada mais ouvi ou veria, a não ser aquela tão mítica figura do alto dos seus quase dois metros de altura e um cabelo alourado que lhe caía sobre os ombros. E isto, posso jurar-vos não é conversa de gaja maluca ou doida irreverente e claustra que se perde por um rabo de calça mas, pela visão obtida, inata e miraculosa de um agente, tão diferente quanto omnipresente de nós, seres comuns, seres humanos. Ele ia caminhando em passo longo e contrário aos outros transeuntes que se manifestavam em delírio insano de adeptos alvos que eram do seu clube, agora vitorioso. E Ele, caminhava. E eu, ia olhando para si, absorta e absurda de toda uma situação meio doida em estranha e complexa conexão de alma e movimentos. "Ele", não era deste Reino! Eu ouvi-o. Em telepatia, em sintonia.

A visão ectoplásmica  que tive e, observei por segundos, deu-me a certeza do caminho a seguir. Não sei se era o tal Jesus reencarnado e devolvido das cinzas do tempo ou simplesmente, a imagem de um homem sinistro que não era homem nem podia ser. como se uma capa de carne o tivesse envolvido e me tivesse chamado em poderoso e catártico pensamento, ausente de tudo e todos. Mas sei que era alguém diferente. Transmitiu-me informações e outras tantas deliberações numa fracção de segundos que não sei aqui descrever. A ampulheta do tempo virou-se ao contrário naquela noite . Por Ele. Registei o seu mandamento, a sua ordem, e todo o seu rigor in extremis em mim. Como vulcão sucedâneo do que me intuía a receber, a aceitar e, a revelar mais tarde. "O mensageiro" não é importante, aferiu-me. Mas a Mensagem, sim!

Não quis ser displicente na processologia sagrada, decorrente dessa nossa simbiose extra-sensorial ou, o que quer que aquilo fosse, senti-me dizer e Ele, ouviu-o. Não gostei que me guiasse a mente mas supus que teria de o fazer, sentindo também que não seria por mal ou de fins esconsos o que me inseria mentalmente em córtex pessoal. Tive a sensação nítida de que o meu cérebro adquirira momentaneamente a veleidade de se abrir para um intruso como porta escancarada de uma qualquer casa, fechada em mil ferrolhos. O meu ser, todo ele, foi tomado por uma possessão incrível de assomo eléctrico e vigente de algo externo a si. Só depois compreendi. Só depois, anuí. Este ser, extra tudo o que se possa aqui julgar, no meio do nada e não sendo ninguém (na perspectiva terrena, como é evidente) auguraria de que eu, uma simples cidadã e mortal que era (julgava eu) ser a corrente transmissora de todo o seu poder em voz e proclamação.

Louca! É o que tu és! - diriam alguns, todos. Se eu o tivesse dito a alguém. Dia a dia, vou tentando dizê-lo mas não é fácil. Hospício, psiquiatria de internamento ou chacota pública, era o que me esperaria. E só não seria chicoteada em público também, por já não haver julgamentos sumários em praça pública, acho...ou linchamento popular por ser tão devassa e tão reles prostituta, dando-me ares de senhora, querendo passar uma mensagem de Cristo. Não sou devassa, nem reles nem sequer me passaria pela cabeça, poder prostituir-me de corpo e de mente pelo que me foi divulgado e pronunciado por um ser superior que somente aqui estaria, para o fim a que se propôs. Ele sabia disso. Do que eu ia passar em noites sem dormir e em quebranto total de me amofinar e calar e desobedecer à sua ordem de, no imediato, ser precursora da sua ordem de, uma Nova Era a chegar. E essa certeza eu não podia olvidar.

O que posso aqui deixar em testemunho do que não pedi, do que não chamei e do que não evidentemente, desejei que me acontecesse. Não preciso de protagonismos baratos. Ou caros! Os valores que possuo, estão muito acima de quantias bancárias ou de riquezas de Goldman Sachs, UBS ou outras. Conto os cêntimos para comprar pão, o jornal ou uma revista semanal mas nem por isso sou mais infeliz ou infiel ao que me propus ser nesta vida. Não sou rica nem pobre. Ou talvez rica sim, mas de um poder que não escolhi mas Deus me deu (como diz a dona Amália num dos seus fados cantados) e faço jus a isso. Apenas isso. Se "aquela coisa doirada e alta" me não tivesse encontrado em halo seu, de uma libertação de um Eden seu, então eu seria a mais pura ignorante cidadã da terra, comum a tantos outros. Mas não sou. E não tenho de me livrar disso como o Homem do "Busão de Higgs". Pena é, que o não saibam. Ainda.
Por agora, rezemos. E vamos tentar ser diferentes, já o afirmei muitas vezes. não levamos riquezas...só mesmo, as nossas almas purificadas e à espera de um perdão ou, de uma luz maravilhosa que nos levará a todos para o céu. Bem...nem todos. É pena! Para esses. Rezaremos por eles também. Ámen!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A Tese

Extraterrestres no Sistema Solar


É possível que uma enorme nave espacial tivesse visitado o nosso sistema planetário, fazendo escalas durante vários anos para repor matérias-primas e energia, desaparecendo depois para sempre.
Poderá ser.

Esta tese, parece ser a explicação mais fantástica da observação do planeta Vulcano. E existem boas razões para que possa estar correcta. Convém lembrar, de que a história destes singulares corpos celestes, datam de 1855, altura em que então o director do Observatório de Paris, Urbain Leverrier, constatou que existiam desvios da órbita calculada de Mercúrio. Na sua opinião, isto apenas significaria de que haveria outra massa desconhecida na trajectória do planeta. O astrónomo Lescarbault (Orgères, França) confirmaria igualmente em Março de 1859, ter observado um pequeno planeta em frente do disco solar durante cerca de uma hora.

Rudolf Wolf (Zurique), astrónomo conceituado, encontraria registos referindo que dois corpos celestes até então desconhecidos, teriam passado em frente do Sol com um período orbital de 26 e 38 dias, respectivamente (1871). Ficaria designado então, por mão de Leverrier de, Planeta Vulcano.

No tempo contemporâneo em que nos encontramos, Robert A. Freitas (Sacramento - EUA) participaria em 1985 no estudo de um projecto da NASA sobre naves espaciais não tripuladas, formulando esta ideia:
 -"Visto que os cientistas terrestres cismam com a exploração de sistemas solares distantes com naves espaciais, porque razão não fariam o mesmo, seres extraterrestres inteligentes?..."

O comportamento de Vulcano coincidiria exactamente com os indícios mencionados: uma aparição súbita, numa volta em redor do Sol e, numa órbita suficientemente próxima para recarregar energia. A sua permanência terá sido breve, desaparecendo depois, repentinamente. Esta, a teoria ou tese apresentada.

Artefactos Extraterrestres

Os cientistas Johannes Fiebag e Peter Fiebag, juntamente com o astrofísico vienense Karl Grun, propuseram um projecto para a procura de artefactos extraterrestres. Desde o início de 1999 que se sabe que um estranho objecto circula à volta do Sol perto da Terra. O seu nome é CG9 e, contrariando todas as hipóteses sobre as órbitas em redor do Sol, a sua trajectória é quase exactamente circular. Dois outros objectos, (1996 PW e 1991 VG), apresentaram também um comportamento estranho. Os raios de radar que normalmente são reflectidos por qualquer objecto, deram um «efeito zero» no caso de 1991 VG, que não existe no monitor de radar.
Com estes dados, descartou-se assim a possibilidade ou hipótese de se tratar de «lixo espacial« ou de um asteróide.

Colmatando ou mais exactamente, acentuando esta tese da existência de artefactos extraterrestres, terei de referir também, o que os astrónomos observaram em várias ocasiões "monblinks" (piscadelas lunares, sinais luminosos) no interior das crateras da Lua. Registariam ainda (por pouco tempo), estranhas estruturas artificiais. Em 1869, o astrónomo alemão Johann Heinrich Madler descobriu uma fortificação quadrada numa cratera lunar chamada "Fontanelle". Em 1935, os astrónomos ingleses John O`Neill,H. P. Wilkins e Patrick Moor avistaram também, uma ponte gigante no Mare Crisium. E, numa fotografia da sonda lunar de 1960, o cientista norte-americano Richard Hoagland localizou um estranho obelisco lunar na zona de Sinus Medii. "A Agulha de Pedra" que se ergue na superfície lunar, tem uns 2000 metros de altura. Dizem os peritos que será completa e totalmente impossível de que este, tenha surgido de forma natural. Questionando-se assim, do que existirá portanto, na nossa Lua.

Será de facto assim tão absurdo, poder considerar a existência de artefactos extraterrestres no nosso Sistema Planetário? Penso que não. Um absurdo seria, não admiti-lo. Na Lua, em Marte, em Saturno...
A NASA já o sabe. Muito antes (e depois...) da sonda espacial Galileu (entre 1995 e 1997) ter explorado o sistema de Júpiter. Só não o revelam. Como alguém disse um dia: - "Todos o sabem, mas ninguém o dirá!"
Será porventura, a sua arca sagrada, fechada a sete chaves em poderes máximos de uma lacrada e sapiente disformidade do que lhes é remetido. E imposto. A NASA tem regras. E "cofres", todos o sabemos. Esta sua arca planetária talvez um dia se abra para nós, para todos nós. Então o mundo, saberá. O que eu não sei, é se o mundo estará preparado para o saber...ainda!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A Invasão


                          "Eles Sempre nos Visitaram;
                           Porque Simplesmente, Estão Entre Nós!



Ovnis na década de 1990
1990
O chefe do Estado-Maior do Exército russo, Igor Maltsev, publica um relatório segundo o qual, a 21 de Março, centenas de moscovitas tinham visto um ovni em forma de disco, com luzes muito brilhantes nas orlas, voando a alta velocidade.

1991
Os cosmonautas G. M. Manakov e G. Srekalov comunicam terem avistado um ovni no dia 28 de Setembro, durante a sua permanência na estação espacial MIR.

1992
Por cima do aeroporto da cidade do México, observam-se misteriosos fenómenos luminosos, registados pelo radar.

1993
Em Março, O Ministério da Defesa britânico, ordena que se investigue a informação que dá conta de que foi avistado um objecto voador de estrutura cristalina

1996
Em Fevereiro, avistam-se repetidamente objectos luminosos oviformes sobre Telavive (Israel).

1997
Em Phoenix (EUA), milhares de testemunhas observam em Março e Abril umas esferas incandescentes cor de laranja.

1998
Um ovni em forma de charuto sobrevoa o estádio de Guayaquil (Equador). O jogo de futebol é interrompido e a televisão filma o objecto voador.

2000
A 10 de Janeiro, umas esferas amarelas sobrevoam Sidney (Austrália) em formação triangular.


O caso Roswell - A 2 de Julho de 1947 caiu um objecto voador não identificado perto desta pequena cidade do Novo México (USA). Várias testemunhas oculares presenciaram no céu um objecto brilhante em forma de disco. Um dia depois, a 3 de Julho, o agricultor William Mac Brazel encontraria nos seus campos, uns restos metálicos que prontamente levaria ao xerife local, fragmentos dos mesmos. Passados cinco dias, o Exército selaria então, o lugar das descobertas e arredores sem qualquer explicação, iniciando as pesquisas. Segundo várias testemunhas, o Exército - localizando um outro ponto de aterragem - recolheria não só, um aparelho voador como também, cadáveres de extraterrestres. De início houve uma certa divulgação sobre o mesmo, em achado insólito e alvo de investigação, (dito ao público) para de imediato ser desmentido numa nova versão de uma queda «natural» de um balão meteorológico.

A História e o avolumar de ocorrências similares ao longo das décadas seguintes, viria assim desmentir rumores falsos e complementar uma verdade por demais evidente, na existência de visitantes à Terra de origem desconhecida é certo mas igualmente de inteligência superior pelo óbvio demonstrado em tecnologia avançada. Um desses momentos de registo em inquestionável observação, dar-se-ia a 3 de Fevereiro de 1989 em Ankara (Turquia). Eram perto das 19 horas locais quando, no monitor do radar de Esenboga na capital turca, ficaria visível e nestes detectado, um avistar de três ovnis imóveis no ar, enquanto um quarto avançaria a toda a velocidade em direcção à pista de aterragem. Os controladores aéreos (possivelmente estupefactos mas não inertes de todo, supõe-se) pegariam nos binóculos em registo maior do que viam na sua frente. Dois aviões que no momento se aproximariam da pista, tiveram de se desviar para que não houvesse colisão entre si. De seguida, informadas as autoridades competentes e o primeiro-ministro da altura que, dariam ordens de reforço e defesa, fazendo descolar vários aviões de combate F-16 para interceptar os ovnis. Não obstante essa tomada de posição, o Estado-Maior turco enviaria ainda três caças em sua perseguição. Reconhecemos que não terá sido fácil para as altas patentes militares turcas e seus governantes ter deliberado nestas acções militares - que terão ocorrido em premência e rapidez com o que se lhes exigia na protecção do aeroporto e restante população - a veemência bélica de certa forma agressiva e de perseguição mas «nobless oblige«, o que quer dizer e nestes casos, a tomada de posição obrigatória.

Às 22.03 voltaria a aparecer uma formação de dez objectos voadores desconhecidos. Insuperáveis em velocidade, saíram então disparados em direcção ao céu nocturno, desaparecendo perante o olhar dos seus perseguidores terrestres.
Foram descartadas todas as hipóteses ou possibilidades de ter sido qualquer fenómeno eléctrico, meteoritos, reflexos luminosos ou outros, pelos peritos aeronáuticos. E nem tão pouco, alucinações por drogas ou bebidas que os controladores aéreos pudessem ter tomado, se não tivermos em conta também, os experientes aviadores dos caças aéreos turcos, habituados a estas investidas céu adentro. Estou a ironizar, é certo. mas temos de crer de que estes fenómenos cada vez mais presentes e prementes nos nossos céus - sendo uma constante a cada dia que passa- termos a consciência exacta de que, não estando sós de forma alguma, também não seremos autistas para voltar costas ou, na pior das hipóteses, termos de nos esconder em casa debaixo da cama com o penico na cabeça em confrangimento de guerra anunciada.

Ao longo dos séculos, ao longo dos anos e, certamente, ao longo dos nossos dias de hoje, veremos a cada passo, cada vez mais, essa realidade futurista e de tecnologias e inteligências superiores, firmarem-se. Mesmo que muitos o neguem, mesmo que muitos reconhecendo-o, o neguem ao público em geral. Já começa a ser difícil, tal. sonegar, omitir e até mentir, nunca foi um bom recurso de inteligência e aprumo nas hostes superiores de comandos militares e de governação das nações. Também não corroboro de tomadas de posição de boca escancarada como os "Wikileaks" cá do burgo ou de outros senhores que, fugidos à loucura de um secretismo absurdo, se deixam enclausurar, ainda que, em aeroportos ou países não aliados. Não sei. Não sou política mas penso em senso comum e sensatez que não se deve vigiar os amigos. Nem os inimigos pois pode-nos cair em cima e devolvida a «punição». Mas, reiterar de sua justiça e desancar no mundo essa orgia informática e de telecomunicação pungente, também não será lá muito correcto, em particular para os que o fazem, ficando à mercê do julgamento popular e das hostes superiores suas que os não pouparão da miséria de boca aberta que revelaram sem despudor.
É difícil fazer justiça nestes casos. Para uns e, para outros. Se ninguém se entende cá no burgo global em que nos encontramos, como será possível consensualizar tudo isto, fora de portas em planeta na sua total dimensão de países, ilhas e territórios vigentes de um mundo meio louco e outro meio, sem saber o que fazer. Temos de arrumar a "casa". E nem sempre, é fácil. Temos de mudar, já o disse. Ser complacentes mas justos, ordeiros e correctos. E isto, é trabalhoso eu sei. Mas faz-se. Vamos ser mais abertos de mente e de espírito ou não iremos a lugar algum! E esta, é a única verdade que sei e posso transmitir. Por agora!...

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A Informação Psi

             "O Cérebro como Centro e Sede do Espírito no corpo Humano"


Os lobos temporais serão a sede dos fenómenos psi, numa central de comando de informações paranormais, sendo possível que essas informações paranormais sejam conduzidas nos ditos lobos temporais. A instabilidade eléctrica dos mesmos (lobos temporais), significa que, determinados estímulos poderão suscitar experiências que se assemelhem à vivência dos fenómenos psi.

O neuropsicólogo canadiano Michael Persinger conseguiria (experimentalmente) provocar este efeito através de sinais magnéticos muito débeis, transmitidos ao cérebro humano por uma espécie de capacete de motocicleta adaptado. Procederia assim à administração de estímulos electromagnéticos nos lobos temporais, capazes de provocar microataques epilépticos. Pessoas que foram sujeitas a teste, refeririam ter vivido experiências espirituais, transpessoais e paranormais bastante intensas. Revelam ainda, terem a sensação de estar a pairar no ar ou, a ouvir vozes que lhes fornecem instruções. Há também, os que afirmam convictamente, sentirem uma determinada «presença» sob a forma de um espírito ou de um anjo-da-guarda.

No final da década de 1960, o neurologista sul-africano Gordon Nelson, já teria realizado igualmente, registos electroencefalográficos de médiuns em transe, dando-se conta da ocorrência de perturbações específicas nos lobos temporais.

Nos lobos temporais, a epilepsia manifesta-se como sendo uma espécie de «caos» instalado no funcionamento eléctrico das células nervosas. A relação entre os ataques epilépticos e as experiências paranormais é conhecida desde a Antiguidade, embora Hipócrates tenha rejeitado a ideia de que os epilépticos estão possuídos pelo espírito de Deus, dispondo de capacidades proféticas, considerando a doença antes de mais, uma perturbação do funcionamento do cérebro.

Caos no cérebro

Para o parapsicólogo americano William Roll este caos no sistema nervoso central, corresponde à desordem a nível psicocinético produzida pela aparição - tendo investigado casos, nos quais a crescente intensidade das supostas aparições de fantasmas estaria em relação directa com os ataques epilépticos da pessoa que afirmava vê-los. Roll presume que, uma actividade geomagnética acentuada ou campos electromagnéticos e electrostáticos, bem como a irradiação de iões, poderão desencadear descargas nos lobos temporais que, por sua vez, conduzem a efeitos psicocinéticos. O neurologista Elson de Montagno corroboraria de igual tese e investigação à semelhança de William Roll.

Os fenómenos paranormais serão ainda inexplicáveis para alguns. Da tese científica à mais abstracta ou absurda que muitos possam justificar em cépticas afirmações suas, o certo é que sempre se deu no ser humano e em toda a complexidade no seu cérebro, determinadas alterações desconexas de movimentos musculares de espasmos incontrolados. A neurologia ainda hoje é para muitos, uma ciência inacabada e com muito por explicar, estudar e finalizar, suponho. a conjunção ou similitude que se faz de fenómenos paranormais com a epilepsia e outras anomalias cerebrais que se registam no ser humano, poderão de facto ter uma explicação científica como o referi nestes documentos já publicados. Mas acredito sinceramente, de que existirá em uniformidade ou certo paralelismo também, com uma outra realidade nas visões que ao longo da História fomos tendo de «fantasmas» ou processos alucinatórios de diversas influências.
Acredito de que nem todos serão assim tão fielmente explicados e dissecados pela comunidade científica. Pessoalmente, nunca fui portadora de qualquer resquício desta doença. A epilepsia já de si, tão funesta e tão dada como uma «doença sagrada» ou mesmo «divina», acreditando-se também, de que as pessoas em estados epilépticos possuiriam capacidades proféticas.

Nunca fui epiléptica nem possuidora de qualquer propriedade profética, sentia. E talvez estivesse enganada. Não tenho a doença mas a percepção de um Passado distante e, de um Futuro provindo. Benéfico ou não, só Deus sabe. Ainda que me tenha dado alguns pormenores gerais de tal. Não sou medium, bruxa ou coisa parecida (o que no tempo da Inquisição, a coisa poderia ser feia...para o meu lado). Apenas sou uma pessoa com determinadas referências de uma mnemonização real, fictícia. Em Passado e Futuro. pelo que me fica apenas um Presente ainda por viver e, elucidar. Assim seja!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A Espiral

1980 - Meados de Setembro

Era tempo de vindimas. Tempo do ócio escaldante por entre uma cor rosácea e púrpura de um Céu inclemente, nas terras semeadas de vinhas ardentes. o aroma das uvas adocicadas e das flores estivais, regurgitando no ar o âmago de toda uma natureza próspera e bela, intuindo nos que trabalhavam a terra de ir ser um dos melhores anos vinícolas de que havia memória.
Com o pai, não era excepção. A quinta exalava de abastança e boa produção nos morangos (que jaziam em estufa apropriada), nos tomates, cenouras, couves e toda uma panóplia leguminosa e frutícola de frutuosa colheita. Contando também, com o campo de girassol - que despontaria em flor maravilhosa de um amarelo exuberante, esplendoroso - e que, ornamentaria grande parte da quinta em pertença e propriedade de uns belos hectares de terra. Eram o orgulho do pai. Até ao dia em que...queimados (completamente esturricados!) e, devassados por algo ou alguma coisa pungente nestes - e que por ali andou - os destituíra da sua condição e fundamento. Perdida a cultura, morta a certeza da irreversibilidade da tragédia, o pai invocando os deuses e os demónios, alvitraria: -Raios os partam a todos! A todos! Mas quem terá sido o real cabrão, o real filho da mãe que me fez isto aos girassóis??? Ai, se os apanho!!! Se os apanho, faço-lhes o mesmo!...Ai faço, faço que eles vão ver de que raça de homem eu sou!!! Vão ver, vão!!!

Eu tinha chegado há pouco menos de uma semana de Londres - e ainda de malas por desfazer, assim como o enorme sorriso que ostentava em mim a toda a hora - e nem me apercebera da aflição visível do pai que ia desbravando toda a sua fúria em todos, requerendo justiças e esta não haver, por tanta maldade exercida sobre as suas terras. Encorpado então sob um manto de tristeza funda mas não absorta ou muda, ia tentando encontrar conforto nos braços da mãe que, impotente ante tanta desgraça, só lhe poderia amansar a mágoa com os seus bons e mui esmerados cozinhados de avental posto e colher de pau na mão. Ao mesmo tempo que lhe revertia: - Deixa lá homem, que a verdade virá ao de cima como o azeite...e quem te fez essa maldade, irá pagar por isso; Deus é testemunha! Tens de ter calma, homem...olha o teu coração!...
Mas o pai não apaziguava a sua dor, na alma e no bolso, ao ver o seu lindo campo de girassol em flor, todinho incinerado em maledicência incendiária de algo que ele não sabia explicar. Nem ele, nem toda a restante aldeia em povoado omnipresente e populoso por entre os comentários de café e bancos centrais onde descansavam os cajados e os ossos da árdua tarefa da coscuvilhice.

Pela calada da noite (ou princípio desta) houve uns senhores, munidos de utensílios e objectos estranhos - diriam posteriormente, uns mirones que os detectariam ao longe, nas suas fazendas - que iam fazendo medições e registos na dimensão de terras e culturas do que lhes não pertenciam, sem terem pedido licença ou permissão ao pai de tal. Quando este soube, ficou fulo da vida. - Pois que raio é isto de me invadirem as terras e aí vai disto!?...Que é tudo nosso, ou quê??? Então eu não sou ninguém?...Eu já não mando na minha terra, ou quê??? Corro-os a todos mas à pedrada, que é para verem quem manda aqui!!!Ora agora,ah?!
Mas o pai era sereno. E tudo isto, era apenas um seu desenlace de alma, sendo de garganta para fora no seu desaurido desapontamento de homem de trabalho. Não tinha mau feitio, apenas era corolário de um lamento enorme de toda a colheita perdida, enunciando prejuízos e porventura desaguisados com a associação agrónoma local que lhe dizia não ter fundos nem ordens oficiais para o compensar da perca havida. Não havia subsídios estatais nem reposição financeira que lhe cobrisse essa perca, tanto a nível da economia do lar como da alma que penava ainda pelo desaprumo da queimada territorial. - Raios os partam, diria o pai em completo desalento de si. Quebrantado mas não vergado, queria ainda assim saber - nem que isso levasse toda a sua vida, acentuou - quem teria sido o causador de tanta infâmia em suas lindas terras de uma quinta que trabalhava com as suas mãos e ele comprar anos antes, sem heranças ou coisas caídas do céu, como o pai dizia, árdua mas orgulhosamente. - Nem que seja a ultima coisa que faço na vida! (diria ainda) Mas não fez. Nem podia.
O campo dava dó, lá isso dava! Mas não fora mão humana, no acto homicida da plantação. Viriam ainda, uns helicópteros militares ou governamentais (mais tarde) recolhendo provas e ditames do que ali sucedera em secretas investidas ou de prospecção assentes - e por certo, altamente confidenciais - rumando depois a Lisboa. Ao pai, pouco ou nada diriam, chegando a conclusões suas que não divulgariam. A ninguém!
Nunca mais se soube deles, dos homens de farda e ciência acumulada pelo que se lhes observara no trato e no cuidado com que alinhavavam registos e certezas (ou incertezas!)

"A coisa" morreria assim. Ou foi morrendo, na medida de um tempo certo em que o esquecimento ou a ordem do dia se alterava com novas intrigas e outras tantas quadrilheiras amotinações por entre si, na aldeia.
Mas houve quem tivesse feito a sua pesquisa pessoal de intervenção e cunho pessoal. O metediço da zona que, por meios e proventos de possuir o único avião batedor ali, em refrega e pulverização de sulfatos sobre os campos - tarefa que lhe era bem paga...- se ter dado de vontades e imposição suas, furando nuvens e ladeando os campos martirizados de propriedade do pai. Observaria então, em certo descontrolo e muita estupefacção o que os seus olhos lhe ditavam na estranha ocorrência de um campo tomado de assalto por via aérea que não a sua. Da sua óptica, podia desta feita discernir de que, quem o fizera...não era deste mundo, o seu mundo mas de outro, fora dele. Via-se uma enorme espiral, de geometria ímpar, correcta e liminarmente executada por algo que teria ficado suspenso no ar e posteriormente, aterrado. Era como um desenho de grafismo exótico e inexistente ou exequível por mão humana, considerou. Estruturalmente bem colocado numa ordem matemática exímia, o nosso aviador pasmou por tão bela ser, aquela espiral ainda que tão mortífera no pobre campo agora, de girassol queimado, achou-se a dizer.
Não conseguindo amordaçar o que constatara ou estar calado (dando logo de seguida com a língua nos dentes...) e toda a gente do povoado ficaria a saber do ocorrido e visionado por si em ansiedade louca e extravasada na exposição que a estes fizera. Extrapolara e esticara-se na prosa que os cidadãos rurais ouviram com a mesma placitude com que ouviriam dizer, que na padaria iam oferecer pães quentes nesse dia. Bem...com primazia e mais folga de pernas a correr para a dita padaria do que para a sua eloquente reportagem de um campo devassado por estraterrestres. Afinal, não era todos os dias que davam de borla uns pães...anuiriam em conjunto.
Por ultimo - e já desmotivado este nosso intrometido aviador do sulfato - seria o motivo da risada galhofada e aberta por todos, em anedota única de todo um povo folgado de ironias e sátiras comuns naquelas paragens. Incoerência, bebedeira e vá-se lá saber que mais, diriam uns quantos, sobre si. O que este contara, em vez de criar pânico ou maior curiosidade, podendo ser um assunto de extrema gravidade e sério, não senhor, revertera-se na piada local nas suas gentes em loquaz parvoíce que ele (único defensor) insistentemente, chamaria de verdade. - Os extraterrestres na Amoreira, vejam só!!! Eh pá, vai mas é dar pasto à mula que tem fome! E banho ao cão! E deixa-te disso, homem que ainda te levam preso ou te tiram a carta dos aviões (brevet) e depois andas aí a roçar pelas paredes sem ter quem te dê trabalho, homem!

Esqueceu-se tudo depois. Não muito depois. Mas eu não esqueceria. Nem podia. Quantos episódios, quantas ocasiões e situações anómalas que eu tivera, que eu presenciara. Esta, apenas mais uma, admiti. Desta vez em seara alheia mas próxima de mim e que atingiria o pai, em desconforto e pouca fortuna mas penso que o não terão feito propositada e levianamente. Aconteceu, pura e simplesmente no meu seio familiar. Eu era-lhes cúmplice, disso tinha a certeza! Vigiavam a minha terra. Vigiavam-me. Não sei. Acreditei de que algo poderia estar a suceder ou a iniciar-se. Senti-o. E como tal, não me enganei. "Eles" andavam por aqui e não se davam a mostrar, mas eu reconhecia-lhes as acções, os métodos, as repercussões das suas investidas na Terra. Terra como planeta em terra exterior e interior na busca ou sedimentação suas, de se imiscuírem cada vez mais num território que o Homem ignorantemente, julga seu. "Eles" sabem disso mas não riem de nós. São complacentes e mesmo por vezes, colaborantes mas não excedamos a sua compreensão e os seus alentos de nos vigiarem os passos como se fôssemos crianças de colo e fralda. Temos muito a aprender. Agora só temos, de o registar também, sem idealismos ou fundamentalismos que não levam a lado nenhum. E "Eles" sabem disso! Nós, não. Ainda...

domingo, 18 de agosto de 2013

A Batalha

15 de Agosto de 1969

Fado, Fátima e Futebol: os três ícones da minha Pátria Lusa.
Pela Família e pela Pátria! - nos desígnios nacionais de um Estado Novo, agora (de forma tangencial é certo) mais aberto por um governante de seu nome, Marcelo Caetano. Aspiravam-se novos tempos em esperança algo contida mas premente. Ouvia-se a Amália cantar (fadista de renome), os relatos semanais de futebol em domingos sucessivos e, as eloquentes homilias reverenciais a uma religiosidade extrema de cariz, católica- romana nessas austeras e intermináveis missas pelos dias do Senhor ou de referência, no Santuário da Nossa Senhora de Fátima, em Leiria a cada 13 de Maio.

Eram rotinas que não se quebravam e muito menos, se desrespeitavam. Como os Verões. E estes, a cada ano que passava, igualmente reverenciais e magnânimos, vividos em família numerosa, de pais, tios, primos, avós e outros aparentados que se chegassem ou vizinhos alados. Os meus, eram assim. Andei de burra - enfiada em cestos de vime - corri fazendas inteiras, aspergindo o ar puro das serras e dos morros silvestres, percorrendo léguas de uma vivência única. Fui feliz. Ainda hoje sinto o cheiro do feno doirado, envolto em arremesso de mão de homem, instado na natureza em bonomia e fartura de colheitas suas. Toda essa ambiência rural, me era prazenteira e de uma felicidade que não mais encontrei. Tão feliz que eu era, e não sabia...

Naquele feriado, plantado no meio do mês de Agosto em que os pais tinham ido com uns familiares e amigos - recentemente chegados de França - a uma homilia em Fátima em devota peregrinação confinada ao dia do imigrante (recolhendo bênçãos e protecção para todo o ano) e nos deixariam então ao cuidado de tios e primos. Nesse dia, atulhados no Fiat 850, vermelho escuro do "bólide" do meu tio (ajoujado que dava dó) sem que soubéssemos como teríamos cabido em tão exíguo espaço. A minha tia, que era uma moçoila roliça de carnes e de alegrias, enfiar-se-ia assento adentro (o dianteiro, e seu por direito) como trono indiscutível seu, aconchegando a cesta da renda, o saco do farnel e o canino mal-cheiroso que levava ao colo. Adoro animais mas aquele protótipo de cão, que passava a vida a rosnar-nos como se fosse um pitbull e a tentar roer-nos os tornozelos como se estes fossem o seu jantar em osso preferido, dava por vezes ganas de o assustar também em correrias loucas atrás de si, ante a fúria dos tios que o tratavam como a um filho mais. Não intentávamos aborrecer, apenas brincar com a sua tão grande ruindade canina, até pela razão dos tios nos poderem deserdar do seu seio familiar, acaso prejudicássemos o pequeno e terrível bicho de dentuça afiada e orelhas espetadas.

O dia estava soalheiro. Quente, muito quente. Não fomos longe. Apenas uns quilómetros até à Serra da Roliça - na zona oeste e perto do Bombarral - onde havia grutas, enseadas e esconderijos por entre matas e silvas, fazendo a nossa imaginação fluir em vasta progressão de meninos que nós éramos.
O tio foi apanhar restolho e, a tia, ficar-se-ia pelo seu trono sentada, ouvindo a senhora dona Amália Rodrigues cantar (em arrasto e perdição de amores não correspondidos...) fazendo renda como quem faz um filho, com um sorriso nos lábios e outro, no coração.
A criançada toda, subiria então o monte de gravilha, sebes e calhaus enormes entre uns desníveis e outros que se nos iam deparando em efusiva constatação. Éramos cinco. Iguais ou nem tanto, os dos episódios de leituras havidas de Enid Blyton (mais uma vez). Éramos como uma quadrilha autorizada mas sem rumo certo. Desabridos e à descoberta de novas aventuras, percorreríamos a serra em montes escarpados de mil histórias por viver e, desbravar, sentíamos. os meus primos dispersar-se-iam, soltando gritos lancinantes de alegrias e liberdades haverem e eu, mais compassada e lenta (começara a engordar e o rabo, pesava-me...) deixara-me ficar para trás. Sentei-me numa pedra. Foi quando ouvi, por detrás de um arbusto, algo. Algo, que subitamente suscitaria a minha curiosidade. Podia ser um animal...grande...e assustei-me! O meu coração começou aos pulos. Queria gritar pelos meus primos mas mesmo que o conseguisse, eles não ouviriam. Abri a boca de espanto, então. Dos arbustos cerrados, emergiam em solavancos e passo arrastado, duas pessoas. Dois homens. E que estranhos eram!...(notei)
Vestiam casacas vermelhas e botas pretas de cano alto. Usavam chapéus esquisitos de abas largas e traziam nas mãos, umas espingardas que eu não conhecia (na época, eu só tinha nove anos de idade e como tal, os meus conhecimentos históricos de datas, situações e indumentárias, não serem ainda muito precisas...).
Não me mexi. Deixei aquela estranha ocorrência dar-se na minha frente como se eu estivesse a ver um filme ou série televisiva e não ali, exposta perante si. Eles pareciam que não me viam, ou então, ignoravam-me. Falavam entre si numa língua que reconheci ser a da segunda apanha dos meus tios, emigrados agora em França - os mesmos que tinham ido com os pais a Fátima.
Vinham feridos, calcinados por uma dor imensa que espelhavam nos rostos sofridos e, nas feridas abertas que lhes via em conotação colorida do que supus ser sangue e fluido hemorrágico.
A minha garganta secou e as minhas pernas latejaram. Não estivesse sentada no pedregulho farto e teria desfalecido, caindo por terra. De seguida, estes dois homens, ambos fracos e perdidos - do que posteriormente me apercebi - deitar-se-iam na relva, lado a lado, rindo em gargalhada folgada mas ferida também, do que sabiam estar prestes a suceder. A vida despedida neles, dar-lhes-ia um último sopro de esperança no estertor da morte e da inutilidade esbracejada de uma sobrevivência ignóbil.

O Sol, incidente nestes, acolhê-los-ia em almas que partiriam em conjunto. sem obstinação ou revolta. Numa entrega sua que considerei no momento, plena de magia e iluminação ímpares. Eles estavam felizes no fim. Pareciam felizes. Vi assim desse modo, as suas almas subirem aos céus com a mesma dignidade com que se haviam deparado com o incontestado por si, de se deixarem partir, rumo ao céu. Foi então que, (continuaria a observar) que uma luz imensa viria, caindo sobre eles, sobre os seus corpos e almas. A luz era imensa, incandescente e ofuscante, não me magoando os olhos estranhamente...admiti. Não me feria a vista apesar de ser tão míope, reconheci também. Quando olhei para o chão - o que instantes atrás, albergaria aqueles dois homens de fatos esquisitos - eu já nada vi. Sei que tirei os meus óculos e friccionei ambos os olhos em jeito de certificação, ou não fosse eu estar a ficar ainda mais cega do que já era, anotei.
Sei que tornei a esfregá-los, sentindo já uma leve irritação nos olhos e, em mim pelo que me submetia à veracidade ou não de estar a viver uma alucinação, congestionada ou, sugestionada por algo que eu não sabia. Mas quando tudo serenou e só o Céu, as nuvens e o chilreio dos pássaros me voltaram a cercar, é que eu esbaforida e desaurida, me vi galgar por ali abaixo, tentando depois explicar aos tios, a visão (ou projecção) que tivera e o que de si, observara.
Chamaram-me de tonta e riram-se ambos de mim, por me saberem muito imaginativa e, de mente solta, assim que me deixavam ao vento, diriam ambos em troça evidente. Amuei. E calei-me então. Mas, sem consolo ou conformidade com o que os meus olhos tinham visto e, presenciado.

Só mais tarde rebuscaria em livros, enciclopédias e afins, o que existencialmente em prospecção de um passado não muito remoto, se dera ali e eu tinha havido a felicidade de conceituar no assomo histórico que visionei.
Por princípios do século XIX, na data de 1800 e tal (1808-1810) e invasão napoleónica por terras lusitanas, dera-se ali, a célebre e mui vitoriosa Batalha da Roliça (e Vimeiro) em que, os nossos valentes homens soldados - e pouco armados pelo que estudei - homens do meu povo, terão expulsado e quase aniquilado a força invasora francófona a mando de chefias militares sob ordens de Napoleão Bonaparte.
Fiquei esclarecida e feliz. Eu, por algum motivo, tinha sido escolhida como testemunho histórico. Senti-me privilegiada de o ter registado. Creio que, em honras enaltecidas e obreiras de Deus ou de alguém a seu mando também, eu perfilharia do senso comum de que a História para ser estudada e conhecida, tem de ser primeiro, vivida. Nunca tal, me foi tão bem dado a conhecer e, provar desse facto. Honrarei então, esse testemunho e aqui o deixo para vosso conhecimento em igual demonstração escrita do que sei não ter sonhado mas ocasionado. E feliz, muito feliz por ter feito parte, ainda que à posteriori, da bravura de outros tempos e ainda que, por imagem de outros que aqui morreriam em terras não suas. Mas honras lhes faço também, pois penso que no seu derradeiro momento de verter sangue e pouca glória numa terra que lhes não pertencia, terem feito jus à sua condição de invasores incómodos e não crentes de nos ceifarem alqueires, terras e céus, pois que os dos seus corações, estariam longe. Teriam pedido perdão, senti-lhes isso e Deus levou-os nessa abnegação de fim de vida. A História nem sempre é justa e por demais cruel mas neste caso, ambos partiram em paz.  E eu, fui testemunha disso. Apenas isso e gostei. Deus concedeu-me a imagem aberta de um livro de História e eu fiquei para sempre, fã e refém dessa adoração, aquém e, além mar. Das nossas bravas aventuras e conquistas e, das dos outros pois que a História é magia corrente, de homens, mulheres e todo um povo global que século após século, se faz vivificar. A bem de todos!