A Capital do Mundo

Basílica de São Pedro - Vaticano                             Roma - Itália

Será Roma efectivamente um lugar sagrado, uma cidade divina em toda a sua ascensão sobre as suas sete colinas em poder e, significado mágico? Que energias ou forças poderosas possui Roma em si, na confluência perfeita de acontecimentos únicos - desde a sua origem até à actualidade - como eterna e devota capital do mundo? Que segredos encerra entre o sagrado, o divino e...a influência cósmica?

Roma - A Cidade Sagrada
Vinda das suaves colinas do Lácio, há 3000 mil anos o viajante chegava a uma pequena ilha no meio do rio Tibre que lhe facilitava a travessia daquele largo rio. Cerca de 1000 anos antes do início da Era Cristã, ainda só algumas cabanas ovais orlavam aquelas margens planas: só quatro séculos mais tarde começaria a desenvolver-se neste local um centro urbano, que veio a registar um crescimento incomparável e, se tornou o centro de um enorme império.
De acordo com o escritor romano Lívio, foi exactamente no dia 21 de Abril de 753 a. C. que Rómulo traçou um muro em redor de um recinto sagrado, demarcado por sinais divinos.
Quem não conhece a história do lendário fundador da cidade de Roma, que, juntamente com Remo - o seu irmão gémeo - fora abandonado e acabou por ser depositado pelas águas do Tibre no sopé de uma colina, o monte Palatino, onde uma loba os adoptou e...lhes deu de mamar?
No monte Palatino, Rómulo, depois de receber um sinal dos deuses, construiu uma fortificação. O seu irmão Remo, por seu lado, começou a troçar daquele muro insignificante, pelo que Rómulo - num intenso acesso de fúria ou ira imparável - o matou!
Esta fantástica narrativa não é de modo algum pura ficção! Em 1985, o professor Cardini, um arqueólogo de Pisa, deparou com um cabouco que datava do século XVIII a. C. - igual ao que, já o historiador romano Tácito (c. 55-116) havia descrito como uma linha de fronteira sagrada.
A história da fundação de Roma possui então um fundo de verdade! E...a loba? A palavra latina para loba é «lupa», mas era também essa a designação dada às prostitutas na antiga Roma.
Os gémeos abandonados poderão então ter sido criado por uma rameira. Há ainda outras histórias em redor da origem desta cidade única que, parecem ter como base, situações concretas e reais. Daí as seguintes questões: Será efectivamente Roma um lugar sagrado? Um lugar no qual determinadas energias se concentram, dando origem a acontecimentos e produzindo forças que fazem deste lugar o «Caput Mundi», o centro, a capital do mundo?

O Significado Mitológico de Roma
Rómulo, o lendário fundador e, de acordo com os historiadores, primeiro rei de Roma, resultou de uma relação sexual havida entre a vestal Reia Sílvia e, o deus Marte. O seu tio Amúlio, que havia destronado o pai de Reia Sílvia - o rei Numitor - obriga-a a afogar os filhos, pois fora profetizado que um deles haveria de vir a ser um rei poderoso. As coisas, porém, como o ambicioso Amúlio previa, vindo este a ser morto pelos gémeos já crescidos, após o que o seu poder é restituído ao avô de ambos, Numitor.
Por fim cumpre-se a profecia, quando Rómulo se torna o primeiro rei de Roma e, durante uma passagem em revista das tropas e entre relâmpagos e trovões, ascende ao Céu dos deuses no seu carro.
As raízes míticas da cidade sagrada de Roma remontam a períodos históricos ainda mais recuados. Já o herói de Tróia, o rei Eneias, aquando da sua visita ao grego Evandro, deverá ter pisado os terrenos sagrados que viriam mais tarde a dar lugar à metrópole mundial. Depois de ter fugido da paradisíaca Arcádia, este estabelecera-se no Palatino, onde encontrou desde logo um segundo paraíso.
Também Hércules, filho de um  deus grego, surge associado a Roma. Quando por ocasião do seu décimo trabalho atravessa a Itália, com a manada de bois do gigante Gerião, alguns dos animais foram-lhe roubados por Caco - um gigante monstruoso que bafejava fogo e que morava numa gruta junto ao monte Aventino.
Hércules entrou nessa gruta e matou Caco. Em sinal de agradecimento pela libertação do jugo daquele ladrão, mais tarde foi dedicado a Hércules um monumento, a «Ara Maxima», uma espécie de altar de culto no Forum Boarium - o mercado de gado de Roma.
Muito embora ainda hoje se mantenham de pé alguns vestígios deste antigo santuário junto ao Tibre, permanece a questão sobre aquilo que, nesta história, é ou será um ornamento fantástico e aquilo que é verdadeiro. Em todo o caso, é possível estabelecer a sequência temporal pela qual as diversas colinas da cidade foram sendo povoadas: escavações revelaram que o Palatino foi a primeira, que este monte foi povoado mais concretamente pelos Etruscos e que, aí, se situavam as cabanas de Roma mais antigas.
O povo mais simples veio depois a ocupar o Aventino, ao passo que os imperadores erigiram as suas sumptuosas construções e, residências imperiais, no Palatino!

Locais de Culto
O Templo de Vesta constitui ponto de confluência de imensas forças celestiais: era, por assim dizer, um símbolo do Universo! Seis sacerdotisas virgens - as Vestais - guardavam no interior deste templo o fogo eterno, bem como o enigmático relicário de Vesta - a sua deusa padroeira.
As virgens, raparigas com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos, eram escolhidas pelo Sumo-sacerdote para servir no templo com base em determinados sinais expressos pelo Oráculo. Estas Vestais eram obrigadas a um período de serviço de 30 anos e, caso atentassem contra a própria castidade, poderiam inclusive ser enterradas vivas; ao passo que, se deixassem o fogo sagrado apagar-se,seriam de imediato punidas com dezenas de chicotadas.
A recepção e interpretação de mensagens divinas e sobrenaturais assumiam grande importância em Roma. Já Rómulo no Palatino havia reconhecido nos auspícios - expressos pelo voo das aves - a vontade dos deuses. Mais tarde o centro de todas as profecias passou a ser o Templo de Júpiter, na colina do Capitólio, debaixo de cujas arcadas determinados cidadãos romanos se punham a dormir e, recebiam em sonhos, autênticas revelações que muitas vezes vinham a confirmar-se!

Números Mágicos
A metrópole (Roma) foi construída sobre sete colinas e, nos primeiros tempos governada por sete reis lendários. O sete (7) era já na Antiguidade visto como um número sagrado, possuindo um significado mágico. A atribuição destas características prende-se com o número de planetas do sistema solar que então era conhecido, bem como o número de dias da semana (que em algumas línguas transportam em si o nome dos planetas) e, o número de dias que dura cada uma das fases da Lua! Por todas estas razões, os Romanos consideravam este número mágico e, dotado de uma carga simbólica especial.

Lisboa, está edificada sobre sete colinas em si. Não sei se terá estas mesmas forças energéticas e de poder supremo que se consigna em Roma. No entanto, há que registar que, para além de todas as coisas, também a cidade de Lisboa, em Portugal, possui esse mesmo encanto lúdico e de atmosfera enigmática em luz e certa clarividência, pelos muitos séculos de História que nesta se influi. São Jorge - no seu imponente castelo que abraça a minha cidade - é disso testemunha e, como tal, achei pertinente referi-lo aqui.
Terão os deuses andado por aqui também? Terão efectivamente consagrado Lisboa - à semelhança de Roma - uma das cidades a ter em conta nesta poderosa confluência mágica em concentração e, ocorrências extraordinárias, de energias exteriores à Terra? Lisboa e Roma estarão unidas por linhas invisíveis estelares que determinem nos céus, a verdadeira estrada terrestre determinante para si, deuses ou...seres estelares do Universo? E assim sendo, que reportam estas para o cosmos e...igualmente, um dia, para nós humanos?...
Seja ilusão, seja uma realidade, só me resta reafirmar num todo: Que o seja pelo bem da Humanidade!