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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A Galeria Mágica


 

Haverá um segredo oculto nestas montanhas mágicas que escondem petróglifos e gravuras rupestres, fadas e espíritos que visitam estes locais e aí se demoram em danças e festejos seus?

Caracórum - Galeria de Petróglifos Enigmáticos
Em 1995, o professor Karl Jettmar, da Universidade de Heidelberg, descobriu pinturas rupestres antiquíssimas entre Shatial, Chilas e Gilgit. Juntamente com o professor Ahmad Dani, etnólogo paquistanês da Universidade Quaid-i-Azam, de Islamabad, empreendeu dezassete anos mais tarde uma expedição até esses locais. Foi uma viagem repleta de perigos, que atravessava a região de Caxemira, continuamente assolada por crises e disputas políticas. Porém, a viagem dos investigadores revelou-se compensadora, pois encontraram milhares de petróglifos - da Idade da Pedra e da Idade do Bronze até ao período pré-islâmico.
É surpreendente que peregrinos e comerciantes, nómadas e guerreiros de muitas nações tivessem considerado este local como sendo algo de especial, pois na verdade a expedição deparou com inscrições em dez línguas, entre as quais o chinês, mas também hindu, persa e mesmo hebraico.

Multiplicidade de Religiões
Desenhos pré-históricos de elefantes, cavalos e também de guerreiros persas fortemente armados, mas sobretudo de símbolos religiosos, adornam este museu ao ar livre da características únicas.
Nos altares de pedra era frequente aparecer o motivo budista do «stupa». Os stupas são símbolos do fim da viagem da vida, mas constituem também um meio de transporte para o mundo dos deuses. Estas construções semelhantes a capelas serviam de objecto de meditação aos fiéis e estes traziam e dedicavam-lhes oferendas, mas já com a participação na construção dos stupas ( a nível prático ou apenas prestando apoio financeiro) era possível obter-se méritos religiosos. Aqueles que estavam sempre a viajar apenas e raramente, tinham essa possibilidade. Em vez disso recorriam às pinturas rupestres para dar expressão à sua fé. A proliferação de um símbolo que é comparável à cruz cristã, indica que esta região na proximidade do rio Indo, terá sido um lugar de culto muito especial.
Algumas dessas gravuras têm desde 1981 sido libertadas da areia branca que as cobria, sendo conservadas pelo arqueólogo alemão Volker Thewalt. Não foram poucas as vezes que teve de realizar o seu meticuloso e laborioso trabalho com temperaturas de até 55 graus C, mas foi deste modo que encontrou verdadeiras histórias em imagens.

O Fim das Pinturas
Se no Primeiro Milénio, depois de Cristo, o Vale do Indo era na região de Chilas - ainda um centro religioso importante - a partir de então começa a desenvolver-se e, a ganhar terreno, um novo culto.
Machados e discos solares tornam-se símbolos de divindades guerreiras. Com o avanço do islamismo no século XIV, este local sagrado fica imerso numa espécie de modorra e os autóctones acreditavam ver fadas a pairar sobre os antigos locais de culto. Hoje em dia, as pessoas perderam todo o respeito e veneração pelos locais mágicos dos seus antepassados, chegando mesmo a utilizar as pedras com pinturas rupestres para a construção de casas. Mais ameaçadora ainda parece ser, a perspectiva de vir a criar-se uma barragem que inundaria toda a região. A concretizar-se este projecto, seria assim por tempo indeterminado, cortada uma última ligação ao mundo dos nossos antepassados, dos seus demónios e divindades, bem como a possibilidade de investigar os aspectos desconhecidos do seu mundo, tão diferente do nosso; e, da sabedoria que deste modo permaneceria por desenterrar.

Fadas e Espíritos
Durante muito tempo os arqueólogos tiveram conhecimento de um indício bastante vago, registado pelo peregrino chinês Hiuen Tsang no início do século VII, o qual referia a existência de estranhas rochas no Norte do Paquistão: «Nestas montanhas ocorrem muitas situações prodigiosas. Trata-se de vestígios das «arhats» e dos «sramaneras» (fadas e espíritos), que visitam estes locais em grande número e, com os dedos, desenham como se cavalgassem ou andassem a pé de um lado para o outro.»
Hoje sabemos que, esta galeria de petróglifos enigmáticos foi criada por seres humanos, que por meio dos seus símbolos mágicos tentavam exercer alguma influência sobre o mundo envolvente.

Antes ainda das numerosas civilizações que aí se desenvolveram, a região Norte do Vale do Indo, fora já povoada por seres humanos. Entre Caxemira e Tashkent foram encontrados nas paredes de rochedos, milhares de petróglifos e gravuras rupestres, bem como inscrições em várias línguas também já referido aqui. Nómadas, peregrinos, comerciantes e outros viajantes foram-nas deixando ao longo de muitos séculos nas paredes rochosas dos desfiladeiros do Vale do Indo em pinturas de Thalpan, próximo de Chilas na chamada Rocha do Altar. Ficar-nos-à assim para a história futura universal, estas relíquias rupestres na sua imensa galeria de arte ao ar livre, isto é, se não construírem a já referida barragem que as eliminará por completo, caso esta construção vá avante. Lamentamos para todo o sempre se tal vier a acontecer na trágica proporção de vestígios e pinturas seculares dos nossos antepassados aí deixados.
Quanto às fadas e aos espíritos nessas montanhas vagueantes e presentes de vez em vez, ocorre-nos possivelmente (ou hipoteticamente...) acrescentar de que, talvez se trate de possíveis viajantes do Espaço ou do imenso Céu extraestelar que nos vigia e guia nos passos e, nas ditas pinturas que se atrevem a fabricar, a desenhar, no fundo a registar em grafismos seus a sua passagem pela Terra. Daí que, a bem de toda a Humanidade se faça luz nos comandos e governos asiáticos, do Paquistão à China e à Índia e mesmo a todos os que possam ser parte interveniente na não extinção destas obras de arte a Céu aberto. Acreditemos nisso então e, finalizando, só posso dizer-vos: a bem de todos, assim seja! A bem da Humanidade e do seu conhecimento! 

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