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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

A Terra da Imortalidade



A vida eterna...será que isso existe, efectivamente?

Dilmun - A terra da vida eterna
Desde há milhares de anos que os seres humanos procuram um local onde possam estar a salvo da morte. Já na Mitologia Suméria se fala da lendária Dilmun, uma terra onde se vive eternamente.
Na época de Gilgamesh, a mais antiga da literatura mundial, é feita referência a este local paradisíaco. Esta narrativa épica foi escrita em tabuínhas de argila que se encontravam na biblioteca do Rei Assírio Assurbanipal (668-c.627 a. C.) em Ninive, e nela surge narrada a aventurosa vida do Rei Gilgamesh, que reinou em Uruk por volta de 2600 a. C. Era tido como filho de uma deusa e de um sacerdote de um templo, porém, era mortal. Por isso mesmo pediu ao seu deus que o conduzisse à «Terra da Vida». Aí, segundo as crenças dos Sumérios, os seres humanos ficavam a salvo da morte.
Com efeito, o Rei Sumério deverá ter conseguido encontrar esse paraíso. De acordo com a tradição, em Dilmun ele encontrou Ziusudra (Utnapischtim para os Babilónios), que havia sobrevivido ao dilúvio e a quem os deuses haviam conferido a imortalidade que Gilgamesh ambicionava.

Seres humanos imortais
Terá Gilgamesh encontrado o que procurava? A resposta é sim e não. Ziusudra revela-lhe a receita secreta da imortalidade. Trata-se da flor da vida eterna e cresce em Apsu, um abismo por baixo de Dilmun. Assim, Gilgamesh começa a escavar um poço e finalmente a um lago no interior de uma gruta, onde encontra a planta do rejuvenescimento. Antes de Gilgamesh a conseguir comer, a serpente Mush rouba-lhe esse precioso bem, pelo que o herói - tão perto que esteve de concretizar os seus objectivos de imortalidade - acaba por ter de se contentar com aquilo que é: um ser mortal. Imortal, porém, tornou-se a sua fama.

A descoberta de Dilmun
O arqueólogo britânico Goeffry Bibby está convencido de que conseguiu descobrir a enigmática Dilmun. A ilha de Bahrein, situada no meio do Golfo Pérsico, parece cumprir todos os requisitos.
Dilmun não é apenas uma terra ficcional que surge referida nos mitos: é mencionada em cartas comerciais dos Sumérios no terceiro milénio antes ainda da Era Cristã, como sendo um parceiro de negócios. Outrora foi erguido no Bahrein o templo sagrado de Barbar, construído com blocos de pedra calcária, talhados com grande perfeição e sem a utilização de qualquer argamassa. Nesse templo existe uma escadaria que leva a uma nascente subterrânea, onde supostamente correria uma água considerada sagrada. É aqui que G. Bibby julga encontrar-se o local onde Gilgamesh esteve.
Completamente convencido de haver encontrado aquela lendária terra dos deuses, ficou então Bibby ao contemplar debaixo de pequenas colinas funerárias cerca de 100 mil sepulturas - o maior cemitério da História Antiga em todo o mundo. Certo é que, os indivíduos aí enterrados, acreditavam firmemente numa continuidade da vida após a morte e, num encontro com os velhos deuses.

Viver eternamente?
Poderá alguém ter uma vida eterna? A moderna tecnologia genética descobriu no ano de 1999, uma proteína que comanda o processo de envelhecimento. Ratos de laboratório nos quais este gene foi «desligado», viram o seu período de vida aumentado em um terço.
Muitos cientistas consideram uma duração média de vida de bastante mais de cem anos, perfeitamente possível e acessível na actualidade. Com certeza também os nossos antepassados tiveram grande vontade alcançar a vida eterna. Com frequência terão ingerido poções mágicas e remédios milagrosos para atingir esse fim, mas não podemos de deixar de atentar no facto de, a esperança média de vida de então, ser muito baixa. Mesmo pequenas infecções ou ferimentos poderiam revelar-se mortais (em septicemia generalizada), a mortalidade infantil era muito elevada e, muitas mulheres deverão ter morrido ao dar à luz ou na sequência do parto.
Hoje em dia, estes factores estão em parte controlados (ou parcialmente minimizados) e o ser humano é capaz de com medicamentos «feitos à medida», curar as suas doenças que outrora se julgava serem incuráveis, conseguindo assim prolongar a vida, algo que anteriormente se tentava alcançar através de meios medicinais baseados em plantas. Não obstante, o sonho formulado nas tradições orais ou escritas de tantas e tantas civilizações não se concretizará.

A sermos imortais fisicamente, sê-lo-íamos de alma, mente e espírito. O que quer dizer, seríamos para sempre, em eternidades ou poder infinitos, seres quase malditos em permanência, perpetuação ou mesmo prorrogação de uma paz a alcançar, a consolidar em nós. Não evoluiríamos. A base da reencarnação ou elevação do nosso espírito desencarnado consiste na essência da busca e da entrega no fim, de uma certa se não perfeição, pelo menos continuação em procura e posse dessa mesma perfeição ou sentido de vida. É antes uma aprendizagem cíclica terrena e não só. Esperam-nos outros mundos, outras provações, outros sentidos e certamente outros ensinamentos em almejo e conquista desse eterno sim, processo evolutivo da espécie humana e outras. Até nos animais que, ao longo de séculos e séculos, o ser humano foi domesticando. Querer-se-à de facto a eternidade? E, para quê...com que fim? Perpetuar-se os mesmos erros, os mesmos defeitos, a mesma ambição desmedida, a mesma agrura de dias e noites infindáveis sobre nós...? Penso que não. Porque, como em tudo na vida, nem tudo são alegrias e felicidade possuídas.
Pensemos nisto. Será a maior quimera do Homem mas acredito, não a melhor se um dia esta se alcançasse nem que fosse por breves instantes em cada um de nós. Usá-la-íamos mal, muito mal, acredito eu. A bem, não sei mas penso que essa veleidade de sermos em físico o que já somos em espírito, será trágico demais na homofobia e não só, de uns quantos que andam por aí em seres errantes no nosso mundo.
Pela vida eterna de Dilmun do passado ou de efemeridade na actualidade, optarei por esta última em benefício de mais um ano que Deus queira (para quem é crente e não crente) se passe da melhor forma em saúde, alegria, paz e boa vontade a toda a Humanidade que somos todos nós. Assim seja!

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