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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A Brilhante Jóia Planetária

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Vénus: o mais brilhante corpo celeste do nosso sistema solar, mas também o mais inacessível e prudentemente inabitável para nós, seres humanos...!

Inversamente ao que se poderia aludir, Vénus (em designação e homenagem à deusa romana do amor), é o que se pode chamar de planeta inóspito. Como segundo planeta mais próximo do Sol, é comparável à Terra sob muitos aspectos, que não o da habitabilidade humana. Mas mais se poderá referir - e inferir - na devida separação dos elementos que, sobre Vénus ou sobre a Terra, se implementou.

Havendo hoje a noção científica de que o calor é transferido para a superfície dos planetas dissipando-se este no Espaço num cíclico ou contínuo processo planetário, sabe-se que a Terra foi arrefecendo; ao contrário de Vénus, que apresenta uma temperatura média da superfície que ronda os 461,85ºC. Inimaginável, certamente, o poder-se lá pousar ou habitar.

Todavia, mas em relação ao nosso planeta Terra, estaremos nós, seres humanos, confiantes de que tal se não inverta sobre inacreditáveis condições adversas nas já tão faladas alterações climáticas que de futuro enfrentaremos...? Estaremos plenos dessa certeza - ou não-contingência planetária - de tal nos não fazer explodir pelo brusco aquecimento entretanto arremetido...?

Poder-se-à com toda a solicitude, sensatez ou benevolência acrescentar de que, nós, civilização terrestre, civilização humana que se designa por Humanidade, não possa estar à beira da extinção se acaso a grande garganta profunda do nosso planeta expelir o que tem em si, estando nós sobre uma enorme panela de pressão planetária...? Ficaremos como Vénus ou, inadvertidamente poupados e aclamados como o mais bendito terceiro planeta a contar do Sol, sem estirpe ou maleita planetária que nos imponha a saída ou a não-continuação...?! Se o soubéssemos ganharíamos a lotaria cósmica, a saudável e ostensiva premissa de sermos, de facto, abençoados. Mas sê-lo-emos de futuro...???

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Foto da superfície de Vénus (NASA).

Separação dos Elementos
Quando os Núcleos dos Planetas se começaram a formar, pouco calor se perdia para o Espaço, porque só se podia libertar por condução através das camadas sólidas exteriores, o que proporcionava um isolamento eficaz. Como os planetas conservaram o seu calor, as suas temperaturas acabaram por atingir um ponto em que, pelo menos na Terra, se fundiram completamente ou quase; o mesmo aconteceu provavelmente com o planeta Vénus, nosso vizinho do sistema solar.

Nessa altura, surgiu um mecanismo mais eficaz para a transferência de calor - a Convecção! Sabe-se assim que, qualquer corpo líquido regista convecção se estiver mais quente em baixo do que em cima; as matérias mais quentes expandem-se e deslocam-se para cima através da matéria mais fria e mais densa. Quando esfria, torna-se assim mais densa e afunda-se. O ciclo repete-se deste modo. Por este extraordinário processo, o calor é então transferido para a superfície dos planetas e dissipado para o Espaço.

Ao Longo do Tempo, a Terra, arrefeceu o suficiente para que as camadas exteriores solidificassem, formando a Protocrusta, mas contudo o Núcleo permaneceu em estado de Fusão e, hoje em dia, reconhece-se, ainda está parcialmente fundido - a sua temperatura é de cerca de 4000 K, comparado com 290 K à superfície e 700 K na parte inferior da crusta. Aparentemente, 45000 milhões de anos não é tempo suficiente para que, o Núcleo da Terra, «congele...

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Imagem captada pelo satélite Magellan mapeando a superfície de Vénus.

Processos Idênticos ou não...
Um processo semelhante ao anteriormente referido ocorreu de igual forma em muitos outros planetas, como Vénus; como a sua composição e estrutura são muito semelhantes às da Terra, é também muito provável de que, o Núcleo de Vénus, permaneça assim em Fusão, pelo menos parcialmente.

Porém, no caso dos planetas mais pequenos, a perda de calor foi muito maior. Já restam de facto poucas dúvidas à grande comunidade científica de que, a Lua e Marte, que são corpos relativamente pequenos e talvez mais distintos da Terra, tenham efectivamente hoje poderosos núcleos gelados (como já se comprovou por emissão da NASA em divulgação pública desde 2015, aquando se verificaram as linhas de escorrência, provando a existência de gelo mas também água líquida no seu seio/subsolos marcianos). Em relação ao primeiro planeta a contar do Sol - Mercúrio - que é muito grande em proporção às dimensões do planeta, presume-se que também esteja quase todo ele gelado.

Especificamente em relação à Terra, fomenta-se de que Bolsas de Silicatos podem ter-se formado no interior deste nosso planeta terrestre. Estas subiram, arrastando assim consigo Elementos Radioactivos que tinham afinidades litófilas.

Quando esses Isótopos se desintegraram, libertaram calor, que, mais tarde ou mais cedo, provocaria a Fusão dos Silicatos onde estavam aprisionados. deste modo ter-se-ão formado pequenas bolsas de silicatos fundidos. Estas vieram contribuir então para a separação entre a Camada do Manto e a Crusta Exterior.

A Datação Radiométrica de Rochas Terrestres Antigas da Crusta revela que volumes significativos de matéria da crusta relativamente leve, estava efectivamente em processo de produção há cerca de... 300 milhões de anos! Algo que sucedeu exactamente também noutros planetas.

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Planetas vizinhos: Mercúrio, Vénus, Terra e Marte. Visível a diferença do nosso amado globo azul em potencial de vida e geografia, na actualidade.

Redistribuição dos Elementos Químicos
Acontecimentos semelhantes aos já referidos, tiveram lugar no satélite lunar (Lua), nos corpos que deram origem aos Meteoritos - em Marte e em Vénus. Por outras palavras, o Fraccionamento Químico - a redistribuição dos elementos químicos - estava em pleno processo na era geológica designada por Arcaica ou Arqueozóica, no começo do Pré-Câmbrico. O desenvolvimento da Crusta Lunar das Terras Altas ocorreu provavelmente entre 4500 e 4000 milhões de anos atrás.

A Convecção através do Manto desempenhou assim um papel deveras importante na evolução subsequente dos Planetas Telúricos. A sua história posterior foi dominada por um arrefecimento lento. Gradualmente, os Movimentos de Convecção no seio do Manto - em Fusão - deram lugar à Convecção em Rochas Cristalizadas - a que vulgarmente se dá o nome de: Convecção Subsólida; este processo continua a verificar-se na Terra até ao presente (o que nos sugere admitir que tal se passe idêntica e provavelmente, em Vénus).

A descoberta de que as substâncias quentes mas sólidas podem efectuar Convecção, revolucionou a Ciência da Geofísica. Esta contribuição deve-se ao sismólogo americano - de origem alemã - Beno Gutenberg (1889-1960), no começo da década de 20, do século XX.

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Géiser «Strokkur» em imagem surpreendente, na Islândia, do nosso não menos surpreendente planeta Terra. Jactos de água e de vapor sobreaquecidos que se projectam (ou mias exactamente se ejectam) a várias dezenas de metros de altura.

O Final da Separação dos Elementos
A Formação do Núcleo e a Separação do Manto provocaram efectivamente a separação dos elementos que mergulharam na direcção do núcleo, como os elementos metálicos densos - Siderófilos - e aqueles que têm uma afinidade com o Enxofre - Calcófilos - dos silicatos mais leves - Litófilos - que residem no Manto e na Crusta  da Terra.

Deste modo, o Ferro, o Níquel e o Enxofre concentraram-se no núcleo; os Silicatos de Magnésio e de Ferro residem agora na Camada do Manto, enquanto os Silicatos dos Metais e do Alumínio se encontram na Litosfera - a par dos Elementos Voláteis.

Há que referir assim, de que os Elementos Siderófilos, em particular o Ferro e o Níquel (e os elementos calcófilos, em particular o Enxofre), afundaram-se logo nos primeiros tempos formando o Núcleo. A Camada do Manto foi enriquecida com elementos litófilos, contendo Magnésio, Cálcio, Alumínio, Oxigénio, Silício, Sódio, Potássio, Bário, Rubídio e Lítio. Mais tarde, a Convecção deu então origem a mais separação, de modo que os Silicatos dos Metais Alcalinos se concentraram na Litosfera.

Por último, há ainda que referir os fenómenos em que se registam Géiseres que, lançando jactos de água e de vapor sobreaquecidos a várias dezenas de metros de altura (como é o caso do Géiser Strokkur, na Islândia, Europa) se efectuam em admirável espectáculo da Natureza.

Os Géiseres são produzido quando a água subterrânea entra em contacto com matérias vulcânicas, provocando assim a Ebulição da Água. Forma-se então Vapor de Água e, o aumento de pressão desse vapor produz assim, uma violenta explosão. Os Géiseres também existem nos satélites dos Planetas Exteriores, lançando desta forma jactos de Azoto Líquido.

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Planeta Vénus (NASA). O planeta Vénus gira em redor do seu próprio eixo em aproximadamente 243 dias.

Da Vénus Express até hoje...
Muito se pode aferir do que a NASA nos tem reportado ao longo dos últimos anos (em particular, desde que mandou a sua sonda Vénus Express que entrou em órbita deste planeta, em Abril de 2006, além o satélite Magellan, da pioneira missão sobre Vénus nos anos noventa do século XX), do que Vénus nos tem para contar; e revelar.

Os Cientistas admitiram entretanto corrigir a Velocidade de Rotação do Planeta Vénus, pelo que agora reconhecem de inferior à registada anteriormente, aquando os dados do Magellan, nos anos 90, do anterior século. Segundo a ESA (agência espacial europeia), admite-se hoje que, o planeta Vénus poderá ter diminuído os seus ciclos climáticos durante as últimas décadas (segundo também revelaram recentes modelos atmosféricos), fazendo subsequentemente variar os Períodos de Rotação, apesar de nenhuma destas objecções referidas poderem ser ainda confirmadas pela restante comunidade científica.

Muitos dos Cientistas envolvidos nesta prenhe discussão, arrogam entretanto tratar-se de imperiosa importância, o calcular a velocidade de rotação deste planeta, na urgência de um maior conhecimento para as futuras missões - e seu planeamento prévio - para que se reúna informação precisa na selecção de potenciais lugares de aterragem sobre o solo venusiano. Algo que, segundo Hakan Svedhem, um dos proeminentes cientistas afectos a este projecto destaca em relevo, de que, missões como a Vénus Express, são efectivamente importantes para se determinar a Composição do Núcleo de Vénus, assim como muitos outros factores inerentes a este planeta, nos diversos tipos de forças sentidas sobre o mesmo em sua influência.

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Aspecto do solo de Vénus; a sua temperatura e ambiente nada consolador nem sequer para quem pensa, em futuro próximo, mandar um Rover em missão altamente «quente»...!

O Futuro que a NASA projecta em Vénus...
Sabendo-se que o Sol nasce a Oeste e se põe a Leste e, a temperatura média da superfície é de 735 K, 461,85ºC (diferentemente da temperatura média da Terra que é, 287 K, 14ºC), Vénus perfaz-nos na exactidão, a visão de um forno a altas temperaturas em que, a habitabilidade é nula - ou quase nula - na perspectiva das formas de vida tal como a conhecemos ou concebemos na óptica humana e terrestre de tal admissão.

A Composição da sua Atmosfera compondo-se de vários elementos químicos (96,5% de dióxido de carbono, 3,5% de nitrogénio, 0,007% de dióxido de enxofre, 0,002% de argon (argão ou argónio, número atómico 18, de símbolo Ar); 000,1% de vapor de água, 7% de monóxido de carbono, 2% de hélio entre outros elementos, em nada é comparável à Terra. E por conseguinte, não habitável.

Sendo Vénus então um autêntico inferno de elevadas temperaturas e de extrema alta pressão atmosférica, calor extremo, falta de água ou de oceanos e mares consonantes com toda esta fervente ambiência planetária, em que o Dióxido de Carbono é o principal elemento químico apresentado, nada nos impele (ou chama com toda a certeza!) a tal conquistar ou sequer habitar.

O ser humano não poderia confrontar-se com tamanho gigante quente (ainda que menor em massa do que a Terra). Apesar de não ter nenhuma poluição artificial (tão comum na Terra, obtida e provocada por mão humana...), Vénus, tem na sua atmosfera um terrível efeito de estufa que faz com que as temperaturas médias do seu planeta sejam efectivamente mais duras, ou seja, mais quentes do que propriamente o seu vizinho Mercúrio.

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O Homem desbravando outros mundos estelares... (imagem do filme «Interstellar»).

Aventura no Cosmos...
O Homem sonha e inventa que se pode projectar tal como géiser humano sobre outras esferas, outras dimensões no Espaço. Umas serão exequíveis e resultantes de todo o seu maior esforço que no fundo realça do empenho e, enlevo, da NASA/ESA/ JAXA ( entre outras tantas entidades e agências espaciais na actualidade que assim se avolumam de conhecimentos e práticas para que o Homem avance e colonize, progrida e se estabeleça, finalmente, noutros pontos interestelares do Cosmos), outras nem tanto. Mas sonhar é sempre possível...

Sempre que um Homem sonha, acredita, produz, efectiva e demonstra o quanto pode ser grande, gigante, até para os que o sejam na realidade cósmica de outros mundos, de outras formas de vida.
Somos uma Humanidade que não se cansa de gritar aos sete ventos (ainda que Vénus os não possua mas os haja de igual modo noutros intra ou exoplanetas...) pelo que, em aventura e não submissão aos espinhos ou muitos obstáculos entretanto havidos, se recolha no seu ninho planetário terrestre sem se pretender voar, encaminhar e, muito plausivelmente, buscar o que é seu por direito próprio, pois que também pertence ao grande ventre materno cósmico do Universo!

Se Stephen Hawking, o tão supracitado e eloquente máximo da Física/Astrofísica ou mesmo da Filosofia nos afirma de que: "Não há questão maior. Está na hora de nos comprometermos a achar a resposta, a procurar vida fora da Terra. Estamos vivos! Somos inteligentes! Precisamos saber!" - que nos resta a nós, humanos, de tal não cumprirmos, mesmo que tenhamos ainda muitos fantasmas terrenos sobre a dita inteligência artificial que nos superiorizará ou comandará, quem sabe, um dia em futuro próximo...?! Mas parar é o caminho...? Penso que não.

E mesmo que sejamos tentados pelo Demónio ou, pela mais alta tecnologia, científica e médica, de nos reestruturarmos anatómica e molecularmente, apelando aos benefícios ou engodo artificial dos tão desejados nootrópicos dos deuses (o elixir da juventude ou da imortalidade), nos não demovamos, para que, saibamos vencer todos esses medos, esses receios, e finalmente enfrentarmos os nossos tão merecidos destinos além tantos e tantos mundos por encontrar, tal «Arca Perdida» de Deus ou dos homens na Terra.

Somos assim: simples, primitivos, básicos e até, muitas vezes, selvagens; mas vamos evoluindo... com outros mundos a nossos pés, com outros mundos sob as nossas pendentes cabeças de tudo quererem saber. Talvez um dia haja, de facto, uma outra ou outras iguais e brilhantes jóias planetárias (que não inabitáveis, mas aprazíveis e acolhedoras de nos terem a nós, seres humanos, unidos e reunidos em seu seio planetário) nas investidas espaciais de emigrantes conquistas cosmológicas que se espera não sejam - apenas e tão-só - dádivas de um hercúleo esforço para nos fazermos sobreviver como civilização que somos. Acredito nisso. Piamente. Provavelmente estou a ser ingénua mas sonhar é sempre possível... é sempre uma constante no Homem. Lutemos por isso, no bom sentido...

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