Translate

terça-feira, 11 de junho de 2019

Portugal no Espaço: O «Quinto Império»

Imagem relacionada
Oceano Atlântico: o grande albergue marítimo que suporta o arquipélago dos Açores (Portugal) na mais recente criação da plataforma espacial da Portugal Space (Agência Espacial Portuguesa) em colaboração com a ESA (Agência Espacial Europeia) nas instalações do AIR CENTRE na ilha Terceira.

Com o objectivo de ali se criar um Centro de Observação da Terra, assim como um pólo direccionado para a investigação e o desenvolvimento tecnológico e científico no sector espacial, a Região Insular Açoriana assumirá de vez a enorme relevância geoestratégica do arquipélago.

ESA-Lab@Azores em definição identificativa desta Nova Plataforma de união e projecção de interesses - no protocolo de criação assinado em 7 de Junho de 2019 entre a ESA, a Portugal Space e o Fundo Regional para a Ciência e Tecnologia da Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia dos Açores (Portugal).

                                                 Da «Atlântida» para o Espaço...???

Mítica, ou de real existência na crença ou «fonte original» na narrativa platónica (Platão) que sugere ter de facto havido uma megapotência geográfica e física de nome «Atlantis» - e que jamais será encerrada na sempre debatida, acesa e fluente discussão entre os escritores, filósofos e geógrafos de todos os tempos - se Atântida, esse continente perdido de exuberante civilização «Atlante», foi ou não uma realidade assente.

De sublinhar que, todas as tentativas de situar a Atlântida falharam até ao momento, sendo que o arquipélago dos Açores, se registará apenas como uma variação de todas as hipóteses já admitidas (que vão do Atlântico Norte, como Atlantis de Platão (c. 355 a. C.), até ao Movimento Civilizacional Difuso (e difusionista)  marcado astronomicamente como um legado, de Graham Hancock (1998), ou à América Central/Antilhas/Cuba, na tese de Andrew Collins (2000), entre outras teses mais recentes, todas elas indiscutivelmente inerentes ou aceites por muitos dos Historiadores.

Na trilogia de diálogos que Platão encetou que se compunha desses três elementos que são Timeu, Crítias e Hermócrates (que não chegou a ser escrito), na pretensão de abordar matérias relacionadas com a cosmogénese, e no fundo com a imanente discussão de como foi criado o mundo ou de qual a sua estrutura, Timeu foi o que mais se sublevou, tal como homem da Ciência que era - um astrónomo de Locri (Itália) - na aferição cosmogónica de Atlantis.

A Atlântida no Timeu (Platão) - (Fala o sábio sacerdote de Sais): «(...) Não serei reticente, em respeito a vós, Sólon, por vossa cidade e mais ainda, pela Deusa que protegeu, sustentou, e instruiu a vossa cidade e a nossa; contar-vos-ei. Das nossas duas cidades, a mais velha é a vossa, por mil anos, pois recebeu a vossa semente de Gaia e Hefaístos. Esta é mais recente.»

«Ora, depois que esta região foi civilizada, escoou-se, mostram nossos escritos sagrados, a cifra de oito mil anos. É pois de vossos concidadãos de há nove mil anos de cujas leis vos esclarecerei, e de entre suas elevadas acções, dirvos-ei da mais bela. Para pormenorização, percorreremos tudo novamente, quando tivermos o lazer, tomando os textos originais. (...)»

«Com efeito, as nossas escrituras relatam como a vossa cidade outrora aniquilou a insolente potência que invadia de um só golpe a Europa e toda a Ásia, e que sobre elas se lançava do fundo do Oceano Atlântico. Pois naquele tempo podia-se atravessar este mar. Ele tinha uma ilha, diante daquela passagem que chamais "Colunas de Hércules". Esta ilha era maior que a Líbia e a Ásia reunidas. (...)»

Imagem relacionada
Ilhas dos Açores: reforçando agora no espaço social e económico europeu a presença de um Ecossistema Espacial, alargando o uso de tecnologias espaciais e aplicações que respondam aos desafios da sociedade, a ESA-Lab@Azores distinguir-se-à como uma plataforma aberta a parceiros que possam contribuir de forma reiterada e uniforme para o desenvolvimento no sector espacial.

Um Poder Ancestral
Mediante as muitas teses e teorias sobre a localização e efectivação resultantes do que pode ou não ter sido a Atlântida - que neste caso se pontua também sobre as nove ilhas açorianas no meio do Oceano Atlântico - observa-se o contínuo interesse por parte dos investigadores em encontrar certos e determinados artefactos ou preponderantes vestígios nas descobertas arqueológicas marítimas entretanto realizadas nesse sentido.

Esculturas, pilares de construção arcaica e mesmo pirâmides submersas têm feito as delícias dos que pesquisam e se alimentam deste sumo histórico ancestral para dar cor e, coro, a vozes cada vez mais distintas sobre a verdadeira localização da civilização perdida de Atlântida. Antes, uma grande cidade de forma circular, protegida por uma muralha exterior que tocava tangencialmente o Oceano Atlântico, segundo Platão.

Em relatos e preceitos oriundos de uma Geografia Sagrada dos Gregos ou, eminentemente, na pretensão de Platão provar a ancianidade da civilização grega a que pertencia, o certo é que ninguém pode ficar indiferente, actualmente, ao facto de poder ter existido mesmo uma avançadíssima civilização Atlante que muito provavelmente também em termos e intuitos imperialistas e hegemónicos de então, se impôs sobre os Atenienses de há cerca de 11 mil anos.

Ontem e hoje: Dentro de um grande círculo - a cidade exterior - o centro de Atlântida, constituído pela Acrópole com o templo dedicado ao fundador, Posídon, cercado por três anéis de água, igualmente amuralhados, cercados de mar e terra.

Posteriormente vazada pelas águas em pronunciado e talvez deliberado dilúvio que tudo abarcou e engoliu, Atlândida viu-se submergida e quiçá esquecida, resistindo contudo indefectivelmente como puro mito sem realidade palpável. Mas será de facto assim...???

O Arquipélago dos Açores em território e mar, céu e avença cosmológica, tem tudo para se enquadrar também naquela Geografia Sagrada mas de origem portuguesa que poderá eventualmente remontar aos tempos de Ophiussa (no continente português) - mas também em raízes druídicas (registadas na arte rupestre) à semelhança da grega.

Uma planície rodeada de uma alta cadeia de montanhas; uma ilha dividida em dez partes. Um ponto central (omphalos ou umbigo) onde se exibe a Acrópole Atlante e depois os três canais, o triplo recinto. Daí a questão: Poderão ser as ilhas dos Açores o resquício geofísico do que ficou de Atlântida...???

Imagem relacionada
Ilha de São Miguel. A Lagoa do Fogo e a Lagoa das Furnas: dois locais geralmente focados como estando no epicentro de vários sismos verificados no início de 2018 nos Açores (no registo de magnitude inferior ao grau 3 na escala de Richter). A actividade tectónica detectada nesta zona enquadra-se no contexto geodinâmico de uma região de transição entre duas placas litosféricas. É uma região que se evidencia por ter sistemas vulcânicos activos com a capacidade de gerar energia suficiente para provocar sismos. 

História e Geografia dos Açores
Comecemos pela sua história geográfica; ou pelo que se traduz em fenómenos ou eventos geofísicos distintos que caracterizam o arquipélago dos Açores como um intenso alvo de actividade sísmica de grande relevo; ou seja, regular ou permanente.

Estas ilhas no meio do Atlântico sintetizam que, por se localizarem numa zona bastante activa tectónica e vulcanicamente, têm o perfil de reunir em si as condições geológicas favoráveis à ocorrência de eventos sísmicos.

Um Sismo, como se sabe, é uma libertação repentina de tensão acumulada por ruptura dos materiais que compõem a Crosta Terrestre. A grande maioria dos sismos são tectónicos e ocorrem devido ao choque entre as placas tectónicas, o que acaba por gerar ondas sísmicas. 

Tendo também origem vulcânica relacionada com o magma - que se movimenta na câmara magmática ou com a pressão que o magma faz para ascender à superfície - faz anotar por vezes nestas ilhas a sequência de centenas de «pequenos» abalos sísmicos (registados pelos sismógrafos e por vezes por grande parte da população), sendo que existe sempre uma certa regularidade nos sismos num processo relativamente normal e frequente nas ilhas dos Açores que permanecem sempre (ou quase sempre) em alerta sísmico.

Estes Fenómenos Geofísicos registando-se com alguma frequência nos Açores, em natural actividade sismológica e vulcanológica como referido, acabam por evocar de algum modo de que tudo está em permanente ebulição sobre estas ilhas atlânticas. De origem remota ou de formação recente é algo que ainda hoje se estuda em perspectiva mais abrangente e por certo mais equivalente à verdade geológica e geográfica de todas estas nove ilhas dos Açores. 

A Verdade Histórica: Seis séculos de presença humana (em registo histórico devidamente reportado e documentado) desde que foi descoberto pelos marinheiros portugueses ao serviço do Infante Dom Henrique no século XV (outros autores defendem o conhecimento destas ilhas um pouco antes, por volta de 1340-1345, século XIV portanto, no reinado de Dom Afonso IV de Portugal).

(A Verdade Pré-Histórica): assim relatada pelo que foi encontrado no século XVI de uma estátua equestre na ilha do Corvo, uma das nove ilhas açorianas, além da descoberta de várias moedas cartaginesas e cirenaicas nessa mesma ilha mas já no século XVIII.

Na ilha Terceira existe ainda o registo da existência de inscrições na falésia da costa da freguesia das Quatro Ribeiras, o que talvez para os amantes da Arqueologia Proibida venha acentuar de que, os Açores, tenha de facto sido uma relevante plataforma não só na vivência e habitat de algumas ainda por nós desconhecidas civilizações antigas, como um pólo de igual referência astronómico de outros conhecimentos, outros apontamentos.

Poderá ser mito ou não, já aqui o dissemos. Múltiplas lendas medievais completam este circuito de fantasia mas também alguma mestria de se não deitar por terra todas as teorias subjacentes a estas ilhas mágicas, tais como: A Atlântida, as terras das Sete Cidades e as de São Brandão, as Ilhas Afortunadas, a Ilha de Brasil, a da Antília, as Ilhas Azuis, etc.

Na última metade do século XIV começam a surgir então as primeiras navegações que ultimam  múltiplos roteiros e «Cartas de Marear»  que inclusive identificam muitas destas ilhas atrás referidas como existenciais no meio do Atlântico. Com a massificação dos contactos comerciais e de navegação entre o Mediterrâneo e o Atlântico, os horizontes europeus foram-se progressivamente expandindo, pelo que muitos mitos ficaram pelo caminho e outras tantas realidades se mapearam em conformidade com a verdade dos factos marítimos. 

Quanto a essas ilhas do Atlântico, paraísos perdidos no meio do oceano, se existiram e depois desapareceram desse mapa ninguém sabe, apesar de se especular muito sobre isso. Realidades e dimensões paralelas...? Talvez um misto de ambas pelo que a verdade se nunca saberá... 

Nesse Grande Movimento Expansionista, o qual Portugal fez parte com grande empenho e pujante importância na sua «Era Dourada dos Descobrimentos» - graças à sua favorável localização geográfica  e à crescente mestria na arte da construção naval e da navegação marítima - as Ilhas dos Açores foram um contributo decisivo como sólido marco português de uma plataforma atlântica de povoamento, desenvolvimento e até interligação com outros povos.

Definindo-se então como um porto seguro de embarcações que cruzavam o Atlântico, as Ilhas dos Açores mediaram fronteiras; até mesmo as da imaginação fértil que ainda hoje nos auguram algo de secreto e de seu, no meio de toda essa selvagem e feliz franquia de exibição oceânica. Aqui fica o relato do Descobrimento dos Açores feito pelo cronista social da época de seu nome, Diogo Gomes de Sintra, em 1460:

«Em certo tempo, o Infante D. Henrique desejando descobrir logares (lugares) desconhecidos no Oceano occidental (ocidental), com o intuito de reconhecer se existiam ilhas ou Terras firmes além das descriptas (descritas) por Ptolomeu, mandou caravelas em busca destas terras. Partiram e viram terra ao Ocidente tresentas (trezentas) léguas além do cabo - Finis Terrae (Finisterra) -  e, vendo que eram ilhas, entraram na primeira, acharam-na desabitada e andando encontraram muitos muitos milhafres ou açores e outras aves; e passando à segunda, que hoje se chama a ilha de São Miguel, que igualmente estava desabitada, acharam muitas aves e milhafres, assim como abundantes nascentes d`agus quentes sulfureas (águas quentes sulfúricas). D`ali (dali) viram outra ilha que na actualidade se chama ilha Terceira, a qual à semelhança da ilha de São Miguel, estava cheia d`árvores, aves e muitos açores (...) Aquelas caravelas voltaram a Portugal a comunicar ao referido Infante as descobertas que tinham feito, com o que ele folgou muitíssimo.»

Imagem relacionada
Ilha de Santa Maria (Açores, Portugal): a ilha que vai servir de rampa para o lançamento de eventos espaciais e que, em 2018, viria a tornar-se público na prerrogativa de tal se localizar na zona de Malbusca. A base espacial da ilha de Santa Maria, nos Açores, deverá permitir o lançamento de satélites com menos de 500 quilos de peso, assim dito e arremessado sobre um investimento estatal que terá um orçamento inferior a cerca de 60 milhões de euros, de acordo com os especialistas.

A Corrida ao Espaço
(Projecto: Portugal Espaço 2030): está assim lançada a primeira «pedra» para o Espaço. Ou seja, Portugal tem ambições e muitas sugestões, pelo que se repercute agora como um renascido das cinzas, tal Fénix há muito morta ou esquecida desde os tempos áureos dos Descobrimentos, para na actualidade se dar brado de invadir o Espaço com satélites lançados de sua insular terra portuguesa.

Por muito debate que haja, contestação ou mesmo alguma razão sobre este projecto espacial poder eventualmente conspurcar esta e outras ilhas açorianas, no que muitos alegam não ter havido a devida informação e, discussão, sobre as consequências do mesmo projecto, há que louvar em instância maior o empreendedorismo factual de se não ficar para trás nesta linha espacial. 

No entanto, há que explicar muito bem todas as medidas a tomar, assim como o Impacte Ambiental gerado - ou que irá provocar no seio do Atlântico - esclarecendo cabalmente as populações, aquietando as suas dúvidas e preocupações, expondo a realidade do que se vai passar.

Haver transparência é legítimo e pede-se que assim seja; de contrário, ninguém fica a ganhar se tudo se tornar fosco, omisso, e mesmo adulterado de boas intenções. E, na pior das situações, envolto em certas promiscuidades, e outras tantas vulnerabilidades que geram sempre quebras de confiança, assim como muitas outras incertezas no seio de uma terra e, suas gentes, que apenas pede que lhes sejam sinceros. Apenas isso.

Portugal Espaço 2030 ou «Estratégia Nacional do Espaço» virá assim a colocar a Ilha de Santa Maria no epicentro de toda a confusão pelo futuro lançamento (já para 2021) de foguetões que irão de forma estratégica impulsionar o novo e emergente mercado internacional de pequenos satélites para o Espaço. Uns refilam e outros aceitam, à parte as habituais contrapartidas de promessas de apoio público sustentado em muitos milhares de euros.

Fomentando-se a fileira do «New Space»,  com um grande enfoque nos mini, micro e nano-satélites, abrindo assim novas áreas de intervenção em Portugal - para serviços de lançadores e uma maior abrangência nas actuais actividades de monitorização e rastreio de satélites, além da observação da Terra. Numa óptica completamente optimista (ou ingénua...) dir-se-à estar perante um dos maiores projectos para Portugal neste século XXI!

O Projecto de, e em Malbusca, na ilha de Santa Maria, nos Açores, é por sua vez inserido no projecto mais vasto do AIR Centre - Azores International Research Center (Centro Internacional de Investigação do Atlântico) - uma plataforma de múltiplas actividades de investigação nas áreas do Clima, Terra e Espaço.

Em Julho de 2018 na Ilha Terceira e, por ocasião do lançamento do AIR Centre, o director geral da Agência Espacial Europeia (ESA), o senhor Johann-Dietrich Wörner, afirmou em tom bem explícito a dissociação - ou mais exactamente a específica bifurcação - entre estas duas viabilidades que concernem o projecto nos Açores.

Afirmou então de que «De um lado está o projecto colaborativo e de investigação internacional para o Tratamento e Recolha de Dados em terra e no Espaço a partir dos Açores, e do outro lado, um porto espacial promovido e, dependente das empresas privadas, ligadas ao Espaço e aos lançamentos de pequenos satélites.»

Uma Nova Geração de Pequenos Lançadores, de baixo impacte ambiental e de ruído, com uma nova geração de combustíveis, aludem os especialistas, sendo que «análises detalhadas mais aprofundadas são efectivamente necessárias para garantir a segurança adequada, um impacte ambiental reduzido, assim como condições de estabilidade geológica e o uso sustentável de energia eléctrica e da água.»

Nuno Ávila Martins, director da Deimos em Portugal, redige de que a preferência pela Ilha de Santa Maria passou pela potencialidade das infraestruturas aeroespaciais já na ilha instaladas, e pela sua escassa densidade populacional. Não se remete ao silêncio nem esconde qualquer perturbação a este nível dizendo-nos:

"Um projecto como este altera o tecido sócio-económico da ilha. Cria oportunidades de emprego e desenvolvimento, mas também tem um impacto no modo de vida e no ambiente. Temos de acautelar um equilíbrio. " (Afirmações de N. Ávila Martins ao jornal Público em 20 de Março de 2017)

Foi então feito o anúncio de 14 propostas internacionais de interessados em construir um «Porto Espacial» para o lançamento desses pequenos satélites na ilha de Santa Maria, nos Açores.

A Corrida ao Espaço foi assim desenfreada ainda que contendo a premissa e a contenda na avaliação de impactes ambientais, sem se saber contudo e, em absoluto, os resultados finais.

As propostas foram: Em primeiro as empresas alemãs «Astos Solutions GmbH; Isar Aerospace Technologies GmbH; Rocket Factory Augsburg; Vertiv Integrated Systems GmbH e a Valispace (com escritório em Portugal)». Em segundo as empresas espanholas: «PLD Space; Elecnor DEIMOS Group; GMVIS SKYSOFT S.A. e a GTD». Depois as empresas italianas: «AVIO»; de seguida as empresas francesas/holandesas: «Ariane Group (cujo accionista maioritário é a Airbus)», mais as empresas americanas: «Sierra Nevada Corporation e Virgin Orbit LLC»; e por fim a empresa russa: «Roscosmos (da Agência Espacial Russa)»

Obteve-se a informação de que, nestes consórcios, estão envolvidos também Centros de Investigação Portugueses e empresas nacionais como a Edisoft, a Tekever e a Omnidea.

Imagem relacionada
(Imagem: ESA) Base de Lançamento de Satélites dos Açores (Azores Satellite Launch Base). Este «porto-espaço» faz assim de Portugal um dos oito países privilegiados do mundo a ter acesso ao Espaço, pois possui o seu porto espacial na União Europeia (UE) a menos de 1500 quilómetros da Europa Continental.

"A Europa terá em breve pequenos lançadores para continuar a competir com os EUA e a China." (Afirmação de Nuno Ávila Martins, CEO da Elecnor DEIMOS, em Portugal)

Concordância após Estudos...
A subsidiária portuguesa da Elecnor Deimos, Deimos Engenharia - além a participação da empresa britânica Orbex - elaborou e divulgou um estudo em finais de 2018, sobre a viabilidade de lançamento de pequenos satélites nos Açores (em Malbusca, Santa Maria) para a ESA.

A apresentação/conclusão desse estudo verificou que, os Lançadores, conseguiam levar até 200kg para uma órbita de altitude a 500km. Dado o seu tamanho reduzido - menos de 20 metros de comprimento - poderiam inclusive ser operados ou postos em funcionamento a partir de infraestruturas mais simples, com maior flexibilidade operacional e Menor Impacto na Zona de Lançamento e a preços muito convidativos.

Daí que o estudo em reflexão tivesse concluído ser técnica e financeiramente viável para se poder operar um serviço de Micro-lançadores em Malbusca, usando veículos pequenos, seguros e limpos. Além do que se verificou do «porto-espaço» (ou espaço-porto) dos Açores fornecer acesso às órbitas mais atractivas comercialmente para estes satélites. 

Existem também vantagens na gestão do Tráfego Aéreo e Marítimo, segundo reportam os rigorosos dados da Elecnor Deimos Group, frisando de que este local possui as Melhores Condições Climáticas em relação a outras possíveis localizações na Europa. Além disso - realçam - atende ainda às Condições de Segurança Necessárias para possíveis ou futuras operações críticas que surjam.  

Em relação à Plataforma ESA-Lab@Azores foi assinado em 7 de Junho de 2019 um memorando de colaboração entre a Agência Espacial Europeia (ESA), a Agência Espacial Portuguesa (Portugal Space) e o Governo da Região Autónoma dos Açores (Portugal), através do Fundo Regional para a Ciência e Tecnologia, com o intuito de se estabelecer esta plataforma nas instalações do AIR Centre (Atlantic International Reserach Center ou Centro Internacional de Investigação do Atlântico) na ilha Terceira, nos Açores.

O Director Regional da Ciência e Tecnologia, Bruno Pacheco, ressaltou que o objectivo desta iniciativa passa por por criar em particular «Um Centro de Observação da Terra»., com um conjunto de recursos humanos associados em que se promoverá vínculos institucionais entre Universidades, Institutos de Investigação, Empresas Tecnológicas e a ESA, seguindo os princípios e a visão da ESA-Lab@Azores. Daí que enfatize:

"A instalação da ESA-Lab@Azores é uma oportunidade que posiciona a Região numa área emergente no desenvolvimento científico e tecnológico no sector espacial, considerado como um dos sectores com maior potencial de crescimento a nível europeu."

Em relação ao AIR Centre referiu ainda: "Esta medida, no âmbito do AIR Centre, vai permitir criar uma rede de alcance internacional, colocando os Açores como um dos nós principais dessa rede, potenciando a dinamização de novos serviços e produtos baseados nos dados da observação da Terra e, reforçando assim, a relevância geoestratégica do arquipélago." 

A ligação à Universidade dos Açores (e a outros departamentos do Governo Regional dos Açores, tais como o Mar, as Pescas, o Ambiente e mesmo a Protecção Civil), são algumas das sinergias que serão alavancadas através da ESA-Lab@Azores, segundo nos reporta também os meios de comunicação social nos Açores.

"Esta iniciativa é mais um passo dado para a materialização do AIR Centre." Contemplou ainda Bruno Pacheco, destacando ainda o facto (quiçá de grande coincidência...) deste memorando acontecer na mesma semana em que se assinalavam o Dia Mundial do Ambiente e o Dia Mundial dos Oceanos, áreas-chave na acção ou agenda científica do AIR Centre «Fulcrais na estratégia de desenvolvimento dos Açores», frisou.

No Memorando de Entendimento agora estabelecido está explanado e, plasmado de forma taxativa, a clara intenção de envolver e ligar a Região Autónoma dos Açores a um Sector Espacial Europeu, globalmente competitivo como se deduz de imediato, apoiando continuamente a Investigação, a Inovação e o Empreendedorismo (para o crescimento e o emprego na região).

Tenta-se assim aproveitar deste modo as já mui mencionadas «quotas maiores dos mercados mundiais» num certo empoderamento da massa juvenil; ou seja, a criação de pólos de atracção e formação nesses jovens para o desenvolvimento do sector do Espaço; neste caso, de jovens portugueses e não só.

Portugal no Espaço é hoje já uma realidade, mesmo que através de associados e grupos seleccionados para tal a nível planetário. Percucientes de todo este magno investimento (no caso do projecto ESA-Lab@Azores a estimativa é que rondará os cerca de 2,5 milhões de euros num financiamento deveras escrutinado, supõe-se) e que, de forma humílima, ou em consciência humilíssima, todos pactuaremos em benefício geral por mares e terras de Portugal.

Não nos importa se o «Quinto Império» será o mero império espiritual e não consensual com toda a materialização gerada ou invocada agora nestes novos tempos; ou se é um «Imperialismo Andrógino», ao qual Fernando Pessoa aludia na sua obra «Mensagem». Não importa. 

Ou se o «Quinto Império» anunciaria apenas uma utopia cinzelada de outras cores, outras apetências, esbatidas ou inversamente cingidas na polografia dos céus, na sua descrição, na sua anatomia astronómica, desde que todos os caminhos seguissem nesse seu lustroso rumo da Terra às estrelas e nós com elas, em alma e pertença e demais benquerença, não importa!

Mas importa em bom rigor, em palavra, concepção e sentimento, o que um dia Pessoa proferiu em seu complexo e intrínseco jeito literário ao exclamar: «Falta cumprir Portugal!» Provavelmente falta, digo eu, mas estamos muito mais perto de lá chegar, Muito Mais Perto, Acredito!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário