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segunda-feira, 29 de abril de 2019

O "Infante" Português


O Satélite Português "Infante": os primeiros passos...
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Infante: O satélite português que será lançado pela China em 2021. Se tudo se concretizar nas condições devidas e prometidas agora em colaboração com a China - na construção e no lançamento do satélite de observação da Terra - será assim a segunda promessa com assinatura portuguesa a pairar no Espaço (após 28 anos de «jejum» em que o PoSAT-1 foi pioneiro, entrando em órbita em 25 de Setembro de 1993 no voo 59 do foguetão Ariane 4, silenciando-se depois no Espaço).

2021 será então o Grande Ano Espacial! O Ano do "Infante Português" - ou talvez, o ano de todas as expectativas e estimativas em parceria com a China. Estaremos de facto preparados para o evento, para lançarmos finalmente o "Infante"...??? Acreditamos que sim. Totalmente!!!

                                                            A Invasão do Espaço

No Mundo da Ciência tudo se torna hoje em dia possível. E, especificamente, naquele até há pouco inexorável mundo da Astronomia onde tudo parecia ser magia; pelo que na contemporaneidade (sem caça às bruxas ou fogueiras medievais que calem quem desvenda os segredos do Universo) se possa ser notícia por todo o mundo em aluimento de um conhecimento maior.

As descobertas, as notícias e novidades correm velozes e tão dinâmicas e fabulosas, que a profusão e desenvolvimento que atingem, acabam por ultrapassar até as maiores expectativas (e concomitantes esperanças) dos especialistas para este início de século.

 Muitas vezes interrogamo-nos se estaremos à altura, se somos ou seremos um dia capazes ou até merecedores desse conhecimento, pelo que temos de confiar e acreditar que tudo é possível, mesmo que estejamos somente a dar os primeiros passos nessa longa caminhada de quem quer tocar nas estrelas, ser delas, e fazer-se nelas pertencer.

Um dia viajaremos até lá, tal como os nossos satélites, tal como todas as nossas sincrónicas avenças - elementares no ser humano - do que somos e aventamos, se acaso nos for permitido sonhar não só com as estrelas mas poder chegar a elas, senti-las e compreendê-las.

A introspectiva é grande mas o desejo maior: um dia seremos parte delas! Podemos até cogitar sobre demónios viventes que o Cosmos comporte, mas nada nos faz recuar ante a ambição e a superação que fazemos em nós de podermos aspirar ao mais alto do que vemos e, observamos, em luz e brilho e uma força maior que nos grita ser substancialmente superior a nós. A todos nós, no Cosmos.

Enquanto os cientistas se aprofundam sobre a composição química e molecular das galáxias, ou referenciam ainda as novas medições do Telescópio Espacial Hubble da NASA (confirmando que o Universo se está a expandir cerca de 9% mais rápido do que o previsto e com base na sua trajectória assim observada logo após o Big Bang), as criaturas lusas, deste pequeno país à beira-mar plantado e virado para o Atlântico, sonham fazer parte desse outro mundo a si vedado.

Mundo esse, de exponenciais navegantes modernos sobre um espaço que jamais lhes pertenceu (ou assim souberam integrar, interagindo com outros) mesmo continuando a insistir que por direito próprio - de igual civilização e habilidade a todos os outros da Terra - possam assumir a idêntica variante e, esfuziante manobra, de também eles poderem dar um passo determinante no Futuro da Humanidade!...

Assim sendo, a China vai lançar para o Espaço o satélite português "Infante"com data prevista para 2021, no quadro da sua participação no laboratório tecnológico STARlab - uma parceria luso-chinesa. Ou seja, uma parceria que envolve entidades públicas e privadas portuguesas e chinesas.

De acordo com a agência Lusa, este «Infante» orçará a volumosa quantia de 10 milhões de euros que, co-financiado por Fundos Europeus, passará presumivelmente e de futuro a ser a antecâmara para o fabrico de novos satélites em Portugal. Parabéns desde já à iniciativa.

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(Imagem: NASA) A Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães no impressionante duo estelar como as maiores galáxias-satélite da Via Láctea, mesmo sendo galáxias anãs. Em 2017, veio a público por criteriosa informação divulgada no Astrophysical Journal Letters, que uma prestigiada equipa de investigadores internacionais (que compunha elementos de vários países em colaboração) realizou a feliz descoberta de que, a Grande Nuvem de Magalhães, poderia ter um novo satélite em existência cósmica de sua única e «natural» responsabilidade...

Satélites «naturais»
É reconhecido por todos, ou pelo menos no mundo dos Astrónomos e Astrofísicos, de que a Via Láctea é orbitada por várias dezenas de satélites, assim como por galáxias muito menores que a nossa. Nada disso é já novidade. No entanto, as últimas descobertas destes homens e mulheres da Ciência vêm-nos provar de que existe, como no caso da Grande Nuvem de Magalhães, um satélite próprio. Pequeno é certo, mas que poderá coabitar ali.

Daí que uma Equipe Internacional de Investigadores de Estrasburgo, em França - liderada por Nicolas Martin, o principal responsável do Observatório de Estrasburgo - se tivesse debruçado sobre este fenómeno, encontrando assim um pequeno sistema estelar chamado SMASH, localizado a 29 anos-luz de raio, e a que os cientistas na altura admitiram estar provavelmente relacionado com a Grande Nuvem de Magalhães.

"O sistema é muito pequeno e encontra-se a cerca de 186 mil anos-luz da Via Láctea. Existe esta probabilidade de facto, porque a sua distância de nós (e a posição no céu), a colocam na esfera da influência da Nuvem de Magalhães. Mas também é possível que a sua velocidade signifique, que a sua órbita não está vinculada à Nuvem. Apenas observações de acompanhamento poderão confirmar a associação." (A explícita afirmação de Nicolas Martin na época ao site Phys)

Sabe-se entretanto de que os investigadores têm continuado a discutir de como o SMASH 1 é semelhante a outro potencial satélite da Nuvem conhecido como NGC 1841.

Sabe-se também de que ambos estão dentro do potencial poço da Nuvem de Magalhães, embora os cientistas considerem que estes possam ser encontrados a uma distância significativa a partir dela - com o SMASH localizado a cerca de 42 mil anos-luz de distância.

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(Imagem ESA/NASA) Em 2018 surgiria a surpresa: A Grande Nuvem de Magalhães engoliu a mais pequena. A Via Láctea estando cercada por três Nuvens de Magalhães, soube-se entretanto em divulgação científica de que uma delas houvera sido trucidada e engolida pela Grande Nuvem de Magalhães há cerca de três mil milhões de anos.

"Algumas estrelas dentro da Grande Nuvem de Magalhães estavam a ir para o lado errado porque entraram nessa galáxia depois da colisão com a pequena Nuvem." (Afirmação de Benjamim Armstrong, da Universidade da Austrália Ocidental num artigo publicado em Agosto de 2018 na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society)

Desvendando a Grande Nuvem...
Reconhece-se hoje de que, as inacreditáveis descobertas sobre o Cosmos, e neste particular caso sobre a Grande Nuvem de Magalhães, têm estimulado os investigadores a continuarem na perseguição destes fenómenos e eventos estelares. Tal como na localização do Sistema VFTS 352 na Grande Nuvem de Magalhães - o sistema binário mais quente e mais massivo descoberto até hoje, onde as duas componentes estão em contacto compartilhando material.

Segundo os dados do ESO - European Southern Observatory - e do que nos confirmaram em 2015, as duas estrelas deste sistema externo (que se situa a cerca de 160 mil anos-luz de distância na Grande Nuvem de Magalhães), podiam efectivamente estar, ou a caminhar, para um final dramático, no qual se fundiriam para formar uma única estrela gigante ou então dar origem a um Buraco Negro Binário.

Deve-se concluir de que todo o Universo (ou vários deles quiçá...) é munido de grandes forças nucleares, de impressionante gravidade, de energias magnetizantes e electrizantes de atracção e repulsão, jactos e fluxos constantes de matéria sempre em evolutiva transformação; e que acabam invariavelmente por engolir uns (corpos celestes) e semear outros, como se diria na gíria popular.

Ou seja, o Cosmos, tal como na genética humana, enfatiza sistemas embrionários em nascimento e desenvolvimento e depois morte - ou talvez rejuvenescimento, numa profunda e sapiente essência cosmológica que envolve algo também profundamente impressionante!

Há que o referenciar: Algo que igualmente os cientistas descobriram na Grande Nuvem de Magalhães em poderosos Embriões Estelares que continham moléculas orgânicas surpreendentemente complexas! Que poderá haver de mais surpresas...? Não sabemos, mas ansiamos por isso!

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A Grande Nuvem de Magalhães ou LMC (Large Magellanic Cloud). Sendo um local quimicamente primitivo, os investigadores, em particular os astrónomos, tentam desmistificar um pouco da sua essência basilar; ou seja, da sua constituição que, diferentemente da nossa Via Láctea, não possui uma abundância de elementos pesados.

Os Astrónomos consideram agora que, uma vez que as Moléculas Orgânicas Complexas se podem formar em ambientes quimicamente primitivos - como a Grande Nuvem de Magalhães - é bem possível que a estrutura química para a vida possa ter surgido relativamente cedo na História do Universo!...

(Créditos de Imagem: NRAO/AUI/NSF; ALMA (ESO/NAO/NRAO); Herschel/ESA; NASA/JPL-Caltech/NOAO): A imagem do infravermelho distante (à esquerda) mostra a totalidade da Grande Nuvem de Magalhães. O zoom mostra a região de formação de estrelas observada pelo ALMA.

Embriões Estelares
Esta galáxia-anã com algumas dezenas de milhares de milhões de anos de estrelas e que os Astrónomos prevêem que deverá conter uma insignificante mas complexa quantidade de moléculas à base de Carbono, estimulam-nos a prosseguir na demanda em busca do que compõe esta LMC.

Para enorme surpresa destes investigadores - que descobriram o «brilho» fraco e em comprimentos de onda milimétricos das moléculas a sair de 2 embriões densos de formações de estrelas da LMC (regiões conhecidas como «núcleos quentes» na Grande Nuvem de Magalhães) - que tiveram a certeza de estarem perante uma das mais ricas informações sobre a Formação de Moléculas Orgânicas Complexas que se terão estabelecido no início da História do Universo!

Para isso, foi notável a prestação do ALMA (Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array) sob novas observações realizadas por muitos destes Astrónomos que assim encontraram em autêntica revelação astronómica também, os escondidos segredos da LMC que revelou então as assinaturas químicas surpreendentemente claras das moléculas orgânicas complexas, tais como:

Metanol, Dimetil éter/Dme (CH3OCH3, um gás utilizado primordialmente em aerossóis) e Metanoato de Metila (o éster produzido pela reacção do ácido metanoico com o metanol).

As Moléculas Orgânicas Complexas - de 6 ou mais átomos, incluindo o carbono - são alguns dos blocos básicos de construção das moléculas essenciais para a Vida na Terra, e provavelmente noutras partes do Universo, aferem os investigadores. Mas acrescentam ainda:

«Se estas moléculas complexas se podem formar facilmente em torno de proto-estrelas, é provável que elas persistam e se tornem parte dos discos proto-planetários de Jovens Sistemas Estelares. Tais moléculas foram provavelmente transportadas para a Terra primitiva por cometas e meteoritos, ajudando a impulsionar o desenvolvimento da vida no nosso planeta Terra.» Algo que é corroborado pela principal autora do artigo que nos explica:

"Embora a Grande Nuvem de Magalhães seja uma das galáxias mais próximas de nós, esperamos que ela partilhe algumas semelhanças químicas mais estranhas com as galáxias distantes e jovens do Universo primordial. " (Afirmação de Marta Sewilo, astrónoma do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, em Greenbelt, no estado de Maryland, sendo a principal autora do artigo sobre esta descoberta em publicitação na revista científica «Astrophysical Journal Letters»)

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(Imagem: Hubble Space Telescope, NASA/ESA) - o berçário estelar de LMC ou Grande Nuvem de Magalhães - a galáxia-satélite da nossa Via Láctea. Sabemos serem muitos ainda os mistérios e segredos (ainda não totalmente desvendados) que se estabelecem na Grande Nuvem de Magalhães. É nisso que os Astrónomos trabalham afincadamente nas investigações permanentes em que se investem, para assim nos darem respostas precisas sobre o que por lá se passa...

Daí que se infira que, por entre os seus muitos aglomerados estelares espalhados pela galáxia-anã (e através das novas medições do Telescópio Espacial Hubble), se possa ir vendo e observando cada vez mais a grande realidade cósmica: O Universo está em expansão mas, de forma ultra-rápida que, segundo os Astrónomos, será de cerca de 9% mais rápido do que o esperado...

A Nova Realidade da Expansão do Universo
De acordo com as últimas notícias trazidas a público pelo Astrophysical Journal Letters em 25 de Abril de 2019, que divulgam e revelam as Novas Medições do Hubble (e que os astrónomos dão aval), há a confirmação de que o Universo se está a expandir de forma algo incompreensível; ou talvez ainda não totalmente desvendável em termos científicos para essa expansibilidade tão veloz.

As Novas Medições do Hubble sugerem que possa haver um outro entendimento - ou uma outra Física - na perspectiva do ser humano entender melhor o que se passa verdadeiramente no Cosmos (na explicação da disparidade de 1 para 100 mil e não a de 1 para 3 mil como previsto)

"Este descompasso tem crescido, e agora chegou a um ponto em que é realmente impossível descartar isso como um acaso. De facto, não é o que esperávamos." (A taxativa afirmação de Adam Riess, investigador do Departamento de Física e Astronomia da Universidade Johns Hopkins, mas também Prémio Nobel e líder do projecto de investigação)

Utilizando um novo método chamado DASH (Drift and Shift), os investigadores usaram o Hubble como uma câmara de focalização e disparo na observação de grupos de Cefeidas (estrelas gigantes ou super-gigantes amarelas de 4 a 15 vezes mais massivas e de 100 a 30 mil vezes mais brilhantes que o nosso Sol), permitindo assim que a equipa pudesse fazer essa observação sobre um dúzia de Cefeidas na mesma quantidade de tempo necessária com que normalmente se observa apenas uma única.

Segundo o Astrophysical Journal Letters reporta, Riess e a sua incrível equipa foram capazes de fortalecer a base da escada de distância cósmica - que é usada para determinar as distâncias dentro do Universo - mas também fazer o cálculo da Constante de Hubble, na definição do valor e de quão rápido o Cosmos se expande com o tempo.

Neste estudo, Riess e a sua equipa SHOES (Supernovas, HO, para a equação de estado), analisaram em grande pormenor a luz de 70 estrelas da LMC (Large Magellanic Cloud) ou Grande Nuvem de Magalhães. Tal só foi possível através de um novo método que permitiu a captura de imagens rápidas dessas estrelas.

(De referir: As estrelas, chamadas de Cefeidas variáveis, brilham e diminuem a taxas previsíveis que são usadas para medir distâncias inter-galácticas próximas).

Combinando as Medições do Hubble com o Conjunto de Observações efectuadas pelo Projecto Araucária (uma colaboração entre astrónomos de criteriosas Instituições no Chile, nos EUA e na Europa), esta eminente equipa de investigadores pôde somar então resultados francamente positivos.

Fazendo medições de distância para a Grande Nuvem de Magalhães, os astrónomos conseguiram observar o escurecimento da luz (quando uma estrela passa na frente do seu parceiro, eclipsando os sistemas de estrelas binárias).

À medida que as medições desta equipa de investigadores se tornaram mais precisas, esse Cálculo da Constante de Hubble permaneceu em desacordo com o valor esperado - derivado também das observações realizadas sobre A Expansão do Início do Universo feitas pelo satélite Planck da ESA (Agência Espacial Europeia), com base nas condições observadas por Planck de há aproximadamente 380 mil anos após o tão famoso Big Bang.

"Não são apenas duas experiências em desacordo. Estamos a medir algo fundamentalmente diferente. Uma, reverte-se na medida (ou numa medida) de saber quão rápido o Universo se está a expandir hoje, tal como o vemos. Outra, é uma previsão baseada na Física do Universo Primitivo, nas medições de quão rápido ele deveria estar nessa expansão. Se esses valores não estiverem de acordo, haverá uma forte probabilidade de estarmos a perder alguma coisa no modelo cosmológico que conecta as duas eras." (A assertiva explicação do investigador norte-americano e Prémio Nobel Adam Riess)

Quanto a haver uma identicamente assertiva resposta sobre o motivo exacto da discrepância agora registada - em que Riess e a sua equipe SHOES continuam a ajustar a Constante de Hubble - nada se poderá dizer em absoluta certeza, ainda que haja também o objectivo de se reduzir essa incerteza para 1%.

Há a registar ainda que, estas medidas mais recentes, trouxeram a incerteza na Taxa de Expansão na escala de 10% em 2001; para 5% em 2009, e actualmente há a registar 1,9% no estudo recentemente analisado. Respostas mais concretas terão de se abreviar e se possível concretizar a médio prazo; porquanto isso, os investigadores continuarão também a sua pesquisa na busca das mesmas.

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Voltando ao "Infante", ao agora primogénito lusitano (se esquecermos o velhinho PoSAT-1, o micro-satélite português que foi desenvolvido por um consórcio de universidades e empresas de Portugal, tendo sido construído na Universidade de Surrey, na Inglaterra) e que quase não ficou para a história espacial portuguesa, ainda que com grande alarido e ovação tivesse sido endeusado, aquando se soube do seu lançamento em 1993 no Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa.

Saudosismo e Futurismo lusitanos
Somos sempre um povo abençoado. Pelas aparições e pelas abnegações a que nos propomos; ou que nos deixam propor e quando muito sonhar em realizar. Novamente estamos à beira de um sonho a alcançar se a China deixar e os consórcios aperfeiçoarem a sua já longa caminhada de reiteração e quase sublimação de se fazerem iguais aos dos restantes do mundo. Será subserviência ou apenas um mal português...? Não sei, mas quero acreditar que desta vez é que é!

Não sei se o «pai» do PoSAT-1(o venerando professor português Fernando Carvalho Rodrigues) pode hoje em dia dormir descansado, ou com a alma apaziguada de saber que um dia aquele seu filho, esse sim, o primogénito espacial lusitano (que não este de nome «Infante» que ainda nem deu à luz) se fez ao Espaço nos seus 50 kg de peso e uma sustentação financeira de cerca de 5 milhões de euros, pelo câmbio actual, em nascença triunfal.

A Missão do voo 59 ficou marcada quase a ferro e fogo pela entusiástica performance lusitana de ser a primeira vez que algo tão pequeno, não a cobertura espacial ou o dito, mas o meu pequeno país (Portugal) que poderia também ditar cartas, ou fazer-se avolumar e inchar, perante tamanha proeza espacial; e só não galáctica porque o PoSAT-1 a isso não tinha condição.

Na época (em 1993), o «meu» PoSAT-1 não foi o único nessa tão enfática missão espacial. O «tuga» PoSAT-1 levou consigo outros «irmãos»: Os satélites EyeSat e ItamSat (ambos de Itália); o KitSat-B (Coreia); o HealthSat (da Organização Médica Internacional Satellite); e por fim, o mais famoso de então: O Stella (França) - este último, um satélite francês de reconhecida relevância fotográfica devido ao seu SPOT-3.

Ou seja, não foi sozinho e não permaneceu na escuridão do desconhecido, a não ser a da vastidão do Espaço onde ficou e aí se manteve numa órbita descendente até onde hipoteticamente já se desintegrou - ou se virá a desintegrar ainda na atmosfera terrestre.

Em 2006 o PoSAT-1 deixou de comunicar com o Centro de Satélites de Sintra, em Portugal, não se auspiciando nada de bom em espécie de «sobrevida» deste satélite português. A morte física do PoSAT-1 foi prevista para o ano de 2043. Morto ou vivo, gostaríamos muito de saber dele!...

Quanto ao actual "Infante" sabemos que será o percursor de outros satélites a lançar até ao ano de 2025, com a Observação da Terra e comunicações, focalizado que está ou que para isso foi preparado nas aplicações marítimas, segundo nos explica o Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ) que faz parte do consórcio de construção deste satélite.

A Tekever - a Empresa Aeroespacial Portuguesa e também um dos parceiros que lidera o consórcio de empresas e universidades responsável pelo desenvolvimento do satélite "Infante" - assume desde já e sobre esta missão espacial que irá recolher dados marítimos e da superfície terrestre.

Em relação à comunhão de interesses e envolvimentos, a China incumbir-se-à do desenvolvimento de alguns sensores e do suposto lançamento para 2021 do satélite português "Infante" no contexto da sua participação no laboratório tecnológico STARlab em parceria luso-chinesa.

Direccionado para a construção de pequenos Satélites e a observação dos Oceanos, o STARlab está em fase de instalação em Portugal.

Segundo a comunicação social nos informa e o presidente da Tekever realça, está para breve (sem precisar prazos!) a criação de um pólo de investigação em Matosinhos, no norte do país - no CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento do Produto) - como outro dos parceiros portugueses e que tem projectos na área da vigilância marítima e Exploração do Mar Profundo.

Foi dito que o anunciado pólo de Peniche transitou para a cidade próxima de Caldas da Rainha onde a empresa aeroespacial portuguesa tem instalações, ficando constituída assim como uma Associação sem fins lucrativos entre os parceiros públicos chineses e os privados portugueses...

Nada sugere que não possa ser credível ou viável de facto esta parceria; ou então, muita ingenuidade e pouca parcimónia haverá em honrarias e palavra, documentos assinados e protocolos reiterados para se acreditar que assim não será. (Talvez que se possa beneficiar mas da bênção de uma rainha morta, padroeira da cidade, a Rainha Dona Leonor, e a coisa se assuma mais celestial e menos venal, em plural ascendência de tudo se realizar, acreditamos).

E isto, sob aquela plataforma mui lusitana de paupérrima franquia e debochada idiossincrasia (tal como exemplarmente o demonstra a celebérrima figura de barro e faiança portuguesas «Zé Povinho» (personagem satírica de crítica social, eternizada pelo artista Rafael Bordallo Pinheiro de outros tempos) que ainda se não afastou dessa sua genuína boçalidade - mas muita sinceridade - não só de sua visível presença física no «ser-se português», como o de toda uma nação que nos faz ser um dos países mais pobres e mais atrasados da Europa.

Esquecer-se-ão outros tempos...? É bom que assim seja, sem que se ostracizem ou retirem de vez obviamente esses tempos idos que ainda hoje permanecem de uma economia recessiva e quiçá algo permissiva ou talvez mais rançosa e pouco proveitosa, pelo que nestes últimos tempos a Indústria Conserveira manteve em massa falida e almas desprovidas de pão (na abissal diferença desses idos tempos de uma mui intensa e próspera actividade piscatória, em particular no século passado sobre Matosinhos e Peniche).

E que, por ora, e por parceria milagrosa luso-chinesa, passará agora a ser a «gran via» da ostentação e exaltação palacianas espaciais de, futuramente, se inaugurarem outros intentos e outros alentos sobre a inovadora actividade espacial que se estima em franca progressão em solos lusitanos e com o mar sempre à espreita. Será de confiar e abraçar a causa ou estar de prevenção pelo sim pelo não...?!

(Não sei responder, mas legitimo alguma confiança. E pelo sim, vai-se desejando que Assim Seja!)

Desejando-se convictamente de Grande Sucesso esta parceria, apela-se também a que se reflicta mui proveitosa e jamais piedosa (ou desequilibradamente tendenciosa para um dos lados) esta parceria luso-chinesa, pelo que o STARlab se candidatará a fontes de Financiamento Nacional - comunitário e chinês - estimando investir 50 milhões de euros em 5 anos; e isto, num montante repartido em partes iguais entre Portugal e China. Mas será mesmo???

Este Laboratório Luso-Chinês está também envolvido em Projectos de Robótica Subaquática (veículos e sensores) e na produção e lançamento de uma constelação de pequenos satélites para validar «Tecnologias de Posicionamento» de Satélites no Espaço. Bem-Haja se assim for.

Para melhor esclarecimento: O STARlab resulta assim da colaboração entre a Fundação para a Ciência e Tecnologia, a Tekever, o CEiiA, e a Academia de Ciências Chinesa através dos Institutos dos micro-satélites e de oceanografia.

De acordo com o que a agência Lusa transmite, o STARlab vai também e continuamente incentivar a abertura de centros científicos e tecnológicos em Portugal e na China (mais exactamente na cidade de Xangai).

Para concluir: De amigos improváveis passámos a ser amigos inseparáveis, Portugal e China. Sem ferir ou querer propositadamente atingir susceptibilidades no foro ou seio ideológico e político de cada um, há que registar de que estes nossos parceiros de longa data (pelo que Macau nos uniu e desuniu em tempos), esteja agora a dar frutos em paralelismo acentuado e por certo vivificado sobre estes últimos acordos.

No entanto, há que tomar de cuidados «Pois que o que a Ciência uniu não separe o Homem»; Ou mais exactamente... «O que o Homem se fez unir em versão espacial, não separe uma outra Ciência» que em vez de dar frutos bons e saudáveis, nos faça apodrecer e arrepender de ter para sempre perdido as poucas maçãs boas de toda esta nossa pequena árvore portuguesa.

Optimizado que está este nosso Novo Futuro Espacial Português (em parceria ou não), só me resta desejar que novos "Infantes" sejam lançados e possam enfim exibir vida longa; e que entretanto outros tantos «infantes» venham e sejam lançados tal qual ou como aquela «primeira pedra» de algo que se inicia e, se constrói, sem pensar em se desconstruir ou simplesmente destruir!

Nada mais a dizer que não seja: E Vivam os Futuros Infantes Portugueses!!!

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