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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

O Aprimoramento Humano

O Cérebro Humano e o seu Aprimoramento...
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O Cérebro Humano. E o que a Neurociência aliada à tecnologia nos revela hoje em toda a sua magnificente potencialidade de ligação, contacto e conexão com o cérebro humano. Os projectos sucedem-se e os avanços remetem-se sobre o ser humano a uma velocidade nunca antes atingida. O século XXI será o ponto de partida para aquela tão grande meta de transformação - e quiçá mutação - que interligará talvez para sempre aquela tão mítica linha de fronteira que estabelece onde acaba o Homem e começa a máquina...

                                                     - O Aprimoramento Humano -

O Ser Humano tem necessidade de perfeição e jamais contenção no que se investe sobre esta actual tecnologia que tudo impõe e, resolve, em vários sectores da nossa sociedade e sobre a sua própria condição humana; nas falhas ou nas carências havidas.

E o êxito consuma-se à medida que as exigências humanas vão sendo mais requeridas e, assim desenvolvidas, na base quase cirúrgica de uma contemplação futurista de podermos vir a ser hipotéticos cyborgs; ou seja, meio-Homem, meio-Máquina comandados por essa inquestionável certeza computacional que tudo rege tudo toma.

É impossível voltar para trás e nem o desejaríamos. No entanto, os riscos podem ser elevados se a contemporização ou condescendência excessiva se apossar de nós ou, se ainda não tivermos em conta e em consciência, de que a máquina poderá muito em breve superar o Homem.

É então neste quadro que surgem as grandes questões da ética e da neuroética (sobre a associação da neurociência com a tecnologia, ao que muitos chamam de neurotecnologia), e que pressupõe tantas outras questões e regras a seguir.

Regras essas, instituídas em legislação e alguma depuração sobre as medidas a concretizar, caso se transponha essa lacrada porta até aqui cerrada de todas as libertações (mais concretamente de alguma libertinagem científica) que nos coloque sob a chefia dos seres em computação que criámos.

Desde o Human Brain Project (HBP) - que estabelece uma meta ambiciosa para unificar a nossa compreensão sobre o cérebro até ao mais último grito tecnológico do aprimoramento humano que Elon Musk quer levar a cabo com a sua empresa Neuralink - tudo está em aberto para que, o Homem e dentro em breve, possa não ser mais um composto orgânico mas mecânico em toda esta espécie de «linha de montagem» em que os computadores têm um assento de excelência.

Cada vez mais banidos os enigmas e incentivados os avanços neurotecnológicos, o Homem tem como objectivo o erradicar da doença, a eficácia no combate militar e, de modo ainda mais ambicioso e talvez acintoso, o aprimoramento humano que - por entre aquilo que o define e o que futuramente o irá consignar - poder-se estabelecer uma ligação computorizada de Homem-Máquina.

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O Cérebro Humano nas mãos dos investigadores que procuram, incessantemente, as explicações para as anomalias, patologias e deficiências neurológicas de que somos acometidos. Parkinson, Alzheimer e outras tantas doenças do foro neurológico que a comunidade médica tenta desvendar em causa, consequência e, se possível, tratamento.

Assim sendo, todos os esforços vão nesse sentido, o que só podemos aplaudir. E incentivar, pois que todos nós, a breve prazo (supõe-se), beneficiaremos dos mesmos. Daí que os neurocientistas estejam optimistas sobre esta nova era que se abre agora em total esplendor no que se relaciona com o cérebro humano...

HBP: Human Brain Project
Este foi - e será! - sem dúvida alguma um projecto assaz ambicioso mas também emblemático na investigação do cérebro, na neurociência cognitiva e outras ciências inspiradas no cérebro; e que foi (desde 2013) reverencialmente implementado e, financiado, pela Comissão Europeia (EC, European Commission).

Pretendeu-se desde então estudar (reunindo, organizando e disseminando os dados descritos no cérebro e as suas patologias) os comportamentos neurológicos do cérebro sob a plataforma de computação e análise de alto desenho - composta esta por super-computadores de incomensuráveis recursos tecnológicos, com a intervenção da Fundação OpenPOWER.

O Projecto HBP enraizado na ciência biológica mas de complexa e elaborada mestria computacional, tem feito com que os investigadores possam finalmente admitir um maior conhecimento sobre o que se passa no cérebro humano, num processo que recolhe mais dados, mais informação, para posterior análise e catalogação. De seguida vêm as simulações de acesso aberto na sempre construtiva ou edificante visualização de uma maior compreensão sobre o cérebro humano.

Neste projecto estão envolvidos vários consórcios, empresas e organizações que têm desenvolvido nestes últimos anos o já citado HBP. De entre essa união de esforços contam-se a IBM e NVIDIA; além de um sistema-piloto  inicialmente chamado JURON (uma combinação de Jülich e neurónio) que foi instalado no «Jülich Supercomputing Center» (JSC).

A explicação é algo técnica para nós, comuns mortais fora das artes computacionais. No entanto, há que registar estes dados para quem os compreenda. Assim sendo, há a acrescentar de que ele é baseado no novo IBM S822LC para servidores HPC. E cada um deles equipado com dois processadores POWER8 e 4 GPUs NVIDIA P100.

Cientistas do Instituto de Neurociência e Medicina - com o apoio do JSC - puderam então comprovar logo após a implantação, a funcionalidade do sistema no aplicativo registo de Imagens Cerebrais.

Explorando assim as capacidades de processamento das GPUs - sem mais pormenores ou ajustamentos - chegou-se então à conclusão de que se poderia alcançar uma aceleração significativa em comparação com o sistema de produção até aí utilizado com base nos processadores Haswell x86 e nas GPUs K80.

Os Cientistas têm-nos referido de que não só os recursos de computação aprimorados são importantes nesta fase mas também, o Projecto e a Implementação da Global Sharing Layer (GSL), os cartões de memória não voláteis (que todos nós transportamos) que se tornaram um recurso de memória globalmente acessível e, endereçável, por bytes. Na utilização do JURON existe uma montra de dados que se pode ler a uma taxa limitada apenas pelo desempenho da rede.

É sabido que - Estas Novas Tecnologias - vão abrir assim novas oportunidades para permitir fluxos de trabalho com o uso intenso (ou utilidade devida em grande escala) desses dados informativos - no que se inclui a visualização dos dados nas investigações sobre o cérebro.

O JURON demonstrou em total transparência e clarificação aos cientistas, todo o potencial de um ecossistema tecnológico estabelecido em torno de uma arquitectura de Processador com Interfaces que facilitam a integração eficiente de vários dispositivos para processamento, movimentação e armazenamento de dados eficientes.

Ou, segundo o que afirma o investigador Dirk Pleiter (do seu texto e obra científica que tem como título «Avançando o Projecto do Cérebro Humano com OpenPOWER»): "Por outras palavras, demonstra o potencial  do colaborativo OpenPOWER."

De notar que, Dirk Pleiter, é o líder do grupo de pesquisa da Jülich Supercomputing Center, uma instituição de referência na área da super-computação, na Alemanha (UE), tendo reputados investigadores inseridos em si, tal como Dirk Pleiter, uma sumidade nestes assuntos da alta computação.

Assim sendo, apenas se espera o máximo sucesso para que o Homem do Futuro possa liderar enfim, ainda que com a ajuda tecnológica dos super-computadores.

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(Imagem: Forschungszentrum Jülich/NVIDIA) Com cerca de 100 biliões de neurónios e 100 triliões de conexões, o cérebro humano é um labirinto de enigmas ainda. Algo que os cientistas do Centro de Pesquisa Jülich, na Alemanha, tentam destrinçar; mais que não seja pela persistente coragem que possuem de desvendar tão misterioso mecanismo neuronal. Para tal, estão a desenvolver um modelo 3D multi-modal do cérebro humano.

Analisando milhares de cortes cerebrais histológicos ultra-finos - utilizando microscópios e métodos avançados na análise de imagens - os investigadores estão a reconstruir essas fatias num modelo de computador 3D.  O JURON da Jülich, que é abastecido com aceleradores de GPU NVIDIA Tesla P100 (como já se referiu atrás), oferece assim a capacidade de resolver instantaneamente os registos em simultâneo.

O Objectivo do Aprimoramento Humano
Os modelos cerebrais 3D marcaram irrevogavelmente um avanço muito importante na capacidade da Ciência - ou da comunidade científica - entender melhor a estrutura e a função dos cérebros ditos saudáveis ou sem anomalias.

Com estas novas tecnologias, a comunidade médica pode finalmente por comparação e melhor informação do mapa do cérebro (como uma espécie de cartografia cerebral) observar as diferenças e, reconhecer, as situações anómalas ou que perturbam o paciente.

Daí que esta informação lhes seja muito útil, à comunidade médica na sua prática clínica, pelo que exercerão de maior rigor e eficácia sobre os diagnósticos apresentados sobre toda uma panóplia de doenças neurológicas tais como a Parkinson, Alzheimer ou mesmo acidentes vasculares cerebrais.

Nada de novo então. Ou tudo de novo, se acrescentarmos agora o que no mundo da neurotecnologia Elon Musk nos sugere no Objectivo do Aprimoramento Humano/laço neural que tudo irá modificar - e para sempre! - na perspectiva humana do que fomos até aqui.

(Apenas o «input e output» nos sugerem alguns reparos; a nós e a ele, Elon Musk, que também lá terá de «aprimorar» um pouco mais isso ainda antes de virarmos todos cyborgs...)

Mas continuando: As Interfaces Cérebro-Computador podem efectivamente mudar a forma como as pessoas pensam, os soldados procedem em combate ou, se tratam doenças neurodegenerativas, que tanto mal implantam no ser humano.

As questões éticas também não ficam aquém do debate, do julgamento e da prossecução de tudo isto em quase Sodoma e Gomorra - se tivermos em conta que muito há ainda por fazer nesta área em legislação que se não reverta em anárquica explosão.

"Uma fusão de inteligência biológica e uma inteligência de máquina será necessária para que permaneçamos economicamente valiosos." (As expressivas e talvez assertivas palavras do já incontestável ícone mundial Elon Musk, numa palestra/conferência de uma organização que se chamou de «Cúpula do Governo Mundial», no Dubai (Emirados Árabes Unidos) em Fevereiro de 2018.

O CEO da Tesla, da Space e tantas outras empresas mundialmente conhecidas, aventura-se agora no mundo da neurologia, tendo criado a Neuralink, com a intenção de conectar/interligar computadores ao cérebro humano.

Sendo uma criação tecnológica ambiciosa é também uma das mais vulneráveis à opinião pública, ainda que, cientificamente, haja a explanada explicação de se ir tratar «somente» do uso da tecnologia num certo «laço neural». E isto, no processo do implante de minúsculos eléctrodos no cérebro para recursos de computação directa.

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Elon Musk: um visionário ou um louco?... Ou ambos, na genialidade que se lhe conhece em toda a linha. É o homem do momento que não só tenta mudar o nosso mundo como o de outros, desde que o Homem se assuma como tal, dentro ou fora do nosso planeta. Actualmente, é a Neuralink que lhe dá o incentivo e o estímulo para continuar; além as suas outras muitas empresas, companhias e certamente dores de cabeça por tamanha miríade empreendedora de alto envolvimento pessoal.

Elon Musk:"Humanos devem fundir-se com a Inteligência Artificial para não se extinguirem, criando uma simbiose que conduzirá a uma democratização da inteligência." (Na sua óptica ou presciência futurista sobre a Humanidade, Musk afirma de que a colocação de um chip no cérebro humano será uma forma de democratizar a inteligência e evitar o colapso da Humanidade)

O Mundo dos Implantes
O nosso mundo está recheado de implantes actualmente. Esta tecnologia invadiu o nosso espaço e a nossa vida quotidiana como nunca. Implantes dentários, cocleares e neuronais que se aplicam e incentivam até mais não, pois que o mundo tecnológico hoje é fã de todas estas ferramentas para se alcançar o sucesso e o bem-estar dos povos. Mas será mesmo assim???

Elon Musk tem sido um acérrimo defensor destas práticas e deste uso mesurado (ou desmesurado...) da tecnologia. Agora virou-se para a neurotecnologia e muito bem. Tudo o que é inovação, desenvolvimento e empreendedorismo saúda-se em larga escala; contudo, há regras que convém não subestimar ou até negligenciar para se não cair no aventureirismo descompensado de todas as virtudes. Penso que Elon Musk sabe disso.

Musk admite inclusive de que as pessoas precisam (ou precisarão um dia) de se tornarem ciborgues (cyborgs) para serem - ou se tornarem - relevantes numa era de IA (Inteligência Artificial, ou AI na internacional designação de Artificial Intelligence).

Relembra-se que, Interfaces Cérebro-Computador (BCIs) não são novidade para ninguém. Na prática clínica esse exercício é muito comum, sendo usado de várias formas; dos implantes externos que medem os sinais cerebrais até aos mais complexos dispositivos intracranianos que são implantados no tecido cerebral.

As BCIs  mais comuns (ou o que delas temos conhecimento em trato comum) são essencialmente uni-direccionais e com as mais diversas finalidades que vão desde o permitir do controlo motor à possibilidade de serem ferramentas de comunicação para pessoas com lesões cerebrais.

Todavia o que já existe, Elon Musk não desarma e quer ir mais longe, tão longe quanto lhe possibilitem essa árdua tarefa de ser sempre, ou quase sempre, inspirador e por demais revolucionário em tudo o que se aplica sobre si. Mais uma vez coloca o mundo aos seus pés em total devoção e, impressionabilidade, pois que não há muitos assim por esse mundo fora, reconhece-se.

Musk pretende utilizar as BCIs numa capacidade bi-direcional, de modo que o «plu-in» nos possa tornar pessoas mais inteligentes, mais dinâmicas em exercício mental ou cognitivo mais acelerado. Melhorar a memória é uma das medidas, assim como na ajuda sobre a tomada de decisões e, eventualmente, no fornecimento de uma extensão da mente humana.

"Essencialmente, como podemos garantir que o futuro constitua a soma da vontade da Humanidade? E assim, se tivermos milhares de milhões de pessoas com a ligação de banda larga para a extensão da IA (AI) de si mesmas, isso torna todos super-inteligentes." (Afirmação extraída de uma entrevista de Elon Musk ao site noticioso norte-americano Axios)

Elon Musk impõe a sua teoria sem rodeios. Refere: "Ao dar às massas o acesso à super-inteligência, a informação não seria monopolizada por corporações e Governos de Estado. A fusão de pessoas com super-inteligência, poderia ser usada para tratar lesões na medula espinal e melhorar a memória humana, ou ajudar pessoas a evitar a demência.

Em relação aos algoritmos e ao hardware - na medida do seu aperfeiçoamento que cresce todos os dias - Musk não se abstém de comentar: "A Inteligência digital excederá a inteligência biológica por uma margem substancial. É óbvio."

Este homem empreendedor, filantropo e tanta coisa mais que aqui seria impossível de descrever, é considerado um dos mais visionários da nossa época, no entanto, não está sozinho nesta demanda científica que muitos consideram extrapolada e, outros, a dignificação do futuro em relação às questões sobre o cérebro.

Um dos que o acompanha neste percurso de acreditar que a Neurologia possa ser em breve a semântica e efusiva alegoria de uma nova era, está Bryan Johnson, o fundador da Kernel, uma startup que implementa o Aprimorar da Inteligência Humana.

A Kernel está actualmente a desenvolver implantes cerebrais que ligam os pensamentos das pessoas aos computadores. Entretanto, por Silicon Valley (Vale do Silício), esse grande mundo tecnológico localizado na Califórnia, nos Estados Unidos, está pejado e entusiasticamente repleto de projectos semelhantes. Ou seja, o futuro instala-se a cada dia mais no nosso quotidiano, na nossa vida.

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Os Avanços, mas também os receios. Elon Musk, aliás como tantos outros (do já falecido Stephen Hawking ao vivíssimo Bill Gates) sentem os temores relacionados com a AI ou, o que ela possa futuramente fecundar através da alta computação - e sobre os seres humanos - em total domínio sobre estes e sobre todo um planeta.

Não são infundados estes receios, uma vez que esta artificial inteligência nos poderá levar à extinção. Mais inteligentes do que nós, os «AIs» (essas artificiais inteligências) poder-nos-ão vir a ser ainda uma grande dor de cabeça... ou pior, um grande e inextricável quebra-cabeças...

"Ele quer entrar directamente no cérebro, ignorando mecanismos como falar ou mandar mensagens. Musk tem credibilidade para falar dessas coisas!" (Palavras que dizem tudo, por voz e emissão do professor Pedram Mohseni, da Universidade Case Western Reserve, no Ohio, EUA (Mohseni, o eminente professor que vendeu os direitos do nome «Neuralink» para Elon Musk.)

Via Directa para o Cérebro
Pedram Mohseni sabe do que fala e quando fala; em particular sobre as ambiciosas intenções de Musk e talvez as suas. Corrobora com ele mas regista sempre um compasso pessoal entre o que é devido e não é, sendo esta uma muito ténue barreira do que poderá ou não ser estabelecido eticamente. Diz-nos então:

"Os objectivos de Musk de aprimoramento cognitivo estão relacionados a indivíduos saudáveis - ou fisicamente aptos - porque ele tem medo da Inteligência Artificial, e que os computadores se possam tornar mais inteligentes do que os seres humanos que fizeram os computadores." Mohseni vai ainda mais longe ao referir sobre Musk:

"Ele quer tocar directamente no cérebro para ler pensamentos, evitando de forma eficaz os mecanismos de baixa largura de banda como falar ou enviar mensagens de texto para transmitir os pensamentos. Parece ser uma coisa do tipo «tarte no céu»; no entanto Musk tem toda a credibilidade para falar dessas coisas", anuiu Mohseni, convicto que nada o fará parar sobre esta temática e esta sua voragem tecnológica em exploração do cérebro.

Em 2015, Mark Zuckerberg - o CEO do Facebook - afirmou que as pessoas um dia partilhariam  determinadas «experiências sensoriais e emocionais completas» online - e não apenas em fotos ou vídeos. Entretanto veio a público de que o Facebook estaria a contratar neurocientistas para um projecto algo secreto (ou não revelado publicamente) na sua mui sigilosa divisão/sector de hardware (Builind 8).

Apesar de todos estes seguidores da neurociência tecnológica estarem de acordo que o futuro é já hoje, Mohseni não acredita que tal seja possível no imediato ou que esta tecnologia esteja disponível em breve, sendo que considera que muitos destes projectos nem possam ser viáveis ou realistas.

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O Cérebro nas suas mui inimagináveis correlações sinápticas ou nesse tão estreito mundo de ninguém por onde os cientistas tentam - a todo o custo - conhecer mais e mais. A neurociência deu já um passo de gigante sobre uma melhor aprendizagem, uma ampla gama de habilidades cognitivas no indivíduo; no fundo, no tal aprimoramento cognitivo que nos irá dar no futuro mais qualificações e sensações cognitivas importantes.

Acredita-se nisso, mas também se acredita que tudo possa ter um limite e um estanque, se essa nova consciência nos ditar o que de pior o ser humano tem e não o oposto...

Habilidades Cognitivas
Segundo Pedram Mohseni revelou ao «The Guardian» já neste ano de 2018, estamos a pelo menos 10 ou 15 anos das metas de Aprimoramento Cognitivo em sujeitos saudáveis. Certamente parece ser, pelos objectivos mais imediatos da Neuralink, que o foco da Neurotecnologia continuará a ser em pacientes com várias lesões ou doentes neurológicas."

Mohseni refere ainda de que, um dos melhores exemplos actuais de Aprimoramento Cognitivo é o trabalho do professor Ted Berger, da Universidade do Sul da Califórnia (EUA), que vem trabalhando numa prótese de memória para substituir as partes danificadas do Hipocampo cerebral em pacientes que perderam a memória como no caso da Alzheimer.

"Neste caso, um computador deve ser implantado no cérebro que actua de forma semelhante ao hipocampo biológico a partir de uma perspectiva de entrada e saída. Berger tem havido bons resultados de roedores e modelos de primatas não-humanos, bem como resultados preliminares em vários assuntos humanos."

Pedram Mohseni finaliza esta sua mensagem dizendo que a DARPA - Agência de Projectos e Pesquisa Avançada de Defesa (do Governo dos Estados Unidos) -  tem actualmente um programa que visa melhorar o conhecimento dos seus soldados; ou seja, melhorar a aprendizagem de uma ampla gama de habilidades cognitivas, através de vários mecanismos de estimulação nervosa periférica, facilitando e incentivando assim a plasticidade neural no cérebro.

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Militares Portugueses e Espanhóis na base militar iraquiana de Besmayah (a 50 quilómetros da sua capital, Bagdad), no Iraque. O efectivo operacional destas duas nações ibéricas treina actualmente os elementos das Forças Armadas Iraquianas na pronta e eficaz execução militar na óptica e realização de uma maior aprendizagem por parte das forças militares iraquianas.

Há quem assuma que, os Portugueses no Iraque, estão a seguir a lógica da invasão americana de 2003. No entanto, guerrilhas políticas à parte, seria bom e até muito necessário haver de facto um maior e melhor empenho a nível do Aprimoramento Cognitivo no circuito operacional. Talvez seja isso mesmo que a DARPA, dos EUA, executa. E lidera. Todos os outros lhes seguirão, por muita contestação que possa haver sobre essa vertente reportada nos militares que nos defendem pela paz...

As BCIs no comando...
Indubitável é o crédito que toda a comunidade científica dá às BCIs, sendo elas uma mais-valia. Pouco há a acrescentar sobre isso. No Reino Unido, já estão em andamento uma série de pesquisas para explorar as mentes inconscientes das pessoas enquanto tomam decisões. Se isso é ético ou anti-ético é algo que ficará para mais tarde relatar...

Davide Valeriani, investigador sénior do laboratório BCI-NE da Universidade de Essex, no Reino Unido está a usar um BCI baseado num electroencefalograma (EEG) para explorar então essas mentes que se apelam de inconscientes. Diz então:

"Toda a gente que toma decisões usa o limite de EEG - que é parte de uma BCI - uma ferramenta para ajudar a medir a actividade do EEG... que mede assim a actividade eléctrica para reunir padrões associados a decisões confiantes (ou não confiáveis, na totalidade).

Treinamos o BCI - basicamente o computador - pedindo às pessoas que tomem decisões sem saberem a resposta e depois digam à máquina: «Veja, neste caso, sabemos que a decisão tomada pelo utilizador está correcta; então associe esses padrões a decisões confiantes».

Como sabemos, a confiança está relacionada à probabilidade de estar correcta. Assim, durante esse treino, a máquina sabe (ou vai sabendo) quais as respostas que estavam correctas e as que não estavam. O utilizador não as sabe o tempo todo."

Por conclusão: "As BCIs podem efectivamente ser uma ferramenta fundamental para ir além dos limites humanos, melhorando assim a vida de todos!" (Afirmação de Davide Valeriani)

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Projecto Conectoma Humano: (na imagem) Difusão MRI do cérebro em desenvolvimento. Doenças como o Autismo, Paralisia Cerebral e transtornos do Déficit de Atenção estão actualmente a serem estudadas através através da utilização de milhares de imagens de «fiação» celular.

A Universidade de Oxford - e a FMRIB - (em 2017) divulgaram ao mundo então a sua extraordinária contribuição para o desenvolvimento do Projecto Conectoma Humano, fornecendo métodos de análise de última geração que, aliados a imagens de tecnologia de ponta, resultaram num banco (ou acervo) de incríveis dados de imagens de excelente qualidade sobre o cérebro humano.

Estes dados são assim ofertados livremente para todo o globo (em particular para o grande interesse estabelecido pela comunidade médica), na eventual e futura utilização das mesmas para os investigadores de todo o mundo, esperando que isso possa trazer informações inestimáveis sobre a relação entre a conectividade cerebral e, uma diversidade de factores, incluindo genéticos, ambientais e comportamentais.

A Investigação da Neurociência
Voltando ao Aprimoramento Humano e às BCIs, o reputado investigador e cientista Davide Valerini esclarece:"Espero que mais recursos sejam investidos no apoio a essa área muito promissora de pesquisa. As BCIs não são apenas uma ferramenta inestimável para pessoas com deficiências, mas podem ser uma ferramenta fundamental para irem além dos limites humanos, melhorando assim a vida de todos nós."

Valerini observa no entanto que, um dos nossos maiores desafios com essa tecnologia, é que primeiro precisamos entender melhor como o cérebro humano funciona antes de decidir - onde e como - aplicar a BCI. Pormenoriza então: "É por isso que muitas agências têm investido em pesquisas/investigações básicas em neurociência - por exemplo, a iniciativa Brain nos EUA, e a Human Brain Project na EU/UE (União Europeia).

Onde o ser humano termina e a máquina começa: Eis a grande questão do momento! Esta, a filosófica e apreensiva questão em termos evolutivos no ser humano (na melhoria do seu corpo físico e psíquico), mas que orla também as questões éticas.

"Na minha opinião, uma maneira de superar essas preocupações éticas é permitir que os seres humanos decidam se querem ou não usar uma BCI para aumentar as suas capacidades. Neste momento, os neurocientistas têm estado a trabalhar para dar conselhos aos formuladores de políticas (ou legislação adequada) para o que deve ser regulamentado. Tenho a certeza de que, no futuro,  estaremos mais abertos à possibilidade de usarmos BCIs, se esses sistemas fornecerem uma vantagem clara e tangível para as nossas vidas." (Davide Valerini)

Do Projecto Human Brain, sabe-se que Henry Markram - neurocientista suíço e director da HBP da Europa - querendo também entrar nessa grande competição pelo maior conhecimento do cérebro humano, planeia gastar a exorbitante quantia de mais de 1 bilião de dólares na construção de um modelo perfeito de um Cérebro Humano.

Afirma ainda poder com toda a certeza científica edificar a réplica super-computorizada de um cérebro humano; ou seja, afinal Deus existe e está nas mãos dos cientistas do nosso planeta!

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Elon Musk, de novo. Talvez seja urgente que o ouçamos, por muito que nos pareça estranho o que profere e como o faz sem contornar obstáculos ou omitir aquela sua verdade que julga prioritária para que a Humanidade não expire. Para este empreendedor e homem do futuro que se assume, a escolha é óbvia e o caminho uma direcção que a Humanidade não deve ignorar. Diz então:

"As máquinas autónomas são mais perigosas para o mundo do que a Coreia do Norte e podem lançar «armas de terror»"

Curiosamente, Elon Musk não foge à pergunta mais crítica mas também mais relevante, se tem medo, se por algum momento poderá recear a sublevação da IA. E acaba respondendo de uma maneira que nos desconcerta, chegando a comparar a adopção da Inteligência Artificial «à convocação do Diabo».

"A Humanidade comporta-se como crianças no recreio sem prestar atenção às ameaças iminentes. Preocupamo-nos mais com o nome que alguém chamou a outra pessoa, do que saber se a IA destruirá a Humanidade."

O Fundador da Space X que tanta coragem admite no que está a liderar e a querer implementar da nossa civilização em Marte, também tem fragilidades. Uma delas, é a resposta imediata que dá, dizendo acreditar que a IA poderá desencadear a Próxima Guerra Mundial, argumentando ainda que, muito possivelmente, as Máquinas Super-inteligentes poderão dominar o mundo.

Será que Elon Musk sabe algo que nós não sabemos?... Certamente. Estou convicta disso, mas também, se estivesse frente a si, não lho questionaria. Por medo ou por cobardia, não sei. Se a resposta é o Fim do Mundo (o fim da nossa civilização?!) então para quê precipitar a preocupação...

Mas talvez haja ainda esperança. E possamos ser super-seres de uma super-inteligência nata. Ou nem por isso, regredindo milhares de anos ou deixando-nos extinguir só porque não tivemos a coragem necessária para avançar, para discutir ou até investir numa causa que à priori julgáramos perdida. Afinal, somos sobreviventes, acredito eu.

Um Fim que pode ser simplesmente um princípio. Temos de pensar nisso, pois temos de nos fazer sobreviver aquém e além a nossa ou outras civilizações.

Nada mais a dizer então que não seja, cinjam-se pela ética, pelo estudo e desenvolvimento de novas terapêuticas ou tratamentos especializados com base nas BCIs ou no que elas nos propõem augurar. Ou não, consoante a vossa consciência vos ditar, pelo que o ser humano do futuro jamais será igual ao de há 10 ou 12 mil anos; pelo que nunca foi (em estatização) ou se deixou ultrapassar nessa sua escalada de evolução antropológica...

Ainda segundo Musk, seremos muito provavelmente um contínuo Zoológico à semelhança dos macacos versus símios num planeta primitivo; isto é, se não arrepiarmos caminho. Ou seja, se não nos motivarmos a mudar o esquema em que estamos inseridos. «A Humanidade ficará confinada a um zoo» nas explícitas palavras de Elon Musk, que refere publicamente o que pensa vir a suceder caso o Homem não acompanhe a evolução dos tempos.

Se o fizermos só temos a ganhar. Todos! Numa mudança - radical ou não - que o tempo nos vai ensinar a saber moldar; a saber contornar nessa espécie de transição. De há 10 mil anos para cá soubemo-lo fazer; basta agora retomá-lo.

E isso, em processo sumamente evolutivo, construtivo e elucidativo de toda uma enorme apetência humana para saber mais, conhecer mais sobre nós próprios. Neste caso, sobre o nosso cérebro.

Se assim não fosse, ainda teríamos muitos Neandertais por aí exibindo a sua disforme caixa craniana de anatomia achatada e sem nada lá dentro; ou pouco, muito pouco do que agora os nossos terrestres neurocientistas nos arrogam os nossos cérebros poderem fluir, ascender e «voar».

E, tal como esses livres (e por certo tão felizes) condores ou aves de rapina, falcões, ou águias libertinas que se deixam voar, os nossos cérebros em sua grande capacidade intuitiva e sensitiva poderem finalmente chegar ao tão ansiado «Aprimoramento Humano» que só aos deuses cabe, que só aos eleitos se sabe esta primazia acolher. Que se faça então esse aprimoramento se tal nos for útil e benéfico e não o contrário.

O Homem de Hoje já não será o de Amanhã e assim sucessivamente. Não temam, pois que o cérebro é que comanda a vida e aquela que se diz morte não o é!... De todo! Aprimoremos-nos então!

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