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terça-feira, 24 de novembro de 2020

Somos Todos Astronautas!

 

Passado, Presente e Futuro de Marte: as três envolventes directrizes que nos farão entender melhor a razão pela qual continuamos a apostar numa terraformação planetária que outrora já foi vida e, hoje, nos tenta mostrar que talvez possa ressuscitar. E voltar a ser como era; com ou sem habitantes...

"Somos todos astronautas numa pequena nave chamada Terra."   (Richard Buckminster Fuller)

Um dia saberemos onde, como e quando deixar a nossa pegada ecológica em Marte. Um dia, seremos todos astronautas, colonizadores ou somente espectadores deste grande triunfo que é ou será invadirmos outros espaços, outros planetas e, quiçá, outras almas que nos queiram ou não por lá...

                                                  Marte: ontem e hoje em destino futuro 

Há 4 biliões de anos, o planeta Marte exultava de vida em características geológicas idênticas ou muito semelhantes às da Terra. Muitos são os cientistas que o afirmam com toda a certeza, por outros que admitem haver a necessidade de mais dados, mais recolha de informação para que tal se possa em absoluto confirmar.

Hipoteticamente, Marte  seria um planeta extremamente activo com todas as condições possíveis e imaginárias - do ponto de vista  geológico - para suportar a presença de água líquida na superfície. Até aqui os cientistas estão de acordo.

Mas, e se Marte foi exactamente igual ao nosso planeta Terra e, por vias de um cataclismo planetário derivado de ameaças exteriores múltiplas, a sua vida parou, morreu?...  

Será que no futuro a Terra poderá viver esse mesmo terror do passado em Marte?... Não o sabemos, sentindo apenas que este nosso vizinho terá vivido um verdadeiro inferno em implosiva transformação na mais completa e absurda esterilidade e, inviabilidade, de qualquer forma de vida em si.

É verdade que em termos mundanos (e mais ociosos talvez) de querermos saber mais sobre este planeta vermelho, ocorram as sempre questionáveis teorias dos marcianos serem os nossos ascendentes em árvore genealógica planetária, ramificada agora, nos seres que habitam e vivificam na Terra. 

E que outros seres - iguais ou diferentes -  planificam e calcorreiam ainda os solos e as planícies desertas de Marte. Do presente nada se sabe efectivamente. Só a especulação.

Infere-se de que persista em Marte essa mesma ancestral civilização - mais velha e mais sábia em termos tecnológicos - do que na Terra. Que hajam inclusive colonatos. De terrestres e marcianos. Que hajam cidades subterrâneas e uma outra realidade em sociedade de certa forma estranha e não totalmente entendida por nós, humanos, em hermético secretismo com objectivos pouco claros. Tudo é possível e o contrário disso. Não sabemos. 

O que sabemos é que há aproximadamente 4 biliões de anos Marte era um planeta potencial de vida; microbiana e não só...

De acordo com os investigadores da Cornell Uiniversity e outros associados, existiram no Antigo Passado de Marte intensas inundações de magnitude inimaginável há cerca de 4 mil milhões de anos. A prospecção feita no terreno marciano (no equador de Marte) pelo generoso Curiosity Rover, da NASA, veio dar luz às esperanças dos cientistas que sempre acreditaram poder ter havido «Vida em Marte».

Hoje concretiza-se de que, esta descoberta, sugere a possibilidade disso mesmo: Houve vida em Marte! A partir de agora todas as portas estão abertas a que se sonhe com uma possível reestruturação ou reformulação planetárias sobre Marte; sobretudo  tendo em conta que 72 países do planeta Terra  possuem inefáveis agências espaciais - 14 delas com uma poderosa capacidade de lançamento - tentando criar assim potenciais naves espaciais com ambiente auto-sustentável para futuras missões.

Sistemas de suporte de vida estão finalmente a ser construídos e, desenvolvidos, de forma a poderem ser mais eficazes na possibilidade de se fazerem Viagens Espaciais (de ida e volta a Marte) com tripulação humana, assim como a restante sustentabilidade necessária não só para essa viagem dos nossos futuros astronautas, como a sua habitalidade e permanência no planeta vizinho. 

Ficção científica?... Não. Apenas a realidade que agora se aclama e proclama em toda a máxima e feliz assumpção de termos acreditado que era possível e seríamos também nós capazes de tais proezas...


Curiosity versus Perseverance. Este último lançado do cabo Canaveral em 30 de Julho de 2020 (e ainda em viagem) está programado para chegar ao planeta vermelho em 18 de Fevereiro de 2021, segundo dados da NASA/JPL. Mais informação será recolhida então sobre os ainda muitos segredos de Marte, apesar de se não esquecer a prestável acção de Curiosity Rover (o robô Curiosity, da NASA) que forneceu até aqui preciosos dados sobre a cratera Gale.

Marte tal como nós...Terra

Muito se tem falado sobre a vida e não-vida em Marte; do seu passado até ao seu presente. Muitos cientistas afirmam-no agora com toda a clareza possível de que neste planeta árido e inóspito já houve vida. O robô Curiosity facilitou em muito essa criteriosa informação à sua equipe científica, dando as respostas há muito esperadas ou desejadas: a cratera Gale já teve lagos e riachos no passado antigo.

Esses corpos de água de longo fluxo e corrente, são os mais exímios indicadores de que esta cratera maciana - assim como o Monte Sharp dentro desta - tinham a capacidade de sustentar Vida Microbiana, de acordo com a definição dos investigadores.

A Geologia de campo que se estabeleceu no equador de Marte - executada brilhantemente pelo robô Curiosity, da NASA -  mostrou aos cientistas de que existiu um mega-fluente furioso - provavelmente desencadeado pelo calor de um impacto meteorítico, que libertou o gelo armazenado na superfície marciana - criando assim ondulações gigantescas que são estruturas geológicas reveladoras desse facto e por certo familiares ao conhecimento dos cientistas na Terra.

Daí que estes investigadores admitam ter havido «Inundações de magnitude inimaginável», uma vez que varreram a cratera Gale, no equador de Marte, há cerca de 4 biliões de anos.

A pesquisa que tem como título «Depósitos de enchentes gigantes na cratera Gale e suas implicações para o clima nos inícios de Marte» - e foi publicada em 5 de Novembro de 2020 pela revista «Scientific Reports» - determina (ou sugere) a possibilidade de ter existido vida lá.

Esta descoberta contou com o projecto conjunto dos cientistas da Jackson State University (JSU), em Jackson, no Mississippi; da Cornell University, Nova Iorque; do Jet Propulsion Laboratory (JPL) na Califórnia; e da University of Hawaii (UH), EUA.

Todavia essa faculdade ou essa sugestão dada pelo factor geológico em Marte, anunciando-se na actualidade que este planeta vermelho provavelmente terá sido habitável (e numa considerável extrapolação insinuar-se mesmo que seria habitado por seres nativos em corrente e factual civilização) há muito ainda por explicar. 

A ser verdade, para onde terão fugido se acaso lhes foi permitido tal?... Que vestígios terão deixado e que outros terão levado consigo para outros planetas? Que reminiscências deles terão ficado no planeta vermelho ou que outras estes terão consigo transportado para que uma outra civilização nascesse e dela não morressem todas as boas ou más vivências, todas as boas ou más consciências...???

Por todas estas e muitas outras questões levantadas é que os cientistas terrestres tentam ainda chegar a uma conclusão final que seja aceite por todos - pelo que o robô Perseverance (munido do helicóptero Ingenuity) ajudará com toda a certeza na recolha de mais valorosos dados nesse sentido, aquando a sua chegada em Fevereiro de 2021.

Por ora, o co-autor deste já citado estudo de seu nome Alberto G. Fairén - astrobiólogo visitante da Faculdade de Artes e Ciências - arremessa: "Nós identificámos mega-flores pela primeira vez usando dados sedimentológicos detalhados, observados então pelo Curiosity rover. Os depósitos deixados por essas mega-flores não foram identificados anteriormente com os dados do orbitador."

Como verificado na Terra, as características geológicas - incluíndo o trabalho da água e do vento -  foram congeladas no tempo em Marte por cerca de 4 biliões de anos. Esses recursos transmitem assim processos que moldaram a superfície de ambos os planetas no passado longínquo.

De acordo com o autor principal do estudo - Ezat Heydari - professor de Física na Jackson State University: "Este caso inclui a ocorrência de feições em forma de onda gigante em camadas sedimentares da cratera Gale - muitas vezes chamadas de «megaripples» -  ou anti-dunas, que têm cerca de 30 pés de altura e, espaçadas, cerca de 140 pés uma da outra.

O professor Heydari anuncia: "As Anti-dunas são geralmente indicativas de mega-flores fluindo no fundo da cratera Gale de Marte há cerca de 4 mil milhões de anos, sendo estas idênticas ou mesmo muito semelhantes às características formadas pelo degelo ou, o derreter do gelo na Terra, há cerca de 2 milhões de anos."

A causa mais provável da inundação de Marte terá sido o derreter desse gelo com o calor gerado por um Grande Impacto, que terá libertado por conseguinte dióxido de carbono (CO2) e Metano dos reservatórios congelados do planeta. O vapor de água e a libertação de gases combinaram-se então para produzir um curto período de condições quentes e húmidas no planeta vermelho.

A Condensação gerada formou dessa forma densas nuvens de vapor de água que por sua vez criaram chuvas torrenciais - possivelmente por todo o planeta, martirizando-o.

Essa enorme corrente de água terá entrado assim na cratera Gale então combinada com a água que desceu frondosamente do Monte Sharp (na cratera Gale) para produzir as tais gigantescas inundações já referidas que, por sua vez também, depositaram as cristas de cascalho na Unidade de Planícies Hummocky e as formações de bandas de crista e vale na Unidade Estriada.

A Equipe Científica do Rover Curiosity, da NASA/JPL, estabeleceu já perante o mundo, o nosso mundo, de que a cratera Gale já possuiu em si vastos e persistentes lagos e riachos no Passado Antigo de Marte. Novamente a certeza complementa-se com a explicação dada pelos investigadores:

«Esses corpos de água de vida longa são por assim dizer os mais factuais indícios ou evidências de que a cratera, assim como o Monte Sharp inserida nela, possam ter havido a capacidade de sustentar vida microbiana».

O Astrobiólogo Alberto G. Fairén conclui: "No início, Marte era um planeta extremamente activo do ponto de vista geológico. O planeta tinha as condições necessárias para suportar a presença de água líquida na superfície - e na Terra, onde há água há vida!"

E questiona ainda de modo provocador após a indubitável afirmação: "Então, no início, Marte era um planeta habitável. Era habitado?.. .Essa é uma pergunta que o próximo rover (robô) Perseverance ajudará a responder!"

Em Registo: toda a colaboração conjunta onde se incluem o professor Ezat Heydari e o astrobiólogo Alberto G. Fairén, conta também com Jeffrey F. Schroeder, Fred J. Calef, Jason Van Beek e Timothy J. Parker, do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA; e Scott K. Rowland da Universidade do Havai (UH), no Pacífico central pertencente aos Estados Unidos.

Os dados e todo o financiamento foram fornecidos pela NASA; Malin Space Science Systems; Jet Propulsion Laboratory e ainda pelo European Rsearch Council.


O Futuro: que perspectivas, que sonhos, que desafios enfrentaremos??? Estaremos preparados para o que Marte nos reserva?... Poderemos superar todas as barreiras, todas as enormes e indissociáveis diferenças deste planeta vermelho em nada benevolente e acolhedor como o nosso berço planetário que à distância observamos apenas como um pequeno ponto azul...?!

Em breve o saberemos, se não desistirmos de procurar soluções, aditamentos e afinamentos, entre outras resoluções, estabelecendo desde logo um consenso global entre nações sobre o que verdadeiramente queremos ou não queremos para Marte...

Marte: a nova Terra???
Supostamente que não.O nosso planeta, por muito que tivesse sido igual a Marte ou vice-versa, possui a idiossincrasia plena de se distinguir hoje com uma biodiversidade incrível que levou certamente muitos milhares de anos a se implementar - e a crescer e evoluir - consoante ditaram os tempos. Fazê-lo em Marte é talvez a mais difícil e desafiante tarefa que o Homem pode ter nas próximas décadas.

Há quem afirme mesmo que passámos da caneta ao computador e, em passo de gigante, da Terra para a Lua, e ultimamente para o espaço fechado da EEI/ISS (estação espacial internacional ou International Space Station) a cerca de 400 quilómetros dos nossos terrestres horizontes. 

Neste espaço, os designados astronautas unidos de várias nações cooperantes vão fazendo experiências e elaborando estudos sobre o comportamento das espécies orgânicas conhecidas em ambiente de micro-gravidade (desde o cultivo de tecidos e fungos até à compreensão do comportamento do fogo em microgravidade). 

Este laboratório orbital faz também a comparação dos mesmos com os já registados na Terra para que se saiba de facto quais as similaridades ou desigualdades existentes.

Na Área da Saúde os exemplos também são dignos de grande referência, tendo-se constatado os efeitos da perda de massa óssea em ambiente de microgravidade e após longos períodos vividos no Espaço.

(De registo: o ensaio experimental denominado «OsteoOmics» que vai investigar, exclusivamente, quais são os mecanismos moleculares que provocam essa perda óssea afectando assim a fisiologia humana no Espaço. Irão ser examinadas também a reacção dos Osteoblastos - células humanas que participam do processo de formação dos ossos - e dos Osteoclastos, os grandes responsáveis pela regeneração ou absorção dos tecidos ósseos pelo organismo).

Nestas Investigações Biológicas há a reportar de forma enfática o «Mobile SpaceLab» - instalação para a cultura de tecidos e células - que vai oferecer assim aos cientistas a plataforma perfeita para a pesquisa de sofisticadas experiências biológicas em microgravidade, nas quais está incluída a anteriormente mencionada OsteoOmics.

Na Terra ou no «Céu» é elementar a compreensão sobre estes efeitos, para que de futuro, em ambos os casos, se possa diminuir as causas registadas; como por exemplo no caso dos pacientes com perda óssea (na Terra) ou nos astronautas em futuras missões espaciais, na benevolência e eficácia de novos tratamentos que relativizem esses efeitos ou causas.

Combater Vírus com Fagos (Bacteriófagos ou Fagos são distinguidos como vírus que invadem e destroem bactérias): Descobertos em 1915, os fagos/bacteriófagos têm sido usados para combater doenças infecciosas, principalmente na Europa Oriental.

Com tipos crescentes de Super-bactérias - desenvolvendo de forma anómala cada vez mais a resistência a antibióticos -  deduz-se naturalmente que a «Terapia Fágica» seja ou tenha sido entendida como uma alternativa aos antibióticos tradicionais.

Outra conhecida propriedade exercida pelos Fagos é a sua potencialidade de eliminar bactérias nocivas sem causar danos em larga escala à «População Bacteriana» ou mesmo a acção benéfica do microbioma do corpo. O «Phage Evolution» - outra relevante experiência - tem o poder de examinar os efeitos da microgravidade e, exposição à radiação, nas interacções entre um fago e um hospedeiro bacteriano.

Entender melhor essa relação pode efectivamente de futuro resultar em novos desenvolvimentos por demais significativos ou muito importantes para a tecnologia e biotecnologia de fagos, auxiliando assim a que se proteja de forma mais eficaz e segura a saúde e bem-estar dos astronautas nas suas futuras missões - e, um dia, no desenvolvimento de medicamentos mais eficientes na prescrição e terapêutica apresentada aos pacientes da Terra.

A Investigação Saffire-IV (Spacecraft Fire experiment-IV) sobre as experiências de incêndio em naves espaciais, tem a intenção de analisar o desenvolvimento e, o crescimento de chamas, em diferentes materiais e condições na microgravidade. 

Desta forma absolutamente fiel, o Saffire-IV irá contribuir de futuro para intensificar os esforços de segurança contra incêndios em ambientes semelhantes na Terra, desde submarinos até locais de densa mineração. Ou seja, tem a capacidade fabulosa de fazer expandir o «Conhecimento Humano sobre o Funcionamento do Fogo» - algo que ainda nos está vedado ou talvez limitado desde que o descobrimos em tempos ancestrais...

À parte estas investidas na ISS de exaustivas e mui incisivas investigações que legitimam de imediato a nossa coragem e coerência de querermos saber mais e, com isso, estarmos alerta perante os futuros desafios que na Terra ou em Marte se nos colocam (ou nos muitos outros pontos planetários que possamos tecnologicamente abranger nas próximas décadas ou séculos), acresce-se dizer que existe ainda muito para além do que já foi elencado.

Para o efeito, existe assim desde 1989 um esforço colectivo internacional, de seu nome «ESA Melissa», cujo objectivo é realizar com que as futuras viagens espaciais feitas por humanos (quiçá dentro em breve por seres humanos comuns que não só astronautas) e de longo prazo, possam ser - em viagens de ida e volta a Marte - uma realidade. 

Formado por membros ou constituintes de cerca de 60 institutos académicos diferentes, este projecto propõe-se a ajudar os astronautas nas suas primeiras viagens espaciais a regenerar recursos, pelo que inicialmente apenas a estes se poderá permitir tal missão. Este projecto tem a designação de «Alternatina Micro-Ecológica de Suporte de Vida».

"O nosso objectivo é contruir a máquina de reciclagem definitiva." A afirmação de Rob Suters, o co-fundador do programa ESA Melissa que também exemplifica que «Estrategicamente, faz muito mais sentido desenvolver-se um sistema de suporte de vida fechado em vez de se construírem foguetões maiores trazendo-se tudo, mas esgotando-se o stock depois». Acrescenta ainda:

"Uma missão espacial a Marte leva cerca de três anos a ser concluída. Com uma tripulação de seis astronautas, cerca de trinta toneladas de suprimentos são necessários para a viagem de ida e volta. Isso inclui quantidades mínimas de água, nutrientes e oxigénio."

A Fundação Melissa pesquisa assim várias áreas diferenciadas entre si. Elas incluem desde logo a Gestão de Resíduos, a Reciclagem e a Modelagem Computacional Eficaz - no contexto geral, os domínios sectoriais que cobrem os muitos problemas evocados  e mencionados sobre a escassez de recursos, a produção de alimentos, a água e o ar puro.

Criar ou recriar um ecossistema no qual os seres humanos possam sobreviver beneficiando ou privilegiando as futuras viagens espaciais é o pretendido, seja para Marte seja na Terra, onde por vezes se debatem iguais problemas de recursos hídricos na escassez de água ou mesmo no ar respirável que por vezes não é de todo o mais puro, pelo que esta tecnologia daqui resultante poderá beneficiar tudo e todos. Aplausos então para o projecto e para a Fundação Melissa.

"O conhecimento e as descobertas são de relevância directa para a Terra porque, essencialmente, os desafios que temos no Espaço são idênticos aos que temos na Terra. Consequentemente, o mesmo acontece com as soluções que são projectadas para o Espaço,  muitas vezes com modificações, incluíndo o aumento de escala como é óbvio."

Os sistemas que reciclam águas residuais foram originalmente desenvolvidos pelos astronautas da Estação Espacial Internacional (EEI/ISS). De registar que estes sistemas estão agora em prática na criação de água potável em certas aldeias de Marrocos, em África, onde, como se sabe, a falta de água é uma constante.

Sistemas de Suporte de Vida Auto-Sustentáveis são agora a prioridade; dentro ou fora da Terra, pois novos são os tempos de mudança e transformação.

Impressionante mesmo, é termos a consciência exacta de toda a tecnologia desenvolvida para que, de futuro, o possamos fazer não só em termos ambientais de acrescidos benefícios inclusivos na Terra, mas, também fora dela, em Marte, ou onde nos próximos tempos outra tanta e diversificada/avançada tecnologia nos levar. Suters é peremptório:

"Todos nós somos viajantes espaciais à medida que o planeta se move através do Universo, e o nosso planeta é de facto a nossa nave espacial, excepto que obviamente a não construímos, mas ainda assim temos que cuidar dela. Precisamos de começar a tratar o nosso planeta da mesma forma que um astronauta trataria o seu precioso habitat espacial."

Penso que todos estamos de acordo. Primeiro a Terra e depois Marte. Primeiro os nossos deveres como cidadãos do mundo e de um planeta que não é nosso mas no qual todos nós habitamos, e só depois aquele tão desejado planeta vermelho como o primeiro e grande plano de viagem espacial após a «tomada» da Lua. Se «eles» nos deixarem; se «eles» nos não coarctarem as intenções, os votos e as lideranças de virmos a ser os novos conquistadores de um planeta que já tanto sofreu.

Somos todos astronautas. Pois somos. Mesmo sem o sabermos. Somos viajantes do Espaço há muito, mesmo que o não recordemos ou sintamos na totalidade em sapiência e emergência de um dia para lá termos de voltar em expansão cosmológica ou sequer em reintrodução de uma nova lógica que nos faz ser físicos e materiais mas também cognitivos e espirituais.

Sim, acredito piamente que um dia seremos todos astronautas, do que já fomos e vivemos e do que porventura realizaremos em novos espaços e novos tempos. Um dia lá chegaremos... e nesse dia talvez celebremos a boa-ventura que, afinal, sempre soubémos ter coexistido dentro de nós... «como a criança que existe em nós»... mas mais em forma de astronauta...

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