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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Sob o olhar de Deus

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(NASA, 6 de Agosto de 2018). A Imagem que vem do Espaço sobre os incêndios no Estado da Califórnia, Estados Unidos. O que a mente nos informa em horror e total antipatia do que a visão nos reporta, recuperando nós a velha frase de Confúcio que dita «Uma imagem vale mais que mil palavras», apenas se poderá dizer: Assim é!

Que dirão os deuses lá do alto...??? Ou aquele supremo-Tudo que tudo vê e, inspecciona na liderança e objectiva supremas da sua magna consciência cosmológica - e que provavelmente lhe expedita ou sussurra que talvez não tenha valido a pena ter projectado tão inferior e despicienda civilização - que tudo deixa à mercê sabe-se lá do quê, ardendo até ao limite quase ilimitado, todos ou quase todos os recursos do planeta Terra...

Brincando ao Aquecimento Global? Talvez. Muito provavelmente a resposta será sim, estamos a brincar mesmo com o fogo!!! Teremos tempo de o travar ou, de nos adaptarmos a um planeta que aquece como grelha no carvão sendo nós as sardinhas, as espetadas ou aquelas febras assadas que acabam esturricadas sem dó nem piedade?!

Se um churrasco nos pode ser do maior agrado em tempo de veraneio, que dizer de sermos nós, seres humanos, os distintos elementos sólidos e pouco degustativos depois, em toda essa carnificina planetária devido ao aumento da temperatura global e das alterações climáticas que muitos teimam em não considerar uma prioridade...?!

Os estudos comprovam-no. Os cientistas alertam-no, e nós, cidadãos comuns, vulgo idiotas que tudo emborcam como vinho avulso de garrafão ou de pacote de supermercado, apenas nos cingimos a confessar: «Ufa, hoje está mesmo um calor do caraças!!!»

Itália, Grécia, Portugal, Espanha (até na Suécia, imaginem!) e Estados Unidos, vivem a cada estação que passa - no Hemisfério Norte - a mesma e interminável saga de todos os verões em tóxica e exacerbada homilia pungente sobre os territórios martirizados, essa aflição, essa não-contenção de deixar arder tudo em volta.

E tudo isso, num espectro terrível e por demais desolador de, por vezes, se deixar arder tão vastas áreas que chegam a parecer continentes, tal a dimensão de, ano após ano, o Homem se deixar ostentar na fragilidade ou pura leviandade (já para não dizer mediocridade) com que encara os incêndios propagados. E assim vai ardendo o «nosso» planeta Terra...

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(NASA, 6 de Dezembro de 2017): a idêntica realidade norte-americana em pleno Inverno. Meio ano passado sobre esta espectacular mas inadmissível tragédia de incêndios florestais californianos, estamos na paralela vivência do que encima um planeta visto a arder; do Espaço.

Sendo esta realidade visível a 438 milhas (704.892672 quilómetros) acima da Terra (em 2017), estamos na mesma situação, em 2018. Nada mudou. Observava-se então intensas nuvens de fumo e cinza sendo empurradas para o Pacífico. (Imagem do satélite-Terra da NASA, em 2017) Estamos à espera de quê...? De que tudo arda??? De que o planeta expluda ou impluda??? De quê afinal???

Uma Realidade que se repete...
Já não se podendo falar única e exclusivamente da «canícula», ou daquela febril estação imersa sob altas temperaturas (Verão), averba-se assim de que, actualmente e em qualquer ponto do globo, a realidade possa estar a mudar efectivamente.

Já não se pode falar de sazonalidade sobre estes trágicos acontecimentos, pelo que as condições meteorológicas possam mudar, ser atípicas, ou inversamente retratadas fielmente nas suas características.

Os Incêndios Florestais causados ou perpetrados por mão natural ou não - da Natureza ou do Homem - o certo é que a perspectiva futura se consome e consolida, de novo, sobre centenas ou milhares de quilómetros; sobre centenas ou milhares de infindáveis hectares de terra ardida.

Algo que, se observa rigorosamente do Espaço, tal como olho gigante de um outro alguém que, apesar de silencioso e aparentemente inactivo, nos recrimina tais actos impuros... mesmo para aqueles que, cépticos, em nenhuma força maior acreditam. Para esses, o fim só está próximo quando a ceifeira lhes arranca a cabeça...

Por exemplo, os Glaciares na Argentina (América do Sul) estão a desaparecer a uma velocidade impressionante devido às alteração climáticas, mas disso ninguém fala ou parece esquecido de, uma realidade, que em breve nos mostrará as suas imensas garras afiadas no exponencial aumento dos mares sobre as faixas costeiras e litorais dos territórios do planeta.

Até lá, vamos cantando e rindo como simples patetas (ou apenas distraídos que somos ou tentamos parecer ser), a quem essas coisas do clima não fazem mossa ou não entram no nosso discurso ou quintalinho...

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(ESA, 12 de Julho de 2017) - Monte Vesúvio, sul de Itália: a idêntica imagem captada do Espaço que visam os incêndios, desde a ignição à propagação e contínua desflorestação territorial. Terrorismo ambiental, consequências da situação meteorológica agravada ou simplesmente a incúria dos seus habitantes (seja em que zona, região ou país se derem estes acontecimentos ou fenómenos), o planeta vai indubitavelmente aquecendo, invadindo de CO2 e Metano a atmosfera da Terra. E nada nos parece demover ou, comover, perante tanta desgraça alheia que no fundo é a de todos nós...

Controlar o Fogo
Actualmente, os investigadores e cientistas já assumem certas respostas para o acto do fogo em si; ou seja, resumem a compreensão das Reacções Químicas que têm lugar durante os incêndios que torna possível manter - em muitos casos - esse fogo sob controlo ou preveni-lo.

Para que um Incêndio Florestal ocorra é necessário haver a funesta conjugação de Combustível, Oxigénio e Calor; além dos factores adversos que, como é sabido, influenciam ainda mais negativamente estes factores, tais como, a baixa humidade, a mudança de ventos e as altas temperaturas - quase como que um triângulo demoníaco.

Este Triângulo de Fogo (combustível, oxigénio e calor) impulsiona tudo. Como todas as Reacções Exotérmicas, os fogos necessitam de energia para se desencadearem. A Ignição de um combustível líquido só se dá quando atinge a temperatura mais baixa à qual existe vapor suficiente para a ignição - O Ponto de Ignição.

Logo que se acende, o fogo produz calor suficiente para que a reacção prossiga. Mas, se o Combustível ou o Oxigénio forem removidos, o fogo extingue-se. Todos os homens de acção sobre o fogo o sabem. Há a referir ainda por mera curiosidade que, os Extintores de Incêndio, são concebidos para combater os os fogos atacando um ou mais lados do Triângulo de Fogo.

É sabido que existem muitos tipos diferentes de extintores. As Naturezas Química e Física do Combustível, assim como a dimensão do incêndio, são factores importantes a considerar quando se decide que tipo de extintor usar. A Água, é utilizada para combater muitos tipos de fogo. Funciona arrefecendo o fogo e, quebrando o lado-calor do tal Triângulo de Fogo.

(Nota importante!): No entanto, a água jamais pode ser utilizada nos incêndios/fogos sobre equipamentos eléctricos, sendo que um fluxo de água no óleo, apenas servirá para dispersar esse óleo espalhando o fogo.

Alguns métodos de luta contra incêndios tentam quebrar dois lados do Triângulo de Fogo, combinando então o uso da água - que arrefece o fogo com espumas - formando por sua vez uma grande camada que exclui o oxigénio.

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(NASA/ESA) - Grécia (de Junho de 2007 até Julho de 2018, a mesma realidade). Em Junho de 2007 a ascendência de 3 mil fogos florestais que radicaram no número de quase 7 dezenas de vítimas mortais e ceifou importantes partes do Parque Nacional Parnitha (5600 hectares). Em finais de Julho de 2018, essa outra realidade - «irmã» da anterior -  com a resultante tragédia de 93 mortos contabilizados na cidade mártir de Mati, na Grécia. Novamente a desolação, a destruição total. O horror de se morrer por entre fumo e fogo, chamas e terror, e um nenhum salvador que os retirasse daquele inferno...

(Uma calamidade helénica que não é única, se contarmos com a portuguesa realidade dos números de 17 de Junho de 2017 somados aos de 15 de Outubro desse mesmo ano em que se registaram em solo lusitano cerca de 114 pessoas que pereceram vítimas desse fogo mortal)

Meios de Socorro
Sem querer maçar ou criar tédio com grandes explicações científicas na abordagem sobre os fogos/incêndios - sejam ou não florestais - há a registar que, mesmo nos centros urbanos ou industriais, o combate é feroz por parte das entidades e equipamentos estabelecidos para o efeito.

Sabe-se que o CO2 - dióxido de carbono - é utilizado muitas vezes em extintores à base de água como gás propulsor; mas, por si mesmo, o Dióxido de Carbono é um extintor eficaz de todos os fogos localizados. Nos Extintores de Dióxido de Carbono, o CO2, mantido sob pressão, torna-se um gás mais pesado que o ar quando é libertado, actuando como uma cobertura inerte que exclui o oxigénio do incêndio.

Há a registar para maior informação (abstraindo parte dessa mesma informação por ser demasiado técnica) de que, os Bromofluorocarbonetos utilizados em alguns extintores têm vindo a ser abandonados porque representam fontes de radicais livres de Bromo que destroem (ou destruíam em tempos passados) a Camada de Ozono que protege o nosso planeta Terra.

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A Visão do Cataclismo Grego, em Mati (25 de Julho de 2018). 93 mortos e toda uma povoação arrasada do que até há pouco fora um quase paraíso na Terra. Na Europa há que tomar providências, em particular nos países do sul, apesar de, na Suécia (por conseguinte no norte europeu), se terem verificado altas temperaturas, atípicas portanto, no registo deste país escandinavo e sobre este ano de 2018.

(Até o sul da Europa ajudou com aviões para a Suécia, outra situação atípica - de não prevenção sueca - de quem não está habituado e não esperava ver o fogo a esventrar zonas frias ou geladas até aí pelos ditos «normais» incêndios florestais. As Alterações Climáticas fazem-se anunciar. Ah, e como fazem, e somos todos infelizmente testemunhas disso!)

Debelar incêndios ou a desgraça que fica no ar...
Por muitas medidas efectivas de Governos, Instituições ou Forças de Segurança conjuntas que se associem no combate às chamas e a tudo o que estas devassam, nunca é fácil o registo de se observar a destruição e a olímpica catarse sobre o planeta que tudo isso provoca. Lamentam-se vidas humanas e não só, de pessoas e bens, animais e sustento, por vezes, de uma vida inteira.

Não podemos ser complacentes com quem por mão criminosa ateia fogos, mas também não em relação aos fenómenos ditos naturais, que, muitas vezes também, são os únicos causadores da primeira ignição até à continuada propagação sem haver contenção de o refrear. As trovoadas secas, um raio perdido ou a simples junção dos tais elementos que fazem parte do triângulo de fogo que não podem nem devem ser subestimados.

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Um Bombeiro exausto, supõe-se. Ou lamentando-se por não poder ser Deus, ou algo que o transforme num ser superior de sobrenaturais poderes - parando o tempo e o espaço em que tudo ardeu num ápice - naquela sua maravilhosa até aí, cidade turística de Mati, na Grécia. A Protecção Civil não protegeu, não salvou. No fundo, tal como na realidade portuguesa de há um ano em que as chamas dançaram com o Diabo... e esta se fez aquele inferno já conhecido. Desta vez foi sobre helénicos sons de gritos de horror estancados pelas fagulhas e pela morte que vestiu de negro...

Elementos Preciosos
Água é precisa. Sempre. Mas protecção na indumentária rigorosa dos bombeiros também. Ou então de nada valeriam os seus esforços em proteger as populações e, a combater os fogos. O Vestuário de um Bombeiro tem obrigatoriamente de se cingir às normas internacionais caso queira ter sucesso na missão investida. Por vezes há que investir, para não lamentar mais tarde...

É sabido que todos os elementos são preciosos: Água das Mangueiras dos Bombeiros (para extinguir as chamas obviamente). Mas também as «salvadoras»  Escavadoras que abrem caminhos e quebra-fogos para impedir o incêndio de alastrar no terreno.

O Lançamento de Águas, contendo produtos químicos através de helicópteros e aviões próprios (Canadairs) para o efeito, no exercício efectivo de contribuição dos meios aéreos - tipificados no combate aos incêndios - sendo tudo (ou quase tudo) o que se pede. Ou exige.

Mas nem sempre se alcança, como no caso recentemente passado na Grécia, em finais de Julho de 2018, ou no ano passado sobre Pedrógão Grande, em Portugal. Há que fazer mais e melhor; se possível, tentar não cometer os mesmos erros passados...

Seja por Canadairs em Portugal, na Suécia ou na Grécia - e por Boeings, na Califórnia (EUA) - a emissão desse grande fluxo de água imbuída de produtos químicos, perfaz sempre um maior rigor no combate ao incêndio - ainda que haja sempre a necessidade de se lutar no terreno com força musculada de homens preparados para tal - bombeiros especializados - sobre a contingência local.

Como já se referiu, o Vestuário do Combatente (bombeiro) tem de ser apropriado - muitas vezes fabricado em fibra aramida - um material forte, de propriedades isoladoras que resiste a elevadas temperaturas de fusão, sendo de difícil combustão.

Nos Estados Unidos optou-se por uma indumentária que consiste em três camadas muito resistentes às difíceis condições que estes homens da paz e das chamas enfrentam. A primeira camada é revestida de: Metal Fundido (muitas vezes como variações do Kevlar em maior resistência ao calor); a segunda é de uma Barreira de Humidade (na garantia expressa de que nenhum químico ou líquido corrosivo entre em contacto directo com a pele), e a terceira consiste num revestimento ou camada térmica para maior protecção do indivíduo (fibras baseadas em Kevlar com a capacidade de absorver até 75% do calor).

Com temperaturas que chegam a rondar aproximadamente os 800 graus Celsius, é natural que se trabalhe arduamente na eficácia e segurança cada vez maiores destes bravos combatentes de incêndios. Todos lhes devemos isso alguma vez na nossa vida; se não por nós, por todos aqueles que já sofreram na pele o que é estar rodeado pelas chamas...

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(Grécia, ao largo de Mati....) A cadela Luke: Uma imagem que não deixa margem para dúvidas; qualquer dúvida. A resistência de simples sobrevivência de um pobre animal, de um pobre canídeo ou simpática cadelinha que assim se viu agarrar à vida, esperando que algo ou alguém a pudesse salvar daquela réstia de rocha «ou escombro» em que se viu remetida.

Salva pela segunda vez...
Esta imagem percorreu o mundo. E nós com ela. Com a linda e resistente Luke (que tem nome de cão) mas é uma poderosa e mui corajosa cadela que, recentemente adoptada, se viu depois ser resgatada de cima de um pedregulho, levitando sobre as mornas e cálidas águas após a turbulência dos incêndios que assolaram a  grega cidade turística de Mati com toda a sua força arrasadora.

A cerca de 30 quilómetros de Atenas, a doce Luke, estonteada pelo fumo cerrado e sem direcção que a fizesse tomar o rumo da casa dos donos, viu-se arrastar nas águas ao largo de Mati, esperando pacientemente que alguém a viesse socorrer como efectivamente aconteceu.

A cadela Luke teve sorte; muitas pessoas que ali também procuraram abrigo morreram afogadas sem protecção alguma das entidades oficiais deste país grego (um sentimento de aflição e abandono que partilho com a dor dos entes queridos dos feridos e mortos deste país, por óbvia solidariedade mas também cumplicidade e compreensão pelos meus feridos e mortos portugueses após semelhantes tragédias.)

Retornando à Luke: Neste momento já são águas passadas (as da aflição). Dona e cadela já se encontram bem, como vivas e felizes sobreviventes desta tragédia grega actual, depois de terem ambas embarcado no porto de Rafina para Atenas, a capital grega. Hoje são vedetas, ainda que ambas desejem apenas paz e sossego e apenas isso. Que vivam então em paz, deseja-se.

Há ainda a referir que -As Informações sobre o Resgate e a conjunta Fotografia de Luke - foram divulgadas pela Organização Grega de Protecção dos Animais - StreetDogs In Volos; Greece - tendo percorrido o mundo online onde, como é óbvio, teve a simpatia geral de todos nós.

Hoje, as redes sociais, por muito endemonizadas que estejam por razões que sobejamente conhecemos de desvios de comportamentos ou de más influências como uma espécie de adição pegajosa e maldosa, tem também este lado caridoso e lúdico de podermos constatar através da Internet que somos todos uma mesma coisa de um mesmo mundo em que, ou todos estamos a salvo ou todos morremos, consoante o destino ou previsão que nos estiver já conotado e reservado...

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A  Fornalha Planetária dos Incêndios Florestais e não só. Mais e mais incêndios a cada ano que passa. Desde 1980 que a temperatura média da Terra subiu cerca de um grau Celsius por causa do aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, lançado na queima de Combustíveis Fósseis. Teremos esquecido as energias renováveis...? Teremos abusado do que nos foi dado e arregaçado para agora tudo conspurcar...??? Não sei responder.

Negligenciado o Acordo de Paris em 2015, e reassumindo-se um caminho desviante do que inicialmente tinha sido proposto, que mais nos resta do que vermos o planeta insistente e desmesuradamente a incinerar connosco dentro?!... Quem quer colocar toda a carne no assador, «carne» que somos todos nós?!... Quem???

Aquecimento Global.
Para muitos são patranhas, falsidades, mestria de quem não tem nada que fazer do que apregoar aos sete ventos que tudo apenas se trata de uma estratégia económica entre países que comercializam e estatizam entre si as proporções de dióxido de carbono que cada um deles pode ou não fazer. Uma manha! Talvez sim, talvez não. Vamos a factos.

Do que foi estabelecido neste célebre Acordo de Paris que já foi colocado em causa, estimava-se em compromisso de honra - que abrange mais de uma centena de países - a não se excederem os dois graus Celsius (mantendo-se abaixo dos 1,5 aí reafirmados) na sequencial redução das emissões de CO2 até ao ano 2020.

Enfim. Veremos. Sendo que, 2020, é aquele mesmo ano em que Elon Musk nos augura voos turísticos espaciais de ida-e-volta entre Terra e Marte e vice-versa. Talvez que, a não consegui-lo na Terra, o façamos hipoteticamente no planeta vermelho para derretimento dos seus tão gelados pólos...

No pior cenário possível sobre a Terra, esta temperatura ascenderá em mais 5 ou 6 graus Celsius tornando-se provavelmente uma verdadeira estufa, um forno horrível do qual poucos ou nenhuns sairemos bem dele.

Ficaremos inicialmente com mais desertos, regiões áridas, savanas prolongadas, mares  e rios a secarem e toda uma panóplia geográfica diferente à que conhecíamos até aqui, com todas as consequências que isso acarreta.

Ou então, e em último reduto de sobrevivência humana, mudamo-nos todos para os pólos terrestres (Árctico e Antárctico) invadindo este território em migração maciça, da qual já não sairemos dela, uma vez que não há possibilidade de retorno. Ou isto, ou morremos todos assados! Completamente assados!

O Impacto brutal das Alterações Climáticas será tanto, que muitos especialistas aferem e inferem já que mesmo não ultrapassando os dois graus Celsius (mas chegando a estes) já se viverá na irreversibilidade dos súbitos e abruptos degelos das calotas polares, do aquecimento das correntes oceânicas, da desertificação de regiões húmidas, da subida dos mares e, de um inacreditável acervo de perturbações bacteriológicas que poderão resultar em inúmeros casos ou surtos epidemiológicos graves no planeta. Até à putrefacção. Até à morte. Enfim, um horror de futuro a supor-se haver futuro...

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(NASA, 1 de Agosto de 2018) Novamente as irrepreensíveis,  mas sempre catalogadamente trágicas e horríveis imagens da NASA  - captadas do Espaço - sobre os incêndios nos Estados Unidos; mais concretamente sobre a extensão florestal e territorial do Estado da Califórnia.

(O que os nossos olhos observam é terrífico demais para se acreditar ser verdade; porquanto isso, o Espaço devolve-nos essas imagens em asfixia e futura morte sobre nós, do que expelimos, empestamos e dejectamos para a atmosfera, através destes astronómicos incêndios que parecem não ter fim à vista...)

O Sul da Europa está em perigo como todos sabem, mas outros locais também não lhe escapam. O Aquecimento Global vai ser o túmulo de todos nós, sem esconderijo ou refúgio à vista nesta imensa e densa fornalha planetária, mesmo que com todos os esforços e medidas para se evitar o pior...

"O nosso artigo, é a primeira tentativa de resumir o risco dos sistemas da terra ultrapassarem  um ponto de não-retorno. Ou seja, mostra o risco de perdermos a resiliência da Terra e de ela passar de um mitigador do aquecimento global, como acontece actualmente, para um agente activo do aquecimento global." (Afirmação em tom explicativo de Johan Rockström, director executivo do Centro de Resiliência de Estocolmo, na Suécia, ao jornal Público)

Os Últimos Estudos
Johan Rockström co-autor de um artigo agora publicado na revista científica PNAS (em 7 de Agosto de 2018) - e elaborado em conjunto com Will Steffen e Katherine Richardson (desse mesmo Centro) e da Universidade Nacional Australiana e do Centro de Ciências Sustentável da Universidade de Copenhaga (na Dinamarca), respectivamente - especifica-nos o que este seu artigo compõe em aviso e alerta sobre o Aquecimento Global.

"Há cada vez mais dados científicos que mostram que se atingirmos um aumento de dois graus da temperatura média da Terra, podemos ter atravessado esse ponto de não-retorno. Mais cedo do que tínhamos pensado." Referencia-nos em sinal de alerta, este admirável investigador e cientista sueco, Johan Rockström.

O estudo vem-nos divulgar o que há muito suspeitávamos: Entre o final da década de 80 do século passado (XX) até aos dias de hoje (2018), a concentração de CO2 na atmosfera subiu cerca de 350 para mais de 400 partes por milhão (ppm). Ou seja, estamos fritos! Literalmente.

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Serra de Monchique, Algarve, Portugal: Uma enriquecedora e mui esclarecedora imagem, de quão podem ser diligentes e, resilientes, os intervenientes no circuito de operações no terreno; neste caso, as Forças de Segurança da GNR, destacadas para a Serra de Monchique no Algarve (além do destacamento também para o concelho de Odemira, Silves e Portimão, onde o vasto incêndio se veio alocar não dando tréguas aos seus combatentes).

(Estes, os Concelhos agora visados, por onde o incêndio de vastas proporções lavra há já vários dias, tendo o seu início no dia 3 de Agosto de 2018 até hoje, dia 8 de Agosto deste mesmo ano sem fim à vista. O ambiente é tóxico, dizem; e pelo que nesta imagem se observa, a verdade ainda está algures por descobrir mesmo que seja praticamente invisível de ser reconhecida...)

A Explicação Científica
O que os Cientistas nos dizem ou continuam a afirmar insistentemente, é de que, o CO2, tem a suma capacidade de absorver a energia radiada da superfície terrestre; e que, por sua vez, recebe o calor do Sol. Até aqui tudo bem, pensamos nós.

Quanto mais CO2 existe na atmosfera, mais calor é derretido provocando o tão mal-afamado «Efeito de Estufa». Há contudo outros gases que também retêm o calor, tal como o Metano, apesar de que é o CO2 o vitorioso na atmosfera, não só pela quantidade existente que é emitida para a atmosfera, como, pelo tempo de vida de cada molécula de CO2 no ar, fazendo deste o mais importante gás neste processo. Com o tempo, tudo se tem vindo a agravar como foi registado pelos investigadores.

O Aumento de Temperatura tem assim nefastas consequências para o planeta. E muita dessa nocividade registada, é motivada/causada pelos enormes e inúmeros incêndios implementados na Terra que se vão alojar na atmosfera. Mas não só. Nem que se fechassem todas as fábricas poluentes do planeta, haveria a remissão desse tumor tóxico sobre a nossa atmosfera...

Não sendo nem podendo ser minimamente travado este abrupto ou brutal Aquecimento Global, as consequências serão a breve prazo inevitáveis. Muito provavelmente haverá uma desaceleração da Corrente Oceânica do Atlântico - que leva a água aquecida dos trópicos para Norte - aferem de modo céptico os cientistas deste último estudo aqui focado.

Este impacto registar-se-à também na Antárctica, provocando por sua vez nesse local a armazenagem de águas mais quentes, seguindo-se a aceleração no derretimento dos seus gelos. Enfim, a catástrofe anunciada, como é reconhecido por muitos de nós.

Os Cientistas são peremptórios: «Este é um processo que deixa de ser reversível de acordo com o aumento da temperatura. Tal como o derretimento na Gronelândia,  estima-se que o Branqueamento dos Corais dos Trópicos e o derretimento do gelo,  da região Oeste da Antárctica sejam irreversíveis se a temperatura aumentar entre 1 e 3 graus Celsius.»

«Já o desaparecimento da Floresta Amazónica poderá acontecer quando a temperatura subir entre 3 e 5 graus Celsius. Acima dos 5 graus Celsius, os solos gelados do Norte da Europa vão derreter-se e, todo o material biológico conservado, vai apodrecer então, libertando toneladas de CO2 e Metano.»

Finalizando este reportório de futuro horror em face ao planeta e a todos nós, Humanidade, o prestigiado cientista Johan Rockström remata-nos a conversa e, os ímpetos mais negligentes, acrescentando em sua consciente mas assertiva opinião de exemplar investigador que é:

"O grande receio é que, mesmo que se consiga travar as emissões nos dois graus, alguns daqueles fenómenos já não sejam reversíveis e façam aumentar a temperatura, desencadeando um efeito dominó. A única forma de tentar impedir isso «é descarbonizar» de imediato o sistema mundial de energia, e alcançarmos um mundo livre de combustíveis fósseis; o mais tardar por volta de 2040-2050."

Algo que, por cepticismo ou realismo prático, muitos não conferem nem confirmam, sentindo que, nem que se fechassem todas as poluentes fábricas de carvão, de electricidade e outras que andam por aí mais ou menos clandestinas por todo o planeta, esta realidade se consumava.

Sendo todas elas, essas fábricas, nefasta e capitalmente emissoras destes tão poluentes gases (além obviamente os muitos incêndios registados que infestam a atmosfera) estamos perante uma incomensurável e insanável questão - ou inerente abjuração - assim como uma espécie de excomunhão ou anátema peçonhento que não sabemos de, de nós tirar.

Ou absolver (aos olhos de Deus), caso tudo dê para o torto, segundo os entendidos, e já não nos reste outra solução que procurarmos outro planeta para habitarmos e, para soltarmos, de novo, toda a nossa condição de seres poluentes, emergentes e descrentes; ou pior, insolventes de uma futura civilização...

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(Imagem captada pelo astronauta Alexander Gerst, da ESA/ISS). Atingindo temperaturas recordes no último fim-de-semana de 4 e 5 de Agosto (46,6 graus em Espanha e 46,4 graus em Portugal, segundo a WMO «World Meteorological Organization), a Península Ibérica sofreu os efeitos devastadores da onda de calor que entretanto se manifestou em toda esta zona peninsular. Do Espaço, mais concretamente da ISS, veio a mais premente opinião de quem, de longe, se comove com tamanha desolação...

"Após várias semanas de voos nocturnos, pude tirar fotos do primeiro dia da Europa central e da Alemanha. A visão é chocante. Tudo o que deveria ser verde é seco e castanho." (Afirmação do astronauta Alexander Gerst da ESA, que em missão na ISS, colocou no Twitter esta estrondosa e triste foto sobre Portugal).

Sob o olhar de Deus...
Sob o divino, estelar, ou complacente «olhar de Deus», estamos todos então à espera de um milagre, um simples e belo milagre que nos arrefeça a Terra e nos dê a feição (e contemplação!) de aqui continuamos assim... voltando a errar, a prevaricar, a exagerar e a fazer definhar tudo o que de belo esta Terra nos dá.

Quando sentirmos que a morte nos vem buscar, já nada sobrará... nem mesmo as perdidas almas que disseram afincada e indiligentemente que - O Aquecimento Global - era uma invenção dos cientistas... Eu apenas afirmo do alto da minha insignificância humana e terrestre:

«God is watching you! God is watching over us now!» Ou seja, estamos todos mais ou menos sob o franco, sórdido ou benemerente «olhar de Deus»; para o bem ou para o mal... para o melhor e para o pior, dentro ou fora deste nosso belo planeta que jamais foi nosso...

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