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domingo, 28 de setembro de 2014

A Alta Magia


Representação do Corpo Astral no Ser Humano

Que misteriosos poderes difunde esta denominada Alta Magia dos últimos séculos, na fusão de Ensinamentos Cabalísticos e Ocultistas? Haverá de facto essas três Leis da Magia que determina o ser humano detentor de forças psíquicas reais, «luz astral» e, uma correspondência cósmica - todas elas conjuradas pelas invocações rituais e mágicas?

Éliphas Lévi - E os Ocultistas Franceses
O Materialismo do século XIX originou dois grandes contra-movimentos: o Espiritismo e o Ocultismo. Enquanto o Espiritismo e os seus contactos mediúnicos com o Além se converteram num substituto da Religião, os Ocultistas procuraram atribuir uma base científica ao inexplicável, baseando-se nas tradições do Hermetismo e da Magia.
Em França, figuras de proa como Éliphas Lévi (1810-1875), Papus (1865-1916) e Estanislau de Guaita (1861-1897) definiram pseudo-cientificamente o Ocultismo como «Ciência Oculta».

Os «Iniciados»
As obras dos Ocultistas estão cheias de referências misteriosas e alusões incompreensíveis, que tinham o propósito de comprovar que os seus autores pertenciam aos Iniciados e, de dar a ideia, de que estavam na posse de Conhecimentos Ocultos.
O emprego de pseudónimos cheios de significado também servia o mesmo fim. Papus fundou muitas Ordens e revistas de Ciência Oculta, popularizando o Ocultismo com obras sobre os Ensinamentos Secretos da Cabala Hebraica, a Magia e o simbolismo das cartas de Tarô.

Invocação de Antepassados Importantes
Lévi - o mais influente dos Ocultistas Franceses - tentou fazer a fusão do Ocultismo da Antiguidade com a Ciência do século XIX e a Religião, considerando-se a si próprio um modelo do Mago erudito, à imagem de grandes figuras Renascentistas como Agrippa von Nettesheim (1486-1535) e John Dee (1527-1608).
Mais do que simples inovações dos mortos, os seus Rituais Mágicos tinham como objectivo reanimar os Espíritos e os conhecimentos dos nossos antepassados.
Durante uma visita a Londres ao seu amigo Edward George Bulwer-Lytton (1803-1873) - Ocultista e Romancista - Lévi invocou, com a ajuda de um Pentagrama, o espírito de Apolónio de Tianos (século I d. C.) - famoso Mago da Antiguidade.

As Leis da Magia
Lévi ensinou três leis fundamentais da Magia:
 1ª - A Lei da Força de Vontade, segundo a qual a vontade é uma emanação «material» do ser humano; uma Força Psíquica real, que produz objectos e que pode ser intensificada mediante Rituais Mágicos.
 2ª - A Lei da «Luz Astral», uma substância subtil semelhante ao éter, que enche o Universo. O conhecimento deste Elemento fundamental, permite a sua utilização.
 3ª - A Lei da Correspondência, que diz que cada factor do Cosmos tem o seu correspondente no ser humano. Estas Correspondências Exteriores podem ser conjuradas por meio de invocações Rituais e Mágicas.

Ocultismo e Decadência
Na sua obra principal, «Dogme et Rituel de la Haute Magie» («Dogma e Ritual da Alta Magia») - escrita numa linguagem cheia de floreados - Lévi tentou ressuscitar a Magia Ritual e, fundi-la com os Ensinamentos Cabalísticos e Ocultistas. Mas não chegou aos calcanhares dos seus célebres antecessores.
A Obra dos Ocultistas Franceses corresponde á paixão decadente «fin de siècle» pelos abismos da Alma, por forças misteriosas e sombrias num mundo cada vez mais industrializado. De resto, as suas actividades deram o mote à expressão literária desta tendência, como podemos então ver nas obras de Joris-Karl Huysmans (1848-1907) e de Charles Baudelaire (1821-1867).

Éliphas Lévi foi assim - como se já referiu - um dos Ocultistas mais eruditos e citados de França. Queria ser padre, mas a Igreja rejeitou-o devido à independência das suas ideias. No entanto, considerou-o sempre católico.
Lévi, um dos escritores esotéricos mais produtivos, escreveu mais de 200 livros! A maioria dos Movimentos Ocultistas e, em particular certos seus porta-vozes, ter-se-ão apoderado dos seus conhecimentos, embora não citando frequentemente a fonte.
Nomes como o do célebre escritor francês Vitor Hugo - que também se ocupou do Satanismo - terão seguido esta cartola de Lévi e, da sua obra «Dogme er Rituel de la Haute Magie».
Charles Webster Leadbeater, na sua obra de 1902 de «Man Visible and Invisible», representaria então o Corpo Astral de uma pessoa. À semelhança de muitos dos seus contemporâneos, Leadbeater dedicou-se ao Ocultismo.

Tendo ou não razão no que perspectivou na época, Lévi terá impulsionado assim uma nova vertente - ainda que em fusão destas duas em contra-movimentos como também já se referiu sobre a junção do Espiritismo e do Ocultismo. O que não se sabe, por muito que se especule, é se Lévi terá tido assim tanta relevância no que objectivou em especificidade de Leis na Magia. Algo se determina efectivamente consensual entre o ser humano e, por certo, uma força e interacção cósmicas. Agora, como se reproduz tal em indiciação ou ritualização, já é algo que nos transcende no que a Ciência e todos os desenvolvimentos extra-sensoriais no ser humano - e nos dias de hoje - se conceptualiza, sem que com isso se tenha de invocar espíritos ou situações menos claras. Mesmo apara além, dos Fenómenos Paranormais que também hoje se estudam, analisam e pontificam na sociedade moderna em que todos estamos inseridos. Ou quase todos. Assim sendo, só me resta finalizar com o que sempre afirmo de, a bem da Humanidade, tudo possa ser evidenciado, investigado e reiteradamente identificado. A bem da cultura, dos conhecimentos e ensinamentos desta mesmo Humanidade! Assim seja então!


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