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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A Vida além-Túmulo...

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Zodíaco de Dendera (em honra da deusa Hathor), no Egipto. Do glorioso Mundo Celestial - repleto de divindades e seres celestiais que se acredita terem povoado e habitado terras e céus do Egipto - ao Reino Celestial, na não menos faustosa circunstância das relações endogâmicas entre o Céu e a Terra; entre a civilizacional essência cósmica e a permanência uterina terrestre desses deuses, desses seres muito especiais que marcariam para sempre a sua existência em mística magia e poderosa sabedoria.

«Eu sou esta pura flor de lótus que ascendeu através da luz solar e se encontra no nariz do deus-Sol, Ré. Eu sou o puro lótus que ascende aos céus.»
                                                        - Livro dos Mortos do Antigo Egipto -

E a tudo as Imperecíveis Estrelas acolheram em que os falecidos habitando o Mundo dos Mortos (e ao lado de Osíris) subiam aos céus tornando-se igualmente essas mesmas Estrelas Imperecíveis, reunindo-se também ao deus-Sol Ré (ou Rá) na «Barca dos Milhões», durante a sua viagem através dos céus.

E tanto mais que a Vida além-Túmulo nos arroga, de AEC (antes da era comum) até à actualidade. E que Khat (a forma física) não perdurando, desintegrando-se após a morte, no que a parte externa se conserva pela mumificação, segundo o processo egípcio, e o Ka nos oferece em assimilação de poder e energia, bem-estar e alquimia, para que Ka e Ba fossem um só, em indestrutível Akh (Akhu, Khu ou Ikhu), que se transfigura na morte, e sobe aos céus para viver com os deuses entre as estrelas...

Mitos posteriores juntam as histórias de Ré e de Osíris, quando os dois deuses se encontram todas as noites no Mundo dos Mortos no decorrer da viagem do Sol através da escuridão.

Todavia, perguntar-se-à: Que escuridão seria esta...? A do limbo do céu espiritual ou a da negritude espacial com que ambos se teriam de defrontar?! E que viagem se inaugurava então? Que saberiam os Egípcios (além de Ré e Osíris) para que o além fosse mais do que a simples entrega carnal - e mortal - de seres eternos; na Terra e no Céu, sobre um reino e outro...?!

A Vida além-Túmulo é mais, supostamente muito mais do que à priori se conhece, não só do multifacetado sistema de crenças do Egipto como, provavelmente também, do que todos eles implicavam na vida e na morte.                   

Os Tronos de Ré ou Rá, são um bom exemplo disso. Mais do que túmulos, muito mais do que imaginamos na retórica histórica convencional, serão, por hipótese, as evocações na Terra do que do Céu proveio. As Três Grandes Pirâmides de Gizé provam-no e, as recentes descobertas, comprovam-no. Estamos perante a mais magistral obra dos deuses na Terra, do que em vida fizeram e nos quiseram deixar em seu testemunho...
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Alinhamento das Principais Três Pirâmides do Egipto em correspondência com o Alinhamento das Três Principais Estrelas da Constelação de Oríon. Segundo os investigadores, estas construções na planície de Gizé estão espectacularmente alinhadas, sendo uma acurada imagem espelhada das Três Marias (as estrelas Alnitak,Alnilam e Mintaka) que formam o cinturão de Oríon. Qual o fundamento, a funcionalidade prática ou a sabedoria astronómica deste alinhamento...? Qual o objectivo, a correspondência ou correlação das mesmas em alinhamento com Oríon???

«Ó Rei, és esta grande estrela, a companheira de Oríon, que gira pelo céu com Oríon, que navega o Duat com Osíris (...)»

O Mistério de Oríon...
A Mãe-Terra, casa identitária do ser humano, catalisadora de todas as emoções e, evoluções, foi-nos dada mas não consolidada em toda a sua origem. Do Mundo Celestial (Cosmos) para o Reino Celestial (Terra) em quase sistémico processo cósmico, a civilização egípcia regida por deuses magnânimos (faraós ou seres supremos), deixou-nos mais questões que respostas, tentando nós, ainda hoje, decifrar não só os extensos hieróglifos como todo esse conhecimento instado na Terra por eles, os seres superiores do Céu.

Os Tronos de Ré: As Pirâmides - O deus-Sol nasceu no primitivo monte de terra da criação. Dizia-se que este monte era representado pelas estruturas que são, sem sombra de dúvida, os monumentos mais conhecidos do Antigo Egipto. As mais bem conservadas e que resistiram até hoje datam do Império Antigo (entre a III e a V dinastias, 2675-2350 AEC) - todas elas situadas num raio de 20 quilómetros da antiga capital Mênfis.

À parte a intensa discussão ou debate sobre quem e como as terá construído, vem na actualidade impor mais outro tema que se mostra de facto pertinente: a interligação ou suposta interacção (ainda desconhecida por nós) que tem por base o alinhamento em correspondência com as estrelas, especificamente com Oríon. O mistério permanece mas as vozes não se calam.

Assim sendo, vários engenheiros, arquitectos, astrónomos, arqueólogos, historiadores e demais entendidos, debruçando-se sobre esta mestria egípcia, acabaram por chegar a conclusões espantosas:

No solstício de Verão, quando visto da esfinge (a Grande Esfinge), o Sol se põe exactamente no centro da Grande Pirâmide e da sua vizinha, a pirâmide de Quéfren. No dia do solstício de Inverno, visto da entrada da Grande Pirâmide, o Sol nasce exactamente do lado esquerdo da base da cabeça da Esfinge, passando esta até se pôr (ou colocar) do lado direito da sua base.

Sendo a mais velha estrutura radicada no planeta e à face da Terra, a Grande Pirâmide, é a mais correctamente orientada com os seus lados alinhados para o norte, sul, este e oeste, revelando-se um verdadeiro enigma de como com tanta precisão os Egípcios o fizeram em tão ardilosa geometria e quadratura perfeita em correspondência com as estrelas.

Geométrica e linearmente, estando a Grande Pirâmide ao centro da superfície terrestre (sendo considerada como estando no umbigo do mundo), os especialistas aferiram de que ela está no centro exacto da superfície terrestre do planeta, dividindo a massa de terra em quadrantes aproximadamente iguais.

O Meridiano terrestre a 31º a leste de Greenwich e o paralelo a 30º ao norte do equador, como sendo as linhas que passam pela maior parte da superfície terrestre e do globo, perfazem o que se estipulou de alinhamento perfeito nessa sequência. Daí que se observe que, no lugar onde essas linhas se cruzam está a Grande Pirâmide, no que os seus eixos norte-sul e leste-oeste se encontram alinhados com essas coordenadas.

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Alinhamento das Pirâmides na Teoria da Correlação de Robert Bauval. Segundo Bauval afirma, Gizé está a oeste do Nilo da mesma forma que Oríon está a oeste da Via Láctea e, na mesma proporção em que Gizé está para o Nilo. Sendo fundamental para Bauval a Astronomia, nada ele descurou apesar da constante mudança das estrelas (na sua declinação) ao longo das épocas. Hoje, através dos mais sofisticados programas de computadores, já é possível projectar o céu num certo «regresso ao passado», ou seja, reconstituir-se esse retorno do tempo sobre uma maior aferição mas também verificação da teoria defendida por Bauval.

A Teoria de Bauval
Vários Egiptólogos e Astrónomos têm corroborado da tese dos alinhamentos não terem sido erguidos por pura coincidência mas, por um objectivo preciso. De entre eles, Robert Bauval e Adrian Gilbert, ambos autores de livros sobre esta temática, ainda que tenham sido inicialmente Virgina Trimble e Alexander Badawy, os descobridores de que os «respiradouros» da pirâmide de Quéops apontavam para a Constelação de Órion (aparentemente com o objectivo de mirar a alma do rei morto em direcção àquela constelação).

Robert Bauval entretanto, deu o nome de Teoria de Correlação» (a espinha dorsal de toda a sua pesquisa), sobre a observação que fez dos alinhamentos das três pirâmides que segundo ele, eram a acurada imagem espelhada das Três Marias (Alnitak, Alnilam e Mintaka) que formam o cinturão de Oríon.

Bauval colocou a precessão das Três Marias e descobriu que, devido à sua proximidade no espaço e à sua grande distância da Terra, há cinco mil anos as estrelas apareciam exactamente do mesmo modo como são observadas ou vistas hoje (ainda que elas tivessem mudado em declinação obviamente), estando antes abaixo do equador celeste - a cerca de 10 graus de declinação.

Pela precessão mas também pela própria expansão do Universo, as estrelas vão mudando de posição. No entanto, retêm por vezes a sua forma característica por causa da distância que, no caso relativo às Três Marias, se traduz em aproximadamente 1,4 mil anos luz de distância da Terra. Tendo mudado a sua declinação e nascendo ou pondo-se em tempos diferentes, elas retêm a sua forma.

A Egiptologia tradicional está muito focada no Sol e na religião solar, no culto a Ré ou Rá (no centro de culto do Sol - Iunu - e de seu grego nome  Heliópolis ou «A Cidade do Sol»), onde o mito da Enéade ensinava que o poder criativo do Sol, na forma do deus Atum («o Todo»), criou todas as coisas. Como contraste, noutras versões do mito da criação, o próprio Sol foi criado juntamente com todo o resto do Universo. Em qualquer dos casos, O Sol é rei!

Daí que se clamasse essa mítica ou, essa prerrogativa estelar, em que o cosmos sempre presente também, se intuía num certo instrumento evocativo que fazia retornar ao tempo primordial; à génese ou origem das coisas. Acreditava-se (e possivelmente ainda hoje se acredita) que, o Duat (o mundo dos mortos), longe de ser uma tumba, será o ponto de partida do rei ou faraó morto de volta às estrelas, ao seu berço cósmico.

«Ré, estando associado a Aton, na forma de Ré-Aton, representa o Sol ao fim do dia. À medida que o Sol se punha a ocidente, pronto para ser devorado, Nut, a deusa do céu, mergulhava no Mundo dos Mortos (Duat). Durante a sua viagem nocturna pelo outro mundo, Ré defrontou as forças das trevas e do caos, lideradas pelo seu eterno inimigo Apep, ou Apófis, a gigantesca serpente do caos. Apófis ameaçava todas as noites devorar o Sol, destruindo assim a vida. A cada alvorada, depois de Apófis ter sido subjugada, Ré emergia vitorioso do outro mundo (em renascimento, ressuscitação ou regeneração?!) renascido a oriente, enquanto filho de Nut, por entre a vermelhidão do sangue do seu nascimento.»

Desta tradução egípcia em que Ré ou Rá se subleva, regenerando-se tal como alma renascida, tem o poder magnânimo da imortalidade, sendo veículo ou transmissor de uma outra realidade. Subleva-se então do que daqui se extrai: Almas que jazem e que partem...?! Almas que da origem regressam à origem?! Almas que renascem e que se revigoram. Ou apenas almas que sobre Órion se vislumbram na recordação etérea do que na Terra foram em toda a sua máxima compleição???

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A Grande Esfinge de Gizé. Personificando as grandes forças divinas do poder real, esta esfinge posta-se e prostra-se, admite-se, de forma algo protectora no meio da necrópole de Guiza ou Gizé. Inicialmente construída como um retrato do rei Khafé (Quéfren), da IV dinastia, este monumento sólido e deveras compacto (que só nas últimas décadas se teve a total percepção de toda a sua dimensão, no que foi entretanto escavado e revelado em maior predominância) passou a ser considerado por muitos como, uma manifestação do deus-Sol, do Antigo Egipto.

A Alma do Antigo Egipto
Os Egípcios acreditavam que o equilíbrio entre a ordem e o caos do Universo só podia ser mantido pelos deuses e deusas e o seu representante na Terra - o Rei ou Faraó.

Originariamente, estas divindades limitavam-se a representar aspectos do mundo natural - o Sol, o Céu, a terra e o rio - até que cada um deles desenvolveu, de forma gradual, uma personalidade e uma história mais complexa, no que simultaneamente todas as regiões do país foram embelezando as suas histórias e mitos sobre a sua divindade local.

Muitas divindades acabaram por partilhar títulos e atributos e, deste modo, surgiu o padrão altamente sofisticado de crenças religiosas que era tão característico do Antigo Egipto. Mas terá sido apenas isso...? Extrapolação dos poderes divinos (contados sobre um poderoso imaginário além os tempos) ou simplesmente a reiteração do que então viam e não conheciam que fosse deste mundo, deste seu terrestre mundo de toda e qualquer contenção?!

Sabe-se que, as Forças Divinas, requeriam um reabastecimento constante por intermédio do culto se se quisesse que garantissem a continuidade do Equilíbrio Cósmico. Em consequência disso, eram veneradas em representações pictóricas repetidas que adornavam tudo, desde templos monumentais a delicadas obras de arte. Assim sendo, denota-se uma determinada e mui pormenorizada sensibilidade artística incomum para a época.

Todavia, era acima de tudo na execução dos seus ritos diários nos templos que os Egípcios veneravam as suas divindades. Os templos eram «armazéns» do poder divino, que era mantido e dirigido pelos sacerdotes para o bem de todo o país.

O Sumo-sacerdote - sempre nomeado pelo Rei ou Faraó, o filho dos deuses - agia como mediador entre os mundos morta e divino; ou seja, entre um estado físico e outro espiritual, um terreno (ou terrestre) e outro cósmico. Ele e os outros sacerdotes e sacerdotisas que o rodeavam glorificavam as suas divindades com um fluxo constante de oferendas, música e danças, que se acreditava encorajarem o Espírito Divino a residir dentro dos limites do templo - essencial se se pretendesse manter a ordem cósmica...

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Templo de Hórus, em Edfu. Em Edfu, o palácio do Deus-Falcão exibem-se estelas maravilhosas que esculpidas na pedra nos denunciam estes fantásticos seres de grande influência sobre os Egípcios.
«O Senhor do Céu» e o deus do Oriente, assim era este deus-falcão. Hoje, à luz de todo o conhecimento poder-se-à perguntar: Quem seria este ser? De onde veio e por que na Terra (a Oriente) se implantou em conhecimentos e sabedoria num Egipto unificado de todas as forças, todas as divindades?!

O Senhor do Horizonte
O Sol sempre foi um factor determinante - e dominante! - na vida egípcia. Ele é o criador e ao mesmo tempo o destruidor, responsável pelo deserto estéril e pelas ricas plantações da planície inundada pelo rio.

No Antigo Egipto, o Sol era uma divindade suprema, muito embora tanto o Sol como o deus-Sol possuíssem inúmeras máscaras. Enquanto fonte universal de energia, a luz do Sol trouxe ordem ao caos das trevas; e quando a primeira aurora despontou sobre o primeiro monte da terra, assim começou a vida.

O deus-Sol assumia por norma a forma do deus Ré, cujo nome significa apenas «o Sol». Ré ou Rá é representado como um falcão, um carneiro ou um ser humano com cabeça de falcão ou de carneiro. A forma do deus mudava com a passagem diária do Sol através do céu. Ao amanhecer, o Sol era Khepri («O Que Está Em Expansão»), representado pelo escaravelho (que os Egípcios acreditavam que se auto-regenerava, uma vez que as crias surgiam do nada, de dentro de uma bola de excrementos onde eram incubadas).

À medida que o escaravelho ia empurrando essa bola de excrementos, Khepri era imaginado da mesma forma a impulsionar o Sol através do céu. O nascer do Sol a Oriente também estava associado ao deus-falcão Hórus («O Distante»), também conhecido por Horakhti ou Horemakhet («Hórus do Horizonte»). Os dois eram muitas vezes fundidos numa única divindade solar: Ré-Horakhti.

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Ré ou deus-Sol/deus-falcão Hórus («O Distante»). Quão distante seria...? Ou de quão distante terá vindo em suplante terrestre de sua magna inteligência, aprumo, ordenança e supremacia...?! Ré-Horakhti, o deus-Sol com cabeça de falcão, munido dos símbolos que representam o poder, irradiando força, superioridade na criação de todas as coisas, do Sol ao Universo...

As Batalhas de Hórus
O deus-falcão Hórus era o «Senhor dos Céus» e o deus do Oriente. Os seus olhos representavam o Sol e a Lua e, tal como Horakhti («Hórus do Horizonte»), ele estava associado ao deus-Sol na forma de Ré-Horakhti. Geralmente apresentado como um falcão ou como um homem com cabeça de falcão, Hórus era filho de Ísis e Osíris. Os seus pais haviam governado o Egipto em conjunto até Osíris ter sido assassinado pelo seu invejoso e ciumento irmão Set, o Senhor do Caos, que usurpou o trono.

Mas Ísis não desistiu. Desolada mas não conformada, reconstruiu o corpo desmembrado do seu esposo através da magia (poderes superiores e estelares?) e de seguida gerou Hórus, o filho de ambos. Ela criou então o pequeno Hórus em total secretismo. Já adulto, Hórus (Haroeris ou «Hórus mais Velho») mostrou-se determinado em vingar o pai e, a reclamar o trono para si como herança sua por direito próprio.

Na História das batalhas entre Hórus e Set, Hórus levou primeiro o seu caso à consideração dos deuses e todos eles apoiaram a sua pretensão - excepto o deus-Sol Ré, que acreditava que Set era um deus mais impetuoso e mais forte, devendo por essa razão conservar o trono.

Incapazes de chegarem a uma decisão unânime, os deuses apelaram à Grande Deusa Neit, que decidiu a favor de Hórus. Os deuses concederam-lhe prontamente o trono, mas Set contestou a sua decisão e desafiou o sobrinho para um combate físico. O resultado foi uma série de batalhas ferozes e sangrentas, representadas em relevos no Templo de Hórus em Edfu, no Egipto.

Durante os seus combates titânicos, Set arrancou a Hórus o olho esquerdo, que lhe foi restituído pela deusa Hathor (regeneração celular imediata?). Mais uma vez Hórus apelou a a Neit, enquanto Osíris falou a Ré do Mundo dos Mortos, ameaçando soltar os espíritos da vingança se não fosse feita justiça.

Perante isto, aos deuses só lhes restou finalmente devolver a Hórus o seu trono. Set acatou a decisão no que, a partir desse momento, utilizou as suas energias formidáveis - e temíveis! - para ajudar Ré a combater as forças das trevas...

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No pátio principal do templo de Edfu, o centro de culto de Hórus, ergue-se esta colossal figura do deus-falcão, usando a coroa dupla de um Egipto unificado. Tal como em grande parte do templo, esta estátua data do Período Ptolemaico.

O Palácio do Deus-Falcão
O Templo de Hórus em Edfu é o mais bem preservado de todos os templos do Antigo Egipto. Os edifícios actuais erguem-se no local da estrutura inicial do Império Novo, que foi construída ao longo do eixo-padrão este-oeste. No entanto, a maior parte dos edifícios que sobreviveram é relativamente tardia - a sua construção foi iniciada por Ptolomeu III em 237 AEC (anterior à era comum).

As partes interiores do templo foram terminadas por volta de 212 AEC por Ptolomeu IV e Ptolomeu VIII completou a sua decoração por volta de 142 AEC. Ptolomeu IX mandou acrescentar mais alguns pormenores, sendo que a decoração exterior só foi completada por Ptolomeu XII em 57 AEC.

Como é sabido, o templo possui uma estrutura associada aos rituais que rodeiam o nascimento do deus Hórus - esculpida com cenas que exibem as figuras do faraó Ptolomeu VIII (170-164 AEC, 145-116 AEC), da sua mãe, esposa e filho acompanhados pelo deus Bés, que estava associado ao parto.

Também existem cenas referentes à união divina entre o deus Hórus e a deusa Hathor, um enlace celebrado em Edfu durante o festival anual denominado «Festa do Belo Encontro».

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Voltando ao Reino Celestial: o conhecimento da Astronomia no Antigo Egipto. Este, o famoso Zodíaco de Dendera (e uma série de esquifes romanos) retratam Nut rodeada pelos signos do zodíaco recém-chegados ao Egipto. Note-se que, a Astrologia, só chegou ao Egipto durante o Período Ptolemaico, inspirada por uma combinação entre as crenças babilónicas e as gregas.

O Reino Celestial sob papiros mágicos...
Os Egípcios estudaram os movimentos da Lua e das estrelas em observatórios situados nos telhados dos seus templos, e alguns dos sacerdotes eram formados em astronomia para garantir assim que, os rituais necessários eram realizados à hora correcta.

Os Motivos Estelares eram muitas vezes utilizados para embelezar os tectos tanto dos templos como dos túmulos. Muitas dessas decorações retratam Nut, a deusa do céu, como uma mulher coberta de estrelas estendendo as mãos por cima da superfície da Terra (sendo assim a «enviada» dos deuses para a Terra?) - onde ela é mostrada com frequência a realizar um acto semelhante de protecção junto dos mortos na parte inferior da tampa dos seus caixões.

Também se julgava que os próprios mortos se levantavam para se reunirem às fileiras de «Estrelas Imperecíveis» (cosmos) - uma expressão usada para designar as estrelas em torno da Estrela Polar, que eram visíveis no Céu nocturno em todas as alturas do ano. Esta crença é referida pela primeira vez nos «Textos das Pirâmides», do Império Antigo.

Por alturas do Império Médio, as tampas dos sarcófagos eram decoradas com calendários ilustrados com imagens de estrelas, em especial Sótis (Sírio, a Estrela Cão), cuja ascensão - a 19 de Julho - coincidiu com o início da inundação do Nilo, assinalando assim o Ano Novo egípcio.

Por alturas do Império Médio, os Egípcios também já haviam identificado 5 planetas e representavam-nos, tal como o Sol, com a máscara de vários deuses navegando nas suas barcas através dos céus: Marte era «Hórus do Horizonte», ou «Hórus, o vermelho»; Júpiter era «Hórus, o Touro do Céu», Mercúrio identificava-se com Set, e Vénus era o «Deus da Manhã».

Os Egípcios identificaram muitas das constelações que conhecemos actualmente, embora achassem que elas representavam imagens diferentes. Oríon - uma das constelações mais importantes da Astronomia Egípcia - era vista como um homem a segurar num bastão, identificando-se por conseguinte com o deus Osíris.

Existe ainda a teoria que afirma que, as Três Pirâmides de Guiza (Gizé) foram construídas de forma a alinharem com a Cintura de Oríon, como acima foi referido no texto.

Papiros Mágicos do Período Ptolemaico (período tardio) também exibem auspiciosos signos de estrelas, existindo assim uma grande variedade de obras astrológicas atribuídas a Tot (o deus da escrita, em revelada «escrita sagrada gravada» por volta de 3100 AEC) na sua máscara greco-romana com o nome de Hermes Trismegisto.

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Vale dos Reis: onde tudo acaba e posteriormente começa; seja nas almas que procuram a sua origem, seja nas escavações que revelam ao mundo essa outra preparação - e percepção - para a vida além-túmulo...

«Vale dos Reis: À medida que o Sol se afundava nas Colinas Tebanas no horizonte, a oeste, As Almas dos Mortos mergulhavam no eterno abraço de Hathor - a deusa do Ocidente - que de uma maneira geral, era mostrada a emergir da encosta da colina no seu local sagrado de Deir el-Bahari.»

Aqui, o faraó da XI dinastia - Nebhepetré Mentuhotep II (c. 2008-1957 AEC) foi deposto para repousar no seu túmulo sob o seu templo funerário, rodeado por 6 sacerdotisas da deusa, que protegeriam o seu espírito.

Os posteriores faraós do Império Novo, desde Amen-hotep I até Ramsés XI, também associaram Deir el-Bahari e Hathor, mas rectificaram a disposição anterior, mandando então construir um templo e um túmulo separados; os seus templos funerários, virados para o rio, permanecem extremamente visíveis, a passo que os seus túmulos opostos foram construídos em vales no outro lado das colinas.

O Vale Principal - baptizado com o nome dos faraós que aí estão sepultados, no interior das suas profundezas silenciosas - está assinalado pela sua forma natural, em pirâmide, do Pico Tebano (um rochedo conhecido dos Egípcios pelo nome adequado de Meretseger, ou «Aquela Que Ama o Silêncio»).

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Múmia de Ramsés II (O Grande) -  faraó egípcio que governou aproximadamente entre 1279 a. C. e 1213 a. C., como terceiro faraó da XIX dinastia; uma das dinastias que compõem o Império Novo. O soberano egípcio foi um grande construtor e simultaneamente um grande lutador, reinando cerca de 67 anos. Encontra-se actualmente em exposição no Museu Egípcio do Cairo, no Egipto.

Túmulos que escondem Múmias...
Os Túmulos, escavados na rocha e com soberbas decorações, incluem as gigantescas câmaras funerárias de Tutmés III, Amen-hotep II, Horemheb, Seti II e os posteriores faraós de nome Ramsés.
Os cortesãos privilegiados, tais como Iuia e Tuia, também eram ocasionalmente sepultados aqui, como um sinal de grande honra.

No caso de Iuia, sogro de Amen-hotep III (c. 1390-1353 AEC) e bisavô de Tutankhamon (c. 1332-1322 AEC), aquando da descoberta do seu caixão, registou-se ser a múmia egípcia que melhor se conservou, mantendo ainda intactas as pestanas, as sobrancelhas, o queixo com barba, as unhas das mãos - cuidadosamente arranjadas - e o cabelo louro.

No caixão dourado de Iuia onde a sua múmia se inseria, estando a cabeça coberta por mais uma máscara funerária dourada, foi visível o pormenor e o rigor em que, os olhos embutidos e contornados a azul, evidenciavam traços de cosmética. Além de um riquíssimo adorno com jóias visível sobre o peito, no que se tornava relevante ser portador dessa mesma riqueza.

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Tumba de Vale dos Reis, um túnel de 174 metros de comprimento, onde se adensa na profundidade de uma câmara funerária pertencente ao faraó Seti I (da décima terceira dinastia), pai de Ramsés II, um dos mais destacados governantes do Egipto. Nesta câmara encontraram-se as múmias do seu filho e do seu pai, Ramsés I. Posteriormente todas estas múmias foram trasladadas para outro esconderijo em Deir al Bahari para assim se protegerem de eventuais roubos ou saques dos ladrões de tumbas.

A Vida Além-Túmulo...
Na crença egípcia, a preservação do cadáver - mumificação - era fundamental para a continuação da Vida após a Morte. Nos primórdios da História do Egipto, os corpos eram simplesmente colocados em covas de areia, onde eram dissecados e, preservados de forma natural, pelas condições climatéricas quentes e secas.

Assim que as práticas funerárias entre a elite da população se tornaram cada vez mais sofisticadas, os túmulos rectangulares («mastabas»), construídos de propósito para o efeito, substituíram o sepultamento na areia, e a preservação natural cedeu o lugar às técnicas artificiais de conservação. A própria palavra «Múmia» deriva de «Moumia» - a palavra persa para designar «betume», a substância que em tempos se acreditou, erradamente, ser utilizada pelos Egípcios para a preservação dos corpos.

À medida que o Processo de Mumificação se tornava mais refinado e, elaborado, todos os órgãos internos (excepto o coração e os rins), eram removidos e preservados em separado no interior daquilo que se conhece como «vasos canopos». Entretanto, o corpo estripado, era seco depois de ter sido coberto por uma camada de carbonato de sódio. Em seguida, o cadáver era lavado e purificado, cosendo-se a incisão e untando-se a pele com uma variedade de óleos, especiarias, ervas aromáticas e resinas.

Por fim, o corpo era envolvido em finas ligaduras de linho. Instruções inscritas n`O Livro dos Mortos - o «manual» egípcio para assegurar um enterro condigno ao morto e a sua passagem segura para o paraíso - relatam que o morto tinha de estar «puro, limpo, vestido com frescas roupas de linho e ungido com o melhor óleo de mirra», para poder assim entrar na vida além-túmulo...

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Imagem de um dos dois fetos do sexo/género femininos mumificados (apresentando um 5 meses de gestação e outro 9 meses) e que foram encontrados no túmulo de Tutankhamon por Howard Carter (no seu túmulo, em Luxor, na data de 1922), pelo que cientistas do Cairo, em 2008, se prontificaram a analisar o ADN, rectificando ou estabelecendo a consanguinidade dos mesmos em relação a Tutankhamon. A análise foi surpreendente.

Nesta realidade tomográfica actual efectuada pela Faculdade de Medicina do Cairo (soube-se mais tarde) que ambos os fetos, contendo ainda intactos alguns órgãos internos assim como os respectivos cordões umbilicais, apresentavam anomalias graves (possivelmente pela união consanguínea dos progenitores que em muitos casos eram irmãos e casavam entre si).

No caso do feto maior (de 9 meses) a Deformidade de Sprengel - doença rara e congénita. O feto menor (de 5 meses), a ocorrência de uma luxação vertebral, espinha bífida e escoliose; uma tragédia anunciada, portanto.

Quanto ao ADN ser correspondente ao de Tutankhamon (uma vez que houve a partilha tumular entre eles), a resposta ficou no «Segredo dos Deuses», pois os cientistas nada concluindo - ou não o querendo partilhar com o resto do mundo - acharam por bem dar por finalizadas as investigações forenses não admitindo poder tratar-se de eventuais «filhos» do tão famoso faraó ou Senhor dos Deuses que também precocemente faleceu sobre terras do Egipto.

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A pesagem da Alma: Anúbis avaliava sempre a veracidade das negações, pesando o seu coração (o do morto) - a base do pensamento e da consciência - em confronto com uma pena que representava Maet (a Verdade). Se o coração e a pena apresentassem igual peso, declarava-se o morto «verdadeiro de expressão» e «justificado». Tot registava o julgamento e Hórus levava o falecido até ao trono de Osíris (de onde passaria para a bem-aventurada vida além-túmulo). Se o coração estivesse pesado e cheio de pecado - e a balança pendesse - era lançado a Ammit, um monstro híbrido que aniquilava os malfeitores, devorando ferozmente os seus corações...

Um Processo algo perturbador...
Enquanto os embalsamadores enfaixavam o corpo, neste já longo e minucioso processo de embalsamento, colocavam-se então amuletos protectores por entre as ligaduras, ao mesmo tempo que os sacerdotes recitavam os encantamentos necessários para activá-los.

A seguir ao processo tradicional de Embalsamento, que durava 70 dias, o cadáver - completado com a sua máscara funerária, que retratava o morto enquanto vivo e jovem - era colocado no seu esquife. Estava então pronto para o cortejo ritual do funeral, acompanhado por sacerdotes, dançarinas muu, carpideiras e escravos, que transportavam todo o equipamento funerário necessário.

Diante do Túmulo, e por entre nuvens de incenso purificador, os sacerdotes realizavam a cerimónia de «Abertura da Boca», essencial para reanimar o Ka (alma, criada pelo deus Khnum) e os sentidos do morto.

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O Livro dos Mortos (produzido cerca de 1285 AEC e, para um escriba real Hunefer), relata-nos a transformação do morto num Akh (resultado da união do Ka e do Ba, a parte imortal, o ser radiante que vive dentro do Sahu, o corpo espiritual) - um espírito que podia ajudar os seus parentes vivos. Numa câmara do Mundo dos Mortos (denominada «Sala das Duas Verdades»), o morto era conduzido por Anúbis até à presença de Osíris (o supremo juiz dos mortos e de 42 deuses assessores).

O Duplo, a Alma e o espírito (Ka)
Acreditava-se que, o barulho e o movimento da música e das danças, reactivavam os sentidos da audição e da visão; o incenso e as flores despertavam o sentido do olfacto, e as oferendas de um sortido de peças de carne e de vinho que o morto comesse e bebesse na vida além-túmulo.

A Fórmula-padrão de oferendas recitada durante esta cerimónia rogava para o morto «um milhar de todas as coisas boas e puras para o vosso Ka, e todo o tipo de oferendas de que vivessem os deuses».

A Múmia, reanimada, era então deposta para repousar no seu túmulo rodeada de objectos funerários, que iam de utensílios usados na vida quotidiana até àqueles concebidos especificamente para o funeral, tais como «O Livro dos Mortos» e outros textos funerários instrutivos, e «shabits» (estatuetas mágicas que se acreditava regressarem á vida e agirem como escravos do seu proprietário).

Terminado o funeral, o morto iniciava uma viagem arriscada, partindo do seu túmulo e percorrendo o Mundo dos Mortos - que culminava no seu julgamento perante o trono de Osíris, o Senhor dos Mortos.

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A Descoberta em 2017: Dois Túmulos encontrados no Vale dos Reis - na necrópole de Draa Abul Nagaa (nas margens do Nilo) - com aproximadamente 3500 anos. Um achado magnífico, sem dúvida! Dois antigos túmulos de Luxor (que remontam à época do Novo Reino, na 18ª dinastia egípcia) e que, segundo os arqueólogos, pertencem a elementos da nobreza ou, a altos funcionários, devido à ostensiva riqueza neles evidenciada.

A Descoberta em renovada análise...
"É verdadeiramente um dia excepcional!" - Afirmação do Ministro Egípcio das Antiguidades - Khaled al-Anani - que acrescenta que os túmulos privados da 18ª dinastia já eram conhecidos. Mas, é a primeira vez que se entra dentro dos dois túmulos, asseverou ainda, convicto da informação.

Os achados em elevado estado de conservação (para além dos já referidos muito ricos artefactos encontrados), contam-se uma múmia, diversos ossos, máscaras e estatuetas de madeira. Um colosso para a investigação egípcia mas também para o mundo, admite-se.

Os Túmulos agora dados a conhecer ao mundo já haviam sido descobertos pela arqueóloga alemã, Frederica Kampp, na década de 90 do século XX, mas só agora vão ser devidamente estudados. Já em Setembro passado e sobre este mesmo ano de 2017 se instou pelas entidades governamentais egípcias de, na cidade de Luxor, no sul do país, se encontrarem muitas mais múmias aí sepultadas da época faraónica de há mais de 3500 anos.

O Governo do Egipto realçando esta descoberta (num hercúleo esforço para revitalizar o sector do turismo e dos Historiadores/Antiguidades na profusão de um maior entendimento e até correlação de interesses, vem assim legitimar que esta descoberta possa finalmente impulsionar algo que estava adormecido; até porque, por atentados recentemente orquestrados pelo Daesh (e não só) que terão afastado viajantes e turistas deste meio, houve de facto o desequilíbrio na balança comercial - não a de Anúbis - mas a de toda a economia nacional.

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Uma das mais magníficas fotos da NASA e do telescópio espacial Hubble sobre a nebulosa Cabeça de Cavalo, no Cinturão de Oríon, situada a 1500 anos-luz de distância da Terra. Terá sido esta a imagem de paraíso que os Egípcios viram aquando a sua transladação para os céus....? Oxalá que sim, e como tal, se tenham maravilhado com tão bela paisagem estelar nessa sua passagem terrena... para a tão desejada e eterna nova vida de todas as almas possíveis...

«Que a vossa Alma viva e que possais passar milhões de anos, é amante de Tebas, com o vosso rosto virado para o vento norte e, com os vossos olhos, observando a Felicidade.»
           (Inscrição existente numa taça de beber de Tutankhamon que expressa o desejo supremo dos Egípcios)

O Paraíso: em visão e em entrega
O objectivo supremo dos Egípcios era viver para sempre na sua amada terra natal. Nada a opor. É certo que terão imaginado possivelmente um paraíso eterno como uma simples continuação das suas vidas na Terra, ainda que com pouco requinte.

Na idealizada Vida além-Túmulo, as imagens dos «shabits» executariam todo o trabalho manual - maquetas pormenorizadas colocadas nos túmulos, representavam muitas vezes o tipo de actividades que desempenhariam. As colheitas seriam fartas e a seca e as doenças seriam inexistentes. Os Mortos e as suas famílias desfrutariam de banquetes e de viagens de barco, ou então, descansariam nos seus jardins floridos.

Para ajudar os mortos a alcançar a eternidade abençoada, os textos funerários funcionavam como uma espécie de guia de viagem para a vida além-Túmulo. Dos mapas do Egipto que sobreviveram até aos nossos dias, os mais antigos são aqueles que representam a rota para a vida além-túmulo em textos conhecidos como: «O Livro dos Dois Caminhos», que se pintavam no interior dos esquifes do Império Médio.

Os Encantamentos posteriores de: O Livro dos Mortos do Império Novo intitulam-se: «Feitiço para não Morrer Uma Segunda Vez», «Feitiço para Não Apodrecer e para Não Trabalhar na Terra dos Mortos» (o que fica sempre bem); e «Feitiço para não Ver Retirada a Vossa Magia» - assim como os «Feitiços de Transformação», que mudavam as formas dos falecidos para facilitar a sua passagem através do Mundo dos Mortos.

Os Textos Funerários apresentam vários conceitos de paraíso. Por conseguinte, os falecidos podiam habitar o Mundo dos Mortos ao lado de Osíris; ou subir aos céus para se tornarem uma das Estrelas Imperecíveis; ou então reunir-se ao deus-Sol Ré ou Rá na «Barca dos Milhões», durante a sua viagem através do céu.

Da escuridão para o Sol, ou do negro do espaço para a Luz eterna, tanto os Egípcios como o restante de nós, em crença ou em mito, vamos aguardando esse infinito que tanto podem ser a causa como o efeito, de tanto por ele se ter esperado e, enfim, merecido condigna e fervorosamente...

Na Morte ou na Vida além-Túmulo, só teremos de o aguardar, de o acreditar em nós próprios (independentemente das crenças ou do vazio das mesmas) se os deuses quiserem e o nosso coração e penas nos não pesarem... E então a viagem será fantástica... na consumada realidade eterna do que faremos e, possivelmente sentiremos, de outras vidas passadas - e quiçá futuras - de um Ka eterno também. Sejamos dignos, e tudo nos será concedido pelos deuses e não só...

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