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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Portais Mágicos (IV)

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Cromeleque/«Cromlech» dos Almendros, Évora - Portugal. O Lugar do Imaginário, em Portugal: O mais feérico paraíso de um encontro entre o Homem e o território, entre o seu estado físico e espiritual («Ka» e «Ba», segundo a crença egípcia), subdivididos - todos eles - entre o Céu e a Terra...

"A Imaginação é tudo, é uma visão prévia de todas as atracções futuras da vida."
                                                         - Albert Einstein (1879-1955) -

Da visão macro-territorial ou paleocartográfica de Marcadores Territoriais à de uma Sinalética Mágica para a Transumância (para além do complemento de «miras» astronómicas de que existencialmente se pontuavam), poderão estes cromeleques ter sintetizado a perfeição do Cosmos?

Se sim, poderá essa Sinalética Mágica - cósmica e indiscutivelmente intemporal para o ser humano actual - servir-nos, tal como antigamente, para a transposição do espaço e do tempo como Portal Estelar na Terra???

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Alvão (Trás-os-Montes), Nordeste de Portugal: Paisagem de Montanha, espaçado e endossado no horizonte como paraíso dos deuses na Terra. Dos Cromeleques às Arcaicas Paisagens, essa idêntica realidade de pouso e pousio de deuses que o não são, mas antes, homens e mulheres de outro tempo, aquele tempo em que já não sabemos se existimos...

E, saber das coordenadas era necessário; tão necessário quanto os caminhos cósmicos de portais ou buracos do tempo por onde terão entrado e saído como jograis de outros tempos ou saqueadores de almas perdidas que nem no espaço nem no tempo encontrados por «eles», esta terra se viu emergente...

Da Bretanha a Portugal, a mesma realidade...
Marcadores Terrritoriais (lugares de grande importância mágico-religiosos); Observatórios Astronómicos (púlpito de grande gnómon e calendário cósmico); Recintos Mágicos (em inescrutáveis rituais de purificação); Função Social (de comercialização e ligação entre as comunidades) ou rede de Sinalética Mágica (ou estelar?) para a transumância, é algo que, à semelhança de Stonehenge (Bretanha), estará no segredo dos deuses tanto em Portugal (nos cromeleques dos Almendres e do Xarez, entre outros) como em Stonehenge, em bastião britânico.

E, havendo a incursão, influência ou mesmo ingerência desses deuses, esses tão míticos seres dos céus que na Terra se deram a conhecer, sentir-se-iam mais próximos destes, os da Terra - homens e mulheres do Neolítico Antigo - no que terão evocado através destes recintos, através de todos estes caracteres? E no decurso terrestre do que sabiam estar a apelar, a clamar e, a endeusar simbolicamente aos céus, terão assim sido ouvidos...?

Seja como for, como Observatório Astronómico ou qualquer outra vertente simbólica que nos escape da História Antiga ou dessa tal idolatria astral aí vigente e de exortada calendarização, haverá sempre o debate concorrencial e fluente nos historiadores do que terá impulsionado estes monumentos megalíticos que, nem sempre explicados nem sempre identificados na sua correcta afirmação, ser-nos-ão ainda as grandes incógnitas da História ou enigmas por decifrar.

Todavia, o seu impressionante ou incomensurável poder que se lhe não vê a olho nu (mas se lhe sente!) está lá, disso ninguém tenha dúvidas! Hoje e sempre!

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Parcial vista do Parque Natural do Alvão: onde as cascatas de água e vida se cruzam com as secretas mensagens emitidas dos céus por vias de Alinhamentos Genéricos (leys lines) na Terra. O que muitos caminhantes e viajantes pedonais que fazem este selvagem percurso da Natureza não sabem (ou não podem adivinhar) é que, para lá dos mistérios e dos enigmas, outras estradas, outros desfiladeiros há muito aí estão registados...

História Secreta de Portugal
Há quem afirme que Portugal é o maior mistério (ainda!) da Europa; para lá de ser identificado também como: «O Segredo Mais Bem Guardado da História» e, por conseguinte, do espaço europeu.

Alega-se misticismo - ou o mítico levado ao extremo - numa aferição arqueológica sem limites e de virginal expedição e exploração nesse domínio, sobre o muito que ainda há por descobrir ou mesmo vivificar; não só em toda a sua biodiversidade mas, eloquentemente, em tudo o que nos esconde de si, tanto à superfície como não.

Sabe-se que na Mais Secreta História de Portugal - na sua incontestável geografia sagrada que no território português impera - além do que já se identificou e também demarcou como os presumíveis locais do Imaginário que entrecruzam a Geometria Sagrada, a Adivinhação Geomântica e o Pitagorismo, existe hoje a certeza que, para além da lenda, do mito, do fantasmagórico, do inexplicável ao inatendível, existem as questões da espiritualidade em função da comunhão entre o Homem e a Natureza; ou mesmo o Cosmos.

Poderá Portugal, hoje - e através das suas leys lines de Alvão (que de seguida falaremos) - ser considerado um dos Portais Estelares que os seres inteligentes esparramaram na Terra em linhas sequenciais e paralelas ao que na actualidade determinamos nos nossos aeroportos...?

Ou seja, em entendimento científico e geográfico, estas leys lines serem as coordenadas estelares na Terra, reprodutoras assim de uma maior visibilidade aérea (ou aeroespacial) em maior especificidade e observação de aproximação na aterragem alienígena...?

Ou tudo não passará de uma ilusão meramente geofísica e não da cordata intriga da «Arqueologia Proibida» que define esta zona, esta criteriosa região montanhosa portuguesa como, a mais sublime de todas em intervenção, sequência e continuação (das que vêm de França) num extraordinário processo interestelar que só agora começamos a compreender...?!

Negá-lo é discutível; ignorá-lo... Inadmissível, e esquecê-lo... Imperdoável! Uma outra tríade mas de menor relevância... ou talvez não.

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Parque Natural do Alvão: a beleza da Natureza alada a uma secreta e desinformada condição de nos deixar a todos sôfregos - mas silenciosos - ante o que percorre esta serra, este berço vegetal, agreste mas puro, de uma selvagem reiteração do que um dia sobre si viu de outras estradas de comunicação...

Alvão: o aeroporto espacial português...?
Alvão, na minha modesta opinião, é o nosso estelar berço português de onde chegaram - e partiram - os nossos antepassados das estrelas! Pode haver contraditório - ou até em curso - algum outro processo ilusório metodológico, pontual e prático, que defina esta afirmação e argumentação como anedóticas, irreais e inconsistentes (ou expostas inversamente às outras como ridiculamente fundamentadas), nesse conservador contexto histórico-arqueológico.

Contudo, por créditos mais filosóficos entoados na perspectiva de uma outra arqueologia, do que pelos vectores antropológicos, sociológicos ou mesmo das ciências humanas aprofundados também, Alvão será sempre motivo de falatório e algum foguetório, não sem antes querermos e termos o direito a essa Outra Verdade...

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Cascata da Serra do Alvão que, em ditado popular se tem por hábito dizer: «Em Alvão, mandam os que lá estão», na clara evidência de uma não-ingerência dos que vêm de fora ou mesmo de um certo poder estatal, talvez pela longitude e interiorização a que estão remetidos mas também por uma própria identificação do seu povo em originalidade e individualidade.

«Leys lines» ou caminhos estelares na Terra?!
A Serra do Alvão é uma elevação com cerca de 1283 metros de altitude. Situa-se a noroeste de Vila Real, na região transmontana de Portugal. Geologicamente é constituída por xisto e granito.Esta serra é possuidora de uma particular magia, havendo por toda ela um corolário místico de caminhos nunca percorridos e cascatas surpreendentes; além a actual barragem feita pelos homens no desaguar do dilúvio dos deuses que aí se mantêm, supostamente.

Mas Alvão é muito mais. E se Alfred Watkins por cá andou ou não, não o sabemos, mas rapidamente a distinguiria com o que sobrepõe sobre «leys lines» (alinhamentos genéricos) ou alinhamentos de sítios antigos que dão lugar a uma plêiade de trabalhos e de especulações nos quais se cruzam a geometria sagrada, a adivinhação geomântica e o pitagorismo.

Estes Alinhamentos genéricos - ou disposição em linha, existentes em Alvão - são intencionais caminhos rectos de alinhamentos ligando pontos significativos na paisagem - por razões de ordem simbólica - de marcação dessa paisagem ou ainda da tão referenciada Geografia Sagrada.

Alvão é o exemplo arqueotopográfico perfeito numa das nossas mais mitológicas serras, situada na região de Trás-os-Montes, no interior-norte de Portugal, em que se encontra um conjunto de necrópoles megalíticas, constituídas por diversos núcleos de Dólmens (de granito, mas mui arruinados actualmente) com um espólio dividido em esculpidas pedras abstractas, figurativas e gravadas.

Umas de morfologia pisciforme (abstractas), de carácter antropomórfico (figurativas) e as de traços alfabetiformes (gravadas) que alguns entendidos defendem tratar-se - em similaridade, identificação e  mesmo em determinante paralelismo - com os caracteres de Glozel (França) e com o alfabeto de Hyram, no Oriente.

Que secretas portas e corredores (dólmens) e alinhamentos serão então estes que ainda hoje a comunidade arqueológica mundial se debate se, Marcadores Territoriais («leys»), se Monumentos ou Centros Rituais (cromeleques) - uns e outros, implantados e, alinhados, por motivos de natureza territorial (segundo afirma Michael Hoskin, o pai da adaptada designação «Arqueotopografia») ou, segundo outros, os que defendem a Arqueologia Proibida, de coordenadas estelares na Terra - em supervisão e monitorização interestelares - dos seres superiores no nosso planeta....?

 Ou outros ainda, há que acrescentar, que defendem a quase certeza de pontos referenciais não só das comunidades existentes, mas, como Portais Espirituais de grande relevância em honra dos deuses, ficando-nos a dúvida instaurada de quem terá razão; se todos ou nenhum...

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Stonehenge: de tudo o que já se disse, se sabe e se intui, do muito que ainda está por esclarecer e pontificar, além todos os paralelismos ou identificação com os cromeleques portugueses na idêntica e indubitável magia de reverenciais monumentos megalíticos de grandes mensagens que se não apagam com o tempo nem no espaço que os percorreram.

O Lugar do Imaginário
O Mundo Imaginal não é só uma prerrogativa das Ilhas Britânicas e de Avalon, em todo o seu inegável misticismo, além as questões da espiritualidade; no que, subleva-se, está sempre subjacente na inquestionável tríade de: Homem - Natureza - Cosmos.

Também em Portugal existem altos lugares sagrados que não ficam atrás da bretã Stonehenge e as terras onduladas de Gloucestershire ou mesmo da vertente Pré-História e do arturianismo, especialmente por Glastonbury ou pelo Land`s End das Cornualhas.

Lestos são agora os tempos de druidas e sacerdotizas que um dia se perderam nas memórias do que anteriormente também lhes não contaram...

O que hoje se infere é que, da Metafísica histórica à Mitanálise conceptual do lugar do Imaginário (esta última dividida em três: arquétipo, símbolo e esquema), do sagrado, dos mitos, das tradições, das imagens, enfim, até das narrativas e meta-narrativas dos ditos e não-ditos (além os tempos e mesmo das projecções mentais ou quiçá holográficas...) existe um alencar de situações que devem usar de certa metodologia ou entrar-se-à no reino das maiores confusões sem se chegar a qualquer conclusão.

Uns arrogam em suas teses e defesas - neste contexto - de que a concepção do Imaginário se estrutura em arquétipos sempre presentes, imutáveis e válidos universalmente, os símbolos, que podem inclusive mudar com o tempo e o esquema que é a relação entre os símbolos dentro de um arquético.

Confuso? Talvez ou nem tanto, segundo defende Gerard Durand (antropólogo e sociólogo) que em 1960 publicou uma obra sua sobre «estruturas Antropológicas do Imaginário» que debate, em suma, a Universalidade do Imaginário.

Lucien Boia pelo contrário, sistematiza no mundo das ciências humanas, onde enfatiza: «A ideologia suspeita dos arquétipos», tal como o historiador Jacques le Goff que tal corrobora, nessa concepção do Imaginário, assim como a sua epistemologia.

Mas, e quando esse imaginário nos ultrapassa (mesmo em toda a sua inequívoca epistemologia), sentindo-nos debilmente erráticos, profanados dessa concepção ou desestruturados dessa outra verdade histórica (de antropólogos, sociólogos, arqueólogos, historiadores, etc.) e, tal como Boia afere, podermos ancorar numa outra ideologia em oposição a todos os universalismos...?!

A Riqueza do Imaginário é tanta que Boia não se limita a confiná-lo num só ponto mas antes, a criar a confluência no encontro de duas ou mais estruturas, exemplificando em oito delas toda a sua concepção do Imaginário:

a) A Consciência de uma realidade Transcendente; b) O Duplo - a Morte e o Além; c) A Alteridade; d) A Unidade; e) A Actualização das Origens; f) O Desvendamento do Futuro; g) A Evasão; h) A Luta (e complementaridade) dos Contrários.

Por conclusão, o que pode aqui dizer-se ou transmitir-se sem cansar quem nos lê, que, sendo ou não o Imaginário apenas e tão-só a formalização de Mitologias Secularizadas (cá estamos nós para o questionar, contrapor ou somente requisitar de mais complementos, entroncados de outras versões históricas ou de outra sabedoria que não interna à Terra), será o que ideologicamente se aventa em acervo mediático também, do que existe hoje em Nova Concepção do Imaginário.

E esta, exulta num reverso de mentalidades e outras assumidas verdades que se implementam e contribuem assim para uma outra construção histórica - em desconstrução da anterior, desse Imaginário; ou dessa Outra Verdade, agora pré-instaurada em cada um de nós...

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Stonehenge, novamente, sob o solstício solar de Verão/Inverno que o assiste de práticas mágicas ou feitiçaria associada (ou longe disso) no que muitos asseveram tratar-se não de um acervo megalítico contemporâneo mas, a cartografia imaginária à escala micro-cósmica do «Mundus».

O que a Arqueoastronomia nos diz...
O que hoje sabemos sobre a Arqueoastronomia leva-nos para paragens tão distantes quanto extasiantes do que seria quase imundice cultural, o chafurdarmos apenas no que a rama desta disciplina nos impõe em toda a sua magna condição do estudo das antigas astronomias; todavia isto, há que soerguer (designadamente do ponto de vista da arquitectura, da organização espacial, da religião e das ideias) todo um manancial que não seria de fácil entendimento se aqui o expuséssemos em toda a linha.

As Arqueologias Alternativas só foram consideradas ou mesmo toleradas nos finais do século XX. O conhecimento das sociedades pré-históricas, assim como das paisagens arcaicas só foram tidas em consideração a partir daí, uma vez que pouco ou muito pouco havia para ser julgado e identificado como verdadeiro e não como meras «visões» subsequentes da muita imaginação básica dos intervenientes ou de quem assumia serem verdades contadas há milénios sem serem sob a égide do mito ou dos contos e lendas, mas, de factos ditos verídicos. Muitos o eram, outros não.

É na Inglaterra que se situa por assim dizer, a génese da Arqueoastronomia, no que foi pioneiro o Reverendo - William Stukeley - que publicou em 1740 uma obra seminal: «Stonehenge, a Temple Restored to the British Druid».

Stukeley considerava o cromeleque de Stonehenge como um templo orientado pela posição dos astros - designadamente do Sol durante os solstícios - tendo como miras e referências, as «Avenidas de terra», os Alinhamentos, Mamoas e Tumuli, que se encontravam na paisagem em seu redor e a ele associados. Segundo Stukeley, os «druidas» - ou celtas - terão utilizado o «Compasso Magnético»  na conformidade conceptual pré-romântica.

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Templo de Amon-Ra, em Tebas, Karnak - Egipto. Reconstituição ou reproduzida ilustração sobre o que se conhece do Antigo Egipto. A influência cósmica foi sempre uma determinante na construção e edificação dos grandes monumentos dos faraós e seus descendentes. O Sol, o astro-rei de todos eles, em especial de Akhenaton que o endeusou e amplificou como seu deus maior em veneração e adoração. Só após a sua morte, esta deificação foi posta de lado.

Os templos e o Sol...
Sir Norman Lockyer, editor da prestigiada revista Nature, foi o fundador e grande impulsionador dos estudos de Arqueoastronmia ou Astroarqueologia.

Analisou em detalhe e, certa pormenorização, todos os cantos e recantos dos templos egípcios, tendo concluído - entre outras matérias relevantes - que, o Templo de Amon-Ra, em Karnak, se encontrava devidamente orientado pelo pôr-do-Sol no solstício de Verão, o que se conjugava com outras observações relativas à importância do ciclo das cheias do Nilo e os seus anunciadores celestes - tais como a estrela Sothis - em íntima relação com a deusa Ísis.

Estendeu de seguida as suas pesquisas a Stonehenge e, a outros monumentos megalíticos britânicos, publicando em 1906 o livro: «Stonehenge and other British Stone Monuments Astronomically considered», no qual demonstra ter achado o Azimute da linha que atravessa o monumento e, que o alinha com outros monumentos da paisagem, tendo como intenção o desempenho de uma Função Astronómica - neste caso, o da marcação do Sol solsticial - e o seu poente (algo que já se sabia) mas, acrescentando-lhe agora a possibilidade de datação por esta via.

Na época, datou a construção de Stonehenge a cerca de 1680 a. C. Ao que se sabe hoje, por datação de carbono 14, esta estar mais perfilada à volta de 2950 a. C. - e ultimamente os investigadores imputarem a sua construção a cerca de 2300 a. C.

Em relação ainda às «Leys» ou alinhamentos genéricos em harmonia com os Cosmos, segundo Alfred Watkins, que passou grande parte da sua vida a identificar na paisagem britânica alinhamentos compósitos perfeitamente rectilíneos, afere que poderá tratar-se de uma espécie de Feng-shui pré-histórico europeu.

Alguns seguidores de Watkins redigem que estas linhas possam ser intencionais e correspondam a determinantes astronómicas (como no caso do cromeleque de Boscawen-un, em Land`s End, nas Cornualhas, alinhadas por outros tantos megálitos e apontando para o grupo de estrelas Plêiades, em Maio de 1380 a.C.).

Num artigo publicado na revista Nature, o astrónomo norte-americano, Gerald Hawkins, identificou com precisão científica, em Stonehenge, os vários alinhamentos e pontos de mira gerados pela estrutura do monumento na sua relação exterior com outros marcadores (menires, «avenidas» de terra).

De diversas «estações» de observação, seria possível então aos hipotéticos construtores de Stonehenge calcular em detalhe diversas efemérides astronómicas, entre as quais os Solstícios, os Equinócios e as posições da Lua. Aqui, o cromeleque de Stonehenge foi dado como: «Computador Astronómico».

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Cromeleque dos Almendres, Évora, Portugal: região megalítica alentejana que, tal como a Irlanda, Inglaterra, Gales, Escócia, e Bretanha, Portugal seja também uma irrefutável evidência deste tipo de monumento que remonta ao Neolítico Antigo (em particular os de Bretanha e Portugal). Foi localizado em 1964 por Henrique Leonor de Pina, a 400 metros de altitude, na serra de Monfurado, no Alentejo (Portugal). Tão perto, mas tão longe ainda dos deuses...

Observatórios Astronómicos e muito mais...
Uns do Neolítico Antigo, outros do Neolítico Médio e outros edificados na Idade do Bronze (com raros exemplos da Idade do Ferro), estes monumentos megalíticos, cromeleques na visão dos historiadores, parecem resultar da petrificação de recintos em madeira, como no caso de excepcional conservação do de Seahenge britânico. Em Portugal, encontramos Cromeleques circulares, em ferradura (como em Stonehenge), ovalados e quadrangulares (ex: o cromeleque de Vale Maria do Meio).

O Cromeleque de Vale Maria do Meio é recentemente célebre (tendo sido descoberto só em 1993 e escavado por Manuel Calado), sendo que este recinto megalítico situado numa linha de vale no cimo de uma pequena proeminência, nos parece cumprimentar - a nós, viajantes pedonais mas, acima de tudo, aos que dos céus os vêem na sua tão erguida altivez megalítica.

É composto por 30 Menires de forma proeminentemente ovóide e fálica, dos quais a maior parte se encontravam caídos. Semelhante ao dos Almendres (embora de menor diâmetro e cumprimento), Manuel Calado adianta: « O recinto de Vale Maria do Meio, cuja forma alongada (...) se orienta pelo Nascente e pelo Ocaso equinociais, parece relacionar-se, nessa mesma linha, com alguns menires da Casbarra - visíveis a Leste.

Manuel Calado, o explorador-investigador destes Marcadores Territoriais afirmou em tempos algo que se tornou evidente: «Os Cromlechs (cromeleques) parecem pontuar um trajecto entre os grandes estuários do Tejo e do Sado e o rio Guadiana; os menires mais ocidentais deste conjunto aparecem-nos no festo entre os dois primeiros rios, logo que se atingem as primeiras formações graníticas».

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Vista aérea do cromeleque dos Almendres, Évora. A Mágica Coreografia que parece valsar ante representações labirínticas, sendo um dos lugares mais auráticos de toda a Pré-História Europeia. E isto, sob a égide desta bela e mui luminosa terra da luz e das amêndoas (Lusitânia) que no hebraico «amêndoa» se diz «luz» e «Portugal» são «laranjas»...

Conexão dos Cromeleques
Havendo a aparente repetição do Alinhamento Regional, conectando os cromeleques da Portela de Mogo e de Vale Maria do Meio e o menir I da Casbarra (com uma orientação paralela às dos conjuntos Almendres-Perdigões-Xarez, Fontaínhas-Figueiras, ou do conjunto de menires do Nordeste Alentejano), estas linhas concordantes com a orientação dominante dos corredores das antas regionais, desenvolvem-se com desvios pouco importantes (285º-105º).

Segundo os investigadores, este facto interessante parece reforçar a presumível ligação dos Cromeleques, Menires e Antas a, uma concepção de Geografia Sagrada, praticada e entendida pelas comunidades do Neolítico Antigo e Médio que habitavam a zona alentejana.

Há a referir um outro cromeleque - Cromeleque do Monte da Ribeira - em Reguengos de Monsaraz, Alentejo, que se situa sensivelmente a 200 metros a sul do monte do mesmo nome, a cerca de 2 quilómetros de Reguengos. trata-se de um conjunto de 6 monólitos de granito e, dispersos numa área de cerca de 30 metros de diâmetro, posicionada no alto de uma pequena colina.

Os Menires possuem a sua forma habitual ovóide, com a bonita altura que oscila entre 80 centímetros a 2 metros, tendo um deles gravado um motivo do tipo «ferradura» no seu topo.

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Outra belíssima foto em que se observa a dimensão ou altura imponente destes monumentos gigantes e, sobre uma serra que vê as estrelas de tão perto que quase as ouvem chamar por si, na mais mágica geografia sagrada de um dos mais mágicos lugares de Portugal, na Terra!

Almendres:o recinto do culto solar e lunar...
Em relação ao cromeleque dos Almendres, há a registar que grande parte dos menires foram entusiasticamente reerguidos pelo proprietário da herdade de então num trabalho árduo mas eficaz que foi seguidamente conduzido depois (nos anos 80 e 90 do século XX) por Mário Varela Gomes.

Originalmente de forma circular e constituído por 100 menires, compõe hoje um recinto de 95 menires (na sua grande maioria intactos) com alturas que variam entre os 2,30 metros (o mais alto) e 1,10 (o mais baixo).

Morfologicamente o seu material é composto de granito de várias proveniências e, implantados em socos de gneisse, tendo sido oriundos de distâncias superiores a 2 quilómetros, diminuindo de altura de poente para nascente, compaginando-se com os idênticos fenómenos verificáveis em alinhamentos tais como os de Carnac.

O Cromeleque dos Almendres, em bom rigor seja dito, é o Maior Recinto Megalítico estruturado da Península Ibérica e um dos Maiores do Mundo!

Como Estação de Observatório (ou de utilização ritual astronómica), Almendres assinala então através de uma série de menires-mira, o movimento dos astros principais como o Sol e a Lua, com o céu astronómico acertado a cerca de 4000 a. C., podendo registar os posicionamentos do Sol poente no solstício de Inverno, nos equinócios, bem como a declinação lunar.

Se é evidente um culto solar, sê-lo-à também em culto lunar, patente na própria decoração das Estelas-menires, o que remete para o universo simbólico do Megalitismo; e neste, para a sua componente «feminina» ou lunar (com os seus ciclos de 28 dias) e para potenciais cultos de uma divindade feminina - a Deusa-Mãe, a Lua - o que concorda com a linguagem simbólica.

Poder-se-à acrescentar então se, poderão ainda hoje este e outros monumentos megalíticos iguais,  ter a pertinácia de serem o mui secreto ou sagrado portal dos deuses, vector de todas as coisas na Terra...?

Será que os Antigos, os nossos antepassados sabiam disso e no-lo quiseram deixar em registo arqueológico apontando estes menires para o Céu, uns em polaridade sexual masculina - e outros feminina - na hierarquização morfológica perfeita da sapiência-mor desses deuses mais brilhantes do que o Sol e, sobre os terrestres, mais perplexos estes (mas sábios!) do que então viam....?! Falar-nos-ão «eles», os deuses e os antepassados, através estes monólitos sagrados???

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Cromeleque do Xarez, em Reguengos de Monsaraz, Alentejo (Portugal). Este cromeleque está inserido num contexto cultural que privilegia uma visão «circular» do Cosmos. Podendo corresponder a interpretações de carácter sexual, só poderá sê-lo entendido como tal na análise dessa tal polaridade significante (e não em termos psicanalísticos ou de paralelismo estreito...) em que a conotação sexual é simbólica sob o parâmetro cósmico da criação do mundo.

Lusitânia: a terra da luz e das amêndoas...
Se Almendres na forma almendrada do seu cromeleque não deixa de evocar um mistério ou uma coincidência poética - em vertente sincronizada de um não-acaso - que dizer do cromeleque do Xarez em toda a sua imponência altiva de polaridade masculina em menir fálico que rege o Cosmos, na consonância e conformidade iguais às do do feminino  e, em círculo à sua volta?!

É consagrada: «A Mais Bendita Obra Ancestral» dos nossos antepassados ou vizinhos estelares que povoaram estas não menos abençoadas terras de luz e amêndoas (Lusitânia) pelo que hoje se reconhece em tradução e equidade do hebraico: «amêndoa» que se diz «luz» e esta ser, por assim dizer, a mais mágica terra da Luz, da iluminação dos anjos ou dos deuses, dos guias ou dos mestres, Avatares em toda a nossa existência humana...

Mas falemos do cromeleque do Xarez: Inicialmente no cimo do monte de Monsaraz, em Geografia Sagrada incontestável (que por força do alagamento da albufeira da barragem do Alqueva, foi desmontado e recolocado em área a salvo das águas).

Originalmente situado então a 5 quilómetros a sul de Reguengos e, em frente ao Monte do Xarez, este cromeleque divino ou estelar, poder-se-à divagar, perfaz uma das muitas belezas arqueológicas alentejanas.

Por essência simbólica conotado como um signo «terrestre» (em oposição ao signo «celeste» do cromeleque redondo que reproduz o plano da existência como eventual Reflexão do Céu... e o Alqueva ali tão perto...

É ao todo composto por 55 Menires Monolíticos, em granito de várias procedências, embora recolhidos em jazidas das proximidades. A maior parte dos menires são ovóides, do tipo «pedras-talhas», ligeiramente achatados.

A forma fálica parece ser dominante, impondo-se na paisagem. São de pequenas dimensões, mediando entre os 30 centímetros e 1,50 metros, ou seja, metro e meio com poucos exemplares de maior porte (1,80 m-2,10 m).

Destaca-se assim o Menir Central - cilíndrico - que foi reerguido em 1972, com 3,88 metros de altura (e 3,60 metros acima do solo). Alguns dos menires ostentam motivos decorativos ou «rituais», 7 dos quais com covinhas - entre eles o grande menir central.

Na sua origem primordial, o Cromeleque do Xarez deve ter possuído 60 Menires, estando os seus 4 vértices alinhados pelas posições solsticiais extremas (o que provavelmente terá servido para o traçado da planta).

Manuel Calado na sua professoral narrativa de investigador, escavador e especialista nesta área, determina que: « O Cromlech dos Almendres, o mais grandioso de todos, foi implantado na cota mais elevada em relação a todos os menires do Alentejo. Ora, o caminho mais curto entre os Almendres e o Guadiana, corresponde exactamente ao alinhamento que termina no Cromlech do Xarez.»

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Cromeleque do Monte das Fontaínhas: alinhamento regional conectado com outros cromeleques (de entre eles, Portela de Mogo e de Vale Maria do Meio, com uma orientação paralela às dos conjuntos Almendres-Perdigões-Xarez, de menires do Nordeste Alentejano. Que nos quererão dizer hoje, além o que de um distante e tão remoto passado professaram sem que o detessemos em nós...?

Portais astronómicos ou, somente, «Imaginação»???
Detendo ou não funções astronómicas - em especial pelo que se intui mas se não pode confirmar pelo menos em território português - haverá certamente muito mais, adensado e condensado numa alquimia de poderes porventura sobrenaturais ou de particularidade cósmica que ainda nos não coube descodificar em toda a linha geomântica, exótica e enigmática, dessa inacreditável teia estelar que nos rege e sempre regeu na vida terrestre.

Não sendo alheios nem negligentes no que pressupõe a Arqueoastronomia envolvente aí, nestes tais lugares mágicos na paisagem ou eventuais portais estelares que sobranceiam com um tempo e um espaço que nem Einstein saberia decifrar, insinuamos, talvez fosse bom e, de uma vez por todas, acreditar-se que talvez não se possa conceptualizar, dar vida e origem, supostamente, à Universalidade do Imaginário.

Universalidade que é de todos, no mais complexo mas também no mais benigno ou abençoado de conquista e presença físicas (através deste megalitismo vigente) que nos afirma sem contemplações que: Somos todos Céu e Terra, matéria e energia subatómicas e demais outras minudências (que o não são!) em exigência cosmológica de o compreendermos e aceitarmos de vez.

Se assim não for, da nada valeram estes 4500 anos que cá andamos em insones poderes de pedras megalíticas à mistura, na referência máxima do que os deuses nos deixaram em sua não confidencial sabedoria e conhecimento, na Terra. Não o entender ou mesmo desrespeitá-lo como sucedâneo de outras teses, outras garantias, será o mesmo que ter deitado para o lixo todo esse saber, essa presciência exacta em deificado tempo perdido - desses magníficos seres - no nosso seio planetário.
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A «imaginária» ou «holística» serra do Alvão que o não será enquanto perdurarem as chamas infectas de ódio e desamor de todos os incêndios, de todas as cinzas derramadas, sem que a aurora se faça, sem que as flores nasçam, sem que a biodiversidade se alcance de novo e, o Sol irradie, assim, como o exposto nesta bela imagem de nenhures.

Seja no Alvão, Gardunha, Montejunto ou qualquer outra serra que exiba a outrora resiliência de uma era glacial sem memória, haverá sempre a espera ou a esperança que tudo, ciclicamente, rejuvenesça e recrudesça sem nos atraiçoar ou fazer pagar todo o mal que século após século lhes imputámos.

E por todo essa paisagem investida de Símbolos e Mitos, sem a erudição dos entendidos mas, da simplicidade dos ingénuos que se fazem viver sobre os grandes Locais Mágicos Portugueses, a única filosofia possível é, ou será, aquela que nos transmite paz e confiança na correcção das «imagens que de nós mesmos temos forjado», segundo o incita e reverbera Eduardo Lourenço na sua obra publicada em 1978: « O Labirinto da Saudade».

E que saudade é essa que nos foge pelos dedos e que jamais para nós volta na consagração de outros tempos, de uma outra «imagologia» feita, criada ou inventada por todos nós, portugueses...?!

Deixá-lo-emos verter no esquecimento ou, ao invés disso, coagimos a acreditar e, a enlevar, o que hoje nos incorpora e reveste de um outro sapientismo iniciático, sendo todas as coisas e gostando disso, além todas as outras que, ocasionalmente inventadas ou semi-descobertas, se nos vão revelando...?!

Talvez seja bom recordar algo que alguém certo dia proferiu: « Nesse profundo poço onde mergulham as raízes insondáveis do verdadeiro mistério do nosso comportamento histórico, realizando o mais valioso de nós como colectividade e como indivíduos, não como agentes de propósitos maduramente pensados, estruturados, mas como actores de gestas que tudo parecem dever ao impulso da vontade, do desejo e do inconsciente». Subscrevo inteiramente!

Quanto ao meu país, Portugal, mais do que um país mítico ou mágico - seja ou não em portal ou em historial - será sempre, eternamente, o princípio que não fim de todas as aprendizagens ou amostragens, em metamorfose ou não, no ajustamento do nosso destino, do nosso intelecto, da nossa cultura sem ídolos icónicos pré-concebidos que nos determinem o que é ou não Imaginação.

E como Albert Einstein tão bem o assimilou: «A Imaginação é Tudo! É uma visão prévia de todas as atracções futuras da vida». Assim é, de facto. Assim será, acredito.

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