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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A Terrível Praga


Febre Amarela - Transmissão pelo Mosquito-Fêmea «Aedes aegypti»

Haverá razão para ainda temermos a Febre Amarela, essa tão terrível praga que se manifesta através da transmissão da picada de mosquitos? Haverá também a certeza de toda a inocuidade garantida pelos laboratórios no combate a esta doença? Apenas por curiosidade...sabe quem foi o primeiro homem a ver através da mulher? Ou seja, sabe quem foi o pioneiro na descoberta dos Raios-X, instrumento valiosíssimo de diagnóstico médico?

A Batalha Médica contra a Febre Amarela
(Quando tropas dos Estados Unidos deram a vida no combate à Febre Amarela...)
A «Febre-Amarela» era uma das doenças mais temidas no hemisfério-ocidental, rivalizando com a Varíola e...a peste. Os terríveis sintomas incluíam vómitos negros e, intensa icterícia.
Quando o Major, Walter Reed, do Corpo Médico do Exército dos EUA chegou a Havana, em Cuba - a 25 de Junho de 1900 - para assim investigar a pior epidemia de Febre Amarela ali ocorrida nos últimos anos, tinha uma pista vital para seguir.
Carlos Finlay, médico local, sugerira (aquando do surto anterior), que a fêmea de um determinado mosquito, o «Stegomyia fasciata (vulgo Steg), era responsável pela transmissão da doença. A espécie foi posteriormente baptizada (ou rebaptizada) de: «Aedes aegypti».

Na Frente da Batalha
(Mandem as tropas, já!)
Cuba estava então sob o controlo militar dos EUA, após a vitória na Guerra Hispano-Americana de 1898, sendo que, a Febre Amarela, era um profundo e acintoso obstáculo ao sonho americano de construir um império nas Caraíbas.
Walter Reed, foi o escolhido para encetar essa batalha em frente episódica de algo nunca admitido: ir contra um inimigo quase invisível. Encarregue então dessa missiva na necessária ofensiva militar para erradicar a doença, embrenhou-se como nunca numa investigação imparável.
Decidido a provar que, a Febre Amarela, não podia ser transmitida por um indivíduo infectado a outro que se mantinha são, Reed iniciaria desse modo uma das suas mais duras investigações da História da Medicina!
Colegas seus, igualmente médicos de estudo e investigação - e mesmo outros elementos do Exército - ter-se-ão oferecido para dormir em camas cobertas de vómito negro, urina e dejectos de vítimas da Febre Amarela. Alguns voluntários fugiram das camas aos vómitos (o que até era compreensível), registando-se depois que nenhum contraíra a doença. Os mais imundos dejectos das vítimas não punham em risco as pessoas sãs!
Noutra experiência efectuada para pôr à prova a teoria de Finlay, uma casa foi dividida em duas. «Stegs» podiam entrar numa parte do edifício, mas eram excluídas da outra por divisórias de rede fina. Apenas os soldados da metade do edifício aberta contraíram a Febre Amarela, provando assim que os «Stegs» eram responsáveis pela propagação.
O custo em vidas humanas e, intenso sofrimento, foi deveras elevado: dois dos colaboradores de Reed contraíram a Febre Amarela e um morreu - assim como alguns voluntários.
O director dos Serviços Sanitários de Havana, William Gorgas, também este médico militar, usaria de futuro as descobertas de Reed numa campanha total contra os terríveis mosquitos. Uma vez que as larvas destes se desenvolvem em água parada, Gorgas deu ordens imediatas para que todas as pipas e tanques fossem despejados, tapados ou cobertos com óleo, para assim evitar a postura dos ovos e sua proliferação.
Todos os casos de Febre Amarela tinham de ser participados obrigatoriamente! As casas foram de imediato também fumigadas e, os quartos com doentes, protegidos com redes isoladoras de mosquitos - na pronta intervenção de combate e erradicação da maleita. Isolados os mosquitos, mais eficácia haveria na não propagação, como era evidente. Os resultados foram espectaculares: ao fim de um ano, Havana estava livre da doença!

Uma Revelação Afortunada
(Na descoberta dos raios-X, Roentgen foi o primeiro homem a ver através da mulher...)
Este caso, não sendo inédito no mundo das descobertas, é algo de fantástico na coincidência ou simples fortuna de que Roentgen foi percursor. Vejamos então: não foi como Físico mas antes como mero fotógrafo amador (ainda que muito entusiasta), que Wilhelm Roentgen descobriu, em 1895, o segredo dos Raios X e, todo o seu potencial como instrumento de diagnóstico médico.
Professor de Física na Universidade Alemã de Wurzburgo, Roentgen trabalhava no seu laboratório quando fez a formidável descoberta - acidentalmente!
Ensaiava a passagem de uma corrente eléctrica por uma ampola cheia de gás, quando notou um estranho brilho - vindo de uma placa - revestida de um composto químico chamado «Platinocianeto de bário» que ali deixara. Colocando a mão entre a ampola e a placa, viu, com esfuziante surpresa, o contorno escuro dos ossos da mão. Apaixonado pela Fotografia, Roentgen teve a brilhante ideia de substituir a placa por uma chapa fotográfica. Usando então a mão esquerda da sua mulher, obteve assim a primeira Radiografia conhecida: uma imagem fixa e nítida da estrutura óssea da mão dela - apenas escondida no local da aliança.
A princípio, não percebeu muito bem o que seriam aqueles Raios...chamando-lhes simplesmente «Raios-X». Sabe-se agora que estes são raios invisíveis da mesma natureza geral dos raios de Calor, de Luz e das Ondas de Rádio.
Wilhelm Roentgen não o sabia mas, avaliou desde logo o seu valor, para desse modo fotografar o interior do Corpo Humano, no que posteriormente publicou uma comunicação, intitulada: «Sobre um Novo Tipo de Raio», nos Relatórios da Sociedade Físico-Médica de Wurzburgo.
Os Raios-X foram pouco depois utilizados em Viena para diagnóstico médico, ganhando Roentgen fama mundial pela afortunada descoberta. Os raios tornaram-se conhecidos então por «Raios-Roentgen» onde receberia em triunfo e glória, o Primeiro Nobel da Física, em 1901!

Sintomatologia da Doença
Retornando à Febre Amarela, referindo que se trata de uma doença infecciosa febril aguda, de curta duração (no mínimo 10 dias), e de gravidade variável (mesmo na actualidade), possui dois ciclos de transmissão: O Silvestre - que ocorre entre Primatas e não Humanos, onde o vírus é transmitido por mosquitos silvestres e, o Urbano - erradicado no Brasil desde 1942, mas não em África onde se faz evidenciar ainda na actualidade como doença hemorrágica viral de elevada mortalidade.
Os sintomas: dependendo da gravidade em questão, o indivíduo pode apresentar sintomas febris elevados. São eles, portanto: Febre, Dor de Cabeça, Calafrios, Náuseas, Vómitos, Dores Musculares, Icterícia (pele e olhos amarelos) e Hemorragias (gengivas, nariz, estômago, intestinos e urina).
Como já se referiu no início do texto, a Febre Amarela não se transmite directamente de uma pessoa para outra mas antes, na picada do insecto ou mosquito que seja portador da infecção ou vírus da Febre Amarela - pertencente ao género Flaviviridae ter-se multiplicado (9 a 12 dias) - e este, pique um indivíduo que ainda não tenha contraído a doença e não tenha sido vacinado, inoculado ou na metodologia actual, imunizado para o efeito.
Há a referir que, na Febre Amarela Silvestre, regista-se o mosquito «Haemagogus» e que, caso a pessoa seja por este infectado o pode fazer circular e mesmo propagar posteriormente, servindo assim como fonte de infecção em receptor (e portador nocivo) para o «Aedes aegypti» - também vector do Dengue - principal transmissor da Febre Amarela Urbana.

Nada mais a acrescentar a não ser, a referência exacta e absoluta de se tomar previdências - e cuidados a ter - em relação a esta maldita ou terrível praga do mosquito, em denominação moderna de Febre Amarela que a todos aflige - mesmo os que se protegem ou estão fora dos círculos mais dimensionais deste tipo de doença infecciosa. Há que não ser indulgente com a mesma, imunizando-se através dos circuitos de saúde nacionais do seu país em vacinação premente - se acaso viajar para países ou locais onde esta doença se manifeste na presença deste mosquito em risco considerável. Por uma saúde e bem-estar que a todos nos merece igual atenção e sustentação - em todos nós - há que seguir conselhos e recomendações, se porventura estivermos em risco de contrair esta ou mais doenças do foro infeccioso, dentro ou fora dos nossos países, pois que hoje, no mundo globalizado em que vivemos, não haverá por certo fronteiras ou barreiras que impeçam estes vírus fatais de se propagarem, caso negligenciemos os avisos e os anúncios da OMS. Assim sendo, uma boa estadia e vivência em qualquer zona do mundo, sobrevivendo a todos estes vírus, bactérias ou patologias que fazem do ser humano um mero alvo fácil a, abater. O que não se deseja...de todo! A bem da Humanidade e de uma vida saudável para todos, assim se cumpra! Pois assim se deseja, assim se merece, acredito! Saúde para todos!!!

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