O ser humano de um futuro já não muito distante, poderá viajar a outros mundos do Universo? Ou existem limites naturais de velocidade que nos impedem de percorrer as distâncias infinitas entre duas estrelas?
Mais Veloz do que a Luz
A teoria da relatividade de Albert Einstein (1879-1955) estabelece que a velocidade da luz (299 792 km/s) constitui uma barreira absoluta. Os físicos pensaram durante muito tempo que não era possível superá-la, mas esta hipótese já foi ultrapassada: parece não existir nenhum limite cósmico de velocidade. Apesar de tudo, as tecnologias conhecidas permitiam-nos imaginar qualquer coisa parecida com a velocidade da luz, mas as experiências físicas realizadas indicam que é possível que exista uma velocidade superior, pois entretanto descobriram-se efeitos físicos, ainda desconhecidos no tempo de Einstein.
A velocidade da luz pode acelerar-se. Numa experiência já realizada e confirmada - em revolução científica no laboratório - o raio laser alcançou uma velocidade de 100 milhões de quilómetros por segundo.
Uma Sinfonia de Mozart mais rápida do que a Luz
Um dos primeiros a pôr em causa a barreira da velocidade da luz, foi o professor Gunter Nimtz (Instituto Físico da Universidade de Colónia na Alemanha) em 1995. Na sua experiência, usou microndas transmitidas por um condutor oco - um tubo, cujo diâmetro devia coincidir com o comprimento de onda das microndas - para que estas pudessem atravessá-lo. Nimtz montou neste tubo uma passagem mais estreita, um túnel; para ultrapassar este obstáculo, as ondas electromagnéticas tinham de «estreitar», ou seja, de se transformar. A aceleração experimentada neste processo foi incrível! O professor Nimtz transmitiu assim partes de uma sinfonia de Mozart, registando do outro lado do tubo, uma velocidade 4,7 vezes superior à da luz.
Revolução Científica
Na Universidade Técnica de Viena, o físico quântico Ferenc Krausz realizou uma experiência com impulsos laser ultracurtos dentro de um tubo espelhado. O resultado foi assombroso: o tempo de que precisaram para atravessar o túnel foi igual a zero. Mas há mais: em Berkeley, nos Estados Unidos, o físico Raymond Y. Chiao (Universidade da Califórnia) «tunelou» fotões (partículas de luz) que atingiram duas vezes a velocidade da luz. Mas, a mais espectacular de todas as experiências foi levada a cabo pelo doutor L. J. Wang em 2000 na Universidade de Princeton (Nova Jérsia, Estados Unidos). Os impulsos de luz (feixes de ondas de luz) atravessam mais rapidamente um gás de átomos frios de césio do que o vácuo. Quando as ondas de luz entram em interacção com os átomos, a velocidade do agrupamento chega a atingir 330 vezes a da luz. Estes novos conhecimentos ainda não têm nenhuma utilidade prática, mas o que interessa é o resultado: é possível alcançar velocidades superiores à da luz. A incógnita que permanece, é quando será que estes conhecimentos poderão ser utilizados em naves espaciais.
Distâncias Infinitas
Reconhece-se assim, a importância das velocidades elevadas (ou superiores) para a realização efectiva de futuras viagens espaciais. O mais rápido que conhecíamos até agora era um raio de luz, que se desloca a 299 792 km/s. Quando a luz do Sol, que se encontra a 150 milhões de quilómetros da Terra, chega ao nosso planeta, já está a caminho há oito minutos. A título de comparação: uma pessoa que percorresse a pé 40 km por dia, precisaria de 10 274 anos para cobrir esta distância. Para chegar a Plutão - o planeta mais afastado do nosso sistema solar - um automóvel que percorresse 1000 km por dia, precisaria de 32 876 anos; mas a luz só leva onze horas. Até ao Sol que nos está mais próximo, Sírio, o raio de luz precisa de 8,5 anos, mas um foguetão viajando a 28 000 km/h, levaria 318 000 anos. Portanto em jeito de conclusão, o astronauta aí exposto, nunca alcançaria com vida a sua meta.
A Via Láctea é uma galáxia da qual a nossa Terra faz parte, sendo um sistema com 100 000 milhões de sóis. Um raio de luz enviado enviado de um extremo ao outro da Via Láctea, demoraria cem mil anos a chegar ao seu destino. A velocidade da luz que é de 299 792 km/s foi durante muito tempo a mais rápida que o Homem conhecia. Perante esta nova evidência científica na já inquestionável e poderosa revelação de uma velocidade superior à da luz, deixemos que os factos futuros falem por si. Viagens espaciais, viagens inimagináveis, no que considerávamos ser impossível até à data. Ficção científica que desde meninos fomos elaborando em mentes inquebrantáveis mas esperançosas também, de que algo mudasse, de que algo surgisse num novo horizonte científico e de ordem prática que tudo revolucionasse. Vejamos se, a ser verdade e posto em prática e realização, esses objectivos de desenvolvimento e projecção nos sejam uma concertada consolidação num futuro próximo, a bem de todos. Assim seja, então!
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