Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
A Pedra dos Desejos
Pagode de Shwedagon - (antiga Birmânia) - Myanmar
"Que esta pedra se torne ligeira, se se cumprir o meu desejo!" - Ritual ancestral no pedido e levantamento de uma pedra assaz pesada que, aligeirado o peso, reverterá no desejo pretendido.
Veneração aos «Reis de Sakka» também, os quais descendem do reino dos céus.
Iniciação para Rapazes
Por todo o país se registam sinais de uma profunda religiosidade; até mesmo os homens fortes do regime militar se ajoelham perante as estátuas de Buda. Qualquer budista do sexo masculino deverá passar um certo período da sua vida num mosteiro, no mínimo uma semana.
Nos Pagodes, ocorrem todos os dias pitorescas cerimónias de iniciação de rapazes, que possuem normalmente entre 8 e 10 anos. O ritual começa com um almoço dos monges, ao qual assiste a família do rapaz que será iniciado. De seguida, rapam o cabelo do rapaz, vestem-lhe uma túnica amarela nova e o jovem monge ajoelha-se e, pronuncia as três verdades de Buda: «tudo é sofrimento», «nada perdura» e «só o Nirvana nos salva da roda da vida». Entretanto, os pais e amigos do noviço curvam-se respeitosamente diante dele.
O Maior Santuário
Por vezes também são convidados estrangeiros para assistir a estes rituais ou mesmo à refeição dos monges. Na capital do país, Rangum, estas cerimónias são celebradas diariamente no Pagode de Shwedagon, com dois mil anos de antiguidade. Neste santuário, o maior da Birmânia, encontra-se um relicário com 8 cabelos do buda Siddharta Gautama, que segundo se diz, estão no mais interior dos oito pagodes, construídos uns por cima dos outros. O recinto de Shwedagon é sagrado e apenas se pode entrar nele descalço. Logo a partir dos primeiros alvores da manhã vão chegando os fiéis, ascendendo pelas escadarias principais até ao «stupa» interior, com 10 metros de altura, cujo telhado campaniforme é formado por oito mil placas de ouro. A esfera que remata o telhado está coberta por 5500 brilhantes, que reflectem a luz do Sol naquelas primeiras horas de um modo verdadeiramente impressionante.
Como a Torre de Babel
Menos esplendoroso é o colosso de Mingun - uma pequena povoação no curso superior do rio Ayeyarwady - que foi construído não com pedra mas, tijolo.
Em 1790, quis-se construir neste lugar o maior pagode do mundo, o Mingun Paya. O Rei Bodawpaya concebera-o para nele guardar uma relíquia de Buda, mais concretamente um dente. Face ao esforço que pressupunha, o projecto apresenta algumas semelhanças com a construção da Torre de Babel. Trinta anos mais tarde, quando o monarca morreu, foram suspendidas as obras e aquilo que até então fora construído, veio a ser destruído por um terramoto em 1883. Ainda hoje, porém, pode ver-se o que resta deste empreendimento. Num pavilhão junto a este colosso em decadência está pendurado o maior sino do mundo, com quase 90 toneladas de peso, que foi outrora fundido com vista a ser utilizado em Mingun Paya - «paya» é uma outra palavra para designar os pagodes.
Um vigilante solitário percute regularmente com um cepo de madeira o enorme corpo de bronze e, a impressionante ressonância daquele som profundo que dele se desprende, obrigando o visitante a deter-se. Também neste lugar, como de resto em toda a Birmânia, a tradição de Buda e dos seus ensinamentos. manifesta-se constantemente no aqui e, no agora.
O Pagode de Shwedagon
Em diversos lugares de oração do pagode são estabelecidas relações entre os planetas e, os dias da semana: a Lua, surge relacionada com a segunda-feira, Marte com a terça, Mercúrio com a quarta, Júpiter com a quinta e Vénus com a sexta-feira, ao passo que Saturno surge associado ao sábado e o Sol ao domingo. Para além disso, existem lugares para venerar os planetas ainda desconhecidos, bem como para os «Reis de Sakka», os quais descendem do reino dos céus. Outros lugares ainda do grande Pagode de Shwedagon foram dedicados aos milagres: aí os fiéis rezam para que as dificuldades da vida presente lhes sejam aligeiradas, no entanto não se dirigem directamente a Buda, esperando em vez disso receber ajuda e iluminação, mediante a prática dos seus ensinamentos. Levantam ritualmente uma pedra que existe no interior do pagode, a «Pedra dos Desejos», enquanto pronunciam a seguinte fórmula: «Que esta pedra se torne ligeira, se se cumprir o meu desejo.» Se a pedra continuar a pesar, tal quererá dizer que a divina providência não satisfez o desejo pedido.
No Pagode de Shwedagon há diversos altares dedicados a Buda. Diante deste, vêem-se pegadas marcadas na pedra e cheias de água, em relação às quais se diz pertencerem ao próprio Buda. Para os budistas, a água é também um elemento fundamental, uma vez que é ela que dá a vida.
Nada mais a acrescentar a não ser, benditos estes povos ancestrais do Oriente de uma Ásia abençoada por conhecimentos e fundamentação espiritual sob custódia extraterrestre ou corrente civilizacional extraestelar. Seja como for, perpetuado no tempo, na memória e, nestes maravilhosos monumentos erigidos por crença a Buda, estaremos para sempre perante a grandiosa dimensão de algo que nos transcende. E assim continue a ser a bem de todos nós. Que Buda ou através desses seus mentores do Espaço sideral, nos possa continuar a transmitir os valores, a essência dos princípios e da magnitude extraordinária que é o ser humano. A bem da Humanidade que assim seja!
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