Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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terça-feira, 21 de janeiro de 2014
A Cidade Proibida
Lhasa - Tibet (Lassa - Tibete)
O que há de tão cativante nesta terra e seus ensinamentos? Que forças espirituais atraem as pessoas? E que energias serão essas que se confundem entre a paz, a harmonia e o beneplácito das suas gentes?
Lassa - num País de Outros Tempos
Nem as pessoas muito racionais conseguem fugir ao fascínio exercido pelos valores espirituais e símbolos religiosos do Tibete. Daí as perguntas iniciais: que ensinamentos, que forças espirituais ou ainda, que energias serão essas que atraem pessoas do mundo inteiros - para além das suas gentes - nesta maravilhosa cidade de Lassa? A resposta está tanto na História como no presente deste Tibete mágico e feiticeiro.
O Tecto do Mundo
As colossais montanhas dos Himalaias, rasgando majestosamente as nuvens prateadas, e o Sol lançando os seus raios do azul profundo do Céu, iluminando as neves eternas, constituem uma visão de cortar a respiração. Rodeado por inóspitos planaltos e, imponentes cadeias montanhosas, o Tibete - com uma altitude média de 4000 metros - é a região mais alta do mundo. Isolado do resto da civilização, desenvolveu uma vida religiosa povoada por espíritos e demónios ameaçadores, deuses benévolos, práticas ocultas e, rituais ligados à Natureza.
Os símbolos mais significativos deste mundo que ameaça desaparecer são: um Reino Divino e, uma Cidade Santa. Ou seja: O Dalai-Lama e, Lassa!
À primeira vista, Lassa, a «morada dos deuses», não se distingue de qualquer outra pequena cidade chinesa. Estradas largas atravessam os subúrbios descaracterizados até ao centro. Mas Lassa não é como as outras cidades. No alto da impressionante Marpori ( a Montanha Vermelha), ergue-se o palácio de Potala, que, com os seus resplandecentes brancos e vermelhos, é emblema e símbolo da liberdade do Tibete.
Chega-se à antiga residência do Dalai-Lama - o chefe espiritual do budismo tibetano - apenas por uma escadaria aparentemente infinita. Com uma altura de treze andares, contém 100 ermitas e alberga 10.000 santuários, inúmeros túmulos e, 20.000 estátuas de Buda.
A Montanha de Buda
Quando o alpinista austríaco Heinrich Harrer (n. 1912) chegou à cidade proibida de Lassa em 1946, os Tibetanos contaram-lhe que o Potala só podia ser obra dos deuses, pois nunca mãos humanas conseguiriam construí-lo. Teriam sido seres sobrenaturais a criar este prodígio. Harrer viu neste lugar sagrado pinturas fantásticas e, um tesouro em ouro, prata e pérolas. Mas em 1950, as tropas chinesas marcharam sobre o Tibete, arrasando templos e tesouros culturais insubstituíveis. Mais tarde, o governo chinês decretou que Lassa e o Potala (Montanha de Buda) - o maior mosteiro budista do mundo - fossem considerados atracções turísticas. Os templos da cidade foram portanto restaurados a partir de 1980. Apesar da perseguição movida pelos novos ocupantes comunistas, a vida religiosa no sopé de Potala nunca se extinguiu. Nos dias festivos do budismo, inúmeros peregrinos acorrem a Lassa, levando oferendas de flores e acendendo pequenas lamparinas de azeite, que simbolizam a sabedoria e a iluminação, com a esperança que um dia os seus deuses regressarão.
Revolução no Tibete
Em Outubro de 1950, as tropas da República Popular da China atravessaram as fronteiras do Tibete, cumprindo as antigas profecias dos monges tibetanos, que tinham previsto o difícil destino deste povo piedoso. A Revolução Cultural Maoísta - que considerava a religião «o ópio do povo» - expulsou quase todos os 600.000 monges e monjas dos seus mosteiros budistas. Cerca de 11.000 foram enterrados vivos ou torturados até à morte. o Dalai-Lama, seu chefe religioso e político, teve de fugir em 1959 para o exílio na Índia, abandonando o palácio de Potala. Em 1987, deu-se uma insurreição dos monges de Lassa contra a opressão, a qual foi brutalmente reprimida pelos ocupantes chineses.
Que se poderá acrescentar ante tamanha destruição de valores, princípios e ensinamentos obstruídos? Enquanto o Homem não souber e sentir que é uma simples gota oceânica ou grão de areia do deserto em toda esta magnificente corrente filosófica e de pensamento, nunca se libertará do caos da soberba e da ignorância, acredito. Não poderá haver territórios ou nações que o limitem ou estaremos para sempre perdidos nas imediações do razoável e, do crescimento humano. Deseja-se que haja mais consciência e maior libertação também, de movimentos e acções sobre esta poderosa cidade proibida mas que foi de deuses e ainda será, supostamente. Assim acredito e assim possa ser. A bem dos Tibetanos, a bem da Humanidade!
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