Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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terça-feira, 14 de janeiro de 2014
A Cidade Sagrada
Templo de Shamash - Hatra - Iraque
Cobrirão as areias do deserto, os templos sagrados e o tão afamado talismã que tanto protegeu estes povos da cidade sagrada de Hatra?
Hatra - Centro do Deus do Sol Shamash
Situado a uma das mais importantes rotas que as caravanas atravessavam junto ao rio Tigre, no actual Iraque, fica Hatra, um local de culto da Antiguidade. Foi aqui que, a partir de grandes blocos de pedra, os fiéis do deus Shamash construíram há dois mil anos um importante templo.
Os habitantes da zona acreditavam que deviam a felicidade e imensa riqueza de que gozavam ao seu deus, porém, um dia a cidade sagrada pareceu ser abandonada pela sua boa estrela e Hatra, acabou por legar aos vindouros várias ruínas, fantásticos tesouros artísticos, engenhosas esculturas e, um verdadeiro enigma quanto ao seu final.
O Poder de Shamash
Em 117, um exército temível avançou pela paisagem desértica da Mesopotâmia em direcção a Hatra. Os temíveis legionários romanos sob o comando do imperador Trajano (63-117 d. C.) queriam conquistar este centro de culto. Hatra, porém, resistiu graças à impressionante muralha de fortificação em redor da cidade. Antes ainda de os inimigos conseguirem colocar as suas catapultas em posição, depararam com uma autêntica chuva de fogo, sendo atacados com projécteis de nafta. Acabaram por ter de bater em retirada, depois de sofrerem pesadas baixas. Situação semelhante foi a vivida em 198 d. C. pelo imperador romano Sétimo Severo (146-211 d. C.)
A convicção dos habitantes de Hatra, era que o seu poder advinha inteiramente do seu deus Shamash. Em honra deste, haviam criado um recinto sagrado com 435 metros de comprimento por 320 de largura, rodeado por uma muralha. Onze portões conduziam a um pátio interior, em cujo extremo fora erigido um santuário em honra do deus: um templo cuja impressionante fachada tinha 100 metros de comprimento e que estava adornado com representações de várias divindades. Através de colunatas tinha-se acesso a duas naves e ao local mais importante do santuário, o altar do «Deus-Sol», onde ardia o fogo sagrado, uma chama que jamais se extinguia e, na qual, as pessoas julgavam ver a imagem do deus.
Talismã Místico
Em Hatra viviam também os Partos, que governavam uma extensão de terras que se estendia desde o Iraque até à Índia. Este povo das estepes, oriundo de regiões situadas para lá do mar Cáspio, invadiu a Mesopotâmia no século III a. C. e fundou aí um estado multiétnico.
Os Partos construíram um templo de fogo em honra do seu deus do Sol, ao qual deram o nome de «Hatra de Shamash», mas também outras divindades - algumas bastante temíveis - cujas representações foram encontradas no meio das ruínas, e que tiveram direito a sumptuosos templos.
Ao que parece, na multicultural e cosmopolita cidade de Hatra fundiram-se crenças e influências culturais de diversas proveniências: tanto orientais como gregas ou mesmo indianas.
O declínio deu-se surpreendentemente em 241, quando o rei sassânida Shapur I conquistou a deslumbrante metrópole. O modo como tudo aconteceu, permanece até ao dias de hoje um verdadeiro mistério.
A tradição refere-se a um enigmático talismã que parece ter mantido a cidade protegida ao longo de diversos séculos, porém, a filha do rei que fora raptada por Shapur, acabou por revelar o segredo ao seu raptor. Shapur pôde assim conquistar Hatra e, mandou atar a filha do rei a um cavalo e por este ser arrastada pelo chão até morrer. Passado pouco tempo, as areias do deserto cobriram os templos sagrados e o talismã, que durante tanto tempo havia impedido que os habitantes de Hatra fossem derrotados pelos seus inimigos.
O Culto dos Oráculos
Os Partos devem ter considerado Hatra um centro religioso muito importante, pois os templos estavam repletos de preciosidades. Uma vez que Shamash era também o Deus dos Oráculos, Hatra deve ter sido um local importante em termos de profecias.
Os arqueólogos estão sempre a deparar com belas jóias feitas de ouro e de pérolas e, com estátuas de deuses e de cidadãos devotos ricamente trajados. Essas representações apresentam um aspecto tão real que o arqueólogo francês Henri-Paul Eydoux escreveu: "No meio das ruínas de um mundo que entrou em declínio há muitos séculos, as pessoas representadas em pedra parecem falar-nos directamente do Além."
Em 1985, Hatra foi declarada pela UNESCO património cultural da Humanidade. No interior das muralhas circulares foi posto a descoberto um templo dedicado a Shamash, o «Deus do Sol» dos Partos. É sobretudo ao clima seco de Hatra que se deve o facto de estas relíquias culturais ainda se manterem muito bem conservadas. A beleza e a força que outrora exibiu, deviam-se alegadamente ao poder desse tão enigmático talismã que jamais foi encontrado. Repousará nas intensas areias do desertou ou terá sido saqueado e quiçá escondido em algum sepulcro ilegítimo de outrora? Quem o saberá? E, a ser descoberto, que propriedades envidará aos que assim se propuserem conceber as suas graças? Algum dia o saberemos? Algum dia haveremos a verdade daquela tão flamejante chama que jamais se extinguia, ardendo em «fogo sagrado» e na qual se veria a imagem de um certo deus? Seria também a imagem do nosso Deus? Ou...somente a considerável chama de luz eléctrica que deuses ou astronautas de um espaço estelar lhes terão concedido e concebido ante a sua avançada tecnologia? Muitas perguntas sem dúvida, às quais ainda hoje nos questionamos e repomos em debate aberto na incidência unificada de uma só e grande insinuação sobre a verdadeira liderança destes povos da Antiguidade. E, do conhecimento que estes eventualmente poderiam já possuir de certos meandros tecnológicos que lhes terá sido advindo de outras paragens. Especulação ou não, das certezas advindas também do material que se recolhe na busca arqueológica e histórica - que se vem fazendo ao longo dos tempos - o certo é que ainda há muito por pesquisar, investigar e mesmo «esventrar» o que os desertos, as montanhas, os mares e as planícies nos reservam em segredos seus.
Há que estudar então. Pesquisar e analisar todos os dados que nos são facultados. A bem de todos! Assim seja. A bem da Humanidade!
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