Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
A Cosmovisão «I Ching»
I Ching - Livro das Transformações
Será o I Ching, a correspondente exacta e perfeita entre o código genético do Homem e, os dos seus hexagramas? I Ching e ADN, dois «irmãos» cujo códigos apesar de diferentes, coexistem em concordância plena e a fórmula universal é a mesma!
Cosmovisão Chinesa: o «I Ching»
Em chinês «I» é uma palavra complexa, de muitos significados, que pode ser traduzida por «transformação». I Ching quer dizer: «Livro das Transformações» e, é uma das obras mais importantes da Literatura Mundial.
Na qualidade de «Primeiro Livro sob o Céu», abarcando uma História com 5000 anos, é uma colectânea de máximas e oráculos passada de geração em geração, não só na China como também na Coreia, Japão e Vietname. Livro precioso para os sábios tauistas, goza hoje, no século XXI, de crescente popularidade como guia e, livro de oráculos.
Há milénios que, pensadores como Confúcio e Lao-Tsé, reis e imperadores, poetas e sinólogos estudam o I Ching. E, quanto mais profundamente penetram no «Livro das Transformações», mais sentem que a obra é um presente dos seus antepassados, que com eles quiseram transmitir os seus conhecimentos e vivências à posteridade.
Contacto com a Natureza Interior
Para muitos, no entanto, o «Livro das Maravilhas» permanecia uma colectânea de símbolos e fórmulas mágicas incompreensíveis, de significado complexo e confuso. Graças ao trabalho de estudiosos posteriores, existem hoje traduções boas e compreensíveis dos antigos textos chineses. Assim, o I Ching voltou a representar para o leitor actual, padrões de pensamento e comportamento que analisam o nosso dia-a-dia. Os impulsos emitidos pelo antigo oráculo estimulam a concentração, contemplação interior e auto-interrogação, permitindo àquele que procura orientação, o estabelecimento de um contacto com a sua natureza interior. Os oráculos ajudam a clarificar problemas e, a encontrar decisões para a sua solução.
Tau: a Origem
A Filosofia Chinesa remete toda para o I Ching, que relaciona os conhecimentos espirituais com as recomendações práticas. O governo imperial interrogou o I Ching ao longo dos milénios antes ainda de, tomar decisões políticas importantes e as pessoas usam-no hoje, para se aconselharem em assuntos relacionados com as sementeiras e as colheitas, situações profissionais e, sentimentais.
Os grandes pensadores do passado depressa perceberam a interdependência entre a repetição constante dos fenómenos da Natureza e, os processos da vida, que consideravam partes entrelaçadas num todo.
Também o I Ching parte do princípio de que a origem de toda a vida, o tau, é imutável e eterna. O resto pertence todo ao jogo da vida e está sujeito à mudança, que deve ser reconhecida e aceite como uma oportunidade de desenvolvimento pessoal.
O Livro da Adivinhação baseia-se no conhecimento intuitivo de que, a multiplicidade do nosso ser, resulta das duas polaridades feminino e masculino, abertura e fecho, repouso e movimento, que continuamente se substituem e complementam, criando novas formas.
A Influência na Psicologia
Quando na década de 1920 o psicólogo C. G. Jung leu a tradução alemã de Richard Wilhelm do I Ching, ficou fortemente impressionado com a precisão das imagens psicológicas dos 64 hexagramas. A leitura do I Ching revelou a Jung, a realidade mítica dos sábios chineses de outrora, com os seus deuses e reis, guerreiros e políticos, heróis e malfeitores. Jung viu nele a natureza humana e, a ordem cósmica unidas em símbolos, no «inconsciente colectivo» compreendido pelos povos de todos os tempos e, em todas as culturas. Jung deu por isso o nome de arquétipos a estes símbolos da vida, que o I Ching reúne em hexagramas.
O Jogo das Forças
O lançamento de moedas ou pauzinhos no I Ching não prevê o futuro.: apenas determina a posição momentânea da vida de quem o procura. Quando o utilizamos como oráculo e lançamos seis vezes três moedas para uma superfície plana ou, agrupamos quarenta e nove pauzinhos ao acaso, de certa maneira paramos o tempo. Simultaneamente, estes gestos rituais fixam a imagem de um momento, cujo significado - examinado ao pormenor - evidencia o nosso eu e, as circunstâncias da nossa vida.
Este momento de «transformação» depende sempre de uma pergunta correcta. O I Ching mostra sempre como as coisas podem evoluir, desde que nos comportemos segundo as leis do Universo. O oráculo examina o fluxo das energias Yin e Yang e, indica o caminho correcto de actos futuros, no jogo das forças positivas e negativas. Mas, embora dando conselhos, chama claramente a atenção para o facto de que, todos os seres são dotados de vontade própria, que devem pôr em acção.
Evitar Extremos
Os textos do I Ching repetem constantemente que as pessoas devem aprender a equilibrar os opostos, agindo a partir do seu centro e, evitando os extremos. Os esforços no sentido de forçar os processos da vida numa determinada direcção - para nela os fixar - estão condenados ao fracasso. Se reconhecermos que as forças aparentemente opostas não libertam energias destruidoras mas que, representam duas correntes que se harmonizam, estaremos em condições de repensar o valor da sorte e do azar, do progresso e da estagnação, da pobreza e da riqueza, da vida e da morte.
Propriedades Mágicas
O I Ching fascinou o físico e Prémio Nobel Werner Heisenberg (1901-1976), que em 1969 escreveu no jornal Suddeutschen: "Existe no I Ching e nos seus símbolos, uma fórmula universal filosófica que poderia fazer frutificar o pensamento ocidental."
O psicanalista suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) - e como já foi referido no texto - verificou a existência de uma concordância espantosa entre o I Ching e a sua teoria dos arquétipos e atribui «propriedades mágicas» a esta sabedoria chinesa, que contém princípios profundamente gravados no inconsciente do ser humano.
Descoberta da Fórmula Universal?
O médico alemão Martin Schonberger (n. 1912) desconfia que o I Ching - além de representar processos mentais - serve também de modelo do código genético. Enquanto toda a herança genética do Homem era descodificada no âmbito do Projecto do Genoma Humano no ano 2000, Martin Schonberger notou semelhanças impressionantes entre os dois sistemas. Com o código genético descobriu-se o projecto de construção da vida: codificação da informação genética para a síntese das proteínas em precisamente 64 grupos de três. Schonberger ficou atónito, ao verificar de que existe uma concordância perfeita entre os resultados científicos e o I Ching, cujos 64 hexagramas compostos por grupos de três, também pretendem representar a lei da vida. A sua tese é que, os dois modelos apresentam assim uma correspondência perfeita. Os códigos são diferentes, mas a fórmula universal é a mesma.
Nada a acrescentar. Os factos falam por si e, as evidências também. Estamos perante - e possivelmente desde a Antiguidade em terras do Oriente - com a igual simetria do fluxo e, da construção da vida.
A herança genética do Homem encontra-se toda armazenada no ADN. Os cientistas tendo descoberto esta surpreendente correspondência entre o número de códigos genéticos do Homem e, o de hexagramas do I Ching, viria deste modo a revelar ao mundo a coexistência de ambos em uniformidade e certo paralelismo no que sabemos hoje do verdadeiro código genético humano, no tão referenciado genoma humano. Abrem-se assim novas portas ao conhecimento e, à clarificação tanto ocidental como oriental do que no passado, no presente e, acreditamos no futuro, estas venham a dar frutos em sintonia e conformidade do que há muito já se saberia da nossa codificação genética ou informação do que somos enquanto seres humanos. Assim continue a ser então. A bem da Humanidade!
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