"No início da minha carreira, nunca teria sonhado que um dia chegaria a afirmar, enquanto físico, que nos espera a todos uma vida depois da morte."
Físico Frank J. Tipler
A Ressurreição ou, a vida eterna para além da morte a todos suscita curiosidade, incómoda e alguma perturbação. Nas crianças então, a estranheza e a dúvida, ambas muito presentes para quem inicia uma perspectiva de vida bela e sem sombras - a não ser dos "fantasmas" imaginários da infância que quase nos perseguem até à exaustão sem deixar dormir, - para logo depois se esfumarem por entre os braços e o colo quente de uma mãe generosa que nos afasta os horrores inexistentes. Foi assim que acreditámos nos adultos e em nós próprios, a cada vez que nos juravam a pés juntos que os monstros não existiam e melhor, não nos faziam mal. E que se morríamos, voltaríamos a viver na tal palavra abençoada da ressurreição das almas.
Eu tinha uma tia por demais religiosa que nos afiançava, a mim e aos meus primos de que à semelhança de Jesus Nosso Senhor que se deu por nós na cruz em absolvição e expiação de pecados, para ressuscitar três dias depois em total felicidade e cumprimento do que Lhe era devido na Terra. A tia não mentia, acrescentámos na época, a determinada convicção e acordo geral sem dissidências de maior. A tia era uma sumidade nos trâmites religiosos e cristãos, pois ia à Missa de Domingo pontualmente todas as semanas. Como tal, certo dia em que observamos um pobre pombo de asa caída e sem voo fazer, deixando-se esgrimir pelo chão sem debate ou luta suas de se fazer à vida,(morrendo quase de seguida) eu e os meus primos, achámos por bem remeter-lhe em honras e homenagem um funeral condigno. Não sem antes chegarmos a acordo entre todos na espera circundante da "dita ressurreição". Lembrávamos das palavras da tia ao dizer-nos que ao fim de três dias "a coisa" se dava. Como neste caso era um pombo, "a coisa" dar-se-ia mais rapidamente (comungamos todos) na teoria exímia da ressurreição. Fartámos de esperar. E esperamos para aí umas doze, treze horas (o suficiente para a ressurreição de um pombo...sentíamos) e nada! Nada de nada! O pombo lá foi parar à cova fúnebre dentro de uma caixa de sapatos, sendo enterrado na parte de trás da casa de férias no Baleal em quintal de retaguarda às maluquices infantis.
A partir daí, fiquei céptica e avessa a essa tese de voltarmos a viver...eu e os meus primos. Só mais tarde, haveríamos de nos rirmos e comprazer com tamanha ingenuidade e corações puros que na época possuíamos e difundíamos em tudo o que fazíamos. Os tempos da inocência. Até ao dia em que vimos em sombras e púlpito seu, o nosso avô falecido há muito e que nunca chegáramos a conhecer (nenhum de nós) mas em descrição pormenorizada e rigorosa, nos foi dado a conhecer, poder ser o nosso famigerado avõ paterno que morreu do mal dos pulmões no que seria hoje determinado, cancro pulmonar. Veio visitar-nos porventura dando cor e susto à nossa já tão requintada imaginação de meninos felizes que éramos.Até sempre avô, diríamos todos em uníssono convergente e pacificador com o que ainda não conhecíamos ou tínhamos descoberto de tesouros guardados e nunca requisitados. Foi assim que passámos à fase adulta, sentindo que a ressurreição pode ser mais, muito mais do que o que sabemos ainda hoje.
O físico norte-americano Frank J. Tipler em finais do século passado(cientista naturalista n. 1947) conseguiria determinar o fim da existência biológica a uma possível sobrevivência depois da morte. Este cientista está convencido de que existem planos da realidade mais subtis, aos que se chega depois da morte.
Tripler acredita que se pode demonstrar que as crenças fundamentais da teologia judaico-cristã, como por exemplo, a ressurreição dos defuntos, a vida eterna e a existência de um Deus omnipresente, são efectivamente verdadeiras e que se devem entender como derivações directas das leis da física. Numa série de fórmulas matemáticas e simulações em computador, demonstra cientificamente a existência de Deus e de uma vida depois da morte. Pensa ainda, que o Universo visível não é mais do que uma ínfima parte da realidade efectiva e que todas as formas de vida, incluindo a humana, estão submetidas às mesmas leis físicas que os átomos. A morte de todos os seres vivos, será assim não mais do que, uma transição para outra dimensão da consciência.
"Depois da Morte, também haverá prazeres sensoriais, porque as pessoas não ascéticas assim o desejam! A Vida no outro Mundo é muito parecida com a nossa, mas sem os seus aspectos negativos." Tipler
Ainda de acordo com esta teoria, haverá duas categorias de vida depois da morte: primeiro uma vida num corpo subtil (não tão denso do ponto de vista energético) seguida de uma vida literalmente eterna como parte da consciência universal. Mas também nega as afirmações espirituais orientais, como as da filosofia budista, que prevê uma constante renovação dos seres vivos através da reencarnação, cujo ciclo é terminado com a entrada no Nirvana, a extinção definitiva da existência individual.
A Tanatologia: É um campo de investigação interdisciplinar que procura esclarecer os fenómenos misteriosos que vivem os moribundos em presença da morte. Tânato, é a personificação da morte para os gregos. Determinados aspectos da tanatologia, permitem deduzir que o "Além" é um plano de consciência formado pelos desejos e imaginações do espírito humano mas que, simultaneamente, tem a sua própria corporeidade e dimensão. O místico e filósofo sueco Emanuel Swedenborg (1688-1772) foi um dos estudiosos destes inúmeros fenómenos paranormais e a essência da tanatologia.
Para o físico e parapsicólogo norte-americano Milan Ryzl - que em 1983 apresentaria um relatório científico elaborado para a universidade de Praga - a teoria que defende em conclusiva amostragem do estudo apresentado, seria a de que o nosso mundo físico da matéria não é mais do que uma parte do «mundo superior», independentemente do tempo, do espaço e da materialidade; e o que o ser humano continua a viver depois da morte nesse universo espiritual, não em forma de «espírito» mas sim, como algo semelhante a essa substância espiritual que normalmente se denomina de «alma». Ryzl confirma as suas deduções científicas nos enunciados básicos das grandes religiões.
Os homens do Terceiro Milénio depressa se vão aperceber que, o que até agora era considerado uma mitologia inocente, é no fundo na realidade, uma descrição magistral de outros planos da realidade. Os avanços da tanatologia podem vir a proporcionar a fusão das ciências naturais e o conhecimento espiritual de forma a livrar os seres humanos do medo que têm da morte.
Acreditemos que a morte não nos é uma aterrorizante passagem para o «nada» mas antes, uma barreira a transpor, uma margem a passar, uma fronteira a alcançar. Se todos acreditarem nisto (numa visão abrangente e ecléctica que não tem de ser obrigatoriamente cristã) a que todos se unam e fundam num só pensamento e convicção de que todos a iremos ultrapassar, todos a iremos tomar em mãos para uma outra realidade como os investigadores e estudiosos da matéria já o confirmaram. É muito simples. é só não ter medo e abraçar essa causa como uma nova etapa e meta das nossas vidas. Surpreendente vai ser, observarmos o quão maravilhoso é e será, esse outro lado que especulando, ainda não conhecemos. Entreguemos-nos então, à sua imposta sujeição de apenas nos ir ser, só mais uma competição; de vida que não de morte, acreditem! E vai ser bom...eu acredito!
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