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terça-feira, 13 de agosto de 2013

A Propaganda

- "Quando as tropas alemãs entraram em França por Sedan, houve aviões que lançaram uma edição francesa, cujas alarmantes quadras diziam, entre outras coisas, que o Sudeste de França seria poupado.
Walter Schellenberg, director dos serviços secretos de estrangeiros da repartição central de segurança do Reich e uma das personalidades mais importantes do círculo de Himmler, diz nas suas memórias que parte da população civil caiu no engano e fugiu para o Sul, desimpedindo as estradas por onde as tropas marcharam sobre Paris. A propaganda nazi divulgou também, panfletos alemães deste tipo, como por exemplo, um texto de 1941 com o título: "O Vidente de Salon".


O Astrólogo dos Nazis

O astrólogo suíço Karl Ernst Krafft (1900-1945) era uma personalidade brilhante e complexa, cujas relações com a magia raiavam as fronteiras da patologia. Obcecava-o a ideia de se opor ao materialismo e mecanicismo do seu tempo. uma impertinência que se adaptava ao espírito da época. Políticamente ingénuo, Krafft contava com o nacional-socialismo para ultrapassar o materialismo.
Baseando-se em cálculos astrológicos, escreveu no Verão de 1939 para a chancelaria do Reich, alertando para um atentado contra vida do Fuher: a vida Hitler estaria em perigo entre 7 a 10 de Novembro de 1939, existindo a possibilidade de uma tentativa de assassínio com material explosivo.
Como ninguém reagiu ao aviso, telegrafou para Berlim pouco antes do atentado à bomba na Burgerbraukeller. Depois do seu fracasso, Krafft foi preso e acusado de cumplicidade, mas verificou-se quase de imediato que esta suspeita não tinha qualquer fundamento.
O governo da nação chamou-o a Berlim, à repartição central de segurança do Reich, com a missão de emitir pareceres astrológicos sobre o carácter e destino de altos dirigentes militares e estadistas do inimigo.
Karl Ernst Krafft, via por fim o reconhecimento do seu génio.


Nostradamus: Instrumento de Propaganda

O verdadeiro interesse de Krafft residia na obra do profeta Michel Nostradamus (1503-1566).
Goebbels "farejou" então a possibilidade de usar as suas profecias com fins propagandísticos e na condução psicológica da guerra. por incumbência de Goebbels, Krafft prepararia uma interpretação das profecias de Nostradamus que falavam da vitória da Grande Alemanha sob o comando de Hitler. A obra de propaganda foi divulgada nos territórios franceses ocupados, onde o profeta nacional, Nostradamus gozava de grande apreço.

 
O ministro do Reich Rudolf Hess era também, um apaixonado pela astrologia, no que não estava sozinho entre os seus correligionários. Durante os primeiros anos do domínio nacional-socialista, houve na Câmara de Literatura do Reich, uma associação de astrologia. A propaganda atribuiu a espectacular acção de Hess ao desarranjo mental de uma pessoa que vivia sob a reprovável influência dos astrólogos.
A partir do fatídico dia 10 de Maio de 1941, haveria uma "caça às bruxas", começando por Hess e acabando nos astrólogos, hipnotizadores e ocultistas em perseguição feroz e detenção rasante. R. Hess sairia num Messerschmidt-110 de Augsburg em fuga, direccionando-se para a Escócia. Outros foram presos pela Gestapo sem hipóteses de precederem a Hess, sem os seus recursos ou conhecimentos.


A data de 10 de Maio ficaria para a História como um marco assente de uma conjugação astral de dimensões enormes na extraordinária junção e  influência pouco comum de seis planetas no signo de Touro.
E ainda por cima, com Lua cheia!

A História dá-nos razão. Homens da guerra, homens da ciência e tantos outros que, ao longo dos tempos - em altruísmo ou despotismo...- se veriam guiar pela anunciação de uma força de astros e planetas.
Continuará a haver sentimentos e, pensamentos contraditórios em oposição ao que não querem admitir. mais séculos virão em que essa mesma História narrada e explorada, certamente, nos dirá a verdade. Assim seja!

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