"Ele!"
Ele era demasiado brilhante, para que se pudesse olhar!
Sinto-me feliz por não ter, neste momento, olhos físicos...esta luz, destruiria a retina num décimo
de segundo. Ouvindo de seguida: - Estás na presença do Filho de Deus!"
Foi desta forma que o psiquiatra norte americano, o Dr. George G. Ritchie, sitiado em Virgínia - e na época, no Texas como o cabo G. Ritchie - descreveria em exultação, a experiência extra-corporal ou, de desdobramento astral - na experiência de estrutura quântica, polarizada à matéria astral dos seres vivos e, assinalada pelo autor - reverberando-lhe a fé e uma maior conexão como homem da ciência que era e, se definia.
Acometido de uma pneumonia dupla que se revelaria mortal, o cabo G. Ritchie sucumbiria numa das muitas camas da enfermaria onde posteriormente, terá observado o seu corpo inerte, debaixo de um lençol. "Viajaria" então, na presença de algo ou alguém que, acompanhando-o em peregrina amostragem e visionamento do que seria o "purgatório" (ou inferno...) registando a dor de tudo o que via e por vezes sentia, nos que estavam em hediondo e forte sofrimento por tudo o que haviam feito na Terra. Não foi fácil. Não foi bonito de se ver, terá admitido. Aferiria ainda, de que essa gente de mil vícios ou sevícias terrenas das suas acções e intentos, aspergindo sofrimento à sua volta, flagelando-se entre si, era o espelho de um horror só que ele, admitiu, não desejaria viver; no Céu, ou na Terra.
A luz imensa, mas ténue em diálogo temperado e consensual com o que lhe ia revelando, levá-lo-ia a uma espécie de biblioteca macro-dinâmica e propulsionar de uma actividade imparável na construção e elaboração de algo que jamais o agora Drº Ritchie esqueceria. Estava-se em 1943 mas o que lhe foi dado observar - estando já completo e preparado para o seu objectivo de missão técnica e bélica na Terra - seria, na nova era atómica dos Estados Unidos, uma realidade. Ritchie no momento, não percepcionaria a dimensão e (provavelmente a visão de um futuro próximo, exponencial e desconhecido por si) da dita geringonça bélica que a "presença" lhe mostrava. Só mais tarde, em 1952 o reconheceria, exposto e publicado na revista "Life" da época. Recordaria então, o que visionou nessa experiência sua, de vida para além da morte ( e que daria título ao seu livro "Voltar do Amanhã) do que ainda memorizava desses seres extra-dimensionais de uma ciência superior à sua, cobertos como monges mas, de tempos futuros. Imbuidos de uma paz enorme e, supostamente, uma clarividência e sapiência conjuntas, estes seres, transmitir-lhe-iam de que a nossa consciência e saber estão muito atrás no tempo...como se fôssemos primatas e andássemos na horizontal e o nosso raciocínio fosse meramente de uma existência de sobrevivência e não, de um maior conhecimento. Jurássicos, talvez. Em relação a estes...certamente! "As Obras Capitais do Universo" - foi o que o Drº G. Ritchie registaria na sua memória, do que para trás deixara de uma certa universidade celestial.
Revista Life de Dezembro de 1952
" Na semana passada, a Comissão de Energia Atómica, levantou uma parte do seu véu de segredo, e permitiu que artistas da «Life», esboçassem alguns pormenores do protótipo do segundo motor atómico submarino dos Estados Unidos e da estranha instalação que o alberga. O edifício que se ergue perto de Schenectady, N.Y. vai ser a maior esfera, alguma vez construída pelo Homem e custará dois milhões de dólares, com uma concha de aço, medindo 68,58 metros."
Ao ler isto, Ritchie ficaria abismado ante o que já visionara em completo e não em protótipo. Suspirou e, enchendo os pulmões de ar novamente, sentiu que num futuro próximo também, teria de deixar em registo escrito e oral ( nas convenções a que foi posteriormente, dando a conhecer a sua experiência) e tudo o que a sua mente absorvera desse tempo em que o coração lhe parara e lhe fora confirmada morte clínica. Ainda ouvia, em telepatias estranhas mas doces, a voz, a luz, a presença. Uma presença de amor, carinho e protecção mas igualmente de inquirição e insistência a cada passo celestial que dariam, perguntando-lhe então: - Que fizeste da tua vida?...
Balbuciante e temeroso, o nosso Drº lá responderia na sua escassa e jovem ainda vida de estudante e soldado, sem saber as repercussões exactas dessa sua confissão, ante aquela luz maravilhosa que o não julgava mas apenas, inquiria. Como uma voz da consciência e da razão. Era tão maravilhoso que o Drº Ritchie não queria voltar para o reino dos mortais onde só havia dor, ódios e maledicências. Mas a voz soar-lhe-ia infinita e, irreversível. - "Tens de voltar! A tua missão ainda não está cumprida!"
E essa, foi a ordem mais dolorosa, mais horrenda que o cabo Ritchie terá aceite e cumprido em espaço físico terreno e seu, doendo-lhe todos os ossos e todos os órgãos do corpo, assim que assomou à Terra e, ao seu quarto de enfermaria, escuro e gélido. Levaria algum tempo ainda, para que a lucidez e rigidez do corpo e, da alma, se lhe avivassem e devolvessem a energia necessária para retornar ao mundo dos vivos. Não foi fácil. tudo se lhe toldava. O corpo, o espírito e...a vontade de voltar cá abaixo sem o querer, sem o desejar minimamente. Mas sabia ter de o fazer, de o cumprir. A "presença", assim lho ditara. Só havia de o cumprir. E penso que estava certa. O Drº Ritchie teria de contar a sua maravilhosa experiência extra- corpórea pois que, para muitos, haveria de ser o início de uma nova realidade, ainda que o cepticismo imperasse em muitos também. A credibilidade de Ritchie não sofreria mazelas pela certeza corroborada também, de que um homem médico, da ciência, poder ser em paralelo a corrente espiritual verdadeira, do que pouco ou mal conhecemos a nível global. Não esqueceria nuca, aquela "presença divina" que lhe sustentaria no ser, a certeza de ser mais do que uma carcaça física numa alma a preservar, a amar. E disso, jamais se esqueceria e muito menos lamentaria, pelo triunfo e valor acrescido do seu testemunho para as gerações futuras. Salvé Drº G. Ritchie. o Senhor fique convosco e...connosco, também.
Oxalá eu o vivesse. Até agora...não. Não me foi dado esse tão grande privilégio dessa magnífica experiência astral, celestial ou...o que for. Mas tenho pena. Lamento que Deus, Cristo ou essa "presença" que será de ambos, me não tenha escolhida...talvez porque eu o não mereça ou nem sequer isso esteja nos «Seus» planos para mim e tal, não seja necessário. passar a palavra é importante. Alguém já disse um dia, que a palavra é uma arma e eu odeio esta expressão de armamento pesado. A palavra é uma força sim mas de origem pura e alvéola, que corre como água ou rio para o mar, nunca por nunca, uma força bélica como a hipotética arma nuclear ou atómica do que anteriormente falei em primórdios de uma era atómica crepuscular. A palavra, o discurso, e esta nova era terão de ser antes de mais, uma nova esperança em que podemos e devemos acreditar e não ter medo, do que daqui nos levará. A morte é apenas uma parte, uma passagem, uma nova experiência, nada mais.
Jean Cocteau terá dito: "A vida, é uma parte da morte."
Os aborígenes crêem que o espírito existe antes e depois da vida num estado a que chamam o tempo do sonho e que os espíritos da tribo e dos seus animais renascem, constantemente, sem parar.
E assim deve ser. A imortalidade da alma é uma certeza. E é tão bom, que assim seja! A Presença de luz, diz-nos isso. E eu acredito. Somos seres lindos! muito lindos!
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