Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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terça-feira, 10 de dezembro de 2013
A Mortalha
Terá Jesus Cristo sobrevivido à crucificação, não passando portanto a ressurreição de uma lenda bíblica?
O Santo Sudário de Turim
Uma tela de linho com 4,36 metros de comprimento e 1,10 metros de largura, cuja origem e lugar de custódia são objecto de forte controvérsia desde o seu aparecimento, revela a parte da frente e a de trás do corpo de um homem nu e ferido como se de um negativo fotográfico se tratasse. A delicada imagem apresenta uma coloração sépia e cinzenta em algumas partes e, observam-se também claramente, restos de sangue. O pano é um dos objectos mais estudados pelos cientistas e é conhecido como o Santo Sudário de Turim. Não se trata de uma pintura, pois os vestígios de sangue encontrados são humanos; conseguiu-se também determinar o grupo sanguíneo a que pertencem.
Não restam dúvidas de que alguém de que alguém esteve envolto nele e, de que o seu corpo, terá deixado uma marca indelével no tecido. Mas quem será e quando aconteceu tudo isto?
Imagem de Jesus Cristo
As feridas fazem crer que o homem terá sido crucificado e são exactamente as mesmas que foram infligidas a Jesus Cristo na cruz. A coincidência com os relatos evangélicos da Paixão de Cristo e outros dados históricos sobre a sua crucificação é tão assombrosa que o historiador jesuíta Herbert Thurston escreveu: "Quanto à identidade do corpo cuja imagem aparece no sudário, não resta a menor dúvida. As cinco chagas, a cruel flagelação e as feridas em redor da cabeça são claramente visíveis. Em nenhuma outra pessoa (excepto em Jesus), se verificaram tais ferimentos, desde que o mundo existe." - Eis a mortalha de Jesus Cristo! Os cientistas, porém, discutem até hoje a sua autenticidade.
Argumentos a Favor da Autenticidade
O professor Gilbert Raes, do Instituto de Tecnologia Têxtil de Gante, na Bélgica, descobriu no tecido várias fibras de uma espécie de algodão que na época de Jesus Cristo era plantada na Síria. Naquele tempo, o algodão ainda não era cultivado na Europa. Ao que parece, o linho terá sido tecido num tear sírio no qual previamente, se havia trabalhado com algodão. O criminólogo suíço Max Frei conseguiu identificar as espécies vegetais, cujos pólenes foram encontrados no sudário. Muitas delas são plantas típicas do deserto, mais concretamente da zona que circunda o Mar Morto. Algumas encontram-se exclusivamente nos arredores de Jerusalém. O tamanho do pano corresponde ainda, a uma unidade de medida habitual na Palestina nos tempos de Jesus Cristo. Os vestígios de plantas como a mirra e o aloé - mencionados no Evangelho de São João - e achados também na mortalha, reforçam a tese da sua autenticidade.
Numerosos estudos trouxeram um sem-número de provas a favor da suspeita de que se trata da verdadeira imagem de um ser humano vivo.
Imagem de alguém Vivo
A análise efectuada por um grupo de patologistas provocou grande comoção: na imagem não detectaram nenhum indício de «rigor mortis» e, com base nos fluxos de sangue visíveis no tecido, concluíram que o homem envolto na mortalha teria de estar vivo. De diversos pontos que num corpo jacente ficam em posições mais elevadas - como a parte da frente do tronco e as mãos - brotou muito sangue, coisa que seria de todo impossível num cadáver. De especial interesse, revelou-se a hemorragia da ferida das costas: é possível observar uma grande mancha de sangue que se estende de forma transversal sobre toda a extensão das costas. O sangue espalha-se pela mortalha até aos lados do corpo. Isto tem apenas uma explicação: quando o homem foi envolto na mortalha e deitado de costas no chão, a ferida começou a sangrar de novo. Esta hemorragia não poderia ter-se verificado na vertical sobre a cruz. As diversas feridas apenas poderiam sangrar se, o sistema circulatório do homem, se mantivesse funcional. Contaram-se 28 feridas que, continuavam a sangrar mesmo depois de o homem ter sido despregado da cruz. O crucificado não poderia portanto, estar morto.
Genética Divina
Impõe-se então a seguinte questão: terá assim Jesus Cristo sobrevivido à crucificação, não passando portanto a ressurreição de uma lenda bíblica?
A igreja depara-se com outras revelações extraordinárias relacionadas com a mortalha de Turim: o doutor Victor V. Tryon, director do Centro de Tecnologias Genéticas Avançadas da Universidade do Texas, em San Antonio, analisou o ADN de uma das manchas de sangue da mortalha. Constatou que o sangue contém os cromossomas X e Y, pelo que pertence indubitavelmente a um homem. Todavia, Tryon realça que há outras análises possíveis: "Se se verificar que este ADN provém apenas da mãe, sem intervenção do pai, tal teria consequências religiosas que qualquer pessoa pode imaginar."
A informação genética respeitante ao homem - que na opinião de um quarto da Humanidade, foi o filho de Deus - pode confirmar ou deitar por terra assim, certos dogmas da fé.
Por ocasião da última apresentação em público da mortalha na Catedral de Turim, em 2000, preparou-se uma reprodução em alumínio da relíquia em tamanho original para que, o retrato de Jesus Cristo, fosse também palpável. Desta forma, os invisuais puderam tocar pela primeira vez na «imagem» de Cristo, ao passo que aos restantes visitantes, era dada a oportunidade de observar por breves instantes, o precioso tesouro da catedral protegido por um vidro à prova de bala.
Defensores ou opositores sobre esta questiúncula da mortalha pertencer ou não a Jesus Cristo, ainda levará o seu tempo em reposição de toda a verdade, contudo (tenham razão uns ou outros) aguardaremos com expectativa as novidades de investigação e análises científicas que a moderna tecnologia se nos apresenta. Assim sendo, vamos esperar que algo possa surgir em anúncio plausível e consensual com todas as hostes religiosas e não só. Especular, só deforma o verdadeiro sentido do que ambicionamos conhecer em autenticidade e veracidade dos factos registados então. A bem de todos, assim seja!
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