Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
A Criação do Éden
A Idade de Ouro de uma civilização em que tudo era perfeito em paraíso ou «jardim do Éden», mas ter-se-à tudo perdido depois na perca da inocência?
O Princípio do Mundo
O princípio do mundo, a criação do Homem, o Paraíso e o pecado original: os teólogos defendem que estas representações da Bíblia não devem ser consideradas verdadeiros testemunhos mas sim, parábolas do Bem e do Mal e do Reino de Deus no mundo. Assim, a descrição do Paraíso, seria mais uma história com conteúdo simbólico do que uma descrição factual. No entanto, houve sempre homens que partiram em busca do jardim do Éden, esse paraíso da Humanidade na Terra.
O jardim do Éden inspira-se nas representações mesopotâmicas do Paraíso. Adão e Eva, perderam aqui a sua inocência ao comerem o fruto da árvore do conhecimento, um motivo que inspirou inúmeros pintores ao longo dos séculos. De resto, a expressão «pecado original» não é mencionada na Bíblia, onde também em lado nenhum se refere a maçã que Eva teria colhido. No Antigo Testamento fala-se apenas em «fruto».
O motivo «Eva, a serpente e a maçã» foi introduzido por fabricantes pré-bíblicos de vasos gregos, que se basearam na lenda das Hespérides, as guardiãs mitológicas das maçãs de ouro que, prometiam a juventude eterna.
O Jardim de Éden
Para alguns historiadores, as descrições do jardim de Éden são a indicação de uma «Idade de Ouro», de um ponto alto da civilização em que tudo era perfeito mas, corria ao mesmo tempo o risco de perder a inocência. Na China, tanto os Confucianistas (seguidores de Confúcio), como os seguidores de Lao-Tsé, acreditavam num estado de perfeição há muito perdido no passado. De resto, o «Jardim do Paraíso» poderia ser o lendário continente afundado da Atlântida, Mu ou Lemúria.
O Paraíso
A palavra «paraíso» vem do persa e significa «jardim». No entanto, não é mencionada no Antigo Testamento e só foi incluída num título intermédio na tradução unificada do século XX.
Na redacção original, falava-se sempre e apenas de um »Jardim do Éden», sendo Éden de origem Suméria e designando uma estepe. O Paraíso dos Sumérios chamava-se «Tilmun». Segundo o que pode ler-se nas placas Assírias, era «uma terra pura, limpa e clara, onde o leão não mata e o lobo não rouba a ovelha».
O Trabalho como Castigo
O Paraíso já existia na ideia da Humanidade muito antes das narrações do Antigo Testamento, compiladas nos séculos V-II a. C. Era uma noção já incluída nas descrições Assírias (séculos IV-I a. C.) e, nas lendas da antiga Índia, que falavam de uma árvore do conhecimento no «Jardim Jinna».
Por muito diferentes que sejam os paraísos dos mitos dos vários povos, uma coisa têm em comum: o trabalho é sempre considerado um castigo!
Em Busca do Paraíso
O Antigo Testamento fala de quatro rios como ponto de referência do jardim do Éden, mencionando claramente um deles, o Eufrates. Quanto ao Hiddekel, os arqueólogos da Bíblia pensam que é o Tigre. Mas onde correm o Pichon e o Guion?...Uns defendem que o Pichon seria o rio Indo; outros afirmam que se trataria do Ganges, sendo o Guion o Nilo.
Não admira então, o número de conquistadores e aventureiros que partiram em busca do antigo jardim do Éden, o Paraíso perdido da Humanidade. Até ao século XIII, um dos objectivos das cruzadas foi reconquistar a ferro e fogo, a terra da paz para a Cristandade.
O reformador Martinho Lutero (1483-1546), no entanto, mostrou-se céptico quanto à existência de um jardim do Éden: "É possível que Deus tenha feito um jardim ou delimitado uma região mas, na minha opinião, talvez possa pensar-se que se tratava da terra inteira."
A Árvore do Conhecimento
«O Senhor Deus preparou um jardim no Éden, lá para o Oriente, e colocou nele o homem que tinha modelado. Da terra, fez nascer toda a espécie de árvores que eram agradáveis à vista e, davam bons frutos para comer. No meio do jardim estava a Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento, do Bem e do Mal. No Éden nasce um rio que rega o jardim e depois, se divide em quatro rios diferentes. O nome do primeiro é Pichon...O segundo rio chama-se Guion...O terceiro Tigre (Hiddekel)...O quarto rio é o Eufrates.
O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para nele trabalhar e, para o guardar.» (Génesis 2, 8-15.)
A Árvore da Vida e do Conhecimento simbolizando em simultâneo, uma ligação entre o Céu e a Terra e que, desde os primórdios da criação da Humanidade nos cinge na mera condição de seus discípulos.
Tendo havido ou não essa fantástica criação de um jardim do Éden ou Paraíso à beira-rio plantado, o certo é que de facto algo terá existido ou coexistido mais exactamente, pelo que hoje reconhecemos nas fantásticas analogias bíblicas do princípio do mundo, da criação do Homem no seu todo e, indubitavelmente também, de toda a envolvente mecânica entre o Bem e o Mal em Paraíso anunciado e depois fechado ao Homem. Lamenta-se que tal tenha surgido ou corrido para mal dos nossos «pecados» em liturgia catolicizante que desde o berço até à cova nos apregoam impiedosamente...mas assim é de facto. Tentando ser pessoas melhores - com Paraíso ou sem ele - lá vamos ramificando o nosso ser em juncos de Bem e de Mal por entre nós, ainda que o não desejemos muitas vezes em plena inconsciência da maldade que fazemos e aprumamos nos outros. Mesmo que, não atinjamos a perfeição - pois essa só é visível e notável nuns quantos iluminados e tangenciais santidades que por vezes povoam a Terra - vamos tentando orquestrar as nossas vidas com as dos outros em composta sintonia ou apenas mera cumplicidade do que nos autentica nessa mesma vida. Não temos de ser perfeitos mas temos de o tentar ser...pelo menos. Ou então, seremos todos uma desilusão terrífica para os que nos criaram em descendência Homo Sapiens trágica! Mas como ainda acredito na Humanidade com Paraíso, Inferno e tudo o mais...basta então acreditar. E eu acredito!
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