Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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terça-feira, 17 de dezembro de 2013
A Eterna Sabedoria
Castelo de Tomar - Portugal
Como poderá a gigantesca frota naval dos Templários ter-se pura e simplesmente evaporado?
O «Cristal da Eterna Sabedoria»
Os Templários construíram castelos em muitos países europeus. Em Portugal, por exemplo, possuíam uma fortaleza em Tomar. Ainda hoje se mantêm vivos rumores, acerca da existência de uma enorme rede de corredores secretos subterrâneos. Certas pessoas com dotes esotéricos acreditam encontrar-se aí um «cristal da eterna sabedoria» ou talvez, um quinto Evangelho, cujo autor teria sido ninguém menos que o próprio Jesus. Os Templários designavam-se a si mesmos «cavaleiros do Templo de Salomão», pois fora no local onde se situavam as fundações desse templo, em Jerusalém, que a Ordem teve a sua primeira sede.
Foi uma cópia desta igreja que os Templários erigiram na sua fortaleza em Tomar - o que torna todo o complexo ainda mais enigmático. Até aos nossos dias as autoridades não autorizaram a realização de quaisquer escavações, pelo que este castelo dos Templários continuará assim por muito mais tempo a alimentar lendas. Impõe-se a questão: será de facto uma lenda...?
O Mito
Os Templários continuam ainda hoje associados ao sombrio vazio dos segredos. Em missas negras, deverão eles ter adorado divindades pagãs com três cabeças, mediante rituais horrendos terão celebrado as práticas sexuais mais desviadas, chegando mesmo a sacrificar crianças. Até mesmo de praticar a feitiçaria foram eles acusados, afirmando-se que obrigavam mulheres a abortar. Para além disso, teriam ainda venerado uma divindade chamada «Bafomé» e, espezinhado a cruz. Mito ou verdade?
É certo que nem todos os cavaleiros terão sido santos, mas de pecados e delitos semelhantes eram também outras ordens acusadas sempre que se queria denegrir e limitar a preponderância de uma delas. Ao executar buscas nas instalações dos Templários, a Inquisição não deparou com quaisquer provas que pudessem sustentar e justificar a acusação, mas ainda assim permanece uma aura de mistério a envolver os cavaleiros da Ordem dos Templários. Para quem estivesse de fora, os Templários teriam com efeito exercido um certo encanto enigmático, pois a verdade é que estes estavam obrigados por um voto de silêncio absoluto.
Os seus rituais de aceitação na Ordem, assemelham-se a ritos de iniciação. Associados aos rumores de que a cruz era desrespeitada, o beijo fraterno de aceitação na Ordem, foi entendido como um gesto revelador da homossexualidade e, de práticas proibidas.
Com a grande quantidade de acusações e calúnias de que foram vítimas, o destino dos Templários estava traçado: em 1312 deu-se a dissolução oficial da Ordem. Com a imolação pelo fogo do grão-mestre Jacques de Molay e do preceptor da Normandia, Geoffroi de Charnay em 1314, a Ordem parecia definitivamente arredada dos palcos da História. Ainda assim, a Ordem não deixou de existir, permaneceu viva nem que seja por muitos séculos ainda, na nossa fértil e proveitosa imaginação.
Lendas dos Templários: o Tesouro
Os tesouros da Ordem, como paradeiro desconhecido, desenvolveram um enorme poder de atracção (e cobiça, dizemos nós...). Na noite anterior ao grande golpe desferido em Outubro de 1307, os membros da Ordem terão sido avisados, pelo que um «comboio» de carros de transporte terá então deixado Paris - onde a Ordem tinha a sua sede principal - rumo a parte incerta. Desde então, apenas há rumores acerca do paradeiro daquele lendário tesouro, que se julga poder estar no castelo de Gisor, nas imediações de Paris, mas também no Sul de França, em Espanha, em Portugal ou na Escócia.
Com efeito, alguns templários lograram fugir para o estrangeiro, levando consigo toda a sabedoria acerca do mistério da Ordem, por isso talvez um dia, indícios até então escondidos, possam mostrar o caminho que conduz aos seus tesouros sagrados.
A Frota dos Templários
Daí a pergunta inicial: como poderá a gigantesca frota naval dos Templários ter-se pura e simplesmente evaporado? Sabemos hoje que em Portugal a Ordem dos Templários mudou de nome e adoptou a designação de Ordem de Cristo. Até mesmo o símbolo da Ordem - a cruz vermelha sobre fundo branco - se manteve inalterado. Os descobridores que mais tarde se aventuraram até novas paragens ainda por descobrir, navegaram sob os auspícios deste símbolo, tanto os homens do Infante Dom Henrique como Cristóvão Colombo. Colombo terá tido à sua disposição velhas cartas de marear da Ordem de Cristo, ao pretender navegar até à Índia e ter descoberto a costa da América. Por essa razão, os investigadores partem do princípio de que essas cartas - com grande grau de correcção geográfica para a época e, dotadas de informações valiosas - teriam sido um legado dos Templários, que já conheciam a América e para lá haviam fugido.
Esta, é uma hipótese que não deverá ser excluída, pois no Estado norte-americano de Massachusetts foi encontrada uma imagem do século XIV que representava um cavaleiro com uma espada. É bem possível então, que o imponente tesouro dos Templários nunca possa ter sido recuperado pelo simples facto de, ter sido levado pelos cavaleiros da Ordem para o local mais seguro de então, a América, com a qual os seus perseguidores ainda nem sequer sonhar podiam.
Círculo Secreto
Perto da cidade escocesa de Edimburgo, em 1446, Sir William St. Clair lançou a primeira pedra para a construção de uma enigmática igreja. A capela de Rosslyn está repleta de sinais enigmáticos.
Sir William era descendente de uma família de linhagem nobre e com diversas ligações aos Templários. Os St. Clair deverão ter estado ligados à fundação de uma loja maçónica secreta, através da qual foram transmitindo a sabedoria adquirida pelos Templários. Para além disso, há indícios de que em 1312 houve Templários que se refugiaram na ilha escocesa de Mull, onde terão fundado uma Ordem Secreta.
Com efeito, na simbologia maçónica encontram-se numerosos aspectos da simbologia dos Templários. Um dos símbolos centrais é, por exemplo, o Templo de Salomão.
Este negro Outubro de 1307 até à extinção da Ordem dos Templários em 1312, ficaria registado na História como um dos períodos mais sangrentos de perseguição e maldição sobre esta instituída organização do foro religioso e cristão. A sua extinção não nos fará de modo algum deixar de continuar a sua senda - não em atitude igualmente persecutória - mas em busca da verdade e, muito provavelmente para os entendidos, de todo o seu espólio, dito almejado tesouro dos Templários. Mais que não fosse, por uma certa veemência histórica em apresentação dos factos e de uma realidade ainda sonegada a tantos de nós sobre o que terão sido verdadeiramente estes senhores da Ordem dos Templários. Eram eruditos, senhores da palavra, do conhecimento e da razão. Se por alguma razão, terão tido comportamentos desviantes, não o sabemos mas como já foi dito atrás, quem poderá julgar algo ou alguém por um todo que, caído em desgraça, arrasta todos atrás de si.
Quanto ao tesouro em si e, a todo um seu percurso desviado pelos seus fugitivos cavaleiros da Ordem, haverá hipoteticamente a orla de se pensar este poder estar «sepultado» em França (algures) em Espanha (este, o sítio mais improvável pela circunstância da Eminência Inquisição aí ser sede...), Portugal (em Tomar) e finalmente na América pelo já relacionado com o conhecimento dos Templários na existência desta.
Penso que me é dado opinar que, «dividir para reinar» terá sido o lema. Daí que este tão afamado tesouro dos Templários, possa estar espalhado tanto pelo território europeu como americano. Sem esquecer a Escócia pelo que também foi relatado e como espaço interno também, imbuído desta crença e deste colo ou regaço dos Templários em refúgio e secreto esconderijo do que tentaram preservar para a História de si.
No que me diz respeito, em espaço lusitano por terras de Tomar em Portugal, anuncio de que seria com muito agrado que se fizessem escavações arqueológicas e outras, sobre as catacumbas da fortaleza do castelo e mesmo do Convento de Tomar (onde se regista igualmente essa influência dos Templários) e dessem à luz esses novos factos que, mesmo sem grandes tesouros luzidios, nos poderiam elucidar mais. Contudo, a haver a descoberta do dito «cristal da eterna sabedoria» ou o quinto Evangelho escrito por Jesus ( e estes sim, os verdadeiros tesouros da Ordem, acredito) seria a última maravilha do mundo em consonância com tantas outras que por cá detemos. Por agora, só nos resta esperar que mentes lúcidas, transparentes e despojadas de qualquer interesse económico ou outro que não seja unicamente de cariz histórica e científica, autorize um dia essas escavações para que todos possamos ter mais certezas do que dúvidas. Devemos isso aos Templários e, à sua magistral obra do que ainda certamente recolhemos por mão de Reis e Infantes na sapiência marítima e que, uma vez mais, induz a que Colombo tivesse ido precisamente para onde o nosso Rei o terá mandado, para a América e não para a Índia...mas isso, é outra história.
A Eterna Sabedoria dos Templários não será esquecida. A bem de todos, assim possa ser!
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