Quem representam estas colossais estátuas e qual seria o seu significado religioso?
A Ilha de Páscoa
Sete estátuas do mesmo tamanho e semelhantes entre si, são as únicas viradas em direcção ao mar na ilha de Páscoa, de olhos postos na imaginária Hiva. Daí - reza a lenda - chegaram exploradores que procuravam o país de Rapa Nui.
Em 1722, o almirante holandês Jakob Roggeveen partiu em busca de um lendário continente, a Terra Australis, que segundo ele estaria situado algures nos mares do Sul. Entre 5 e 6 de Abril desse mesmo ano, avistou por fim terra na imensa vastidão do Oceano Pacífico. Contudo, não se tratava do tão ansiado continente, mas de um pequeno troço de terra rodeado de água por todos os lados.
Visto que o achamento decorreu durante a Semana Santa, a ilha foi baptizada com o nome de «Ilha de Páscoa». Ao longo da costa, a tripulação do navio foi-se deparando com gigantescas esculturas megalíticas que, a seu ver, não passavam de artefactos insignificantes produzidos por uma população indígena primitiva.
Na sua arrogância (ou ignorância pura...), não se deram conta de que estavam perante um dos maiores mistérios de sempre, que ainda hoje nos coloca questões que permanecem por responder: como conseguiram os ilhéus talhar estas colossais estátuas - algumas das quais chegam a medir 10 metros de altura - na rocha vulcânica, transportá-las e erigi-las? Quem representam estas e qual o seu significado religioso?
Passado Enigmático
A ilha a que os habitantes polinésios chamam Rapa Nui (Vasta Ilha Plana) ou «Te-pito--o-te-henau» (Umbigo do Mundo) continua rodeada por uma aura mágica.
A sua história é simultâneamente mística e misteriosa, embora também cruel e e plena de sofrimento. Os estudos arqueólogos realizados demonstram que os primeiros povoadores chegaram há trezentos anos. A procedência dos seus habitantes é, porém, tão enigmática como a sua arte arquitectónica e os seus conhecimentos de engenharia são evoluídos.
De momento levantam-se duas hipóteses: ou a imigração se deu em três vagas originadas em diferentes grupos étnicos da Polinésia ou então, existia uma ligação à América do Sul. Esta segunda teoria foi a que defendeu o etnólogo norueguês Thor Heyerdahl (n. 1914), que descobriu vários indícios para a corroborar. Entre eles contam-se os muros de pedra cinzelada como os que existem no Peru; cultos semelhantes, como por exemplo, o das aves, segundo o qual um ovo de pássaro apanhado num penhasco junto à costa, proporcionaria poderes mágicos a quem o achasse; finalmente, a descoberta de espécies vegetais que originalmente apenas cresciam na América do Sul. A sua espectacular travessia oceânica numa balsa desde o Peru até à ilha de Páscoa demonstrou que tal possibilidade existia realmente.
A Queda de uma Civilização
A decadência desta antiga cultura iniciou-se pouco depois da chegada dos Holandeses. Quando o marinheiro britânico James Cook (1728-1779) desembarcou na ilha cinquenta anos mais tarde, em 1774, as grandes estátuas estavam tombadas. A luta pelo poder entre dois grupos étnicos, os «Hanau Eepe» (Orelhas Compridas) e os «Hanau Momoko» (Orelhas Curtas), acabara quase completamente com a nobreza dominante, os Hanau Eepe. Para além disso, em 1862, traficantes de escravos peruanos deportaram 900 ilhéus, entre os quais se encontravam o último «Ariki» (Rei) e todos os sábios, com vista a trabalharem nas minas e plantações do Peru e do Chile.
Por fim, no decurso do século XIX, uma série de epidemias reduziu a população autóctone a 111 pessoas, tendo-se assim perdido quase todo o conhecimento acerca dos seus antepassados, dos antigos cultos e, dos mistérios da ilha.
Desembarque Mítico
Os habitantes da Ilha de Páscoa contam que, em tempos imemoriais, um ser sobrenatural chamado «Uoke» - procedente da misteriosa terra de Hiva - chegara à Ilha de Páscoa após atravessar o Pacífico munido de uma gigantesca «barra». A princípio Uoke quis destruir a ilha, mas não conseguiu. Em vez disso, fez chegar à ilha um de trezentos imigrantes vindos de Hiva, país que desapareceu depois de um grande dilúvio.
Por intermédio das suas artes mágicas, quando ainda estavam no meio do mar, os imigrantes haviam já avistado aquele pedaço de terra e rumaram ao mesmo, guiando-se pelas estrelas. Enviaram previamente uma vanguarda de sete magos para que estes preparassem o desembarque na ilha. «Hotu Matua», o comandante dos recém-chegados, tornou-se para os ilhéus um Rei Divino. E talvez então, as tabuinhas com inscrições que se descobriram na ilha pudessem fornecer mais dados, mas infelizmente hoje, já ninguém é capaz de as ler para nosso desencanto e consternação.
Misteriosos gigantes e enigmáticos deuses de pedra, ídolos taciturnos ou monumentos a seres desconhecidos: estas são algumas das muitas funções possíveis que se atribuem aos «Moais», a designação dada às estátuas de Rapa Nui. Ignora-se no entanto, o motivo que levou à identificação destes monumentos pétreos. Contudo, reservamos-nos no direito outorgado a nós próprios de nos interrogarmos sobre a verdadeira essência e proveniência deste Rei Divino vindo de Hiva. Terá sido uma outra ilha distante e terrestre ou, inversamente, uma outra «terra», numa distante e extraplanetária dimensão e que, por vias de algo tenebroso e catapultado em cataclismo (originado por asteróide ou similar) tendo havido dilúvio, este suposto Rei e seus súbditos extraplanetários - nos tais imigrantes vindos de Hiva - se terem aí estabelecido, na bela Ilha de Páscoa...? Terá sido isso ou somente o que já foi referido em mera circunstância de transposição de ilhas em ocupação e colonização de espaços e territórios? Não se sabe, mas dá que pensar. Quanto mais conhecemos, estudamos e investigamos, mais se nos é dado em anunciação e multiplicação de suposições e mesmo certas conclusões que amiudadamente vamos reconstruindo ao longo da nossa História factual. A bem desse conhecimento e dessa verdade em todos nós, que assim seja então!
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