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terça-feira, 5 de novembro de 2013

A Figura

Será que estas figuras estranhas representam símbolos de fertilidade e mesmo, as muralhas com alguns metros de grossura, será que também estas protegem locais de culto de civilizações já extintas?

As Figuras na Britânia
Nas verdes colinas de Inglaterra pastam colossais cavalos brancos, gigantes assustadores agitam as suas mocas e construções fortificadas pré-históricas estendem-se ao longo de quilómetros pela paisagem. Que serão estas figuras? Símbolos de fertilidade ou de outra qualquer simbologia que determinaria algo pela qual esses povos se regessem? E as muralhas? Protecção dos locais de culto?
Só na região de Wiltshire, no planalto de Salisbury, no Sudoeste de Inglaterra, existem sete imagens de cavalos brancos que estão gravadas nas camadas de cré do subsolo das encostas. Algumas figuras foram feitas por soldados da Primeira Guerra Mundial, que ali deixaram registadas as insígnias do seu regimento, mas a origem das restantes é desconhecida. Se bem que, a maior parte das representações animais seja recente, as outras figuras na paisagem não deixam de colocar os historiadores perante enigmas indecifráveis.

Dragão ou Corcel?
Numa clara referência ao cavalo de Uffington - situado entre Londres e Bristol - toda esta região foi denominada «Vale do Cavalo Branco». Este animal de grandes proporções é considerado o modelo para as muitas imitações mais recentes.
Com a sua cabeça esquelética, a criatura altamente estilizada assemelha-se mais a um dragão do que a um cavalo. Da cabeça à cauda mede 112 metros e a sua imagem foi recortada na relva verde: a camada fina de relva foi arrancada, fazendo com que a pedra de cré do subsolo revelasse a sua cor branca. Ninguém sabe ao certo a idade deste ser lendário, mencionado por escrito pela primeira vez no século XII, num livro intitulado «Book of Wonders», onde foi descrito como «Cavalo com Potro», embora o potro tenha entretanto desaparecido. Nos registos documentais do Mosteiro de Albingdon, que datam do tempo de Henrique II (1154-1189), é mencionado um monge chamado Godrick que possuía terras «juxta locum qui vulgo mons Albi Equi nuncupatur», que é o mesmo que dizer: «próximas do local vulgarmente conhecido por Colina do Cavalo Branco». Várias gerações depois, a criatura lendária de Uffington é considerada, a maior maravilha depois de Stonehenge.

O Cavalo Vermelho
No solo argiloso vermelho de Tysoe, no pitoresco Condado de Warwickshire, esconde-se um «Cavalo Vermelho» por entre a vegetação exuberante. A sua reconstrução só foi possível no século passado, com base num laborioso estudo de imagens aéreas. Estas imagens mostravam a cabeça, o pescoço e as costas de um corcel gigante, com um comprimento de cerca de 64 metros e uma altura de aproximadamente 76 metros. É possível que esta figura tenha as suas origens na época pré-histórica, pois anotações em registos paroquiais de 1461 falavam já de um «cavalo vermelho de Tysoe», que posteriormente terá sido então restaurado, mas uma vez mais voltaria a ficar encoberto pela vegetação.

Gigantes Temidos
Existe muita especulação em torno da origem dos corcéis gigantes, tanto do vermelho como do branco o que induz que, muito provavelmente, a que o seu verdadeiro significado nunca venha a ser desvendado.
É possível de que as estranhas figuras tenham mais de dois mil anos e, sejam ainda resquícios de um culto desconhecido. Haverá também cavaleiros gigantes para esses cavalos gigantes? Quando se olha para o «Gigante de Cerne» e para o «Homem de Wilmington» com 77 metros de comprimento, essa suposição parece plausível. Estes seres não só são venerados, como também temidos pela população desde tempos remotos. O arqueólogo britânico T. C. Lethbridge considera-os monumentos de um culto pré-histórico prestado ao Sol.

Cavalos como Deuses da Fertilidade
Podem ver-se gravuras de cavalos em grutas desde a Idade da Pedra. É provável que já nessa época estes animais gozassem de um estatuto de culto. De qualquer forma, nas culturas posteriores tornaram-se símbolos poderosos, dos quais se dizia por exemplo, que conseguiam fazer brotar da terra a água, tão importante para a manutenção da vida, para tal bastando bater com os cascos no solo. Os cavalos foram também associados ao fogo do Sol que nos aquece: muitos povos imaginavam que o Sol era puxado por cavalos através do Céu. Na opinião de alguns peritos, o Cavalo Branco de Uffington data da Idade do Ferro, por volta de 500 anos a. C., quando os Celtas povoaram as Ilhas Britânicas. É possível encontrar figuras parecidas em moedas dessa época. Para os Germanos, o cavalo era o animal simbólico do seu Deus Ódin. Os cavalos eram também considerados deuses da fertilidade. Nos festejos de Maio, ainda hoje celebrados na Grã-Bretanha, eles surgem simbolicamente como «Cavalos de Maio» sob a forma de cavalos de brinquedo de madeira.

Por conseguinte (ainda que, sem ser de todo conclusivo) o que se poderá em parte reiterar ou mesmo imaginar, de que por hipótese tenha havido uma civilização de gigantes com os seus belos cavalos alados, brancos, vermelhos e por certo lindíssimos que, associados ao Sol e a uma magnitude divina se anunciavam como símbolos da fertilidade e abundância de água nos campos. Ou, mais científica e historicamente, (do que já conhecemos) estarem efectivamente correlacionadas e integradas (as figuras) num período pré-histórico ou de mais de dois mil anos, sendo o resquício então, de um culto desconhecido por nós. Tudo é questionável, sendo igualmente ainda estudado pelos historiadores do que também ainda não se finalizou em conclusão pronunciada. Contudo, há já muitas teses que defendem essas outras civilizações, até pela razão da descoberta e precisão de ossadas gigantes em vários pontos do globo terrestre. Sem querer «cair» em nova especulação, apenas auguro que novas revelações possam ser editadas ao mundo sobre estas e outras figuras de aspecto considerável na sua autenticidade e, identidade históricas.

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