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domingo, 24 de novembro de 2013

A Escuridão IV

Puras são as almas que ascenderão aos céus!

Ilha de São Miguel - Açores - Atlântico
Ano 2390/2391

A Paz - Finalmente a paz!

O Sol, as cores do Céu e do mar voltaram. Finalmente temos sossego, temos paz e esperança!
Os dias passados no «Pine Gap» (ou R/R de outrora) nos centros de comandos de quem nos defendeu, foi sem dúvida a maior protecção e resguardo dos dias, semanas e meses horríveis que passámos nas ilhas Selvagens. Podemos tal como eles, descansar, recarregar baterias e corações numa nova valoração e estimativa de vida, agora possivelmente mais estruturada e feliz, acreditamos. Os Anunnaki nossos amigos e velejadores dessa nossa persistência em nos mantermos vivos, enlaçaram-nos num abraço seu, coexistente numa nave de 8 quilómetros de comprimento de dimensão tal, que por vezes nos perdíamos uns dos outros em busca e reconhecimento desses tão vastos compartimentos de colo e recolha sobre nós. Como pura magia, emergiram das águas profundas do Atlântico e salvaram-nos. Viveria uma ou mais vidas, muitas vidas suponho, até conseguir pagar-lhes em merecimento e gratidão tudo o que fizeram por nós, simples cidadãos, simples «formigas» terrestres sem poder e sem espaço que não fosse, o grande laço eterno das nossas famílias individuais. Devemos-lhes a vida. Devemos-lhes tudo!

A Reconstrução

Não está a ser fácil. Está tudo destruído. Há chamas, labaredas, fumo e fogos que se não extinguem por si por toda a cidade, desta de São Miguel para onde viemos e nas outras todas pelo mundo inteiro. Os Arachnids tentaram exterminar tudo...eliminar todos os vestígios da nossa civilização que, apesar de não ser perfeita e mesmo estar muito longe disso, ainda acredita que pode singrar, que pode restaurar-se e renovar-se em si e sobre si na sua reprodução e continuação. Eu acredito! Sempre acreditei e talvez por isso mesmo eu e toda a minha família está viva. O Manolo e a Maruga também. Com os seus filhos e com a certeza igual de podermos ainda ser felizes em comunidade debilitada sim mas não desistente do que nos vai surgir pela frente em completa razia de um recomeçar das cinzas. Ou quase...mas acreditamos que vamos conseguir, que vamos indefectivelmente (uns mais do que outros) vencer esta barreira, esta provação de vidas renovadas em recuperação, ainda que lenta. A Maruga suspeita estar grávida (de esperanças...como os antigos diziam a meia voz entre si) e está caprichosa e radiantemente feliz pelo que já se investe na feitura de um enxoval de bebé, ainda que os nossos recursos sejam deveras limitados. Temos de reconstruir tudo: das casas, às estradas; das infraestruturas básicas às mais elaboradas tanto nas cidades como nos campos, pois está tudo dolorosamente num caos em componente de estado calamitoso ou catástrofe de nível máximo. Mas vamos ser fortes! Vamos dar a volta e vamos ser de novo um povo, uma civilização e, uma espécie a considerar em respeito, desenvolvimento e imperativo reconhecimento pelas outras civilizações estelares que agora nos vigiam, guiam e aconselham nessa reestruturação de massas, logística e alavancar das cinzas.

A Esperança

O sorriso é agora uma constante, como fórmula vigente em todos nós, não só no riso aberto das crianças que já não têm pesadelos mas também em nós nos adultos que se vêem em maior e mais fortuita liberdade de movimentos e acções precisas e, elaboradas na reconstrução de cidades, ilhas, continentes. Há um mundo novo por recuperar, por consolidar em novas e renovadas economias ou financeiramente mais coesas e solidárias no que até aqui não existiu e por essa razão, sofremos todos.
O meu bebé, o meu filho Francisco (ao qual dei o nome de um Papa havido há 400 e muitos anos atrás em homenagem póstuma a si, por ter tombado às mãos dos Arachnids) está quase com seis meses e já tenta balbuciar algo que me faz embevecer pela amostragem inocente e bela de nada ou quase nada ter sentido da visão de cataclismo à nossa volta, ainda por ilhas Selvagens. Eu fui feliz nos Açores um dia, há muito tempo...ou o que me parece ter sido muito tempo, não sei. Mas a Ilha Terceira onde existia uma Base Norte- Americana já não existe, ou muito pouco desta restou, do que nos foi contado por outros resistentes aí suplantados. Todas as ilhas açorianas sofreram por estarem a ser núcleo e poiso das forças opositoras dos Anunnaki nossos salvadores. Mas resistiram; eles e nós, todos conjuntamente nos mais bem-aventurados deste mundo que, pela força do bem e não do mal (na força dos Arachnids) vencemos em orgulho, persistência e fé, muita fé. Deus, o meu Deus, a minha Senhora de Fátima e todos os meus anjos ouviram-me em pedidos e orações...sei que fui ouvida, sei que fui atendida. Abençoados sejam por me devolverem a vida minha e, dos meus. E também, evidentemente de toda a nossa comunidade ou o que resta desta também. Alegro-me por me saber mais solta, mais agradada e...mais amada. O António, o meu António está igualmente mais feliz e mais liberto pois sente-se mais útil agora e sem dúvida alguma, muito mais integrado no que os homens e mulheres em volta de nós esperam de si como médico que é. Ouço-o falar, ouço-o sussurrar em beneplácito e carinho nas dores sofridas por muitos, as do corpo dorido e, as da alma em tormento ainda. Mas ele sossega-os, acalma-os e conforta-os. O meu homem é o que há de melhor no mundo! E pensar que ainda há pouco estávamos tão longe um do outro como o Sol da Lua ou...a Terra do Sol, agora sei. Mas não para os Anunnaki que de uma peugada se metem por entre planetas para nosso espanto ainda hoje, apesar de toda a evolução tecnológica de antes da catástrofe e da guerra do nosso mundo. Compraz-me apenas deixar aqui que vou ser feliz, eu e a minha prole, os meus amigos, vizinhos e demais população que soerguendo nações, arregaçando as mangas e pondo-nos ao trabalho, vamos ter um mundo novo só nosso e, para todos nós, os que acreditaram e tiveram fé num Deus maior que todas as estrelas, que todos os planetas, galáxias ou sistemas solares do Universo, porque simplesmente acreditámos de que era possível! Aqui deixo em meu «Diário de Bordo» a missiva de palavra escrita na minha língua minha Pátria como dizia o poeta e escritor Fernando Pessoa, a minha eterna felicidade e gratidão aos Anunnaki. Bem-Hajam, por também terem acreditado em nós ou...por nunca terem deixado de acreditar em nós. Quanto a nós, vamos fazer por o merecer, garanto-vos. Prometo-vos, pois é nisso que acredito!Bem-Haja o nosso mundo, o nosso ainda belo planeta azul de uma só esperança, a de viver em paz e harmonia! A de ser feliz. A de se ser solidário. A, de se ser humano! Acreditarei sempre nisso!

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