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quarta-feira, 12 de março de 2014

A Torre de Babel


Representação figurativa da Torre de Babel - Mesopotâmia               Iraque

«Depois disseram: "Vamos construir uma cidade e uma torre, cujo cimo atinja os céus!"» (Génesis 11, 3).

Que terão querido projectar nesse vasto território da Mesopotâmia (hoje Iraque) em torre imensa virada às estrelas, virada ao cosmos em toda a sua magnificente estrutura de alcance e, sapiência?

A Torre de Babel
A Torre de Babel serviu sempre como símbolo do orgulho humano e da justa punição de Deus, que destruiu a altiva construção e confundiu as línguas dos homens, para que estes não mais se entendessem? Mas terá esta torre alguma vez existido?
Em 1811, o arqueólogo britânico Claudius Rich acercou-se pela primeira vez das ruínas daquilo que fora outrora a cidade de Babilónia. Dez dias foi quanto precisou para desenhar alguns esboços, recolher alguns tijolos de adobe e levar a cabo algumas escavações experimentais. Foi-lhe chamada a atenção para uma colina de forma quadrada, que os seus acompanhantes árabes chamavam de «Torre de Babel». Tiveram, porém, de passar mais de 89 anos até que o arqueólogo alemão Robert Koldewey permaneceu 18 anos por essas paragens. O que encontrou constitui una verdadeira sensação.

O Trono dos Deuses
Entre as descobertas de Koldewey contavam-se sumptuosas estradas destinadas a procissões, um grandioso portal consagrado à deusa babilónica do Amor e da Morte, um templo para o mais poderoso deus dos Céus, Marduk, bem como numerosas sepulturas e tesouros. Às tantas procedeu à medição de um barranco cheio de água. Ao esboçar os contornos daquilo que acabava de medir, desde logo começou a desconfiar que se deveria tratar das fundações de uma enorme construção monumental. Com efeito, tinha diante de si as fundações da lendária Torre da Babilónia.
A recriação de R. Koldewey estava conforme a descrição existente numa velha placa com inscrições em escrita cuneiforme, na qual o zigurate «Etemenanki» é referido, o que significa precisamente «casa das fundações do Céu e da Terra». Duas escadas laterais elevam-se a uma altura de 31 metros, definindo a primeira plataforma do zigurate. A 48 metros de altura terminava uma escadaria central, perpendicular às escadas laterais. Acima dessa segunda plataforma erguiam-se ainda quatro plataformas de dimensões decrescentes, cada uma com 6 metros de altura. Sobre elas existia ainda um templo com 15 metros de altura, revestido com tijolos vidrados de cor azul, o que fazia com que a altura total do edifício fosse de 91,5 metros. Um cilindro de argila encontrado nas fundações continha o nome do dono da obra: Nabucodonosor. Este rei, o mais famoso monarca do Império Neobabilónico, restaurara a glória de Babilónia com os seus palácios e mais de 50 templos. Estabeleceu assim uma ponte com o glorioso reinado do Rei Hamurabi (1792-1750 a. C.), que no seu tempo havia já mandado erigir uma enorme Torre-Templo naquele mesmo lugar.

Pirâmides dedicadas aos Deuses
Um dos mais distintos governantes de Ur foi o Rei Urnammu (c. 2113 a. C.) que fundou a terceira dinastia daquela Cidade-Estado. Reuniu 23 cidades num único reino e proclamou-se Rei da Suméria e da Acádia. Simultaneamente deu início a um abrangente programa de construções naquela cidade, que contava então com 30 mil habitantes, ficando situada mesmo na margem do Eufrates e, estando assim rodeada por férteis terras. A sua mais importante obra - que deveria assegurar-lhe um lugar entre os deuses - foi a gigantesca de uma Torre-Templo em honra do deus Nanna. Esta construção em degraus composta por três partes distintas e erigida com tijolos cozidos, introduziu uma dimensão inteiramente nova na História da Arquitectura. Uma escadaria composta por três lances de escadas (2 encostados à parede e 1 a meio, perpendicular a esta), os quais se encontravam a 11 metros de altura, conferia desde logo um efeito visual de grande impacte. Sobre esta primeira plataforma foram ainda construídas uma segunda, e sobre esta última, uma terceira, sobra a qual foi então erigido o templo dedicado a Nanna. Ocupando uma área de 63 metros de comprimento por 43 metros de largura e com uma altura de 24 metros, esta construção deverá sem dúvida ter tido um efeito impressionante sobre os peregrinos e visitantes que chegavam à cidade.

O Deus Divino
Numa estela mandou Urnammu registar o modo como ele mesmo se encontrava com os deuses e, das mãos destes, recebia os instrumentos necessários á construção do templo sagrado. Ninguém jamais ousaria contestar uma tal autoridade, sobretudo porque desde sempre o bem-estar do rei esteve associado ao bem-estar do Estado. Um texto Sumério dá conta do ritual anual de casamento com a deusa da Fertilidade, Inanna, que o soberano levava a cabo. É bem possível que a deusa fosse representada simbolicamente por uma jovem sacerdotisa, com quem o rei desempenhava o acto sexual no grande templo, assegurando-se desse modo a fertilidade de toda a região e, a felicidade do soberano e do seu povo.

A Decadência da Babilónia
Mas a desgraça veio a abater-se sobra a Babilónia. Ciro II (559-530 a. C.) Rei dos Persas, lançou uma ofensiva contra o império em 539 a. C. e proclamou-se «Rei de todas as terras». Quando, sob o reinado do seu sucessor , Xerxes (519-465 a. C.) a Babilónia ousou ensaiar uma revolta, este deu ordens para que a Torre de babel fosse destruída, o que significou o fim do próprio poder babilónico. O grande símbolo da Mesopotâmia foi então reduzido a nada, mas o mito a que deu origem ainda hoje sobrevive.

Antecedentes Históricos da Babilónia
As origens dos fundadores da cultura-mãe de todas as culturas do Próximo-Oriente, os Sumérios, são desconhecidas. Descobertas arqueológicas permitem estabelecer ligações com o vale do rio Indo, no Paquistão. Por volta de 2600 a. C. fundaram as primeiras Cidades-Estados, com monarquias teocráticas em que o rei desempenhava também o papel de supremo sacerdote. Setecentos anos mais tarde, os Acádios conquistaram a Mesopotâmia e deram origem a um novo centro de poder Sumério-Acádico, a cidade de Babilónia. Durante mil anos as dinastias babilónicas governaram a região mesopotâmica, até que um povo mais a Norte, os Assírios, se tornou tão poderoso que em 883 a. C. assumiu o domínio de toda a região. Passados 250 anos, porém, o Império Neobabilónico (625-539 a. C.) veio pôr termo ao domínio Assírio.

Em todas estas dinastias e civilizações da Antiguidade se destaca então, o enorme fascínio pelas estruturas de altos domínios em zigurates elevados aos céus. Urnammu mandando registar numa estela essas conversações e encontros com os deuses, reporta-nos para a História Universal do Homem a existência e de certa forma interferência, dos seres inteligentes do Universo. Registando que, receberia dessas mãos celestes os instrumentos necessários (e conhecimentos globais) para tão magnificente obra em cidades, monumentos, templos e Torres-Templos, Urnammu terá querido perpetuar nos tempos essa gratidão estelar. Em nós ficará por certo, a mágoa e a tristeza de nos dias de hoje o não podermos comprovar em tamanha imponência (pelo que nada resta ou muito pouco em vestígios deixados...) mas, verificando em pormenor o que essa estela nos memoriza em designação ou interpretação dos factos reais da época, só podemos então enaltecer a bem-vinda e orquestrada visita dos «deuses-astronautas» que aí estabeleceram conhecimentos e avanços tecnológicos, tanto na arquitectura local como em todos os processos supostamente induzidos de alta engenharia e mestria de obras feitas. Nunca é de mais de frisar ou referir que, a bem desse outro conhecimento, o nosso, em humana apresentação do que desejamos saber na actualidade e, por toda a Humanidade, assim possa continuar a ser em investigação arqueológica e outras sem avanços de guerras ou quezílias mundanas que travem esse conhecimento. Assim seja então!

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