Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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terça-feira, 4 de março de 2014
A Misteriosa Escultura
Escultura de Pedra - Cemitério de Caldragh - Boa Island - Lower Lough Erne Irlanda
Que vigilantes são estes com os seus rostos em forma de coração e os olhos semelhantes aos de gatos em aspecto quase sobrenatural e, extraterrestre? Terão sido uma civilização pagã de raiz Celta ou como é comum já firmar-se, ter-se tratado efectivamente de uma poderosa afirmação alienígena?
Irlanda - Uma terra, Um Mito
A ilha da Irlanda, com as suas ruínas de castelos enfeitiçados, os seus círculos de pedra corroídos pelo tempo, as suas lagoas pantanosas e, rochedos escarpados que se elevam acima do mar, constitui um mito de características singulares, cuja mágica força de atracção não deixa nenhum visitante indiferente.
Centenas de artefactos, como por exemplo, as enigmáticas figuras esculpidas em pedra nas ilhas do lago Lough Erne - integram a extensa lista de monumentos nacionais. Autores Gregos e Romanos fazem referências ao gigantesco povo Celta, que desconhecia qualquer alfabeto e que, por volta de 400 a. C. avançou até à Irlanda, depois de a partir do Norte ter já povoado uma grande parte da Europa Ocidental.
Os Celtas erigiam circunvalações e fortificações, criavam gado e enterravam os seus mortos em colinas funerárias.
Quotidiano dos Celtas
Em fortificações como Staigue Fort - um Forte circular, particularmente bem conservado no Sul do condado de Kerry - os chefes militares que os comandavam, reinavam então como se fossem reis. A quantidade de súbditos que governavam deverá ter sido relativamente reduzida, uma vez que por essa altura apenas meio milhão de pessoas vivia nessa região, encontrando-se dividido por 150 clãs. Para além disso, apenas cinco por cento da superfície da ilha era cultivada. Era frequente ocorrerem batalhas sangrentas em que se disputavam gado e terras de pastagem, cuja grandeza determinava o estatuto social do clã em questão.
Entre os Celtas era considerado honroso morrer no campo de batalha, facto que cumularia os familiares sobreviventes de respeito e prestígio e que, de acordo com as convicções religiosas então vigentes, granjearia ao falecido a certeza da felicidade no Além.
Mesmo sem o perigo das batalhas - por alturas do início da Era Cristã - e mesmo depois, a maioria da vida das pessoas era bastante breve e repleta de privações, para além de depender do sucesso das culturas agrícolas e, da criação de gado. Uma vez que não se verificava qualquer comércio entre os clãs, bastava que uma única colheita não fosse bem-sucedida ou que uma epidemia afectasse o gado, para que toda a comunidade caísse em desgraça.
Nas suas lendas, que apenas foram registadas por escrito nos séculos VII e VIII d. C. pela mão dos monges, os Celtas desenvolveram uma cordial simpatia pelo povo primitivo da ilha, por eles conquistado, os autodenominados Tuatha De Danann. É possível que os feitos dos heróis deste povo tivessem sido reconhecidos, cantados e louvados precisamente pelo facto de o poder e a força dos vencidos constituir motivo de orgulho e, engrandecimento para os vencedores.
O Povo dos Gigantes
Nas lendas Celtas, os Tuatha foram um povo de gigantes que, à medida que foram perdendo importância, também a sua estatura física decresceu, tendo finalmente - na condição de povo de um mundo de fadas - acabado por retirar-se para um outro mundo que existe por baixo da Terra.
Conhecidos como Sidhas, desde então povoam os locais místicos daquela terra, por exemplo o «Ring of Kerry» (o Anel de Kerry), uma estrada que percorre todo o condado de Kerry, conduzindo o visitante através de paisagens enigmáticas; ou mesmo o círculo de pedras de Beaghmore, que fica situado no condado de Tyrone e foi descoberto apenas em 1940. Ao longo de uma área que abrange 20 mil metros quadrados estão espalhados círculos duplos e linhas paralelas formadas por pedras, cabeços redondos e alinhamentos de pedras de sílex. Estas formações, cuja disposição quando vista de cima se assemelha a figuras de Anjos com asas, terão com certeza sido em tempos planeadas com todo o pormenor, pois todas elas sem excepção estão orientadas para Sul.
A Música dos Sidhas
Terão os misteriosos construtores destas estruturas de pedra pretendido representar na paisagem os períodos solares, as fases da Lua, as conjunções dos planetas ou chuvas de meteoritos? Terá este campo em tempos sido palco de procissões, de orgias e de danças em redor de fogueiras? Ninguém o pode afirmar com segurança. Uma coisa apenas sabem os arqueólogos com toda a certeza: os círculos de pedra de Beaghmore datam do Neolítico e, sobrepõem-se a restos de uma cultura ainda anterior, de caçadores e recolectores do Mesolítico. Todos eles se caracterizam por circunstâncias misteriosas que, a acreditar no que dizem os autóctones, ainda hoje se mantêm perfeitamente activas na Irlanda.
Assim, nos círculos de pedra de Beaghmore pode ao que parece, nas noites curtas de Verão, ouvir-se os sons de uma música infinitamente bela dos Sidhas. O seu canto plangente ecoa quando, por volta da meia-noite, desaparecem os últimos raios de luz do Sol. Então, à boca pequena, comenta-se que as pessoas deixam de ter quaisquer reservas em relação ao reino do invisível.
Figuras de Pedra Enigmáticas
Lugares repletos de uma beleza tranquila e de uma magia enigmática, é o que pode ser encontrado nas pequenas ilhas de Lough Erne, no Norte da Irlanda, no condado de Fermanagh. White Island, por exemplo, é conhecida pelas suas misteriosas esculturas de pedra dos séculos VIII e IX, dispostas nas imediações de uma igreja românica, e cuja origem e função são desconhecidas. Os arqueólogos julgam ter descoberto nelas, motivos do paganismo: sacerdotes, guerreiros e animais sacrificados. No pequeno cemitério circular de Caldragh, em Boa Island, destacam-se duas figuras de pedra corroídas pelo tempo, cada uma delas com duas faces, como as representações do deus romano Jano. Uma delas é grande e de aspecto mais poderoso, ao passo que a outra é mais pequena e débil, mas ambas são igualmente capazes de impressionar os visitantes daquele cemitério.
"Diante deste amontoado de energia fundido em pedra, não há como escapar!" - Afirma o etnólogo Matthias Weingold. Acrescenta ainda: "Somos invadidos por temor e espanto, bem como pelo respeito por forças - acerca das quais sabemos ainda muito pouco!"
No Norte da República da Irlanda, no condado de Donegal, encontram-se suaves colinas a par com escarpas alcantiladas. Todo o território irlandês está repleto destes e de outros encantos paisagísticos.
Mitos em redor de seres e, outros fenómenos misteriosos, contribuem assim para o fascínio que esta maravilhosa ilha desperta nos seus visitantes. Só nos resta então acrescentar de que, a ser autêntica esta gloriosa e exuberante mística irlandesa, será um prazer terreno poder visitá-la e constatar «in loco» a protuberância de toda esta misteriosa escultura nas figuras de pedra que se elevam do solo em majestática anunciação de algo que ainda nos foge não ao olhar mas, ao verdadeiro sentido e origens suas. Que a beleza e, os seus muitos segredos em tamanha imponência se possa perpetuar assim, no tempo e em nós. A bem da cultura, a bem do conhecimento e, a bem de toda a Humanidade, assim seja!
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