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sexta-feira, 6 de março de 2015

A Era Espacial V (A Plataforma)


Estação Espacial Internacional

«A Ciência encontra-se mesmo no limiar dos mundos subtis. Lá, onde se avançou mais longe, sente-se a presença de algo que é geralmente ainda imponderável mas que já se pressente como Energias, Leis e Princípios que escapam ao que alguns pensaram ser tudo.
(...) Quando a energia interna e subtil do Espírito se unir à energia externa da Matéria e...a luz brilhar, as nossas viagens levar-nos-ão mais longe, mais alto e mais fundo!» (CLUC, 1991, p. 173)
                                                                                 - As Novas Escrituras -

Deus quis, o Homem sonhou e...a Obra nasceu! Será assim tão inoportuno e inadmissível, mesmo para os mais cépticos, que um dia (em breve) o ser humano possa aludir a novas e longínquas fronteiras estelares? Poder-se-à negar essa evidência já estabelecida de outros mundos sobre o nosso, em Terra de solo e Céu tão limitados quanto o Homem até aqui? Estaremos perante as honrarias das portas dos céus em Cosmos surpreendente, se unirmos esforços - e vontades - todos juntos (em abraço espacial fraterno mundial) numa só finalidade: a de se abrir mundos ao Mundo? Será assim tão incompreensível que seres estelares estejam já entre nós, em pacto e cumplicidade, determinando-nos a melhor via científica para lá chegarmos? Seremos ingratos ao ponto de o não reconhecermos???

Espaço para Viver
(De que modo as Estações Espaciais constituem uma Plataforma para a Ciência e a Exploração...)
Em 1988, Musa Manarov e Vladimir Titov foram os primeiros Cosmonautas a passarem um ano - sem interrupção - longe da Terra.
A sua longa permanência a bordo da estação Mir foi mais do que uma demonstração do domínio soviético no Espaço. As Estações Orbitais constituem um ambiente único para a Ciência fundamental e, aplicada, permitindo assim que as Agências Espaciais desenvolvam as técnicas necessárias a futuras Missões prolongadas à Lua. e aos outros planetas.
Os avanços realizaram-se e, como prova disso mesmo, em princípios do próximo milénio que é o que vivemos no presente (século XXI, ao que se sugestionava já que sucedesse), os conhecimentos Russos e a tecnologia Americana deram as mãos (literalmente) - sendo uma determinação para ambas estas nações, o acordo e o trabalho conjunto, combinados então numa Nova Estação Espacial Internacional.

Êxito dos Programas Espaciais
Após os primeiros êxitos dos Programas Espaciais Soviético e Americano, o estabelecimento de Estações Orbitais permanentemente tripuladas foi considerado como a continuação lógica da conquista do Espaço pelo Homem!
A Primeira Estação Espacial - a Salyut 1 soviética - foi lançada em 1971 e mais 6 Salyuts se lhe seguiram, a última das quais foi retirada de serviço e, mantida assim em órbita em 1986.
A Salyut 6 esteve ocupada durante dois anos, ajudando os cientistas do Espaço a desenvolverem a tecnologia necessária à manutenção de tripulações em órbita durante longos períodos.
Em 1973, a NASA lançou então o Skylab, uma Estação Espacial construída  a partir de um tanque de hidrogénio convertido de um foguetão lunar Saturno.
No total efectuaram-se 4 Missões Skylab, , tendo sido de 84 dias a permanência mais longa de uma tripulação. Tanto as Salyuts como o Skylab eram de concepção bastante simples, combinando zonas de habitação e de experimentação.
Pelo contrário, A Estação Espacial Soviética MIR, lançada em 1986, era muito mais sofisticada e espaçosa, incorporando módulos pressurizados - individuais - destinados a finalidades diferentes.
A concepção da Estação Espacial é modular, com seis (6) portas de acoplamento para atracagem de uma Nave de Reabastecimento - até cinco (5) módulos laboratoriais.
O Primeiro Módulo Científico a ser ligado à MIR foi o laboratório de Astrofísica, Kvant - que continha instrumentos de Raios ultravioleta, Raios-X e Raios gama expostos ao vácuo do Espaço.

Liberdade Restrita
A 5 de Janeiro de 1984, o Presidente de então, Ronald Reagan, anunciou o início da mais ambiciosa aventura espacial americana desde as aterragens na Lua. Com um custo de mais de 8 biliões de dólares (os Estados Unidos em franco progresso sócio-económico, bem longe da recessão que mais tarde se implantaria), captando horizontes espaciais nunca vistos, ergueu então uma gigantesca Estação Espacial chamada Freedom (que significa Liberdade). Esta foi montada em órbita em meados da década  de 1990, mais exactamente em 1998. A sua montagem finalizaria no dia 8 de Junho de 2011, tendo um custo total de 150 biliões de dólares.
Desde o anúncio de Reagan, os planos da Estação Espacial foram refeitos várias vezes, reflectindo os sucessivos cortes no orçamento do projecto. Na sua nova forma, a Estação Espacial seria um empreendimento internacional, combinando a concepção original Americana, com elementos da Estação Espacial Russa MIR e módulos laboratoriais construídos pelas Agências Espaciais Europeia e Japonesa. A Estação Espacial Internacional percorre uma órbita com uma inclinação de 52º em relação ao equador, o que faz com que esteja bem colocada para observar a Terra, assim como para efectuar Observações Astronómicas.
Os seus Módulos Laboratoriais foram equipados com 33 «prateleiras de clientes» normalizadas, , de modo a poderem ser efectuadas várias experiências em simultâneo.
As condições de Baixa Gravidade (ou Microgravidade) existentes na órbita terrestre abriram novas perspectivas para a Investigação Científica. Processos fundamentais podem agora ser observados sem a interferência da Gravidade: as Leis do Movimento, por exemplo, podem ser observadas sem os efeitos do atrito. Podem fazer-se misturas de dois componentes em que, o mais denso, não assenta no fundo: isto tem implicações comerciais porque permite assim que os Semicondutores sejam uniformemente «dopados», criando Microprocessadores cada vez mais eficientes.Podem fazer-se crescer Cristais separados a velocidades aceleradas até atingirem um tamanho superior ao que é possível na Terra - o que tem implicações na Investigação Farmacêutica.
Os Astronautas a bordo das Estações Espaciais utilizam muitas vezes os seus próprios corpos como objecto de experiências. Estas podem implicar a Monitorização Fisiológica para avaliar os efeitos prejudiciais de longas estadas no Espaço, tais como a desmineralização dos Ossos e, a progressiva deterioração do Sistema Imunitário. Estes efeitos têm de ser compreendidos e, controlados, se quisermos atingir os objectivos de exploração do Espaço pelo Homem a..mais longo prazo - colonização da Lua e mesmo sob o planeta Marte em Missão sem retorno.

«Vista em Alta Definição da Terra»
Recentemente, a NASA elaborou um Projecto Internautico, ou seja, por vias de exposição através da Internet, em que se pode visualizar o planeta Terra por meio da (ISS) ou (EEI) - International Space Station, o que quer dizer Estação Espacial Internacional.
Há que referir que esta Estação Espacial Internacional é um Laboratório Espacial completamente concluído, cuja montagem em órbita começou em 1998, acabando oficialmente em 8 de Junho de 2011 na projectada Missão STS 135. Regista-se a uma Velocidade em Órbita de: 7,66 km/s e a uma Altura de 400 km e na Velocidade Máxima de 27.600 km/h. A Data de Lançamento reportou-se a 20 de Novembro de 1998. De então para cá, a ISS tem sido uma fonte reveladora para o Homem, no Espaço. Algo de que todos nos devemos orgulhar!
Retornando ao que de início se referiu, há actualmente um projecto cimeiro que fez do cidadão comum o mais expectante observador sobre o seu belo planeta azul: a Terra! Foi feita (a partir de Maio de 2014) uma Transmissão ao Vivo através de quatro (4) câmaras das 720 píxeles instalados na ISS ou EEI, permitindo assim ver o planeta Terra em directo, sendo possível ainda ouvir as comunicações de toda a tripulação. Um feito impressionante e inolvidável, por certo!
O Projecto (brilhante!) chama-se «Vista em Alta Definição da Terra», pelo que está referenciado na própria notícia sobre este projecto da entidade espacial. Sabe-se que, sempre que a Estação Espacial estiver a orbitar na escuridão, não se pode ver ou observar nada - algo que sucede a cada 90 minutos durante 40. A finalidade desta Transmissão consistia em observar qual o comportamento dos equipamentos expostos à radiação no Espaço. Tinha como objectivo da experiência também, avaliar a resistência (ou resiliência como agora se diz) das 4 câmaras de Alta Definição que existem no mercado, no que se traduz por saber (no Futuro), qual usar em eficiência e longevidade. Estas foram mantidas dentro de cápsulas, evitando assim as temperaturas muito baixas no Espaço, sendo contudo sujeitas a elevadas radiações.

Destino: Marte!
O custo dos Maiores Projectos Espaciais tornou-se de tal modo elevado que até os países mais ricos se declinaram a financiá-los sozinhos, daí que, este empreendimento conjunto se tivesse tornado uma realidade. O desenvolvimento da sucessora da Estação Espacial Russa MIR, envolta em problemas financeiros - o mesmo acontecendo com a Estação Espacial Freedom, da NASA - veio assim complementar e, incentivar, a que esta Estação Espacial Internacional se consolidasse.
Reunindo os melhores elementos dos dois projectos - em empreendimento conjunto - o êxito estava garantido à partida. Para além de, efectivamente, se contar com todos os outros: Europeus e Japoneses.
Relativamente a um possível destino a Marte - no que hoje tanto se fala de projectos privados da Space X no projecto Mars One - é possível de facto efectuar-se uma viagem tripulada a Marte, utilizando a tecnologia existente. Todavia, a distância entre Marte e a Terra (55 milhões de quilómetros na maior aproximação) e as Leis da Mecânica Orbital tornam essa Missão altamente problemática: a mais curta viagem de regresso - chamada Missão de Tipo Oposição - demoraria 519 dias, com uma estada em Marte de 20 dias.
Uma Missão de tipo Conjunção demoraria 693 dias, contando com 60 dias de estada em Marte. A Missão Vénus «Relançamento», que utiliza a ajuda da Gravidade de Vénus na viagem de ida, demoraria 1009 dias ( a mais extensa de todas), com uma estada de 530 dias. Em todos os casos, a Missão imporia uma considerável pressão fisiológica e, psicológica, aos empenhados Astronautas. Não obstante a sua extraordinária capacidade para tal, ser-lhes-ia muito difícil (a nível emocional e sensorial) suportar essa viagem de ida e volta, presume-se.
Há, como se sabe, um recente projecto designado por Mars One, impulsionado por um engenheiro holandês de seu nome, Bas Lansdorp que, para além de todas as coisas, se afirma o pioneiro na elaboração fantástica de uma Colónia Humana instalada em Marte! A Ideia-base do projecto (que inicialmente se coloca de imaginária ou louca) teve uma aceitação pública estratosférica, ou seja, teve argumentação, patrocínios e mesmo geradores de maiores consciências sobre uma hipotética colonização exo-planetária. Projecto este que se estipula para meados de...2025!
Este projecto em Missão Tripulada a Marte (constantemente adiada pelas Agências Espaciais), determina-se como um portento viável em organização, sistemas de manutenção, produção da atmosfera, electricidade, reciclagem de água em logística no solo marciano de módulos diversos para a sustentação e continuidade de sobrevivência humanas. Em habitáculos capsulares - ou módulos de suporte-vida - esta organização quer assim permitir e, conseguir, instaurar a primeira colónia num planeta que não o seu. Se o alcançarão...é algo que ainda não se sabe.
Para já, numa fase inicial de 6 biliões de dólares, o projecto teima em avançar. É um projecto financiado por privados através de diversas doações a nível global, exploração de direitos intelectuais sobre eventos tecnológicos desenvolvidos, segundo afirma o seu precursor Bas Lansdorp, entre outros patrocínios igualmente fabulosos.
Mars One tem rejeitado desde o seu início a aceitar verbas governamentais, aludindo a que se deve manter no direito à total identidade e incisiva finalidade a que se propôs, sem vínculos especiais, evitando assim as barreiras da burocracia ou de uma submissão a esses patrocínios.
Existem vários patrocinadores de entre eles Gerardus `t Hooft (Prémio Nobel da Física 1999) ou a púbere mas mui simpática Alyssa Carson, possuindo um respeitável leque de conselheiros nesta causa espacial (de entre eles Robert Zubrin, presidente da Mars Society e autor do livro «The Case for Mars»). Entretanto, Gerardus `t Hooft enfatizaria esta mesma causa, exclamando em jeito conclusivo e, assertivo, o que lhe ia na alma:
"Este projecto parece-me ser a única maneira de realizar os sonhos de expansão da Humanidade no Espaço. Soa como uma experiência incrivelmente fascinante!"

Esperando que `t Hooft tenha razão, assim se cumpra tudo (mesmo para além de uma irracionalidade que mesmo assim não deixa de ser impeditiva ou maior de um não-regresso...), no que todos os intervenientes da Mars One perspectivam no futuro. Haver colonização auspicia-se bom ou de certa forma positivo para a continuação da Humanidade, já o seu não-retorno à Terra, uma convenção demasiadamente alta para se ver cumprir, a não ser que o altruísmo, a ambição ou a sapiência-mor de dar o corpo às balas ( em terreno hostil como o de Marte), seja uma condição menor. Para tudo, existe um ponto de partida mas por certo também...um ponto de chegada, que não se sabe muito bem (ainda) se haverá para a Humanidade; seja em solo e céus de Marte seja no de outro qualquer longínquo planeta neste imenso Cosmos que nos rege. Mas...como diz o poeta: o infante Deus quer, o Homem sonha e...a Obra nasce! Penso que Fernando Pessoa estava certo! Ainda que, o que Deus quer e o Homem sonhe, veja feita nascer a sua Obra mas...num outro qualquer espaço estelar que não na Terra! E assim possa ser...um dia. A Humanidade merece-o!

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