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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A Música dos Imortais


Compositor Húngaro Franz Liszt

Haverá algum propósito especial por parte das entidades do Além que, desta inusitada forma, se querem fazer perpetuar no mundo dos vivos? Existirá de facto um portal do tempo ou uma secreta via em que haja, efectivamente, uma comunicação entre estes espíritos - há muito levados da Terra - para assim continuarem a compor ou a elaborar esta «Música dos Imortais»? E que veículos, portadores ou receptores são estes então - no mundo dos vivos (e à semelhança da senhora Rosemary Brown) - que em poderes mediúnicos e incomuns, se vêem outorgar estas belíssimas obras de seus Mestres...no Além? Poderemos acreditar de facto na veracidade dessas composições ou serão meras fraudes que a mente - ou outra capacidade cognitiva - capta para tal suceder???

A Música do Além
(As Fantásticas composições de Beethoven e Bach ditadas auma simples viúva de Londres...)
Quando Igor Stravinsky apareceu a Rosemary Brown - 14 meses depois de ter falecido - e lhe ditou 60 linhas de Música, não a surpreendeu, pois era (segundo ela própria afirmou), o 20º compositor morto a utilizar o seu extraordinário talento!
Rosemary tinha apenas 7 anos de idade, quando foi introduzida no mundo dos músicos mortos. Apareceu-lhe então um espírito de longos cabelos brancos e uma sotaina negra flutuante, identificando-se de imediato perante ela como um compositor, vaticinando-lhe assim a fama que ela própria um dia alcançaria.
Rosemary só soube quem aquela estranha figura era de verdade, quando, cerca de 10 anos mais tarde, viu um retrato de...Franz Liszt.
A mãe e a avó de Rosemary eram Médiuns, e ela própria revelaria muito cedo esses mesmos poderes psíquicos. Terá conversado com os seus pais desses acontecimentos, ocorridos antes do seu nascimento e, quando lhe perguntaram como tinha conhecimento da sua existência, respondeu então prontamente que estes lhe haviam sido relatados pelos seus «visitantes».
Franz Liszt, porém, não se encontrava entre eles. Não reapareceu senão em 1964, altura em que Rosemary já casara e dera à luz 2 filhos. Vivendo numa casa vitoriana em Balham, em Londres-Sul, era agora viúva.
Antes de 1964 não se interessara grandemente pela música, sobre a qual possuía poucos conhecimentos. Depois da guerra (Segunda Grande Guerra), comprara um piano em segunda mão, recebendo então lições de piano durante aproximadamente um ano. Mas, um vizinho que fora organista de igreja, não a considerava excepcionalmente dotada. Terá referido este: «Ela mal conseguia tocar um hino».
Em 1964 Liszt estabeleceu de novo contacto com a senhora Brown, bem como outros grandes músicos do passado, como Beethoven, Bach, Chopin, Schubert e Rachmaninov - de quem ela transcreveu composições originais. Estas peças incluíam uma sonata de 40 páginas e 12 canções de Schubert, uma fantasia improvisada - em 3 movimentos - de Chopin; e 2 sonatas de Beethoven, além das suas 10.ª e 11.ª Sinfonias, incompletas.
Cada compositor tinha o seu processo de ditar à senhora Brown. Liszt segurava-lhe e, conduzia-lhe as mãos, durante alguns compassos - após o que interrompia a execução para ela escrever de seguida as notas. Outros, como Chopin, diziam-lhe as notas e colocavam-lhe as mãos sobre as teclas indicadas.
Schubert tentou cantar-lhe as suas composições, «mas não tem uma boa voz», admitiria Rosemary.
Beethoven e Bach limitavam-se a ditar as notas - método que Rosemary não apreciava de todo - pois não lhe permitia ouvir a melodia correspondente à peça que escrevia.
Todos falavam a Rosemary em inglês, o que também não a surpreendia, revertendo em pertinente inquirição: «Porque não continuariam eles a aprender do outro lado...?»
Porém, quando perturbados - ou mesmo muito irritados - os compositores expressavam-se nas suas línguas de origem. «Mein Gott!» - Exclamaria então Beethoven, de quando estando ambos a trabalhar nas composições, soava a campainha da porta, interrompendo-lhes a sessão. Muito emotivo este grande senhor, admite-se.

A Opinião dos Críticos
As opiniões divergiam. As diversas opiniões emitidas pelos Críticos musicais sobre o mérito das transcrições de Rosemary foram sem dúvida alguma empoladas e verificadas em constante polémica.
Na sua maior parte, porém, eles concordaram que, no seu estilo, elas apresentavam de facto grandes semelhanças com as obras publicadas dos compositores há muito desaparecidos.
Para se conseguir uma falsificação - ou uma tangível imitação - são necessários profundos conhecimentos musicais, terão todos anuído sobre essa irrefutável circunstância. Quanto a Rosemary, os seus conhecimentos musicais não lhe permitiam sequer tocar muitas das peças que lhe eram então ditadas, embora ela se tornasse mais talentosa ao piano, sob as instruções de Brahms - sob cuja direcção também terá exercitado a sua flexibilidade de dedos, enquanto Rachmaninov e Liszt, lhe corrigiram o estilo.
Rosemary foi então intensa e criteriosamente observada - e interrogada - por músicos e psicólogos. Nenhum deles conseguiu descobrir que ela estivesse a enganá-los, e todos quantos a conheceram, segundo se diz, puseram a ideia de lado ao fim de apenas alguns minutos de contacto.

Processamento do Fenómeno
Maurice Barbanell, o editor da publicação londrina «Psychic News, afirmou na época: "Ela parece ser uma Médium simultaneamente clarividente e...«clairaudient». O que faz é comparável com o que centenas de outros Médiuns têm feito - a única diferença é que as personagens envolvidas no assunto...são compositores famosos!"
Uma das explicações apresentadas sugere que os compositores tenham deixado Música escrita inédita e que, Rosemary, usando inconscientemente uma forma de Telepatia, tenha lido essas pautas.
Outra sugestão é a de que, por Telepatia, Rosemary tenha escolhido essa Música das pessoas que a rodeavam. No entanto, há que referir que esta senhora inglesa nunca conviveu com músicos que assim pudessem compor nesse tão fluente estilo de...Bach ou Brahms.
Sobre a Música em si, Richard Rodney Bennett - um compositor inglês - terá então afirmado: "Há muitas pessoas capazes de improvisar, mas não é possível falsificar Música como esta...sem anos de treino! Eu próprio não conseguiria imitar algumas das obras de Beethoven."

A Opinião dos Músicos
Hephzibah Menuhin - a pianista irmã de Yehudi - impressionada pela Música de Rosemary, afirmou convictamente: "Não tenho dúvidas sobre a sua sinceridade. A Música, é totalmente no estilo desses compositores!"
Alan Rich, Crítico musical da revista New York, emitiu uma opinião diferente. Depois de ouvir um disco - editado a título particular  das peças de piano da autoria dos espíritos de Bach, Beethoven, Chopin, Debussy, Liszt e Schubert, concluiu que estas não passavam de arranjos de segunda categoria das suas composições mais conhecidas. No entanto, o disco continha apenas...as peças mais simples - não se podendo dar por concluída e resumida assim a fraude musical.
Richard Rodney Bennett considerou as restantes composições mais subtis mas também de teor muito mais complexo.

É imparável a sucessão de acontecimentos extraordinários - em fenómenos inexplicáveis - que, ao longo dos séculos, se tem propagado sobre estas entidades espirituais que por vezes parecem fazer-nos uma visita, havendo a percepção disso mesmo em fluidez mediúnica ou aptidão extra-sensorial efectiva. Algo se resume de facto entre quem já partiu e quem advoga - nestes mesmos poderes - essa causa, no que se pressente de tantos fenómenos coincidentes com esta outra realidade.
Já muito se falou de Telepatia, Clarividência e Precognição numa trilogia sumariamente diversa mas compacta de toda esta essência humana, terrena e não terrena. Seja como for, muitos serão os casos e ocorrências similares, pelo que todos devemos de nos interrogar se acaso não haverá por lá - pelo Além - algo de muito maior em sapiência ou presciência, que nos faça continuar em estudo, pesquisa e maiores conhecimentos para além da Terra, para além do Mundo dos Vivos. Se Rosemary garantia que todos lhe falavam na língua inglesa (não sendo todos britânicos), então haverá de facto (supostamente) uma espécie de «Universidade Celestial» que nos incita e estimulará por certo, a saber mais, aprender mais; no fundo de tudo, a continuar uma aprendizagem ou mais profundos ensinamentos...mesmo para lá do Além, seja isso o que for!
Assim sendo, que a Humanidade engrandeça aqui na Terra e além desta, pois que, se todos somos espírito eterno em nós, então tudo continua e nada acaba...sendo tão-só uma breve passagem para o outro lado. E nesse lado também se vive...só que, de uma outra forma. Acredite-se ou não...Beethoven, Bach, Chopin, Schubert e muitos outros já o souberam...tentando dizer-nos isso! Eles, que também foram Humanidade e, no seu melhor! Que descansem agora em paz...de preferência com Música de qualidade, essa mesma Música que ainda nos embala e acalma a alma, se outros espíritos nos deixarem. Pela Vida e pela Música...fiquem em Paz!

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