Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
A Dupla Personalidade
Dupla Personalidade ou Transtorno Dissociativo de Identidade
Haverá de facto - por diagnóstico e precisão clínica - o distúrbio mental no ser humano, dividindo-se em duas ou mais personalidades (ou identidades distintas), ou muito mais para além disso, no que hoje se especula sobre uma outra verdade...de mundos paralelos? Sendo já reconhecida a sintomatologia, diagnóstico e tratamento nestes casos, como se poderá dissociar esta causa-efeito, sem que se possa também aludir - ou convocar - que estaremos perante uma nova dimensão do nosso outro «eu»? Ou vários outros...se nos inclinarmos para a tese de outros mundos, outros Universos???
O Homem com Duas Vidas
(A Personalidade distinta na: caligrafia, gestos e recordações...)
Um homem de nome A. J. Brown alugou uma loja na East Main Street, em Norristown na Pensilvânia (EUA), nos primeiros dias do mês de Fevereiro de 1887.
Vivia na parte traseira da casa e mantinha o seu negócio na da frente, onde vendia diversos artigos de confeitaria, de papelaria e outros utensílios ou objectos economicamente acessíveis.
Num certo domingo - a 13 de Março - depois de se ter dirigido à igreja Metodista local, Brown retirou-se e foi deitar-se, como habitualmente fazia em circunstância normal. No dia seguinte, por volta das cinco horas matinais (ainda de madrugada), Brown foi acordado por um estampido que de imediato julgou ser um tiro disparado por um revólver. Abriu então os olhos e, para seu grande espanto, não reconheceu o local em que se encontrava.
Sentia-se fraco, tal como se estivesse embriagado, não reconhecendo nada do que via ou observara através da janela do seu suposto quarto. Durante cerca de duas horas - dominado por uma angústia crescente - permaneceu deitado na cama, tentando recordar-se como é que ele, Ansel Bourne, se encontrava naquele estranho quarto...
Finalmente - após tão envolvente susto - abriria a porta do quarto, vendo de rompante o senhorio, o senhor Earle. «Onde estou eu?» - perguntou este ao seu atónito senhorio. Resposta imediata: «Sente-se bem, senhor Brown...?» De sopetão Brown exclamaria: «Mas eu não me chamo Brown!»
De seguida, ante a confusão instalada em Brown, o senhorio referir-lhe-ia em que cidade exactamente se encontrava, informando-o então de que se estava no dia 14 de Março. Resposta pronta de Brown: «Então o tempo aqui anda para trás, é? Pois quando saí de casa era dia 17!»
«Dezassete de quê?» - perguntaria Earle algo incomodado com tamanha insistência.
«De Janeiro.» - aferia Brown muito certo da sua resposta. Ao que o senhor Earle lhe remeteria em voz já mais sonante e sem desejar resposta de volta: «Estamos a 14 de Março, senhor Brown!»
A Última Recordação
Earle sentiu-se na obrigação de chamar um médico: o senhor Brown não estava bem da cabeça, admitiria para si. Por seu lado, Bourne (que este insistia em se chamar), não desistia de afirmar também de que, a última imagem que retivera, eram as carroças na Broad Street, em Providence, em Rhode Island - depois de ter saído da loja de um sobrinho a 2 meses e...460 quilómetros de distância.
O sobrinho, contactado, veio buscá-lo. A família, que o tinha dado como desaparecido, interrogou-o então sobre a sua estranha experiência, mas ele de nada se lembrava. Não conseguia imaginar por que motivo ele, carpinteiro, pregador e agricultor, montara um negócio sobre o qual nada sabia e que...não lhe interessava de todo.
Três anos depois, o professor William James, de Harvard, ouviu falar do caso e examinou Bourne. Sob hipnose, este declarou então que o seu nome era...Albert John Brown e contou a sua viagem até à Pensilvânia, no dia 17 de Janeiro do ano de 1887. Recordava-se de ter alugado uma pequena loja algumas semanas depois, mas mostrava-se confuso, lembrando-se muito vagamente da sua vida anterior - à época em que se estabelecera na Pensilvânia.
Sabia apenas referir que sofrera muito durante toda a vida e que, a sua mulher morrera em 1881 - como de facto sucedera à mulher de Bourne. A partir do dia 13 de Março, a sua recordação dos acontecimentos...esfumava-se!
Expressões Faciais
O professor James demonstrou perante este estranho episódio que, as personalidades de Bourne e Brown eram absolutamente distintas, não apresentando analogias entre si: cada um possuía em si os seus próprios gestos, movimentos, expressões faciais e mesmo caligrafia.
Com a continuação do sono hipnótico, a personalidade de A. J. Brown foi-se desvanecendo para nunca mais reaparecer.
Foi a segunda perturbação que Bourne sofreu. A primeira ocorrera no dia 28 de Outubro de 1857, quando saíra para dar um passeio perto de sua casa de Westerley, em Rhode Island - e lhe ocorreu que deveria ir à igreja - embora se tivesse anteriormente afastado da Igreja Baptista. Disse porém, para consigo próprio de que, preferiria ficar completamente surdo e mudo...a entrar no templo!
Repentinamente Cego
Alguns momentos depois começou a sentir tonturas, sentando-se de imediato na berma do passeio como se - assim lhe pareceu então - uma poderosíssima mão lhe tivesse extraído algo da sua cabeça, do seu rosto e do seu corpo - após o que perdeu completamente as faculdades da Visão, do Ouvido e...da Fala! Tal como um estigma ou punição superior, Bourne ficou assim profundamente convencido de que Deus lhe concedera o desejo que formulara, cegando-o efectivamente!
No dia seguinte, Bourne recuperaria a vista, no que, a 11 de Novembro desse mesmo ano (1857), pediu a uns amigos que o levassem a uma capela próxima - onde tornou pública a sua conversão.
No domingo seguinte, quando assistia - juntamente com outros fiéis - aos ofícios religiosos, ergueu as mãos para o Céu e imediatamente recuperou a Audição e, a Fala. Esta experiência despertaria nele então, a vocação de...Pregador - cargo que exerceria ainda durante muitos anos.
Depois da morte da Mulher - ocorrida quando ele tinha cerca de 55 anos - abandonou o seu ofício de carpinteiro, tornando-se então agricultor. E, por volta de 1887, tendo economizado o suficiente para comprar alguns terrenos - levantando posteriormente 551 dólares da Instituição Bancária - foi visitar o seu sobrinho em Providence. Ignora-se como se transformou em A. J. Brown. Mas foi com estes seus 551 dólares levantados do Banco que, este montou o seu negócio, do qual extraía os lucros que lhe permitiram viver até à sua morte em Norristown.
Por conclusão: a identidade de Brown suplantou completamente a de Bourne, que deixou assim de existir como fumo no ar, sem que se soubesse na sua totalidade a causa de tal.
Dupla Personalidade/Transtorno Dissociativo de Identidade
Há que mencionar que múltiplos casos terão surgido e sido correctamente analisados ao longo destas últimas décadas, no que, se supõe, de imperativo diagnóstico e tratamento.
A Dupla Personalidade ou Transtorno Dissociativo de Identidade tem levado a que investigadores e médicos em geral, se debatam por esclarecer as suas causas e efeitos na personalidade destes indivíduos que evidenciam óbvias perturbações de comportamento e, identidade. Possuem assim, características de duas ou mais personalidades (ou identidades distintas) - cada uma delas, com um tipo de percepção e interacção diferentes - e distintos - com o meio que os assiste.
O Transtorno Dissociativo de Identidade revertida em Dupla Personalidade - ou Personalidades Múltiplas - foi deste modo reconhecido em diagnóstico oficial pela Associação Americana de Psiquiatria em 1980. Sendo que, em condição mental de características diversas - de personalidade e identidade distintas - houve então que prontificar um eficaz (ou pelo menos amortecer em parte), o distúrbio cognitivo e comportamental dos indivíduos nessa área. Houve que estabelecer inicialmente que, o que indiciava (em muitos casos) estas dissociações - e situações anómalas no indivíduo - se baseava em eventos traumáticos ou desagradáveis na infância. Em alguns casos, registaram-se transtornos de ansiedade e humor; perdas de memória associadas ou mesmo amnésia dissociativa aguda. Pode ser causado por intenso Stress; Capacidade Dissociativa (Inadaptabilidade ou habilidade de não relacionar memórias, percepção ou identidades convenientemente); Falta de Compreensão - ao enfrentar situações-limite na infância e Falta de Protecção - frente a situações-limite (igualmente) na infância.
Cerca de 13% das pessoas - na sua generalidade - possui um alto nível de dissociações, tais como: não se reconhecer numa determinada situação, esquecer eventos desagradáveis ou mesmo traumáticos, recusando-se a admitir esses mesmos eventos adversos (e invasivos) em si - numa perniciosa influência e devastadora alteração de comportamentos.
Quanto aos tratamentos hoje instituídos, eles nutrem-se por uma abordagem mais ou menos invasiva também, consoante o grau de severidade dos seus sintomas, ou seja, consoante a sintomatologia apresentada em maior ou menor escala no indivíduo. E, onde se inclui uma combinação de métodos a reportar: Cooperação; Terapia Cognitiva Comportamental; Arte-Terapia ou Musicoterapia; Hipnoterapia e ainda Terapia Comportamental.
Muitos são os casos que se registaram de Transtorno Dissociativo de Identidade, desde a Sybil (que existiu de verdade, mantendo em registo 16 casos pronunciados), aos heterónimos de Fernando Pessoa, o célebre poeta português que alternava os seus heterónimos (pontual e especificamente), consoante a alteração de comportamento e, disposição - em espécie de «alter-egos» como já foi referido por especialistas neste sector. Contudo, há que não esquecer certos outros pormenores que, longe de estarem ainda totalmente resolvidos - e esclarecidos - nos dão a fiabilidade e, assomo, de se poder confirmar algumas excepções (pontuais também) e, linearmente fora deste círculo patológico mental.
Há registos - e testemunhos pelo mundo inteiro disto mesmo (em particular o de uma mulher de Sevilha, em Espanha), que se diz liminar e absurdamente destituída da sua identidade. Após ter sido imbuída por uma luz luminescente e assaz estranha que lhe invadiu o quarto, sendo quase automaticamente envolta em misteriosa leveza, viu-se - ao acordar - completamente confusa e, diletante de uma outra realidade: não conhecia o seu marido nem tão-pouco o filho de ambos. Levada para um circuito do foro psiquiátrico, esta mulher viu-se de imediato ser instada como uma pessoa de dupla personalidade que admitia não ter - ou pelo menos, se debatia por reconhecer. Porventura, foi investigada até à exaustão, no que médicos e demais inquisidores sobre si, lhe terão imputado de sofrer deste ou de outro estado mental similar em confronto com a sua total renúncia aos membros da sua família nuclear - ou seja, mais chegada a si. Eram-lhe estranhos, sem saber que grau de efectividade poder demonstrar a partir daí...uma vez que estes lhe eram completamente estranhos. Impôs-se então a seguinte questão: Teria sido abduzida...raptada por seres estranhos, no qual a sua personalidade e identidade se alteraram? Ou terá sido uma situação de personalidade distinta - como uma espécie de um outro «eu», de uma outra personalidade - em transferência cósmica?
Não é caso único. Há o conhecimento de outros tantos episódios ou ocorrências estranhas de identidades que, de um momento para o outro, se vêem trasladar para uma outra esfera que não a que existia até aí. Que dizer disto então? Será «apenas» um distúrbio mental e, cognitivo, que o ser humano vive em determinadas situações como se já referiu? Ou nada disso, e estaremos perante uma outra verdade em dimensão existencial que não conhecemos, que nos transporta para uma outra realidade, um outro mundo que não é o que conhecemos até aqui? Estaremos perante a efusiva demonstração de um poder mental - até aqui absolutamente desconhecido e não-admitido pelo Homem - de que, por vias do que ainda se não sabe quais as causas, mas apenas os efeitos, o ser humano se muda, se transfere e quase se radicaliza numa outra esfera dimensional (ou tridimensional...) em que se vê acometido sem explicação - ou mesmo sem «viagem» de regresso às origens...? Haverá pior destino do que não haver retorno dessa estranha «viagem da alma»...?
Não se sabe, no que tudo é ainda uma mera especulação e muita (muita mesmo!) confusão latente no mundo dos seres vivos e, deste ínfimo planeta que dá pelo nome de Terra. Mas os casos avolumam-se e tudo nos urge comentar, debater e inquirir, questionar ou instaurar em supremacia de uma inteligência maior (ou superior) que nos comanda. E nós, seres humanos, até possuímos - e só não usufruímos na sua totalidade...porque tal não nos é permitido: pelo menos, na maior parte de nós que, vendo-nos ser sufragados na nossa identidade - e personalidade - teríamos de saber conviver com isso, sem que tal nos não perturbasse de todo. O que se não acredita. Só estamos em paz, quando conhecemos a nossa realidade e não a de outros...mesmo que essa «realidade» possa ter a nossa face, o nosso corpo mas nunca a nossa expressão, a nossa voz ou...mesmo a nossa alma! Ou esta também será em duplicado??? Poder-se-à (em esfera extraplanetária ou cósmica) dobrar-se-nos a alma? Haverá uma outra Humanidade à nossa beira e, composta por nós mesmos? Ou...por algo ou alguém tão perto e tão longe, tão parecido ou tão diferente, ou simplesmente...tão como nós...mesmo sem sermos nós??? Confuso, não é? Ou nem tanto...se a explicação estiver no famoso, complexo mas igualmente maravilhoso mundo quântico ou de mecânica quântica que só alguns eleitos (cientistas) sabem decifrar e, porventura (um dia destes...) sublimar em realidade frontal!
Mundos paralelos, mundos diversos (na tão proclamada teoria actual dos Mundiversos), Universos múltiplos - tais como as personalidades e identidades - será isso uma mera e vã possibilidade de existência cósmica ou estaremos perante mais uma mega e, extrapolada situação física e mental de que não abdicamos, de todos sermos únicos - se não no Cosmos pelo menos em ser existencial? Será que o podemos afirmar??? Eu não apostaria nisso, mas isso sou eu...que nada julgo e tudo questiono.
Pois então que, a bem da Humanidade ou a de outras que possam existir no Universo (ou nos múltiplos Universos...) que haja paz, que haja vida, que haja glória de nos perpetuarmos...neste ou noutro mundo qualquer em que nós, sejamos simplesmente nós...mesmo que repartidos, dissociados ou plagiados por esses Universos fora...
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