Translate

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A Outra Escola


Rudolf Steiner - Fundador da Antropossofia (Conhecimento do Ser Humano)

Estará certa a «Doutrina de Steiner» que nos afere tomar facilmente consciência dos mundos interiores de Conhecimento? Possuiremos todos nós um «Eu verdadeiro» muito para além do «Eu normal»? E que escolas eram estas - as Escolas Livres Waldorf - de orientação Antropossófica em que o objectivo se consagrava na fomentação das aptidões próprias dos alunos? Que fantástico homem foi este tão à frente do seu tempo em que, alguém afirmou, ser um homem que não conseguia deixar de pensar?

Rudolf Steiner
Rudolf Steiner - Fundador da Antropossofia (em Grego: Conhecimento do Ser Humano) e Profeta de uma nova visão da Humanidade, foi um dos pensadores mais influentes, mas também mais complexos e controversos, do século XX.
A sua Doutrina do Desenvolvimento gradual do ser humano em direcção a capacidades anímicas mais elevadas e, conhecimentos espirituais superiores, continua a ter numerosos adeptos na sociedade de hoje - a qual procura formas alternativas de viver e de pensar.
Nos planos de estudo das «Escolas Livres de Waldorf» - fundadas pela Sociedade Antropossófica - encontram-se vários aspectos da filosofia de Steiner.

Entre o Oriente e o Ocidente
Rudolf Steiner nasceu a 27 de Fevereiro de 1861 em Kraljevec (Croácia). O seu pai trabalhava na Companhia Ferroviária do Império Austro-Húngaro. Esta circunstância fá-lo-ia pensar toda a vida na relação de tensão entre o Oriente e o Ocidente. Também o marcou bastante a polaridade entre a Natureza e a Técnica - entre a beleza da Croácia e o «quotidiano Mecânico» - na família de um chefe de estação, como mais tarde descreveria a sua infância.

Doutor em Filosofia
O idílio termina no Instituto de Ensino Secundário de Viena: Steiner conhece as Teorias de Darwin e sente-se fascinado pela vida e obra de Goethe. Aos 23 anos dá aulas particulares a uma criança deficiente, o que constitui um primeiro impulso para o seu posterior trabalho pedagógico-curativo.
Trabalha no Arquivo de Goethe e Schiller em Weimar; conhece então o filósofo Nietzsche, já muito doente, e estuda as obras de Sigmund Freud e Carl Gustav Jung. Faz o doutoramento em Filosofia, publica os seus pensamentos sobre a «Condição do Mundo e da Vida» e, percorre a Europa dando conferências.

Atlântida e Lemúria
De início, mantém uma atitude de rejeição relativamente à Teosofia, que desde 1886 está presente também na Alemanha através da Sociedade Teosófica, mas em 1902 torna-se seu membro e só volta a sair em 1921. Compila então algumas das suas ideias e, conjuga-as com pensamentos de Goethe, valores Cristãos e, Elementos Ocultistas.
Estuda os mitos dos Continentes submersos: Atlântida e Lemúria e escreve sobre as suas «experiências interiores», a que chama «Clarividência».

Morte em Dornach
Segundo o biógrafo de Steiner, Colin Wilson: "O seu espírito devia estar continuamente a transbordar. Nunca teve um momento de descanso. Para se ter uma ideia de semelhante Niágara intelectual, basta folhear as 1600 páginas das suas «Karmabetrachtungen» (Considerações sobre o Karma) - concebidas para as conferências que proferiu entre Fevereiro e Setembro de 1924. E isto é apenas uma fracção do que produziu. Este homem não conseguia deixar de pensar!"
Rudolf Steiner morreu a 30 de Março de 1925 em Dornach, perto de Goetheanum - ou Escola Superior Livre de Antropossofia - fundado por ele.

Mundos Interiores de Conhecimento
«A Doutrina de Steiner» baseia-se no princípio que conseguimos ter muito facilmente consciência dos mundos interiores de Conhecimento se, admitirmos a sua existência independente e, orientarmos o nosso pensamento na sua direcção.
O Mundo Interior é o nosso ambiente natural. Uma vez que saibamos isto, entenderemos também que temos um «Eu verdadeiro», uma identidade específica, muito para além do Eu normal», diz Colin Wilson. As sugestões de Rudolf Steiner levaram ao aparecimento de Movimentos de Renovação na Ciência, nas Artes, na Vida Social, na Medicina, na Agricultura, na Pedagogia e na Vida Religiosa.

A Outra Escola
As Escolas Waldorf são estabelecimentos de ensino de orientação Antropossófica. A primeira foi fundada em 1919, em Estugarda, pelo director da fábrica de cigarros Waldorf Astoria - Emil Molt - que entregou a sua direcção a Rudolf Steiner.
Em 1938, os Nazis encerraram as oito escolas que havia na Alemanha, mas com o fim da guerra abriram-se muitas mais em todo o mundo. Actualmente existem 180 Escolas Waldorf - com 71.400 alunos na Alemanha, 424 no resto da Europa e 231 nos restantes Continentes.
Cada escola é gerida por uma sociedade própria, em cuja direcção os pais e os docentes têm os mesmos direitos. A frequência da escola não é gratuita.
O seu objectivo é fomentar - durante os 13 anos de escolaridade - as aptidões próprias, incluindo as artísticas e manuais, assim como o Ensino Eurrítmico, a Arte do Movimento que se cultiva na Antropossofia - e na qual a linguagem se traduz em movimentos feitos ao som da música. O Ensino de Línguas estrangeiras começa logo no primeiro ano.

Numa Escola Waldorf, as crianças aprendem a explorar a sua fantasia. Também se encoraja o sentido da responsabilidade e, da verdade! O que nos perfaz reconhecer o quanto Rudolf Steiner - como seu fundador e primeiro director desta Escola Waldorf - foi possuidor de capacidades extraordinárias de um homem muito à frente da sua época ou, de um tempo que o não limitava em raciocínio e pensamento. Com base nessas ditas linhas pedagógicas inovadoras e, organizativas de uma nova estrutura escolar, Steiner foi sem dúvida alguma uma pessoa fantástica, no que elaborou, renovou ou apenas indiciou numa nova linhagem de Ensino e Conhecimento. Para além do que obviamente reconheceu em maior consciência e determinação sapiente de todos havermos um «Eu verdadeiro». Assim sendo, apenas me compete finalizar que, muitos outros pensadores, filósofos ou «simples» conhecedores destas mesmas causas do Conhecimento do ser Humano se possam prolongar no tempo e, no aprofundar de outros tantos conhecimentos. Outras Escolas virão porventura, em futuros que se desejam profícuos, abertos e multidisciplinares sem restrições ou sabotagem de espécie alguma, ainda que possam ser alvo de certa polémica ou debate acesso por aquilo que, sendo novidade, por vezes não é muito bem aceite por todos. Não foi o caso, felizmente. Homenagem justa terá então de se fazer ao seu precursor Rudolf Steiner. Bem-haja por isso no que, pelo bem da Humanidade evocou! E assim continue a ser!

Sem comentários:

Enviar um comentário