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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A Bola de Fogo


Visualização do Cometa Halley

Que espectacularidade é esta a do Cometa Halley que, desde há milénios até aos dias de hoje, nos mantém reféns de si na Terra, ante tão bela perspectiva visual mas, simultaneamente, tão temeroso em todos nós? Que «Bola de Fogo» é esta então, que nos seduz, encanta e faz render ao longo dos séculos em observações astronómicas de relevo, sob um Céu surpreendente de estrelas cadentes em si? Será a aparição de Halley, o prenúncio de algo mais crepuscular e nocivo à Terra ou longe disso, em natural viagem sua - e de um espaço só seu - em Cosmos infinitamente maravilhoso?

Temíveis Presságios no Céu
Os Cometas - fogos de artifício nos céus - Oráculos de desastres na Terra. Quando observavam um cometa nos céus, os povos antigos eram possuídos de pavor.
Uma Bola de Fogo de volume equivalente ao de metade do da Lua, com uma cauda que se estendia pelo Firmamento, devia obviamente pressagiar acontecimentos funestos, uma vez que perturbações nos céus - o local habitado por deuses caprichosos - significavam forçosamente perigo na Terra.
Já na Era de Cristo se pensava que os cometas anunciavam acontecimentos funestos. Em 1066, foi observado um cometa quando Guilherme, o Conquistador, se preparava para invadir a Inglaterra. Pouco tempo depois, quando Haroldo, o Rei Saxão, foi derrotado por Guilherme, os anciãos relacionaram ambos os factos.
Embora actualmente não sejam, de modo geral, considerados como prenúncios escatológicos, os cometas continuam a intrigar os cientistas. Tal como a Terra e os outros planetas descrevem órbitas em torno do Sol. Contudo, muitos deles deslocam-se a tão grandes distâncias no Espaço que apenas são visíveis da Terra, uma ou duas vezes em cada século - ou ainda menos frequentemente.
Ainda que a sua composição continue a ser objecto de conjecturas, sabe-se que não são sólidos como os meteoritos, mas compostos de pequenas partículas geladas e, de gases milhões de vezes, menos densos do que o ar.
Segundo alguns cientistas, o núcleo de um cometa é semelhante a uma «bola de neve suja». Parece, contudo, ser opinião geral que os cometas são objectos sem consistência, que pouco mais causariam além de prejuízos locais, no caso de colidirem com a Terra.
Admite-se que a cauda do cometa é composta de gás e poeiras extraídas do núcleo do mesmo pela irradiação solar.
Um Cometa não emite luz, apenas reflecte a luz do Sol. Assim, a sua luminosidade aumenta de intensidade à medida que o astro se aproxima do Sol e decresce à medida que aquele se afasta no Espaço.

Observado com Regularidade
Embora haja alguns cometas de pequenas dimensões que descrevem órbitas em torno do Sol - de períodos de 2 ou 3 anos - o único verdadeiramente brilhante a ser observado com regularidade é o Cometa de Halley. Ao examiná-lo, em 1682, Edmond Halley, os astrónomo real britânico, ventilou a hipótese de este ser o mesmo cometa brilhante que fora detectado várias vezes no passado.
Estudando os registos existentes, concluiu que o cometa aparecia de facto todos os 76 anos, sendo o mesmo fenómeno que precedera a Batalha de Hastings.
A descoberta de Halley veio permitir aos historiadores localizarem no tempo acontecimentos que, segundo descrições antigas, haviam sido precedidos pelo aparecimento de um cometa fatídico.
Em 1973 gerou-se uma certa expectativa em torno da aparição de um cometa até então desconhecido - o Kohoutek, assim chamado em homenagem ao seu descobridor, o astrónomo checoslovaco Lubos Kohoutek - o qual, segundo se esperava, apresentaria uma cauda brilhante, e que os astronautas americanos que descreviam órbitas em torno da Terra no Laboratório Espacial «Skylab» se prepararam para fotografar.
Os factos, porém, não corresponderam à expectativa. Segundo cientistas soviéticos, uma camada de poeira cósmica impediu a formação da cauda do Kohoutek, que seria visível em todo o mundo.

21/22 de Outubro de 2014
O Cometa Halley retorna assim ao Céu, e isto é uma frase retirada da informação actual e presente nas redes sociais na iminente perspectiva de uma nova observação do Cometa Halley!
O Cometa Halley vai deixar então um rasto de poeira cósmica, enquanto se desloca pelo Sistema Solar. Nos exactos dias 21/22 de Outubro, a Terra vai passar por remanescentes do cometa, enquanto esta orbita o Sol. As partículas do cometa fluem para a nossa atmosfera na Terra, mas não há perigo algum (segundo os cientistas): Elas são minúsculas (partículas), não maiores do que grãos de café instantâneo, regista-se então. Viajando a alta velocidade elas queimam-se sem causar ou provocar danos, em cerca de 60 quilómetros, acima da superfície da Terra!
O resultado é assim uma espécie de queima de fogos - ou fogo de artifício - cósmicos. E, em chuva de Meteoros. Os Meteoros vêm em trajectórias paralelas, mas a distância faz com que pareçam emanar de um ponto no Céu (semelhante ao que se visiona sobre as pistas de auto-estrada que parecem convergir).
Não sei se as perspectivas actuais serão ou não demasiado altas para o tanto que se deseja observar, registar e, se possível, consolidar sobre esta mesma observação do Cometa Halley no exacto dia em que estou a escrever este texto mas, auspicia-se tal. Será de facto um espectáculo maravilhoso poder assistir a tão festiva obra dos céus e por certo, da omnipotência estelar. Assim sendo, poderá inclusive haver uma eminência de aproximadamente 25 estrelas cadentes por hora. São os chamados Meteoros em movimento rápido, deixando uma «poeira» persistente atrás deles - após a sua incineração.

Em actualidade máxima, há ainda o registo de que o Cometa 2013 A-1, descoberto pelo astrónomo britânico Rob Mc Naught, do Observatório Siding Springs, na Austrália, irá passar brevemente também a uma distância de 120 mil quilómetros de Marte! Para além de - em objectividade e interesse mundial - de exímia e pontual informação de que, Rosetta - a Sonda Espacial da ESA - vai ser a primeira Nave Espacial a testemunhar as mudanças de um cometa que fica exposto à radiação solar! Rosetta descolou da Guiana Francesa em Março de 2004 para, vir agora revelar ao mundo, a sua missão em Cometa 67 P (Churyumov-Gerasimenko) que viaja entre as órbitas da Terra e de Júpiter. Colocando uma sonda Philae na superfície deste cometa, em breve saberemos se foi feliz ou não na sua objectiva e concretizada missão e, finalidade, que tanto os cientistas aguardam.
Nada mais a acrescentar, desejando-se toda a sorte do mundo em pesquisa, análise e proventos futuros espaciais, no que a Humanidade toda ela se baseia, investe e progride - tanto na Ciência obtida, como num mais lato conhecimento e obreira condição de estarmos sempre um passo à frente e não atrás - de toda uma sabedoria (ou quiçá sapiência universal) de interesses vários. Pois que assim seja, a bem desta mesma Humanidade que somos todos nós!

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