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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A Bela Estrela Amarela


A Anã Amarela - O Sol

Será exactamente como a definem os Astrónomos, uma Estrela normal como milhões de outras ou, por conseguinte, a mais mágicas de todas as estrelas que nos acorda, aquece e protege ao longo de milénios? Mas, inversamente a isso, que consequências poderá trazer para o planeta-Terra, as suas erupções solares? Sobreviverá o ser humano ao percurso do Sol quando este atingir a fase de Anã Branca?

O Sol Selvagem
Uma Estrela normal, como milhões de outras...embora, segundo a ordem do Universo, o Sol seja uma estrela vulgar, típica, de tamanho médio, a sua energia e violência quase desafiam a imaginação.
É uma massa densa de matéria incandescente, com 1 milhão de vezes o volume da Terra e, num estado de actividade nuclear permanente. Cada segundo, 4 milhões de toneladas de hidrogénio são destruídos em explosões que têm início algures - perto do núcleo - onde a temperatura é de 13 milhões de graus centígrados.
Esta Estrela normal irradia em cada segundo mais energia do que a que o homem dependeu desde o dealbar da civilização.
As reservas totais da Terra em petróleo, carvão e madeira alimentariam o dispêndio de energia solar aplicada na Terra durante apenas escassos dias.
A enorme explosão termonuclear que se verifica no núcleo do Sol, onde 564 milhões de toneladas de hidrogénio se fundem para formar hélio, projecta do astro, com a força de 1000 milhões de bombas de hidrogénio, línguas incandescentes desse gás. A matéria que se encontra no núcleo solar está submetida a uma temperatura tão elevada que, um fragmento dela com as dimensões de uma cabeça de alfinete, irradiaria calor suficiente para matar um homem a 160 milhões de quilómetros de distância!

Bomba que se consome...lentamente
O Sol é, por conseguinte, como uma enorme bomba de hidrogénio ardendo lentamente. São somente as suas dimensões gigantescas que tornam tão fantástica a sua produção de energia. Na realidade, essa produção, relativamente ao volume, corresponde apenas a um quinto da que se verifica no corpo humano.
Por vezes, a superfície do Sol é alterada por sombras escuras conhecidas como manchas solares, com o comprimento de milhares de quilómetros, provavelmente causadas por perturbações magnéticas - ainda não inteiramente compreendidas. Da superfície do Sol, irrompem a cada segundo dezenas de milhares de jactos de gás incandescente - chamados «Faculae» - que se projectam a alturas de 9600 km e voltam a cair no espaço de minutos.
As manchas solares aparecem em ciclos de aproximadamente 11 anos, surgindo paralelamente fenómenos terrestres de variação das Auroras Boreais, tempestades magnéticas e interrupções nas transmissões de rádio - em ciclos de igual duração.

Fulgurações Solares
Na atmosfera exterior do Sol - ou Coroa - jactos de gás luminoso, ou protuberâncias, pequenos comparados com as Fulgurações Solares, formam arcos de 160 000 km.
As Fulgurações Solares emitem ondas electromagnéticas, que se deslocam à velocidade da luz e atingem a Terra em cerca de 8 minutos, seguidas por outras partículas que chegam ao nosso planeta ao fim de de meia hora e, por outras mais lentas ainda, que chegam um dia mais tarde.
Uma das Fulgurações Solares mais intensas ocorreu a 12 de Novembro de 1960. Os Astrónomos detectaram uma gigantesca explosão no Sol. Em consequência, uma nuvem de hidrogénio - com 16 milhões de quilómetros de largura e estendendo-se ao longo de 74 milhões de quilómetros - colidiu com a Terra, provocando uma sucessão de violentas perturbações.
As Auroras Polares, normalmente observadas num raio de 2400 km dos pólos, revelaram-se sensivelmente mais espectaculares e mia coloridas do que habitualmente, facto causado pelas partículas de radiação solar que penetravam na zona superior da atmosfera.
Dois dias mais tarde, os Tele-Impressores transmitiam mensagens sem nexo e as comunicações via rádio encontravam-se interrompidas. As luzes eléctricas vacilavam como se trovejasse, embora o Céu se apresentasse límpido. Alguns destes efeitos mantiveram-se durante uma semana.
Uma explicação sugerida para este facto foi a de, as Radiações Solares, emitirem núcleos de átomos de hidrogénio e electrões, os quais, deslocando-se a uma velocidade que medeia entre os 640 e os 960 km/s., começariam a atingir a atmosfera terrestre cerca de 50 horas depois de produzida a Fulguração e, causariam essas perturbações.

Uma Anã Amarela - O nosso Sol
O Sol é classificado como uma Anã Amarela, a meio caminho entre as estrelas de maiores e mais pequenas dimensões e entre as estrelas mais quentes, branco-azuladas, e as mais frias, vermelhas.
O brilho de Rigel (B Orionis), por exemplo, é entre 25 000 e 50 000 vezes mais intenso. A estrela Antares (ou Scorpii), de temperatura pouco elevada, é uma super-gigante vermelha 27 milhões de vezes mais volumosa.
Embora a reacção química que mantém o brilho do Sol implique uma perda de matéria de cerca de 4 milhões de toneladas por segundo, o Sol é tão volumoso que não deve transformar-se numa gigante vermelha antes de 8000 milhões de anos.
Quando tal acontecer, libertar-se-à calor em quantidades tão elevadas que, mesmo que a Terra não seja consumida, a vida tal como actualmente existe não poderá manter-se. Contudo, ainda que os habitantes da Terra dessa época consigam - de alguma forma - proteger-se do calor, os seus descendentes terão de enfrentar o frio extremo que se seguirá depois de o Sol atingir a fase de Anã Branca.

A História Triste de Hsi e Ho
Um dia, no ano de 2136 a. C., um Dragão esfomeado tentou devorar o Sol. O Imperador da China e o seu povo ficaram aterrorizados.
De começo, uma pequena dentada destruiu uma parcela do disco. Depois, um quarto, metade, e subitamente o Sol inteiro...tinham desaparecido; restava apenas um estranho círculo de luz branca em torno do espaço negro que o disco incandescente ocupara.
Os Chineses, assustados mas engenhosos, sabiam o que fazer. No estranho crepúsculo em que haviam mergulhado, correram, gritando e insultando o Dragão, tocando tambores, fazendo soar gongos e batendo com instrumentos musicais sagrados uns nos outros, até que o Dragão assustado, se afastou relutantemente da refeição ainda por devorar.
O Sol foi salvo, mas o Imperador - agora mais enraivecido do que assustado - ordenou que os astrónomos imperiais, Hsi e Ho, fossem então decapitados por não o terem avisado a tempo da aproximação do Dragão.
Desde há muito que são motivo de divertimento para os Astrónomos, os versos de autor anónimo que chegaram até nós como o seu epitáfio:
Aqui jazem Hsi e Ho
De destino triste, mas visível:
Foram mortos porque não viram
O Eclipse que era invisível.

Hsi e Ho, como astrónomos experientes, deviam ter previsto o Eclipse total do Sol - observado nessa época na China - uma vez que este ocorre todos os 18 ou 19 anos.
O que sucede é que, movendo-se a Lua em torno da Terra - e girando esta em redor do Sol - se verifica por vezes um alinhamento perfeito dos 3 astros, em consequência do qual a Lua oculta a luz solar, que deixa de ver-se da Terra durante um período de tempo que pode prolongar-se até 7,5 minutos. Não se desejando mais que a ignorância ou a prepotência arrogada de alguns faça mais vítimas - mesmo na actualidade - há que estudar então estes fenómenos em todo o seu rigor e conceptualização astral, sem receios ou medos que são obviamente infundados em toda a Ciência da Astronomia, Astrofísica e sequenciais vertentes tanto de Eclipses como desta nossa bela estrela que se designa por Sol! Assim sendo, e a bem da Humanidade, este possa continuar a brilhar em fulgurante amostragem, ainda que nos faça temer por suas erupções ou fulgurações solares num futuro próximo, bloqueando comunicações e toda a nossa energia eléctrica em sub-consequência por todo o planeta Terra. Mas vamos ser optimistas e, congratularmos em nós, todo esse potencial de Estrela normal e Anã Amarela que é, em toda a sua capacidade na distância - e substância - nos continuar a originar e a desenvolver vida no planeta. Assim desejamos, assim possa continuar a ser!

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