Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
A Revolução Verde I (Produção Agrícola)
Honghe Hani (terraços/socalcos de arroz): A mais bela paisagem do mundo em alimento e sustentação de vida, na China (Ásia).
E se tudo secasse, se tudo desabasse sem complacência ou misericórdia ante toda a glorificante produção agrícola de alimento no mundo? O que se perderia então, após 9000 anos de captura animal e recolha de sementes de ervas na subsistência humana dos primórdios até hoje....?
Que lamentável seria, do que se observa em deslumbramento e, categoria, sobre campos, terraços ou socalcos de arroz, que na previsibilidade de alimento e sustentação de vida, se nos reflecte ao olhar tal como pictórica anunciação de certos deuses que estes conhecimentos nos deixaram?!
Seleccionando plantas, produções agrícolas - e a criação de variedades melhoradas - as colheitas modernas estão hoje tão distanciadas das suas ancestrais como o Homem Moderno do seu antepassado. Entre outras coisas. E, sabendo-se que desde a década de 60 do século passado, esta produção agrícola se exponenciou em quantidade e melhoria efectiva de técnicas e expansão produtivas (neste e noutros sectores a si associados), poder-se-à com toda a certeza afirmar que se erradicou a fome no mundo - ou por todos os seus cantos - onde estas provavelmente ainda não perfuraram, liderando uma causa maior sobre a Humanidade de todos haverem pão?
Terraços/socalcos de Arroz de Longji, em Pingan - China
Produção Agrícola: a subsistência da Humanidade!
Durante a maior parte da História da Humanidade, as pessoas viveram da caça de animais selvagens, da pesca e da recolecção de plantas comestíveis.
Os Bosquímanos do deserto de Calaári, na Namíbia, contam-se entre as raras populações que ainda vivem desse modo.
Há cerca de 9000 anos (no início, ou na já chamada Era do Cobre, uma vez que foram encontrados artefactos que tal evidenciaram, assim como objectos de cobre (6000 anos a. C., em Çatal Höyük, na Anatólia), e numa vasta zona do Médio Oriente, em que os povos começaram a capturar Antílopes e a recolher sementes de ervas para a sua alimentação. Há também vestígios encontrados no solo que determinam que nesta igual datação arqueológica o Homem se tenha empenhado na fundição do Chumbo, ou seja, desenvolvendo desta forma uma ambição de manejo e, utensílio, na mineração e fundição destes minérios da Terra.
Quanto ainda há subsistência e, sobrevivência humanas, estas mudanças simples (que também tiveram lugar no Norte da China e na América Central e do Sul, constituíram o início da Agricultura.
Os Primeiros Agricultores familiarizaram-se com os ciclos de vida das plantas que recolhiam, começando por cultivá-las. Tratava-se de ervas - os precursores dos cereais modernos!
Belíssima foto de Zhang Ning, mostrando os exuberantes campos de arroz de Yuanyang, na China.
Seleccionar para melhorar...
Gradualmente, em resultado de milhares de anos de selecção das Plantas com melhores produções por parte dos Agricultores, as colheitas melhoraram.
Á medida que as sementes foram sendo transportadas para diferentes partes do mundo - e semeadas - foram sendo também polinizadas por espécies silvestres, criando ocasionalmente variedades melhoradas. As colheitas modernas estão assim muito afastadas das suas espécies ancestrais.
Em relação aos Animais, estes mudaram de uma forma que se pode aventar de semelhante. Ao princípio, os Agricultores mantinham os animais selvagens para aproveitamento da sua carne ou leite; mas, em breve, começaram a domesticá-los. Os maiores e mais dóceis, foram então usados para a criação. Em resultado desse processo, espécies como as Vacas, os Porcos e as Cabras tornaram-se maiores, vivendo mais tempo e fornecendo mais carne e mais leite, o que veio consubstanciar igualmente uma maior longevidade ou melhor qualidade de vida nessas antigas populações.
Uma foto de incontornável beleza sobre os Terraços de Arroz, na China (Yuanyang). Uma imagem que se não esquece...
Os mais belos Arrozais...
Como se pode deduzir destas belas imagens de arrozais, na China, muitos pés de arroz são ainda hoje plantados à mãos nos campos alagados das muitas províncias rurais da China.
Poucos camponeses possuem equipamento moderno e os pés são tão frágeis que requerem uma manipulação muito cuidadosa.
A Nação mais populosa do Mundo - a China - regista uma longa história de escassez de alimentos, e por conseguinte, de fome! No entanto, desde a década de 60 do século XX, que esta aumentou a sua Produção de Arroz (uma das suas culturas mais importantes) em mais de 100%, eliminando quase por completo a má nutrição.
Grande parte desta Produção Alimentar é necessária para sustentar as populações das cidades chinesas, que estão a crescer rapidamente e a um nível já considerado irrefreável ou irreprimível, apesar de um certo controlo - estrito e rigoroso - da emigração do campo para a cidade em êxodo rural para o urbano, no que as autoridades locais tentam por todos os meios reprimir. Sendo incontestável a evolução natural dos acontecimentos, nada porá um laço neste êxodo - que se revelará nos próximos anos - de autêntica razia em fuga dos campos para as cidades. O que já se observa.
Agricultura Intensiva e Mecanizada: urge alimentar o mundo! Mas sem a beleza ou o sacrifício humano de outrora em força braçal que não maquinal dos dias modernos. Urge matar a fome às populações da Terra!
Alimentar o Mundo é urgente!
Com o aumento da População Mundial, a Agricultura teve de se tornar muito mais intensiva para a sustentar. Este facto é indesmentível, pelo que hoje traduz de uma explosão demográfica ímpar que não vai parar e muito menos fazer refrear estes métodos. Se estes chegam a toda a parte do globo, isso é que já é uma outra história...
Grande parte das terras são hoje utilizadas na produção das 30 culturas principais que alimentam o mundo; destas, o Trigo, o Arroz, o Milho e a Batata são as mais importantes.
A Investigação Científica tem vindo incessante e, continuadamente, a procurar novos processos de aumentar a produção; afectando desta forma maior área à Agricultura, aumentando a produtividade das terras aráveis existentes - mediante o emprego de Fertilizantes - desenvolvendo assim novas variedades com maior produtividade e diminuindo parte das colheitas que se perde para as infestantes.
Desde a década de 40 do século passado, que tem havido um aumento espectacular da Monocultura, a plantação continuada da mesma cultura na mesma terra durante vários anos (em vez do plantio de culturas diferentes de ano para ano, como na agricultura tradicional).
Economias de Escala podem então ser aplicadas à Monocultura. Enormes campos uniformes permitem a utilização de grandes e eficientes máquinas como as ceifeiras-debulhadoras. No entanto, a Monocultura cria muitos problemas, incluindo o esgotamento de nutrientes, a acumulação de infestantes e a erosão do solo. Para manter as produções constantemente elevadas, as culturas têm de ser fertilizadas e tratadas com Pesticidas - o que prejudica consideravelmente os solos.
Campos de Flores, na Holanda: a miríade de cor em ostensiva beleza na produção de flores (tulipas).
Criação de Novas Plantas
A Criação de novas plantas desempenha um papel importante na Agricultura Moderna. Estão a ser desenvolvidas novas variedades de culturas que proporcionam produções mais elevadas e de maior resistência às Infestantes.
Os Híbridos e as culturas Anãs constituem exemplos disso mesmo. O «Triticale» é produzido pelo cruzamento do Trigo com o Centeio. Tem a mesma ou idêntica Produção do Trigo, mas é muito mais nutritivo, apresentando assim a resistência do Centeio ao Inverno. Também pode ser cultivado em solos marginais. Até agora tem sido utilizado apenas na alimentação dos Animais; todavia, no futuro, poderá servir também na alimentação humana!
O Arroz também sofreu alterações significativas. O Moderno Arrozeiro é uma variedade semi-anã para ficar mais pequeno do que o normal, de modo que a maior parte dos seus nutrientes se concentre nos grãos e não nas suas estruturas não comestíveis. Também amadurece mais depressa. No entanto, sem a Adição de Fertilizantes e um fornecimento constante de água e de epsticidas, a produção falha. para muitos agricultores das regiões mais pobres do mundo, as variedades nativas adequam-se melhor ao clima.
Em relação ao que configura a imagem acima exposta, na Holanda, apesar de não se tratar de uma agricultura de nutrientes comestíveis (à priori), exemplifica o que na modernidade desta actual e contemporânea era se aflui em sedução, beleza e até mesmo aproveitamento de espécies florais em consumo e utilização das massas populacionais.
Quer-se com isto dizer que, os olhos também comem, sendo hoje isto também extensível à parte alimentar em sector estudado e, analisado de grandes convénios gastronómicos, do que hoje se ostenta em beleza, aroma e mesmo como produto comestível (ingerido sob condição de grande sensibilidade e prazeres aromáticos) nas mesas de referenciados restaurantes de hotéis ou locais de degustação de requintado pormenor. Algo que engrandece todos os campos de flores, numa Humanidade enriquecida hoje, do que se reflecte em maior procura de sabores e nutrição saudáveis. Brindo a isso!
Ubud-Bali, na Indonésia (Ásia). - Belíssimas paisagens de culturas de subsistência em vales e campos de arroz; algo que há milénios se executa mas agora se potencializa em maior profusão da tal «Revolução Verde» que tenta sustentar toda uma população global.
A «Revolução Verde»!
A introdução de todas estas culturas já mencionadas, transformou de forma exponencial a Agricultura Mundial, na medida em que iam surgindo essas referenciadas técnicas que se foram transmitindo (ou propagando) através dos países desenvolvidos aos países ainda em fase crucial do seu desenvolvimento; ou seja, mesmo naqueles em que não tendo grandes recursos, também se mostravam ávidos de maiores conhecimentos e mais facilidades sobre os trabalhos nos campos.
Entre 1950 e 1990, nesta já designada «Revolução Verde», a produção mundial de alimentos aumentou 140% e os preços médios dos produtos alimentares desceram 25%.
Grande Parte deste Crescimento foi conseguido na Ásia, em especial, na China! Em contrapartida, 43 países em vias de desenvolvimento (metade dos quais em África), a produção alimentar caiu 20% no mesmo período, devido a factores que vão das guerras e da seca, a solos muito pobres e à endémica falta de investimento por parte de entidades estrangeiras que nestas regiões queiram produzir ou gerir os seus interesses. Todavia, há a registar que a Produção também começou a declinar nos países desenvolvidos a partir da década de 80 (do século XX), devido à erosão dos solos assim como à nociva poluição que se faz sentir por todo o planeta com incidência nestas últimas décadas.
Cultura Hidropónica (água e luz, na estimulação do crescimento).
Outras técnicas
A técnica da Hidroponia, baseada nas culturas hidropónicas em que as plantas são cultivadas em grandes recipientes ou sustentáculos, por onde circula água rica em nutrientes (usando soluções aquosas para o efeito), num processo inovador de grande êxito.
A luz é ajustada para estimular o crescimento e, em muitos casos (no que se refere à isenção de terra) a componente que se reflecte de grande produtividade, em particular sobre zonas de climas áridos em estufas ou de amplas coberturas.
Sabe-se que, por elevado investimento (por vezes) nem todas as populações do mundo se podem dar ao luxo de possuírem equipamentos neste sentido, seja na agricultura mecanizada ou na pecuária mais formatada às suas necessidades de eficiência comprovada e em larga escala. Contudo, tentando procurar sempre outros processos para melhorar essa produção, as populações de escassos recursos tentam criar métodos a si mais viáveis na irrigação das terras (que fornece água às culturas que exigem maior humidade) permitindo assim a lavoura em terras que, de outro modo, seriam efectivamente demasiado áridas...
A Drenagem melhora substancialmente as terras, evitando assim que se tornem demasiado húmidas. Por fim, a abertura de entradas permite que os produtos possam ser levados para os mercados, quer sejam locais quer se situem no outro lado do mundo. Hoje, pode-se possuir em qualquer instante no Médio Oriente de morangos frescos trazidos da Europa ou, na América do Norte, de uma qualquer peça de fruta tropical africana, pelo que globalização e comercialização de produtos se faz à escala mundial.
Porco Bísaro: raça autóctone de suínos do Norte de Portugal, originados do tronco céltico. Um animal que pastoreia sem as amarras confinadas de uma qualquer fria (e por vezes, imunda!) pecuária de cimento. Alimenta-se geralmente de bolotas, sendo na actualidade uma espécie em expansão de cuidados e reprodução na área agro-pecuária portuguesa.
Mudanças de atitude...
Em relação à Pecuária, regista-se que um grande número de animais é mantido em recintos fechados (diferentemente do que se passa na generalidade, em África, onde andam à solta) e, no que a dieta, a luz e o calor são concebidos para maximizar o crescimento dos animais - uma vez que estes têm pouco espaço de movimentos de modo a conservarem a energia. Contudo, também, este crescimento é muitas vezes contrariado devido ao «stress» que estas condições provocam nos animais, havendo já suinicultores que tentam resolver este caso, voltando à pastagem dos seus animais em franca e liberta atmosfera de criação e pastoreio dos mesmos, sejam quais forem as espécies.
É sabido que animais livres são mais «felizes», ou seja, mais livres de movimentos e por conseguinte mais ágeis, sem haver a focalização máxima do enrubescimento, engorda e de certa forma crescimento abrupto dos animais sem qualidade de vida nessa procriação.
Hoje em dia, por muitos locais da nação portuguesa, há jovens agricultores e investidores agro- pecuários que se não limitam a deixar os seus animais em exíguos espaços de habitat e criação. É já muito comum ver-se agricultores que levam a «passear» as suas galinhas, transportando-as em espaços próprios acoplados aos seus veículos de todo-o-terreno, deixando-as em espaços abertos (e em geral sempre variados, numa aferição sempre farta de recursos dos solos que estas esgravatam em busca de alimento) ou, noutros casos, de pastoreio suinicultor (como no caso do porco bísaro ou ainda no porco preto alentejano que em vez de castanhas se alimenta de bolotas) - e, consequentemente, reproduz em animais mais proeminentes.
Porco Preto Alentejano (Alentejo - região sul de Portugal): uma raça especial que Portugal tenta continuar a implementar numa suinicultura de espaços abertos e mais contemporizados com a qualidade adquirida.
Nichos de Mercado
Talvez não seja de desconsiderar o que estes novos tempos, em nichos de outros mercados, se pode augurar sem ser através das culturas ou agriculturas intensivas; mesmo na pecuária por parte dos suinicultores destes novos tempos. Seria bom não se criar pólos de industrialização enormes que, mais dia menos dia, leva a que seja mais prejudicial que economicamente rentável, se essa qualidade se perder devido a tal. Além a desumanização por parte destes suinicultores que, por indústria intensiva, mantêm os animais em condições não-naturais e de confrangente situação desesperada. Os animais também sofrem! Seria bom, muito bom, que todos o reconhecessem e minimizassem tal. Por certo, há ainda um grande trabalho a fazer nesse sentido...
Há que sublevar os esforços que entretanto se fizeram sobre a permanência dos animais e mesmo no seu transporte para os matadouros em legislada regulação. Por muito que isso continue a ser uma realidade no consumo excessivo de carnes, uma vez que o ser humano é carnívoro por excelência e continua a não considerar os melhores benefícios seja de uma agricultura biológica mais saudável ou de outro tipo de consumo (vegetariano, vegan e outros), no que há que estabilizar esse consumo.
Em relação ainda aos produtos biológicos, tem de se referir o quanto ainda são ainda caros ou um pouco mais dispendiosos para os parcos bolsos económicos de alguns, sem contudo se aferir o quanto valerá a pena gastar-se um pouco mais em prol de melhor saúde, em face à carne liofilizada (ou fossilizada...) que se consome. Há que entrever nestes parâmetros de novas consciências e afectações alimentares, que tudo tenha de ser mais rigorosamente tratado - e convencionado - segundo as leis internacionais da OMS (organização mundial de saúde) assim como da urgência de se evitar contaminações virulentas por parte dos que trabalham nestas áreas de actividade, no que todos ganharemos em maior e mais saudável vivência, sejam quais forem as preferências de consumo por parte de todos nós.
Produtos Frescos em Portugal: a qualidade que se impõe, a saúde que impera!
Reversão de mentalidades...?
O que expus por debaixo desta tão colorida e refrescante imagem de produtos hortículas, vegetais, e de frutas diversas, poderia ser apenas e tão-só um slogan de espaços comerciais. No entanto, serve apenas para referenciar o que já todos sabemos das propriedades benéficas que estes produtos resumem na alimentação diária de todos nós, consumidores, e habitantes deste planeta Terra.
Por muito que se aluda a que se tenha de inverter mentalidades e haver um maior e melhor consumos destas leguminosas e frutas, o Homem não se coíbe - nem inibe - de continuar a ingerir carne, peixe e outros elementos na sua alimentação. Sem se querer estipular critérios ou anunciar-se a razão ou inconsciência de tal se fazer (uma vez que o ser humano foi instruído nesse sentido desde que nasce até à sua morte) não podendo haver, neste caso, repúdio ou animosidade por tal se consumar. Até, pelos excedentes que nos países desenvolvidos se faz e nos subdesenvolvidos ou pobres escasseia, matando à fome milhares de pessoas e cidadãos mais desafortunados.
Fruta e Vegetais Biológicos: uma realidade em produção, comercialização, venda e novos hábitos dos consumidores portugueses que todos aplaudem.
A Realidade Portuguesa
Portugal, é hoje, um dos cimeiros países onde a cultura biológica sendo já uma extensa realidade, é antes de mais a verdade pura do que os nossos corpos de «corpo são em mente sã», se traduz numa maior qualidade de vida, mais saudável e activa: os nossos idosos o comprovam!
Havendo uma maior consciência destes benefícios em cultura não agressiva ou ostensiva de deter em si produtos nocivos, como os infestantes, tentou-se divulgar esta produção que, não sendo ainda totalmente acessível a todos os consumidores, é já uma realidade que muitos seguem. E, fervorosamente, no que se vêem libertados de toxinas e mesmo doenças oncológicas prementes que entretanto se extinguiram ou sequer se pronunciaram, ante a conformidade de um bem inestimável que se produz nos nossos campos agrícolas portugueses.
De Norte a Sul do país (por muito pequeno que este seja), Portugal é um dos maiores nesta consolidação saudável de recursos tirados à terra, mas não de si espoliados, antes desenvolvidos e quase abençoados de, sobre esta, se radicalizar uma outra forma de vida. Viver mais e mais saudavelmente é, no fundo, o que todos nós desejamos sem que fertilizantes ou pesticidas nos invadam os corpos e as consciências em maus-tratos não condignos com a nossa civilização. Há que o propagar e, instituir, se todos quisermos sobreviver ou subsistir à fome e à doença no mundo!
A verdade existencial dentro e fora da ONU?! Será bom pensar-se nisto...
ONU: activar ou desactivar mentalidades...?
A questão de saber o que as pessoas comem ou o que, mais prosaicamente se realça nas necessidades básicas de toda a população da Terra, está a tornar-se num problema com contornos infinitos - e de imponderáveis e extensos tentáculos - que cabe à Humanidade resolver.
Sendo uma realidade que urge combater, também há quem espere e desespere por se fazer ouvir, sem que nada se resolva nesse sentido numa deformidade mundial em que, uns assobiam para o lado, e outros negligenciam como se apenas da sua despensa se tratasse em âmbito ajoujado - e egoísta - de se olhar só para o seu próprio umbigo.
Quando se tem a barriga cheia nada nos incomoda, nem mesmo quem estando ao nosso lado, enfermo e carente de alimentos e nutrição, sucumba ante a nossa total indiferença de audazes e algozes obesos mórbidos em detrimento dos subnutridos. Algo que também já observámos sobre a fome na Etiópia, Eritreia, Somália, Ruanda e tantos outros países de uma África impiedosa de guerras, fome e morte. E que se aluiu, sentado no sofá da sala, vendo passar em estribo mediático, os muitos cantores de auxílio e préstimos comunicacionais, entoando: «We are the World» em «Live aid» (nos anos 80) de impressionante registo a nível global. Depois disso... nada mais. Infelizmente!
Bandeira hasteada da ONU (Organização das Nações Unidas)
ONU: os estudos; a análise
Em 1982, um estudo das Nações Unidas (ONU) - efectuado em 117 países em vias de desenvolvimento - revelava que a produção agrícola poderia, em teoria, sustentar uma população global de 32.400 milhões de habitantes, contra o nível actual de 7 mil milhões - mas somente se toda a população mundial deixasse de comer carne e produtos lácteos e se, toda a terra arável disponível fosse utilizada, metro a metro, para a Produção Agrícola (nada restando para árvores ou vida selvagem).
Contudo, se todos os países do mundo tivessem acesso à mesma quantidade e variedade de alimentos de que os países desenvolvidos actualmente dispõem, a população máxima que o nosso planeta poderia suportar não ultrapassaria os 8500/9000 milhões de seres humanos. E isto, é ser muito optimista... convenhamos. A nada se fazer, entretanto, a Escassez de Alimentos no Resto do Mundo (antes ainda de ser ou poder ser uma opinião), ser-nos-à a morte fatal, sem se anunciar que a todos envolverá do Norte ou Centro de África aos países ditos mais ricos do mundo! E a todos esta realidade invadirá, acreditem.
Portugal que deu mundos ao mundos (uma frase que muitos já não suportam ouvir por tão distante estar no tempo e na alegoria do que na actualidade se faz ou não faz, mais propriamente dito) mas que, sendo um país-membro da ONU, com esta pactua em missões de paz por todo o globo terrestre. E não só. Pela Paz e pela União dos Povos, há que assumir e liderar vontades!
ONU: essa tão demolidora Força de Paz!
A ONU, foi fundada após a Segunda Guerra Mundial (para fazer subsistir ou prevalecer a Liga das Nações que incidiu entre 1919 e 1946) com o altruísta objectivo de manter a Paz no Mundo. Assim como, de promover a cooperação internacional entre os povos - e nações - relacionadas com os problemas sociais, económicos e humanitários.
Havendo Forças de Intervenção pela Paz (capacetes azuis), a ONU compõe hoje um exército de exímios e bravos soldados que «lutam» pela paz nos territórios admoestados pela guerra, pela fome e pela incúria do Homem em se fazer combater - e muitas vezes morrer - por uma imbecil hegemonia que não merece nem aufere sobre si e, sobre o seu povo. Daí que a ONU seja um elo a não quebrar, nessa impressionante batalha não-bélica de fins exclusivamente de ordem e pacificação dos povos e nações.
Os Primeiros Grandes Passos - firmes, concretos e alusivos a esta grande causa internacional para uma Nova Organização Mundial - foram efectivamente concretizados em 1939, sob o causídico, amparo e beneplácito do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.
A ONU objectivou assim facilitar a cooperação entre os países ou nações envolvidas no que se refere ao Direito Internacional, Progresso Social, Direitos Humanos, Segurança Internacional e, a realização (ou efectivação) da Paz Mundial!
Fundada a 24 de Outubro de 1945 - em São Francisco, na Califórnia (EUA) - a ONU conta hoje com 193 Países-membros, incluindo quase todos os Estados soberanos do Mundo!
Havendo a premissa de se situar à frente de todos os males ou ocorrências menos felizes e sobre a Humanidade, a ONU terá, obrigatória e sequencialmente, de se outorgar mais activa e menos pródiga em anúncios vagos ou de pouca consistência com o que de início defendeu em seus pergaminhos de organização mundial de, e para os povos. E, onde a fome é uma outra consequência - e antes de mais uma vital urgência - que deve fazer realçar estes povos e estes Países-membros de que (o Homem) tem de ser em acção e práticas superior, nessa contínua batalha de erradicação da fome e da guerra no mundo; ao que sempre se arrogou nessa finalidade de sentir que Todos por Um, é sempre mais benéfico e purificador do que nenhum por Todos, além o que se pode também ir mais além sobre a ONU, e o que a move a existir: hoje e sempre! É nisso que acredito e faço os meus votos de cidadã do mundo ou de nada valeria tão hercúleos esforços de tantas nações envolvidas. E a Humanidade sabe disso. Lamenta-se é que o esqueça tantas vezes. Mas insistir, é preciso. Cá estamos para isso!
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
A Experiência IV: A Reactivação!
Em busca da nave perdida... em busca da esperança de vida... fora de Marte!
(«Não é um adeus, é antes um até já...») disseste-me com os olhos calados, absorvidos na imensidão do que tinhas de fazer, do que tinhas de alcançar. Naveguei por eles, perdi-me neles, nesses teus tão belos e translúcidos olhos que nunca me mentiram, que nunca me sonegaram nada que não fosse a verdade. Como um murro no estômago e uma vontade perdida de te gritar que ficasses, amordacei a louca ansiedade de te dizer que te amava (será que compreendes isso...?) e verguei-me ante a necessidade urgente, premente de todas as coisas, para que voltasses para o módulo, para que voltasses para mim.
Já não sei viver sem ti, nem tal me seria concebido na sobrevivência que não sei aqui manter. Mas, tal como na Terra que já quase não lembro, Marte é o meu fosso, mas também a fresta por onde a minha alma se escapa, vindo de encontro à tua (será que tens alma...?) e eu me escondo de um mundo que não conheço mas admiro já, se tu eu, Blue, formos unos, na beatitude estelar de um desejo maior, de um sentimento maior, que nos perpetue este laço que aqui tecemos.
26 de Fevereiro de 2016
Há uma semana que espero por ti. Há uma semana que o tempo e o espaço se finaram numa desesperança que não sei acolher, que não sei entender. Não sei onde começa um e acaba outro, pelo que me deixaste em vazio e vácuo de todos as alegrias, de todas as temperanças. Não sei estar só, não quero estar só. Temo mais por ti do que por mim, mas isso agora pouco importa, se tu e eu, tal como neutrões isolados, estamos à beira da desintegração, da falta de espaço no Espaço e, no pior dos males (ou dos cenários), na mais liminar instabilidade que nenhuma anti-gravidade poderá aproximar.
Não fosse a pequena luz (azul e branca) que recrudesce em mim como caule enrubescido na madrugada terrestre, e eu, há muito que estaria destroçada a soldo de uma voz maior, de um poder maior - não-terreno e imaterial - que num abraço vegetal me tomaria, me violaria, como sua pertença, como sua concubina para todo o sempre. E depois morreria, esperando por ti... esperando sempre, mas sempre, por ti... (e tu, Blue, virias...?) Por favor, diz que sim... ou morrerei em agonia e pranto, com o teu filho nos braços (aquele que aqui concebemos) mas do qual ainda não sabes da existência.
Voltarás para nós....? Voltarás para mim, para os meus braços...? Ouvir-me-às na longitude destes sentidos gritados, agrilhoados de todas as vontades só para te terem aqui? Sentir-me-às ainda...?
Uma breve missiva que não lerás...
Nada ficou como dantes; nem podia. Ambos sabemos disso. Os Kappa trouxeram-nos aquela outra realidade que ambos andámos a fingir não existir ou que tentámos distanciar de nós na perigosa assistência volumosa de um Cosmos prenhe de maldade e concupiscência estelar que tudo absorve, consome e destrói; mesmo para além das tais regras e leis galácticas - e universais - que o Grande Uno impera, havendo sempre quem prevarica, quem delinquentemente infringe tal. Até sobre Marte, este seco e árido planeta que nada tem e que ninguém quer; a não ser os próprios que aqui habitam nas cavernosas profundezas em réstia de sobrevivência planetária; e isto, numa teimosia feroz que os leva a submeter à mais caprichosa atmosfera de nocividade imposta. Mesmo quando um berço nos rejeita ou nos não abarca por tão volátil ter sido em extensa cremação, não deixa de continuar a ser nosso, mesmo que para este (teimosamente!) continuamos a querer voltar, sem que nada ele nos possa oferecer. Não será assim connosco também...? Não é por essa mesma razão que, ambos, ainda acreditamos para os nossos berços voltar, tu, Blue, para o teu planeta KIC qualquer coisa e eu, para a minha amada Terra...? Mas sem ti, Blue, querê-lo-ei...? Ou levar-me-às contigo, nos teus lânguidos e azuis braços fortes que tudo amparam, que tudo seguram de mim e do meu já extinto mundo...?! Poderei contar contigo, ou foi tudo pura e mera ilusão perdida tão nefanda e maldita como os murmúrios dos augúrios por onde andámos, aqui, em Marte...? Voltarás para mim, meu amor azul...? Amar-me -ás como eu a ti...? Não precisas responder; só voltar para mim...
«Reagir, Reactivar e Reassumir»!
Estas, as três palavras que vi espelhadas no teu rosto em expressão cirúrgica de tudo o que me dizias ser crucial, ser exacto e, imperiosamente indissociável, da nossa futura sobrevivência: o ires em busca de uma oportunidade, de uma loquaz mas ainda assim resquícia nesga de esperança e avença tecnológica de daqui sairmos: a única nave disponível, acessível e Deus queira, transponível de nos fazer guiar ou direccionar para outro planeta, para outra possível estadia vital que albergue ambos (além o mister-T que connosco sempre anda e já de nós se não aparta como cão pisteiro de alto comando policial). Somos uma tríade estranha. Mas somos. Acreditar nisso é imperativo!
Os Kappa, tendo sido derrotados (e quase todos extintos) uns fugiram, outros morreram. E essas mortes pesam-me tanto como pedras sepulcrais no peito, pelo que já me desfiz de culpas mas ainda não do pecado maior testamentário que um dia Deus deu a Abraão dizendo: «Não matarás!» Mas isso era dentro de portas (na Terra); fora dela, as coisas são bem mais complicadas. E se Deus não estivesse comigo, não me daria o beneplácito dessa honra e desta nossa suposta sobrevivência em nave estelar adormecida - mas não morta - sobre os solos marcianos.
O Cérebro detectou a 200 quilómetros de distância da base alienígena onde nos encontramos, quatro naves dos Kappa que, destruídas e desconsideradas de voltarem a mover-se, se enterraram nas areias pedregosas vermelhas, ferruginosas, de Marte. Menos uma. Uma delas pode ser viável de locomoção e reactivação, segundo nos asseverou o Cérebro. Será esta, então, a nossa única possibilidade de daqui sairmos, mas para isso, Blue, o meu Blue, teve de dar o corpo às balas, que é como quem diz, teve de assumir ou reassumir comandos, decisão e investidura sobre si, numa altruísta atitude sua de até lá ir e poder trazer a nave até nós, até aqui. Mas para isso, eu teria de esperar. Como agora espero: tudo e nada. E do nada se faz tudo, eu sei, mas esse tudo invade-me a alma como lianas serpenteantes que me asfixiam o crer e, a bonança de sentir que ainda há esperança, que ainda há vida... fora de Marte! «É por isso que espero por ti, meu amor azul...»
Antipartículas que todos somos...
Matéria versus Antimatéria: o que hoje sinto, encriptando (ou teorizando) sobre o que me define ou o que eu vejo e solto de mim como versão mágica num espelho que me retribui algo que já não conheço - na mulher que fui outrora e hoje sou. A minha congénere (antimatéria) - idêntica e com a mesma massa de rotação - é a minha similar alma gémea mas que eu ainda tenho dificuldade em compreender. Se me dissessem, na Terra, o que mais tarde se aventaria sobre mim e sob terras de Marte, eu diria que uma alucinógena substância activa teria atingido todos nessa abstrusa conformidade (ou deformidade mental na destruição de enzimas específicos, ou de axónios neuronais por efeitos de psicotrópicos ou outros...) numa evasão de mentes alucinadas sobre destinos incertos. «Porque teimo eu em dilacerar ainda mais estes meus neurónios de ADN terrestre em acção excitatória ou inibitória de uma contradição anímica sem poder e sem vontade, pois que sem ti, meu querido e exótico Blue, eu nada sou»? Quem me compreenderá agora? Quem me escutará agora...?
Espero e desespero. Temo por Blue e por toda a corrosiva circunstância dele sobre Marte e sobre o que irá encontrar (ou já encontrou) e não me pode solicitar. Mas também, de me ver em solidão e desmame de algo que ainda não sei muito bem do quê ou porquê; assim como uma espécie de adição ou dependência que, inescrutavelmente, nos traz ânsias e morte. Ou vida. Só Deus o sabe, só Deus - o meu Deus - mo pode fazer reivindicar. E ressuscitar. Para a vida. Esta mesma vida que evolui em mim, mais como estigma do que como normalidade efectiva, mas assim é.
O Princípio da Incerteza
Mais do que parte da teoria da Mecânica Quântica, é a total parcela de toda a minha alma, na similitude do que me confrange agora nesta espera tão louca quanto desistente de mim. E tal não posso; não devo e não quero. Tenho de acreditar: por mim, por Blue, e por este filho híbrido que comigo carrego como anomalia de indefectível essência ou massa maior de um neutrão vazio e, espoliado, que agora eu sou. A semelhança é inevitável; a subjectividade, uma certeza: carrego um positrão! E se a Física me dá ânimos de continuar pelo que me assisto por ver e, saber, o quanto um simples átomo pode transformar a nossa vida (como um raio-gama invisível semelhante a um qualquer espermatozóide) penetrante e dissolúvel numa qualquer câmara de bolha em colisão com o átomo que, julgo eu, será tão igual e tão intrinsecamente envolvente - tal como em ventre humano - ou fecundado óvulo feminino de expectante divisão celular que projecta uma vida, um simples electrão ou um simples ser que de simples não tem nada. Esta similar concepção apenas me reflecte ainda mais o que eu já sei há muito: é tudo energia, luz e matéria. É tudo vida! E essa vida sou eu que a exibo, agora! Ainda que possa surgir do nada marciano e tenha uma cor de mar na sua pele...
Todas as incertezas havidas estão comigo, partilham o meu leito agora frio e isento de fluidos e amor. Tudo junto. É como se todas as partículas do meu corpo se desintegrassem, se volatilizassem sem acordo ou reversibilidade de se juntarem de novo. Tal como a força nuclear fraca (que é transmitida através da troca de partículas, corpos ou sentidos, vá-se lá saber...?) no Universo, que tudo isso implementa em especial partícula W, como o despoletar de uma ignição, de uma explosão, ou de uma antítese que faz eclodir vida. Neste caso, refracta-a, reduz-la ou, simplesmente, refreia-a na simbólica condição de nada ser, antes ou depois desta ser concebida. Já nem sei o que digo. Por muito estudo, por muita eloquência que faça sobre as Leis da Física, sou eu que me debilito ante a enormidade do que me assiste. Estou só. E isso mata-me!
Estou a gerar algo que não sei como se irá desenvolver, que não sei como se irá dar cá fora: não em Marte, mas, na consciência de Blue que, apesar de me asseverar haver a noção de família mas de uma outra forma que não a da Terra, também não me dá a consistência plena do que irá confrontar, aquando se vir em descendência e, progénie, com um filho que não pediu para fabricar, possuir ou sequer abraçar. Que lhe direi quando chegar... se chegar...? Que pensará ele disto...?
Esta outra vida...
Estou grávida de quase dois meses (mais exactamente de 6 ou 7 semanas, já nem sei - o descontrolo é absoluto). E não sei o que fazer. É impressionante: estou mais fulminada que um circuito eléctrico queimado, um raio global electrizado sobre a Terra ou perenemente magnetizado por ondas que ainda se não conhecem no Universo.
Estou remetida ao silêncio das almas: àquelas almas que nos vêem mas nos não falam, talvez porque já lhes roubámos todos os recursos naturais dessa tão glorificante luminosidade de vigília e protecção. Não sei o que pensar de tudo isto. E nem sei como o dizer a Blue, ele, que tanto me tem resguardado dos males deste Cosmos maldito que nos assiste. Ou omnipotente, já não sei.
Queria ter ido com ele e revelar-lhe que não sou assim tão pouco esperta ou idiossincraticamente uma amiba estelar que consigo se arrasta por subsistir - ou sobreviver - numa resiliência anedótica e estúpida de me não saber fazer prevalecer em ser e criação. Mas não podia. De todo!
As semanas que se seguiram à invasão pelos Kappa, aqui, em Marte, foi de autêntico terror bacteriológico, em que nem eu nem Blue - e até mister-T - nos tivemos de envolver na ambiência fechada, hermética mesmo, desta capsular base alienígena. Os ventos cósmicos não deram tréguas, como se um deus menor nos pronunciasse um castigo de almas presentes em penúria e expiação na devassa que destas fizemos. Além o que o Blue teve de eliminar do perímetro da bolha magnética e do escudo protector da base em erradicação e, limpeza, sobre a atmosfera de Marte; e, sobre nós, em radiação ionizante que se fez estagnar sem desaparecer deste circuito planetário. Foi terrível!
Não quero que o Blue torne a adoecer nem que volte a passar por aquele catatónico estado esquisito que, os meus escassos conhecimentos de Medicina terrestre não podem salvar, caso volte ele a ficar enfermo. Como o poderia eu fazer...? (como o posso ainda fazer...?) com apenas um ano e meio de estudo e frequência em Universidade da Terra, como...? Não podia. E não posso. Por muito que o ame e dê a minha vida por si, tal não me é possível; lamentavelmente! E como me ressinto disso... (mas como podia eu permitir-me tal, sustentar dois filhos e uma quotidiana vida de esforços e cansaço, prosseguindo esses estudos, essas intenções de um dia ser médica...?)
Não pude e não consegui, falivelmente - e ainda hoje sofro por isso. Mas de que me serviria isso agora, se Blue está além, muito além de todos esses conhecimentos e práticas...?!
A exposição a produtos químicos ou a radiações ionizantes estão-me vedados (podendo criar mutações diversas no feto, danificando o ADN em formação). E, por muito que Blue esteja na ignorância deste meu gestante estado (por muito que telepaticamente nos compreendamos ou situamos na não-palavra dita mas sentida), ainda há vãos secretos, ignotos recantos ou tugúrios misteriosos que um e outro escondemos de nós.
E por esse facto tudo ele teve de assumir, sem haver necessidade de me ler os pensamentos, demitindo-me de me abeirar fora da base modular que nos sustenta, preservando-me a saúde, a condição débil e a gravidez que só eu sei sentir, que só eu sei existir em mim. Blue nem suspeita, mas fragiliza-se por me ver fraca e em mil pensamentos devastada, como furacão terrestre que tudo arrasa. E ele, sempre audaz, firme e pleno das suas convicções, das suas ambições e de um sentimento inescrutável em excelso poder estelar, faz-me nele confiar. E eu confio. A minha vida e a do nosso filho que não sei se será um monstro se será um deus... ou nada disso, apenas um filho e isso basta-me. Bastará para Blue...?
Não conheço a sua vida, mas sei que é branda, leve e coesa de empreendimento e segurança. Será que ao contrário ele me sente assim...? Penso que não, pois tão diferente e tão distante eu lhe sou como a Terra de KIC, além outros sóis, outras terras, outros planetas de outros sistemas solares. E ele aceitou-me como sou. De corpo e alma. Trocámos ambas e a partir daqui já não se pode voltar atrás. Mas eu sou-lhe inferior e ele sabe disso. Como poderá ele, Blue, ficar comigo assim...? Mas rezo para que não haja hierarquias de almas nem supremos poderes para quem tanto se ama assim... ou então, tudo será perdido e não rebatido, desactivado e, esbatido, e ele seguirá para KIC e eu, para o mais profundo e cáustico inferno terreno (ou marciano) em despojo de nada... do tanto que aqui se viveu...
O meu pensamento em multi-funcionalidade sináptica de neurotransmissores baralhados, confundidos neste tempo e neste espaço, faz-me sentir um monstro ancestral de uma qualquer mitologia, dentro ou fora da Terra. É como se houvessem a proliferar em mim, milhares de oncogenes na transformação celular de ideias, incoerências e sentimentos avulsos, tudo transformado em tumoral consternação que no meu peito mantenho. E, sobre o que Blue, de futuro (se houver futuro), poderá pensar de mim. Sinto-me frágil. E vulnerável a todas as coisas...
Meu amor azul volta para mim...
Os dias passam e a névoa tolda-me o espírito. Pensei amar um só homem do lençol à mortalha mas tal destino não me foi apaziguado nem concedido. Os meus filhos, os meus meninos, agora ténues lembranças doridas sobre o que o Cosmos me levou, sei que um dia com eles estarei; um dia que Deus me há-de explicar por que tal e sobre mim incestou. E essa conversa não vai ser nada fácil, admito-o. Nem calma. Nem omnisciente. Ou talvez seja, um monólogo, em que tentarei compreender das suas razões, dos seus motivos para de mim ter retirado o meu bem maior; ainda que agora tudo esteja revolto e reaceso (ou de novo reacendido) sem remanescentes de passados vividos ou sequer sentidos; e tal será possível? Não sei. Dói muito. Continua a doer. Quero os meus filhos de volta!!!
Sei que esperneei e clamei em vão os olímpicos sons das trompetas de Deus - ou deuses - por esses mundos fora e, aqui, ainda mais. Mas ninguém me ouviu. Pensava eu...
O Cérebro, essa torrencial máquina pensante indivisível, invisível e quiçá insubstituível, acabou por me fazer a vontade mas não na directriz exacta de voltar ao passado; antes, em descobrir um hipotético ou, sumariamente putativo futuro, de iguarias mil, de vicissitudes diferentes mas de igual repercussão novelística familiar, se acaso quisesse ou me fosse permitido acasalar com o corpo e a ideia de com Blue poder rumar ao seu planeta KIC. E, como bom e fiel Kicyriano que Blue é e continuará a ser, levar-me de bandeja a conhecer os seus. Que pensamento tão primitivo, Santo Deus... como se da terrinha eu viesse... e assim não é...? Penso que sim. E que constrangimento o meu, o verificar essa alegoria terrena...
O «Grande Neurónio» - o Cérebro - fez-me catalisar o que de melhor há em mim: a ingenuidade ou inocência de continuar a acreditar ser possível um futuro; e a dois, com Blue.
Ontem, foi o grande dia! Com o passar dos dias e a minha mente ocupada em desperdícios de instabilidade ou inconstância de me ver perdida para aqui, mesmo que mister-T se desenvolva em mil tropelias por me ver feliz, eu tentei (e só Deus sabe o quanto!) voltar a acreditar ou talvez readmitir, de que haja uma saída; de que haja salvação para todos os três, eu, Blue e mister-T.
O Cérebro, racional e preciso, mostrou-me que também tem alma. E sentimentos. Estranho, não é? Eu achei. Será o Cérebro mais do que à partida tem mostrado...? Ainda mais???
E de novo a luz... a da esperança!
Estou proibida de me aproximar da sala de comandos - do Centro de Comandos - centro navegável sobre todas as coisas vivas e não vivas do Universo. Não por palavras ou ordem expressa de Blue, que nada disse a esse respeito mas eu inferi ou deduzi, ante o que já sucedera anteriormente mas que, ao partir para a missão funesta na reconstrução ou reabilitação daquela infernal máquina dos Kappa, eu sabia ser de sentido proibido (e exclusivamente obrigatório!) do que eu nem saberia manejar ou sequer compreender. A última experiência mostrara-me isso. Acolhi.
Mas não resisti. Estou muito só, e tão só que, a parte cerebral, só me dá para fazer disparates, tal como criança endemoninhada pelo feitiço dos momentos juvenis ou de uma infância adquirida que sempre dá para o estouvamento ou quebranto após a malandrice feita. Fui mais longe e pedi, chorei e supliquei ao Cérebro que me voltasse a dar aquelas vãs memórias da família perdida que na Terra houvera. Não se comoveu. O silêncio foi total. Praguejei. De novo. Mas atolei-me em lágrimas e afoguei-me nessa tão grande dor de ver que nada me era facultado de novo. Engoli o próprio vómito do desespero e da inconformidade de saber que nada me seria, de novo, requisitado. Até que...
De novo, a luz. De novo, aquele som melódico e incontinente que flui num espaço longínquo como se este, agora, exíguo e compartimentado sustentáculo de suporte de vida (de habitat e permanência do Cérebro), não fosse mais do que a virtual janela aberta para o mundo de outros mundos, não só confinado àquele território da base. Foi como se o Cérebro despertasse em sensitiva e potencial urgência de me fazer entender que o meu mundo era - é, e existencialmente será - um outro mundo, ainda desconhecido por mim...
Mostrou-me outros planetas, outras galáxias, outros sistemas solares. E eu a tudo assisti como pacóvia que vem à cidade pela primeira vez; de novo! E de novo me deslumbrei, e de novo me rendi, tal como naquela primeira vez em que sucumbi àqueles tão transparentes olhos em chamamento interior de mim, em que Blue e eu fomos um só. E fizemos amor.
O Cérebro compreende-me, e eu agradeci-lhe por isso. Meu Deus (ouvi-me dizer) obrigado por ainda acreditares em mim...
KIC - o planeta de Blue
Se eu pensara que já vira tudo, na minha mais inata ignorância de comum cidadã terrestre que até há pouco eu tinha sido, agora o êxtase era (e é!) total, na benemerência dos astros e de toda a confluente e dispersa maravilhosa massa estelar que se abriu perante mim, perante a minha parca inteligência de meios e conhecimentos. Como burro a olhar para um palácio - boquiaberta e estupefacta - vi-me assimilar imagens que supus reais (ou irreais, em primeira mão...) de factos, vivências e extraordinários comportamentos de habitat, adaptação, ambiente e civilização que eu jamais imaginara poder existir.
Os Kicyrianos (ou de Kicyrius, como eu tentei traduzir ou descodificar, ante tantas siglas e números acoplados num sem fim de código binário associado), eram - e são, a acreditar no que o Cérebro me envidou - seres perfeitamente «normais» ou o que vulgarmente se poderá inflectir sobre nós, de seres muito idênticos aos terrestres (ou terráqueos - na sua inversa determinação terrena). De anatomia similar a Blue (uns mais escuros do que outros, em quase similaridade ao que na Terra se produz de etnias diferentes) também em KIC, se vê essa diferença que o não é, em diversidade e autenticidade. De morfologia erecta, humanóide (se é que posso usar este termo) em profusa identidade à de Blue. Há famílias. Há habitações/residências que não diferem muito das nossas, das terrestres. Há congressos (ou o que me pareceu ser assembleias de grande interioridade e, integridade). Há alegria, paz e harmonia; (Meu Deus, pensei, devo estar a ver o paraíso, algures por aí, em KIC, ou seja lá onde for...). Vi um mundo de criação, pacificação e bem-estar. Será possível existir tal, senti-me dizer no mais incrédulo do meu ser. Mas aquiesci. As provas eram evidentes. E fiquei mais descansada.
Não vi animais. Achei estranho, mas depois reconsiderei que talvez estes já estivessem numa outra plataforma, fosse lá qual fosse. Se era para sofrerem, mais valia não existirem (sei que pensei).
Os outros, os restantes ou afectos a si, ao Blue, já não me eram tão ostensivos de poderem ser aqueles monstros com que eu me deparava nos meus pesadelos sobre a sua terra e, sobre a sua gente... no que esperava não estar enganada. Não podia ser ilusão. Não pode ser ilusão! Tem de ser verdade, ou o Cérebro não mo relatava em paz de alma que tanto dilatei como doença coronária detestável - e sobre este lancei em perturbante intimação.
KIC 1110000111001011010 (ou o que pude à priori captar) são «gente» de bem. Após o que eu consegui explanar sobre esta tela de multimédia estelar que o Cérebro me incitou a ver (ontem só!) dando para compreender, numa perceptível correspondência distinta da minha realidade terrestre, de que há mundos mais perfeitos do que o nosso. De que há mundos tão ou mais belos de inteligência e, assistência, mais florescentes do que a minha amada Terra. E se isso para mim já era suficiente, não o foi, ali, ao ver quão díspare o meu pensamento estava do que iria então ver.
Muito semelhante a Antares (que é 850 vezes o diâmetro do Sol; 15 vezes mais massiva e 10.000 vezes mais brilhante!), sendo esta a estrela mais brilhante na constelação de Escorpião, é uma das mais brilhantes do meu Céu (Terra)! E como foi bom observá-lo ali...
Por muito que roçasse o tangível conhecimento astrofísico (do que parcamente adquirimos em estudo convencional na escola secundária, na Terra) nada se poderá assemelhar em incomensurável beleza e espaço de uma assentada só, deixando-me estarrecida mas no bom sentido. Como nano-grão de uma grande poeira cósmica, eu deixei-me levar pelo embargo anestesiado e, frenético, de todas aquelas imagens belíssimas sem outro testemunho que não eu. E como isso me foi prazeroso...
A radiação de estrelas azuis (ainda à semelhança de Antares que está a cerca de 550 anos-luz da Terra) foi por mim observável em total consternação de alma solta e livre, sentindo eu estar no Céu, em pleno uso das minhas capacidades mentais, mas, sem saber se me era dado o beneplácito de aí poder voar... mas voei, sei que voei, e entrei nessa tridimensional aferição estelar de ignota cosmogonia, do que tudo aquilo foi para mim que só conhecia pouco, ou muito pouco, do meu sistema solar, chamado de Via Láctea e, apenas e tão-somente através dos livros escolares. Como o Universo é lindo, vocês nem imaginam...!
KIC é isso tudo; magia, cor, movimento e brilho! E muito mais. Blue tinha razão ao afirmar-me de que o seu mundo era mais, muito mais do que eu poderia supor. Como o meu Blue estava certo! O seu KIC de berço, estudo e afeição, é de facto magnífico! E tudo isso o Cérebro me mostrou. «Obrigado, Cérebro, mil vezes obrigado, por tal me teres revelado...»
Um planeta muito grande (no que deu para perceber, três, quatro ou cinco vezes maior do que a Terra, não sei...) mas é distinguível de toda uma proeminente vegetação. Abeirando-se deste, em imagem tridimensional, o Cérebro foi-me relatando pormenorizadamente a sua morfologia geo-estratégica cosmológica dentro de um estranho e mui confuso sistema solar afecto de outros tão iguais ou distintos - e mesmo indistintos - planetas vizinhos. Uma maravilha! Tudo exulto de vida! Tudo!!! E como é tudo tão lindo...
Um planeta gigante. Um planeta verde e azul (verde de florestas, muito parecidas com as da Terra) e mares, muitos mares... fiquei siderada! Blue sempre soube o que era o mar... o meu mar, ou os dele, que ejectam fulgurantes por entre escarpas e falésias - mas consideravelmente mais íngremes e menos acessíveis do que as da Terra; pontiagudas e limítrofes de outras áreas, outras zonas cimeiras. Os mares revoltos, outros plácidos; água, muita água, como se de um núcleo aquático este seu planeta pudesse ter emergido ou em si emulsionado de outras actividades não-vulcânicas. O Sol, a sua estrela anã amarela (também similar à da Terra) é maior, ou parece maior. Talvez por isso a temperatura corporal de Blue ser tão baixa, como se estes seres precisassem de serem acalorados, acobertados de mais altas temperaturas (positivas) em correspondente afectação do que na Terra sentimos a espécies répteis necessitarem, sendo estas de sangue frio. Mas, contrariamente a estas espécies, pelo que vejo e anoto em Blue, nada ser idêntico a estes reptilários, o que muito me sossegou. Não gosto de répteis nem rastejantes; perdoem-me por isso. Sou humana...
A vida quotidiana destes seres (do que muito rapidamente me foi mostrado pelo Cérebro) é de uma perfeição, amplitude e quase beatitude ascética que me fez comover. Há espaços de meditação, oração ou apenas silêncio - o que apreciei ser muito interessante. Nas cidades, a luz e som (ambos em sintonia) erigidos através de edifícios de cristais, lembrando certos contos infantis da minha era na Terra, suscitaram em mim a pequenez ou deformidade cognitiva do que alguma vez eu pensei existir. A paz, a harmonia de movimentos e locomoção (em veículos não voadores mas propulsores de algo que não consegui definir «propulsão magnética, levitante e não-oscilante») levando os seus cidadãos em ascendentes autoestradas volumétricas de pouco espaço mas muita interligação entre esses cristalinos edifícios. Não estivesse eu bem acordada, e pensaria estar a sonhar...
O Céu limpo (não vi nuvens...) os corpos sólidos azuis, os comportamentos quase helénicos ou budistas em consentimento e, assentimento algo profusos e contínuos, no que tudo parece eclodir em magia sideral ou de uma ainda rara e frutuosa circunstância cosmológica de vidas a compor. Eu queria ter nascido ali, senti. E envergonhei-me por isso. Parecia estar a renegar a minha amada Terra; parecia estar a abjurá-la, a desconsiderá-la, pejorativa e pungentemente. Tive vergonha de mim. Depois aterrei. De coração e de mente, sentindo que estava a ver apenas e simplesmente, a terra-berço do meu querido Blue que tanto eu subestimara, ou talvez não, sentindo-me uma anacrónica molécula ambulante com transporte fetal de bolsa marsupial terrestre. Senti-me inferior. Eu sou inferior a Blue, sei-o há muito, mas nem por isso abdicarei de me legitimar perante si e perante os seus; doa a quem doer! E por falar em dor... agora já não sei o que isso é. Estou mais sólida. E mais confiante. Blue não me mentiu.
É por isso que acredito que voltará para mim, e que terá êxito no reactivar daquela geringonça estelar, qual monstruosa máquina voadora dos Kappa que só um feliz final terá, se se mover e chegar até aqui. Até mim. E que, em breve regresso, eu desejo abraçar em causa e conluio de podermos finalmente viver em paz, fora daqui, fora de Marte. Mas, inversamente e de dentro de mim, eu lhe consigne uma força maior e lhe possa dar a novidade ou boa esperança de em breve sermos também uma outra e nova família: na Terra ou em KIC. Tanto faz: do submundo ao mundo da luz (das trevas ao limiar dos céus...?) - Será que me posso vender assim...? Quererá Blue levar-me com ele...? Ou... (como não pensei eu nisto antes?) Terá família em KIC? Será...? Outra família...? Serei eu, agora, a outra, a megera, a terráquea meretriz de baixos recursos e condição sobre si? Será mesmo? Raios me partam esta insegurança! Raios partam isto tudo! Porque não volta ele? Terá desistido de mim???
E isso sendo verdade, deixar-me-à ele emparedada neste gulag marciano, neste exílio modular em que me encontro...? E se Blue fugir de mim, ou de ambos (de mim e deste nosso filho, após ter-lhe contado da sua existência) como ficarei eu? Sobreviverei? Poderá Blue fazer-me isso...???
«Meu amor, Blue, não me deixes, por favor; volta para mim, para nós... Nem quero saber para onde me levas, desde que leves... Blue, meu Blue, não me esqueças, não me deixes aqui...
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
A População Terrestre V (Explosão Demográfica)
Seres Extraterrestres: a alienação, disseminação e continuidade na Terra.
Relatório: planeta Terra - civilização: Humanidade
«População da Terra: 7 mil milhões de habitantes, segundo o último rácio demográfico do planeta Terra. Pontualmente, havendo focos e surtos epidémicos locais, a redução sendo uma realidade, não se traduz preocupante; além a fome, a guerra e na generalidade alguns residuais pontos que fazem oscilar essa tabela estatística demográfica, nada a assinalar.
São impreparados, básicos e de tecnologia obsoleta. A sua evolução sendo constante e gradual, revela-se muito aquém o esperado; são limitados, perigosos e até selvagens. Usam de tácticas primitivas para eliminar inimigos. São cruéis e vingativos. São uma espécie inferior.
Imbuídos de um espírito ou sensitiva precognição, alguns usam esses métodos em proveito próprio; não são fiáveis nem legítimos proprietários do espaço que lhes concedemos. São falsos.
O processo de evolução, adaptação e reversibilidade desta civilização terráquea, a quem chamam de Humanidade, está na milésima escala cósmica na compreensão, solução e histocompatibilidade estelar (hematológica, neurológica e cognitiva). São seres irracionais. Usam mais o corpo do que a mente; acasalam, copulam e multiplicam-se numa divisão celular normal mas sob níveis muito inferiores ou redutores dessa potencialidade anatómica e molecular. São seres estranhos. Usam da faculdade emotiva para atacar outros; para manipular, ostracizar e radicalizar discursos.
Ao que denominam de «Amor» - inversa e imprudentemente - replicam sobre aqueles que querem dominar. São abusivos, destituídos de moral e consciência, no que só alguns roçam a tangível impenetrabilidade metafísica, não sabendo contudo, utilizá-la. São seres novos mas abúlicos, informes e amorfos: muitos deles. São seres inviáveis. O escrutínio galáctico tem de decidir: continuar ou eliminar. A análise é negativa, mas remissível de ser reajustada, reagrupada ou reactivada numa consubstancial vontade do Cosmos e seus existenciais elementos em readmiti-los como civilização a preservar. Evoluir ou redimir, parar ou finalizar o processo. A missão foi cumprida; a conclusão é vossa agora. Fim de Citação. «Que o Uno esteja connosco!»
Planeta Terra: civilização: Humanidade! Até quando...?
Qual o Futuro da Humanidade?
O que de início se reportou, poderia ser uma análise - pela rama ou raiz do problema - uma sequência do que uma qualquer entidade estelar poderia advogar e, resumir, sobre a espécie humana. Não o sabemos. Porquanto isso, especula-se que, em suma e consequência do que hoje adquirimos em sapiência e conhecimentos médico-científicos, o nosso genoma humano se descodifica em 30.000 genes (diferentemente do que de início pensávamos em 100.000) mas que, se poderá alterar sobre convénios ou desígnios de além a Terra, sob outros olhares, outras inteligências que nos arrogam os destinos terrestres. Poderá o nosso ADN ser extraterrestre? Ou, modificado, alterado numa outra sequência genómica em hibridação premeditada...?
Se acaso os nossos destinos ou desígnios estelares forem o de um radical extermínio da Humanidade, como o farão? E por que o farão...? Não haverá nada que os demova de tal?
Se esse for o caminho, haverá então uma confluência de pandemia global de estirpes, bactérias e vírus letais? Contaminar-nos-ão as águas dos rios, dos mares, poluirão os ares, ainda mais do que o que o Homem já o faz...?
Haverá nessa ambição louca na devassa terrena, a fabricação virulenta de uma extensível pandemia letal sobre a Humanidade? Polónio, Antrax e outros venenos disseminados por todos os nossos veios freáticos, por todas as nossas veias sanguíneas, por todos os nossos poros epidérmicos numa executiva e fatal toxicidade bacteriológica, ostensivamente elaborada por seres desafectos à Terra? Ou ainda haverá salvação para todos nós...? E quem o saberá...?
A grande ambição: percorrer o tempo e o espaço numa única vertente de alargar horizontes, de conquistar outras fontes de energia e sobrevivência além a Terra.
"O potencial da Humanidade é infinito. E todo o ser tem uma contribuição a fazer por um mundo mais grandioso. Estamos todos nele juntos. Somos Um!"
- Helena Blavatsky -
Que poderá o Homem alcançar além as estrelas...? Que poderá o Homem almejar além a sua própria consciência de ir mais além, ser voraz e conquistador, ter ambição e elevação, ante o desconhecido, ante um ou mais Universos inatingíveis até em raciocínio ou admissão de existirem?!
Seremos todos, num futuro próximo, seres extraterrestres? Seremos todos - num hipotético futuro de uma Nova Ordem Mundial - ser a mutante civilização pensante, enquadrada e consignada, para uma nova realidade, para uma nova verdade? Ser-nos-à concedido (ou concebido) essa outra realidade quântica, deambulada por ondas electromagnéticas, ondas gravíticas, suspensão de espaço-tempo e tudo relativizado muito além a própria previsão de Einstein que, tendo sido visionário não teve, talvez, a total percepção do que a Humanidade poderá hoje assomar? Haverá concílio estelar sobre isso...? Haverá poderes maiores que assim no-lo digam de uma vez por todas???
Haverá uma mais lata consideração do que o Princípio da Incerteza nos confere...? E, estaremos preparados para isso? Todos? Vaticano, Casa Branca e Kremlin...? Ou já o saberão e não no-lo afirmam ou asseveram por medo das consequências não estanques que tudo isso remeteria? Poderá o Homem e toda a Humanidade acalmar ânsias, questões, e perenes induções do que se vai seguir, se nada for explicado, se nada nos for reiterado como a verdade absoluta? E, sabendo nós, que nada é absoluto, poderemos acreditar que essa verdade nos seja dita sem opacidade ou camuflagem sobre tudo e todos - na Terra e fora dela - na «só a Verdade e nada mais do que a Verdade»???
Humanidade: a civilização da Terra em desumanizada aferição de nenhum por todos e todos por nenhum, inversamente ao que deveria de ser. Haverá reversão e evolução desta espécie nos próximos séculos...? Esperemos que sim, ou estaremos todos perdidos; até de nós...
Explosão Demográfica
Há aproximadamente 20.000 anos, os seres humanos começaram a utilizar ferramentas complexas, aperfeiçoando a sua capacidade de caçar e de encontrar alimentos. Os Primórdios da Agricultura, há cerca de 10.000 anos, também contribuíram para um crescimento suplementar.
A Última explosão Demográfica coincidiu com o início da Revolução Industrial, nos finais do século XVIII e princípio do século XIX onde se deu o exponencial desenvolvimento que desde então não mais parou. Graças aos grandes progressos na Agricultura, na Medicina e na Indústria, a população da Terra tem crescido exponencialmente também, num paralelismo sequencial e inevitável dessa abertura que, nas décadas de 60 e 70 do século XX, se radicou no planeta.
A Curva Populacional cresceu numa linha quase vertical; em 1990 (por dados estatísticos para o efeito), a população da Terra era superior a 5 mil milhões de habitantes, sendo, na actualidade (2016) de 7 mil milhões de habitantes - o que se prevê que, na próxima década, este número possa duplicar.
Seremos eternos um dia destes...? Imortais???
Maior Longevidade...
A Esperança de Vida aumentou para uma média de 76 anos para os homens e 82 para as mulheres, segundo as últimas estatísticas feitas pelo INE (Instituto Nacional de Estatística, em dados específicos de 2014), em Portugal.
A nível global essa tabela não oscila muito, tendo sido verificável o aumento da esperança de vida ou uma maior longevidade por parte de ambos os géneros ou sexos entre a população terrestre. Evidencia-se que, nos países desenvolvidos há uma tendência crescente dessa longevidade, pelo que não são de olvidar ou esquecer os factores que para tal contribuíram em maior e mais alargada rede de saúde pública e de bem-estar dos cidadãos.
As Taxas de Mortalidade mais baixas em quase todos os países, combinadas com Taxas de Natalidade mais elevadas em algumas regiões do mundo, estiveram na origem desta já mencionada curva exponencial.
Grande parte do mundo industrializado, incluindo a Europa Ocidental, a América do Norte e o Japão, possui uma população estável com os nascimentos a equilibrarem os falecimentos; isto é, com um saldo fisiológico próximo do zero. Desfrutam de um elevado padrão de vida com boas instalações médicas, boa educação e contraceptivos acessíveis. Algo que não se passa na América do Sul (em certos países deste continente, não sendo o caso do Brasil que tudo tenta para travar tal) registando-se ainda elevada taxa de mortalidade infantil, assim como óbitos sobre população carenciada que não tem recursos para uma maior vigilância de cuidados e rastreio sobre si.
A terrível realidade (em 2016) do vírus Zika: microcefalia nos fetos/recém-nascidos. Prevenir é necessário ou, em breve, teremos uma geração de seres humanos com estas debilidades ou diminuição de nados-vivos em elevada taxa de mortalidade.
Urge Prevenir! Urge Conter!
A nível da contracepção o caso ainda é pior: observe-se o que se passa no momento (em pleno ano de 2016) em que o vírus Zika invade estes países (em maior escala na América do Sul), sem que haja uma cultura ou consciência de se evitar engravidar - devido aos problemas daí derivados sobre a microcefalia fetal - sendo urgente que tudo se inverta. No que as autoridades sociais, políticas e de aproximação às localidades e povoações têm um papel fundamental para esse rastreio ou essa contenção de vírus e estirpes se não disseminarem.
A imposta religiosidade sobre determinadas crenças, sobre determinadas assumpções de dogmas ou convicções nos povos (ou nas grandes massas populacionais subdesenvolvidas) leva a que as autoridades oficiais nada possam fazer para combater uma mentalidade há muito enraizada, mas que, por conseguinte, também leva as autoridades públicas e seus dirigentes a tal negligenciarem (numa ostensiva política de prepotência e ignorância sobre os povos), não criando meios para o mesmo se combater. Daí que seja inevitável os índices elevados de mortalidade ou deficiências congénitas nas crianças, devido a uma não-vigília ou de somenos importância na devida actividade clínica sobre a despistagem de futuras mal-formações dos fetos. Este, um tema que nos levaria muito longe; além o da explosão demográfica que aqui se fala. Viver sim, mas com qualidade e saúde, supõe-se.
Sabe-se que nestes países ditos subdesenvolvidos (muito longe dos que se apelidam de, «primeiro mundo»), a população continua a aumentar. E de forma desregrada, substancial e reiteradamente motivada por vários interesses, na liderança de cimeiras entidades políticas que tentam assim fazer proliferar nos seus países, mão-de-obra barata ou carne para canhão na luta de guerrilhas internas e externas. Algo que o Papa Francisco há pouco anunciou numa sua homilia papal que parece ninguém escutar. Só quando do Vaticano surge (ou deixam escapar...) que sabem e corroboram da existência de extraterrestres, é que estes se fazem ouvir... Oxalá assim tudo funcionasse na mesma perfeição de audição e divulgação pelo mundo inteiro...
População da República Centro-Africana (população aguarda a distribuição de alimentos, na cidade africana de Boda). As guerras, a fome e a morte rondam...
África: o contínuo flagelo...
Por toda África grassam as guerras, as doenças, a fome e a subsequente morte por falta de nutrientes e alimentos saudáveis em abundância e escoamento, no que já é comum se verem os abdómenes proeminentes, dilatados e subnutridos, que nos chegam através dos media.
Existem forças de intervenção de paz e de conluio com toda esta desgraça local sobre África, em ONG`s que raramente deixam no terreno algo que não seja o seu conforto ou os seus alimentos em aglomerados de esforços e provisões sobre tão carenciadas populações. Mas não chega.
Mais de 75% dos habitantes do Quénia têm menos de 20 anos, o que, à partida, é o expoente máximo de um garante de vida ou aumento futuro desta população africana; se não contarmos com as sempre endémicas e vazantes guerrilhas intestinas que este e outros países vizinhos comungam entre si, na matança desmesurada de grande parte da população. Etnias, tribos ou facções contrárias, tudo serve para se enquistar uma ou mais guerrilhas sobre os seus povos: uma calamidade!
Mas, sobrevivendo a tudo isso, à medida que esta profusa geração africana se torna adulta e cria a sua própria família, tendo filhos, irá em profícua amostragem criar numerosas famílias tão desejáveis quanto ambicionáveis de uma mão-de-obra vigente nas zonas rurais, numa semi-consciência de que, o ter-se uma prole condigna, compensará no futuro e na sua velhice, o sustento de si próprio. Algo que também se traduziu na Europa, nos séculos passados, aquando as grandes ou numerosas famílias de muitos filhos, abeirando-se a certeza de se estar a investir na parte humana filial para essa mesma sustentabilidade nos progenitores em idade provecta.
Relativamente a África, ter-se uma descendência forte, coesa e numerosa, é sinal de aproveitamento de recursos, no que em estatística nacional destes países por muito que a Taxa de Mortalidade seja elevada, acaba por compensar, na medida em que há, efectivamente, um grande número de cidadãos, assim como população excedente. Pela fome, pela doença e pela guerra, o que neste último caso, até vem beneficiar os seus dirigentes, havendo sempre «mão-de-obra» efectiva...
Exemplo de criança subnutrida na República Centro-Africana (o que me induz a pedir desculpa a todos por transmitir aqui esta triste imagem, não desejando que esta seja usada para outros fins que não o de alertar para a endémica e eterna fome no mundo) - neste caso e, de novo, sobre África.
Os Países de África: a sua realidade
Na República Centro-Africana, a densidade populacional quase quadruplicou desde a sua tomada de independência, em 1960, sobre França. Desde aí, os números foram sempre aumentando em demografia alargada sobre este tão pobre ou infeliz país que trava, até aos dias de hoje, lutas insanas devido às inimizades e diferenças tribais, étnicas e religiosas.
Há o registo de 2009, desta população exponenciar já 4.444.000 de indivíduos. O alto índice de mortalidade infantil reproduz-se neste meio devido às péssimas condições sanitárias e de nascimentos não supervisionados por qualquer pessoal clínico, assim como, por efeito da «excisão feminina» que em idade púbere se faz, criando diversa e lastimável deformação dos órgãos genitais femininos em corte e, ablação, fazendo (muitas vezes) infecções diletantes que chegam a levar à morte estas jovens meninas, crianças ainda, ou mesmo mulheres após e durante o parto. Outra grande, muito grande calamidade!
A SIDA (AIDS) leva a que grande número da população também pereça, sem contudo as entidades oficiais e legais se motivarem para o estancar. De novo. Há sempre dinheiro para as armas compradas no Ocidente, mas nunca para a saúde ou bem-estar das suas populações, o que se torna cada vez mais óbvio em regimes totalitaristas que comandam estes países africanos. Uma realidade que todos reconhecem mas se não altera ao longo do tempo.
As Organizações das Nações Unidas estimam que 11% da população entre os 15 e os 49 anos é portador de VIH (HIV). Apenas 3% possui a terapia ant-retroviral, enquanto esta percentagem aumenta nos países seus vizinhos do Chade ou da República do Congo, em taxa de 17% (ainda não suficiente mas ainda assim maior do que nesta).
Há uma necessidade generalizada nestes países de cuidados médicos básicos, assim como de uma mais lata informação e, educação, e mesmo do controlo de nascimentos - algo que pudesse ser eficaz para abrandar o crescimento populacional.
População Indiana (uma das maiores do mundo (nº 1.173.108.018, em dados de 2010) em sintonia demográfica com a China que a ultrapassa em densidade populacional extraordinária: 1.226.718.015 de pessoas, sendo o país mas populoso do mundo: a enorme e vermelha China!
Demografia Mundial
Os programas de controlo dos nascimentos que tiveram em conta as condições sociais registaram um êxito apreciável em alguns países asiáticos e sul-americanos. Todavia, nota-se uma tendência algo redutora neste sentido, pelo que é necessário implementar-se no terreno medidas quase implacáveis na conjectura social e, estrutural desses países, para que se possa, finalmente, aliviar certas populações de fardos encimados pelo preconceito ou pela incorrecção em que são instados.
Em certos países, as crianças do sexo/género masculino são preferidas às do sexo/género feminino, cujas famílias devem entregar um dote - numa tradicional convenção familiar étnico-religiosa (e já de muito pouco seguimento na actualidade, pelo menos nos meios urbanos ou sobre os ditos países desenvolvidos), reduzindo assim a população feminina no mundo.
Na Índia e na China (até há pouco) o nascimento de uma criança do sexo feminino, de uma menina, portanto, é, ou era, muitas vezes encarado como uma espécie de praga, maldição ou antipatia dos deuses, fossem quem fossem, na sequência de uma quase tragédia familiar que reportava, quase sempre também, num desastre financeiro. Além o dote já referido, havia que perpetuar a espécie mas de quase morgadio em género masculino, nobre e farto, numa feudal referência de descendência frutuosa. Quanto enganoso isto poderia ser; e foi!
Ecografia (ou ultrassom) feito às 12-14 semanas de gestação: observação monitorizado de um feto/ser humano.
A consciência que tardava...
Durante centenas de anos, as meninas foram sendo mortas à nascença. Actualmente, devido à técnica médica da Ecografia (ou ultrassom) que pode detectar o sexo mas também alguma mal-formação fetal, muito mais meninas foram (continuadamente) sendo objecto de aborto. Entre os portadores de deficiência - e os sãos ou saudáveis - não há ou continua a não haver nenhuma restrição, no que só o ser humano visado pode ou deve (em boa ou má consciência) realizar.
Munidos de ética e bom-senso, os seres humanos têm vindo a reiterar neste tão polémico e vasto campo médico-científico, as verdadeiras razões para continuar ou não com essa gestação em interrupção voluntária da gravidez; algo que neste século se conquistou por via mais cirúrgica de seguimento e aconselhamento clínicos, sem todavia se tentar legitimar - ou negar - tal.
Sendo um assunto de grande relevância social e individual que a cada um diz respeito, há que contemporizar as vantagens ou desvantagens desse acto. Mas, acrescentando ao que se dizia atrás, verificou-se nesses países (China e Índia) resultante dessa política (no caso da China, na lei do «filho único) a penúria feminina a coexistir com o desequilíbrio populacional de mais homens que mulheres. E, por isso, tanto na China como na Índia, isso se ter começado a evidenciar, deixando as autoridades governamentais ter de pensar tal mudar - o que sucedeu em relação à grande China que, ultimamente, veio anular essa lei mas sobre os meios rurais que não urbanos, pelo que a sustentabilidade ficaria posta em causa nestes meios já de si quase superlotados.
A Fome: essa terrível dor humana de quem nada tem para comer, sobre secas, incêndios e infernos do planeta que cabe ao Homem recuperar, restituir e reimplantar num outro sistema que crie recursos e bens a todos quantos destes necessitem. Será pedir muito...?
A Fome/Doenças/ Vírus mortais...
Embora as pessoas hoje em dia estejam muito mais preocupadas com a disseminação de doenças como a Malária, a Tuberculose, a SIDA (ou ser portador de HIV), a Dengue, Ébola ou Zika - em estirpes malditas destes últimos tempos - as mortes causadas pelas doenças terão provavelmente um impacte muito pequeno (será...?) na dimensão das populações humanas. A menos que estas sejam instituídas, implementadas ou falaciosamente instauradas na Terra com outros fins, outros objectivos siderais que o Homem jamais poderá alcançar ou sequer admitir sobre si cair.
Todavia, há a consciência mundial de que, a não se conseguir produzir mais alimentos - A Fome - poderá constituir um factor muito mais determinante para a diminuição, empobrecimento ou redução de toda a população planetária - do que propriamente pela invasiva propagação bacteriana de novas estirpes ou doenças letais. Mas será de facto assim...?
É hoje sumamente reconhecido por todos, os avanços astronómicos que se fizeram em várias áreas ou sectores, desde as comunicações - ou telecomunicações - aos mais exímios circuitos cirúrgicos, utilizando técnicas e biologia molecular que só na actualidade se dispõe para tratar e, analisar convenientemente, todas as situações arrogadas.
«Eles» criaram-nos. Saberemos nós, humanos, corresponder às suas expectativas estelares???
Os Incontestáveis avanços...
Desde o «simples» bypass à mais rigorosa intervenção cirúrgica que insta utilizar neurotransmissores eléctricos às próteses biónicas, acabando nas já tão normais e divulgadas (a nível mundial) lentes de contacto oculares ou aparelhos auditivos minúsculos que se ostentam por detrás da orelha, tudo se alui. E isto, numa confluente ou correlacionada vertente de possíveis emanentes almas de suma e supra inteligências, que nos tenham «soprado ao ouvido» sobre as nossas necessidades - ou pontificada urgência evolutiva sem obstáculos ou regressiva anotação humana de tudo podermos fazer voltar atrás - sendo isso impensável e não exequível com o que hoje se conhece e, usufrui, de tão eminente tecnologia e biotecnologia.
Não sei se estaremos a avançar para o Nirvana tecnológico ou se, ao invés disso, para a longa escada recessiva de irmos parar ao mesmo reduto de extinção planetária, à semelhança das civilizações perdidas da Antiguidade. Seja como for, acredito piamente que nada nos será recolhido, feito devolver ou abjurado de uma possível anuência de critérios estelares que nos sentenciem com a escuridão (de novo) neste mundo tecnológico em que nos encontramos.
É nisso que acredito; é nisso que desejo ardente e convictamente que a Humanidade prevaleça ou faça em si e sobre si prevalecer ou ascender. Ou para sempre ser-nos-à remetido às origens e ao grande bloqueio humano que somos, a desistência ou a loucura póstuma de o não sabermos merecer.
Só a nós, humanos, cabe a decisão. E «eles» sabem-no. Mas esperam por uma resposta... talvez tão igual ou fortemente similar à que hoje nos fazemos de: «Onde está a Verdade»???
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
A População Terrestre IV (Estratégias de Colonização)
Pico do Areeiro - Ilha da Madeira (região autónoma do arquipélago da Madeira) Portugal
Destruir e reconstruir; desflorestar e reflorestar: o inevitável e sequencial processo de se reabilitar zonas anteriormente sujeitas a fogos ou incêndios de larga dimensão; além diversas outras calamidades que tudo ceifam sem piedade. Estará o planeta a dizer-nos que é altura de tudo se mudar, de tudo se inventar numa nova e reestruturada consciência ambiental?
Havendo várias Estratégias de Colonização por parte dessa regenerada vegetação de Plantas mas também de Animais que voltam a povoar os campos, após uma ruptura grave destes, não terá o Homem de seriamente pensar que, o que a Natureza hoje expõe, será o que amanhã no-lo tirará, se acaso se continuar a cometer estas atrocidades ambientais para com toda ela?
Revivificação e readaptação das espécies é algo que o planeta Terra - em toda a sua frondosa e exponencial generosidade - nos oferta em ciclos renováveis de energia, luz, cor e vida. Mas, saberá o Homem, apesar de alguns esforços pontuais em recuperar esses campos perdidos, essas florestas de outrora, essa fauna e flora, realizar (ou ainda ir a tempo...) de tudo regenerar, de tudo reinventar na Natureza e em si, para que haja uma segunda oportunidade planetária de tudo continuar....? Ser-nos-à dado esse beneplácito ou já será tarde demais para tal???
O «Inferno»: a causa natural ou por mão humana que tudo devasta em incêndios de morte anunciada para as muitas espécies de plantas e animais que aí vivem.
Estratégias de Colonização
Quando um Habitat sofre uma ruptura grave e as espécies desaparecem, talvez devido a um fogo ou a um arroteamento de um terreno, a área torna-se efectivamente um novo habitat pronto a ser colonizado de novo por Plantas e Animais.
Diferentes Espécies adoptam diferentes estratégias quando colonizam um novo habitat e as suas populações crescem a ritmos variados.
As Primeiras Espécies a colonizar um novo Habitat são os tipos de plantas a que, muitas vezes, se dá o nome de «ervas daninhas». Estas reproduzem-se rapidamente e, disseminam-se antes de as outras espécies terem hipóteses de competir. Libertam grande quantidade de sementes leves que podem ser levadas ou transportadas para longe, muitas vezes pelo vento.
As Ervas daninhas consagram assim um esforço relativamente maior à reprodução do que ao crescimento estrutural e são normalmente plantas anuais que vivem uma estação e depois morrem.
Alguns animais, como as Moscas, também adoptam uma estratégia semelhante de reprodução e crescimento rápidos e curto período de vida; contam-se ambas entre os primeiros colonizadores de novos Habitats.
Pintassilgos: depois da tragédia, a bonança. São um dos primeiros colonizadores, vindo em bandos para os campos de cardos.
Espécies «R» e «K»
As Espécies de crescimento rápido chamam-se colectivamente «espécies R». A chegada de semelhantes espécies de Plantas é muitas vezes acompanhada de Animais que dependem dessas plantas como alimento. Por exemplo, um campo colonizado pelos cardos atrai grandes bandos de Pintassilgos.
Outras espécies crescem mais devagar e têm uma taxa de aumento mais pequena. Vivem mais tempo e consagram uma parte muito maior dos seus recursos ao crescimento estrutural (no caso das plantas, desenvolvendo raízes profundas e troncos e ramos lenhosos). Tendem a encontrar-se m habitats estáveis onde os processos de colonização e de mudança se completaram.
Recebem o nome de «espécies K» (K, representa a capacidade de sustentação). As plantas maiores, como as Árvores e os Arbustos, são perfeitos exemplos de «espécies K».
São lentas a chegar a um novo habitat, mas quando o fazem competem com êxito com as espécies e pela partilha dos recursos.
Condor - uma espécie à beira da extinção. Tal como muitas outras espécies...
As Árvores altas e frondosas privam as ervas daninhas de luz, sendo que o seu sistema radicular permite-lhes assim obter maior quantidade de nutrientes.
As Plantas K produzem menos sementes, mas em contrapartida, fazem-no ao longo de um grande período de tempo, e cada semente tende a ser relativamente grande, com mais recursos alimentares para o embrião que se encontra no seu interior.
Se o Habitat se alterar de novo, as «espécies K» são mesmo capazes do que as «espécies R» de se adaptarem ao novo ambiente. Significa isto que, à medida que o impacte humano sobre o ambiente cresce, essas espécies ficam ameaçadas.
Os Exemplos Animais de «espécies K» incluem grandes mamíferos como os Símios e os Elefantes, aves como o Condor e o Albatroz - e algumas borboletas tropicais.
Albatroz-de-laysan: uma mãe que regressou para cuidar do seu filhote, aquando do tsunami, em 2011, no Havaí - ilhas do Pacífico.
Rupturas graves mas que a Natureza repõe...
Se uma região de floresta temperada for destruída pelo fogo, ou mesmo houver uma outra grave ruptura do ecossistema (como no caso do tsunami do Japão que influenciou as ilhas do Pacífico em redor), cria-se um novo «habitat», que é colonizado por espécies diferentes, como já se referiu. Apesar de que, no caso das ondas de água salgada invasoras de terras, a salinização ser mais prejudicial do que benéfica para esta renovação, levando mais tempo a que as águas das chuvas reequilibrem esse ecossistema debilitado.
As Primeiras Espécies anuais a chegar são, em geral, espécies como os loendros ou ervas daninhas perenes como as Urtigas ou os Dentes-de-leão, que produzem uma grande quantidade de sementes que são trazidas pelo vento.
Insectos como como a Aquerôntia, que vive no loendro, ou os Pintassilgos, que comem praticamente só sementes de cardo, também surgem nas primeiras fases. Entre as plantas que chegam mais tarde contam-se as gramas, as azedas e as silvas - a par de Aves como os Dom-Fafes, que se alimentam de sementes e de bagas.
Nesta fase, algumas sementes de árvores, talvez trazidas pelas Aves ou pelos Esquilos, podem começar a germinar e a crescer. Se forem bem sucedidas, o seu sistema radicular forte recolhe uma quantidade cada vez maior dos nutrientes disponíveis; quando chegar à maturidade, domina a área e poucos dos colonizadores originais sobrevivem então à sua sombra - os seus troncos suportam muitos animais, incluindo Gaios e Cervídeos.
Wisdom, no atol da ilha de Sand (uma semana depois do tsunami): uma das ilhas afectadas pelas altas ondas provocadas pelo tsunami de 2011, do Japão. Uma mãe zeladora, protectora e jamais esquecida da sua cria, como comprova esta bela imagem.
Wisdom - a sobrevivente nata!
Esta ave, que é considerada a ave mais idosa do Havaí, nas ilhas do Pacífico, destacou-se em 2011 por ter sido a mais brava sobrevivente da extensa onda provocada pelo tsunami que tudo arrasou, no Japão. E, se estenderia até às ilhas do Pacífico.
Conhecida e identificada - de seu nome, Wisdom, tendo aproximadamente 60 anos - que, apesar da sua tão longa idade, voltou para cuidar do filhote, após o trágico acontecimento.
Wisdom foi captada em fotografia pelos membros do Serviço Geológico dos Estados Unidos, enquanto cuidava do seu filhote. A onda que surgiu após o terramoto que assolou o Japão, matou milhares de animais no Pacífico, de acordo com o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos. Esta ave, o Albatroz-de-laysan, foi assim a legítima sobrevivente deste terrível tsunami, em 2011, que cobriria (ou varreria!) cerca de 20 a 60% do território em duas ilhas adjacentes do Havaí, a 11 de Março, no Pacífico.
Pico do Areeiro - Madeira (Portugal)
Renascer das Cinzas
A Reabilitação das Florestas após terríveis incêndios, tem sido a luta mais feroz que o Homem encima, no que tem de repor e, se possível recompor, na Natureza. Algo que se viria a passar por meados de Agosto de 2010 na ilha da Madeira numa região denominada «Pico do Areeiro».
Um incêndio de grande dimensão afectou avassaladora e pungentemente esta zona da ilha no término de um trabalho já efectuado - a partir de 2001 - pela Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal, e no Campo da Educação Ambiental do Cabeço da Lenha.
Nesta propriedade estava a ser desenvolvido (segundo uma reportagem escrita divulgada no Público) um ambicioso projecto de recuperação da biodiversidade, na altura bastante delapidado devido ao pastoreio intensivo e fogos que se propagaram nessa mesma zona. Projecto esse que, para além da reflorestação, feita exclusivamente em regime de voluntariado, englobava um circuito pedonal de descoberta da Natureza, com informação sobre a origem e, evolução geo-morfológica, da serra encimada pelo Pico do Areeiro.
Pico do Areeiro - ilha da Madeira (o projecto que não parou, restituindo à ilha e aos seus visitantes o prazer de uma estadia ímpar, na que foi considerada, esta bela ilha da Madeira, em 2015, como o melhor destino insular do mundo!)
Recuperar é preciso!
Sentindo-se a urgência de recuperar as espécies perdidas, assim como de colmatar as necessidades das plantas endémicas e indígenas nesta zona afectada, houve que iniciar (ou reiniciar) de imediato a recuperação do território, ou seja, do coberto vegetal das zonas altas da ilha; nomeadamente, as áreas de plantação que a Associação (AAPEF) coordena. E isto, com a cooperação e trabalho de sócios e outros voluntários, no Pico do Areeiro e no Campo Ambiental do Cabeço da Lenha.
Elda Sousa - a vencedora do Prémio «Terre de Femme» (em 2012), instituído pela Fundação Yves Rocher, com o projecto «Renascer das Cinzas», no que visando a promoção da sustentabilidade e do Ambiente, se tenta incentivar no desenvolvimento e implementação de projectos reiterados por mulheres. E que, neste particular caso do Pico do Areeiro e devido ao combate e empenho de Elda Sousa (sobre a eficácia do seu projecto em fase aos eventos dramáticos de Agosto de 2010 na ilha), nesta se remeteu de um merecido prémio pelo que estabeleceu na zona em reestruturação ambiental.
Algo nada fácil, tendo em conta o registo territorial da zona atingida que foi devastada pelo incêndio em 12% de área afectada. Elda Sousa integraria ainda o projecto implementado por esta associação (AAPEF - Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal) na sequência dessa nova ou reestruturada (na época) implementação e reflorestação do território.
«Queremos aumentar não só o número de plantas mas também a variedade de espécies indígenas típicas das grandes altitudes. Fizemos as sementeiras e neste momento já saíram 5 mil para o Cabeço da Lenha e ainda temos mais de 10.000 para plantar!» - Afirmou no momento Elda Sousa, no que se reconhece, hoje, à luz do ano 2016 vigente, ter sido um empenho não só de grande orgulho mas de eficiência comprovada!
O Pico do Areeiro é o 3ª mais alto pico na ilha da Madeira com 1818 metros de altitude. Há um verdadeiro deslumbre no caminho pedonal entre o Pico do Areeiro e o Pico Ruivo, o que faz as delícias de turistas e visitantes mais afoitos.
Um exemplo a seguir!
Segundo Raimundo Quintal - geógrafo e presidente da AAPEF - «Há que despertar as consciências para a profunda relação entre a floresta e os recursos hídricos, demonstrando no terreno como é possível aumentar consideravelmente a infiltração de água e, diminuir os riscos das cheias repentinas.
O incêndio destruiu quase uma década de trabalho, mas logo após a catástrofe, decidimos que era importante retomar o projecto!»
Realizando então o repovoamento vegetal nas áreas afectadas com o empenho e acção do viveiro premiado de Elda Sousa (além do empenho de todos os outros colaboradores já mencionados), este trabalho pôde finalmente ver a luz do dia em consumada concretização de reflorestação, pelo que foram envolvidos vários meios e plantas endémicas desse viveiro (mais de 1200 plantas de uma dúzia de espécies indígenas aí criadas, no viveiro distinguido) assim como pela generosa oferta da Direcção Regional das Florestas que desta forma deu o seu prestigioso contributo para o mesmo fim.
Ilha da Madeira - a pérola do Atlântico! Quem duvida disso...?
Ilha da Madeira: a ilha de todas as emoções!
Esta alusiva reportagem apenas se limitou a complementar o que, por terras de Portugal, se tenta redimensionar - ou tenta recuperar - o que por incêndios, pastorícia desmesurada ou tratamento indevido nas terras se alui, numa reversível actuação de esforços e, implementação vegetal, sobre territórios devastados. O que desde já se tem de homenagear - em palavra oral e escrita - do tanto que se faz em favor de uma ou mais zonas afectadas por estas incomensuráveis ou terríveis tragédias ambientais. Se todos nos empenharmos nisso, talvez o planeta não pereça tão fácil e tão levianamente às nossas ímpias mãos: umas sujas outras não, mas todas em profusão de um mesmo sentido ou vector: tem mesmo de se salvar o planeta! E ele agradece, acreditamos.
Nada mais a acrescentar que não seja, visitem a bela e paradisíaca Ilha da Madeira e não se arrependerão! Sendo uma das mais belas jóias portuguesas - a pérola do Atlântico - será, porventura, a mais bela (ou uma das mais belas!) para se visitar em ócio ou lúdico descanso e visualização de sedução e encantamento sobre trilhos e caminhos pedonais impressionantes.
A Floresta Laurissilva - património mundial da UNESCO - é um dos maiores cartazes turísticos da região que sabe bem, muito bem, visitar.
O evento mundial (e anual) do turismo em espécie de Óscar: « WTA» (World Travel Awards) nomeou a ilha da Madeira como preferencial destino insular turístico, superando Bali (na Indonésia) Creta, na Grécia, ou outras ainda iguais belas ilhas, tais como as ilhas Cook, na Polinésia; Oceania. Nada que tire o sono aos madeirenses, povo que tão bem recebe os seus visitantes com uma deliciosa «poncha» (bebida tradicional da Madeira) e uns bifes de atum de comer e chorar por mais.
Ilha da Madeira (da number one!): o primeiro prémio WTA (para além de ser a terra-berço do Cristiano Ronaldo... e está tudo dito!)
Como sempre afirmo, há glórias e nichos da Humanidade que convém guardar, preservar e, se o Homem quiser, elevar à mais alta instância planetária que é o saber-se resguardar de outras contingências amaldiçoadas que, por mão da Natureza ou dele próprio (Homem) se ilustram na Terra.
Será tempo, agora, de tudo mudar, de tudo consciencializar de que o Homem, como ser civilizacional que habita e usufrui do ambiente e do habitat terrestre, se não deixe adormecer ante as antagónicas e malfazejas circunstâncias anómalas que sobre a Terra pairam; talvez por esse facto algo ou alguém nos escolheu para aqui habitarmos, para aqui nos instalarmos, sem nos imiscuirmos na sua destruição mas antes na sua revivificação além a nossa própria espécie.
É bom não nos esquecermos disso, pois assim como viemos, também para fora daqui iremos... se os «deuses» se zangarem connosco e nos expulsarem de todo este paraíso terrestre, seja lá qual for a zona, região ou país em que nos prostremos em habitat - ou reino - desta simples passagem das nossas vidas. Tal como turistas, talvez sejamos apenas e tão-só, uns meros passageiros de um tempo e de um espaço que não é só nosso...
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