Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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terça-feira, 8 de abril de 2014
A Precursora Obra
Imagem Ilustrada de Paracelso - Médico e Filósofo (n. 1493)
"Alterius non sit qui suus esse potest!" - Afirmação em latim que significa: «Quem puder ser senhor de si mesmo não deverá depender de ninguém!»
- Philippus Aureolus Teophrastus von Hohenheim -(Paracelso)
Afirmando que o microcosmos do ser humano é visto como um espelho do Universo, terá sabido Paracelso a verdadeira dimensão dessas forças em energia e influência no seu todo? Tendo sido o precursor da Homeopatia, terá ele sabido igualmente de toda a essência curativa da Natureza, assim como o efeito da meditação em positivismo sobre o organismo? E a si, quem o terá influenciado nesse processo visionário da medicina moderna psicossomática? Terá sonhado ou alguma revelação maior lhe foi concedida em toda a sua genialidade de homem das Ciências em todo o seu esplendor?
Paracelso - O Precursor da Homeopatia
Entre os alquimistas encontravam-se certamente as pessoas mais dotadas de então, mas para o comum dos mortais as suas actividades sempre constituíram um mistério. Tanto o Estado como a Igreja perseguiam-nos com desconfiança. Pelo facto de o seu principal objectivo ser a transformação de metais comuns em ouro, muitos deles conseguiam efectivamente ser financiados por patronos abastados que ansiavam poder aumentar a sua riqueza.
Quem Cura, tem Razão
O mais conhecido alquimista do seu tempo foi Philippus Aureolus Theophrastus von Hohenheim, que nasceu em 1493 na Suíça como filho de um médico e que, após os estudos que o tornaram doutor em Medicina se passou a chamar Paracelso. Começou desde cedo a dar passos no sentido de transformar a Alquimia em algo mais parecido com a Química dos nossos dias, tornando-se assim um dos precursores da Medicina Moderna. Abriu mão das experiências com vista à transformação dos metais em ouro, actividades que apenas lhe roubariam tempo para o que realmente lhe interessava, o desenvolvimento de novas técnicas para a obtenção de medicamentos. Nestas tentativas, recorreu então às tradições da Medicina popular como uma importante fonte de informação. Até mesmo modos de proceder aparentemente invulgares foram por ele aceites, desde que demonstrassem ter resultados positivos junto dos doentes.
O seu lema era: "Quem cura, tem razão!" - E, no tratamento dos seus pacientes, o seu interesse recaía ainda mais sobre o surgimento e, a origem da doença, do que propriamente sobre o mero tratamento dos sintomas, indo ao fulcro da questão.
O «Pai» da Moderna Medicina Psicossomática
Paracelso viajou por toda a Europa Central para estudar, para aprofundar os seus conhecimentos e, para aperfeiçoá-los na prática, ocupando por fim em Basileia um cargo de professor onde proferiu lições muito respeitadas - para desagrado dos seus colegas, fê-lo em alemão, se bem que nessa altura fosse o latim a língua utilizada pela classe médica. Alertou sempre para a especial importância dos poderes curativos da Natureza e, exigiu sempre, o maior dos asseios no tratamento das feridas.
Ocupou-se igual e, intensamente, de doenças como a sífilis e das terapêuticas a ela aplicadas, das doenças profissionais dos trabalhadores das minas, bem como da cirurgia. Também as suas constantes referências ao efeito da meditação e, da fixação em imagens capazes de exercer uma influência positiva sobre o organismo, fazem assim dele, Paracelso, um visionário da moderna Medicina psicossomática. Com a formulação do princípio de tratar «igual para igual», tornou-se um dos inspiradores da Homeopatia.
Típico estudioso universalista que foi, escreveu diversas obras sobre temáticas teológicas, filosófico-religiosas e sociopolíticas.
Magia e Astrologia
Nos seus inúmeros escritos, Paracelso revela os padrões que regem a totalidade do mundo: o microcosmos do ser humano é por ele visto como um espelho do Universo. Descreve diversas percepções extra-sensoriais, por exemplo, manifestações do género das que hoje classificamos como experiências próximas da morte, e considera a Magia e a Astrologia meios perfeitamente adequados para alcançar conhecimentos ocultos. Paracelso estava convencido de que a Astrologia exercia uma grande influência sobre a vida do indivíduo. Escreveria então assim: "As forças do Firmamento exercem um efeito tanto psíquico como físico directamente sobre o ser humano, dão forma ao seu carácter, forçam-no à acção, emitem sinais. Por outro lado, o ser humano recebe a incumbência divina de reconhecer e tomar consciência dessas forças."
Se já em vida - devido às suas ideias e métodos de tratamento inovadores - era olhado pelos colegas de profissão com alguma desconfiança, após a sua morte em 1541, em Salzburgo, a densa aura de segredo que envolvia os seus escritos, levantou então a suspeita de que Paracelso fosse afinal pouco mais que um charlatão. Hoje, porém, sabemos que - como médico e estudioso - as ideias de Paracelso se caracterizaram por alguns séculos de avanço em relação às dos seus contemporâneos.
Medicina, uma Obra do Diabo?
No lugar da antiga e tradicional teoria dos humores, Paracelso propôs uma biologia química e o estudo das patologias, uma prática que apontava para o futuro e cuja justeza só em parte - em séculos mais tarde e através dos resultados da investigação médica - foi confirmada.
Particularmente discutível era a sua cosmologia e, antropologia. Uma vez que no lugar dos elementos colocava planetas e forças que recebiam designações químicas e astrológicas, por exemplo, o enxofre e o mercúrio - querendo assim e por meio delas esclarecer certos efeitos e princípios - as suas realizações foram rejeitadas por muitos dos seus contemporâneos, chegando mesmo a ser consideradas como «obra do Diabo».
Sabendo hoje das muitas qualidades e propriedades dessa sua medicina precursora ou Medicina Moderna, como se convém designar em correcção e justiça contemporâneas, Paracelso vê nos dias de hoje ser-lhe concedida a admiração e continuação dessas suas investidas na época. Um homem muito além do seu tempo - na vida que em si instituiu na cura e beneficência da tratamentos a todos, ricos e pobres, abastados e humildes. Paracelso ficaria na História como um alguém muito digno, muito envolvente e evoluído pelo pensamento altruísta - e abrangente - nessa sua dinâmica de homem das Ciências Naturais, da Filosofia, da investigação e, da total entrega que fez em si e para os outros na busca e procura de mais verdades; físicas, mentais e psicológicas em reequilíbrio individual, e geral, no ser humano. A História não o esquece nem toda a sua precursora obra que até aos dias de hoje nos advém como algo miraculoso e, beneficente.
A bem de todo esse conhecimento em gerações futuras, assim continue a ser. A bem da Humanidade!
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