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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A Ecologia III (A Vida dos Oceanos)


Ilha Graciosa - Açores (uma das nove ilhas implantadas no Oceano Atlântico).

Há planetas que não têm mares; oceanos ou sequer rios. Há planetas estéreis, por outros que terão na sua dimensão planetária algo que até se assemelhe aos nossos oceanos mas, possivelmente, em movimentação e energia totalmente diversos aos que na Terra se apresentam.
Os Oceanos, em representação de toda a vida marinha e marítima do nosso planeta, é talvez a maior força viva de que dispomos - em recursos hídricos e tantos outros que nesta era contemporânea se nos afiguram em potencialidade máxima destes se poder extrair.

Sendo uma força da Natureza em elemento aquático que ainda hoje não dominamos (por muito que a ciência israelita se desenvolva em hercúleos esforços para criar guelras no ser humano) há ainda que muito fazer para tal nos aventarmos. Ou serão as «Sereias», a profunda verdade ancestral na memória de marinheiros e homens perdidos que por si até deram a vida? Ou nada disto é real e meramente lendário - ou ficcional - perante o que a História nos dita em contos de encantar ou talvez de difamar tão estranhas criaturas? Terão existido nos oceanos? Terão coabitado com o Homem? Terão sobrevivido às anomalias fabricadas, às engenharias genéticas em si assoladas (ou acossadas) ante o que ainda hoje se especula existir nas mais profundas e impenetráveis águas oceânicas?

Luís de Camões testemunhou-o nas suas passagens dos «Lusíadas» em que os homens do mar se envolviam e perdiam de amores (no tão encantado soneto das Ilhas dos Amores) sobre ninfas ou deusas que os fulminaram de paixão e, encantamento, sobre mares nunca antes navegados, sobre águas nunca antes mergulhadas...? Terá sido evasão poética ou simplesmente a certeza da existência de criaturas híbridas, seres «imperfeitos», seres minuciosa e estruturalmente criados para determinados fins? E que fins seriam esses (inventados por deuses loucos ou cientistas estelares...?) que na Terra se instou e, demarcou, no que na actualidade se tenta desmistificar ou mesmo desvirtuar ante tais espécies desconhecidas? Poderemos renegá-lo, denegar tal ou tentá-lo banir das nossas consciências humanas se nós próprios apenas somos a ínfima parte de um planeta de muitos outros em oceânides verdades decorrentes de terras, solos e mares de uma vida que não é só nossa?

Para quando a verdade azul, verde, pura e cristalina de toda a essência de mar e terra, ar e fogo que os oceanos nos revelam...? Haverá subterrâneas verdades no mais profundo dos oceanos...? Esconder-se-ão tão vis criaturas (seres inteligentes que não sereias ou demónios marinhos) em homilia ancestral e, divina, vestal ou estelar que tudo comanda, que tudo assiste, que tudo segue em nossos destinos humanos??? Não sendo invenção de mentes lúdicas e alteradas, que haverá de facto no fundo dos mares que por vezes vemos assolar, emergir e mesmo voar para lá de todos os mares, todos os oceanos e, de todas as nuvens do Céu em voos que não conhecemos nem compreendemos em nossa esfera planetária, em nossa sapiência científica e espacial? Mas, haverá algum dia que desses mares, desses oceanos, venhamos a compreender ou a percepcionar tal? E «eles», deixar-nos-ão ambicionar chegar ao púlpito dessa submersão e depois ascensão aos céus? Que custo isso terá...???


Visão parcial do Oceano Atlântico (Atlântico-norte)

Oceanos em Movimento...
Mais de 70% da superfície da Terra está coberta de água - quase toda ela concentrada nos Oceanos. Estes formaram-se há milhões de anos quando o globo ainda era relativamente jovem.
O Planeta Terra em processo de arrefecimento estava então rodeado de uma camada de gases que continham vapor de água. A Força da Gravidade impediu de forma literal que esses gases escapassem para o Espaço. À medida que a Terra arrefecia, a sua Atmosfera não podia conservar todo o vapor de água; grande parte condensou-se dando origem aos cinco oceanos: o Atlântico, o Pacífico, o Índico, o Árctico e o Antárctico.

Em Algumas Zonas do Oceano Pacífico, o mar tem mais de 11 quilómetros de profundidade! Nas Regiões Polares, a água encontra-se permanentemente gelada.
Os Oceanos desempenham uma série de papéis importantes na Biosfera. Funcionam como um enorme sumidouro do dióxido de carbono da Atmosfera, grande parte do qual é incorporado no esqueleto dos Animais Marinhos. Contribuem assim para a regulação do Clima Global, deslocando massas de água quente do equador para os pólos, assim como água fria dos pólos para o equador.
A diferença de temperatura entre a terra e o Oceano pode provocar efeitos climáticos como as Monções.

Os Oceanos também constituem o principal protagonista do ciclo da água, fornecendo enormes quantidades deste líquido para a Atmosfera que é distribuído pela Terra na forma de chuvas.
A Água dos Oceanos nunca está parada devido à existência de correntes muito semelhantes à circulação do ar na Atmosfera.
As Correntes formam-se assim sob a acção dos ventos por Convecção. O Sol sobre o equador provoca então o aumento da temperatura das águas tropicais. A Água aquecida é menos densa do que a água mais fria, de modo que sobe, causando Correntes de Convecção. No Hemisfério Norte as correntes quentes deslocam-se para Norte, na direcção das regiões temperadas.


Barco à vela (regatas no oceano)

As Grandes Correntes
Como se referiu, os ventos criam Correntes de Superfície que são deflectidas pelo efeito de Coriolis de modo que a água se desloca formando um ângulo de 45º com a direcção do vento.
Um Barco à vela voga ao sabor da corrente impelido pelo vento...

Ao contrário do que sucede no Hemisfério Norte (em que as correntes quentes se deslocam para norte), no Hemisfério Sul, à medida que a água arrefece, afunda-se e desloca-se para o equador. Estas correntes quentes exercem assim um efeito considerável nos climas locais.
A Corrente Quente do Golfo desloca-se para norte desde as Caraíbas, atravessando o Atlântico, onde dá origem a climas mais amenos. Correntes Quentes semelhantes são importantes em áreas do Norte do Japão e do Alaska, onde o clima seria muito mais rigoroso no Inverno se não existisse ma corrente quente ao largo!

As Grandes Correntes podem efectivamente mudar de temperatura e de direcção. A Corrente de Humboldt - ao largo da costa ocidental da América do Sul - é normalmente fria e desloca-se na direcção do equador, mas, com ma periodicidade de alguns anos, muda de direcção, deslocando-se então para sul no que se torna mais quente. Nessa longa caminhada passa a chamar-se de: El Nino, exercendo um efeito desastroso na população local de Peixes. Também afecta o Clima, impedindo as chuvas e provocando terríveis secas. Nestas ocasiões é comum observar-se impressionantes fenómenos, tais como devastadores incêndios de graves e trágicas consequências não só humanitários mas, para com todo o ecossistema existente.


Planificação territorial e oceânica

Correntes Frias
Como já se mencionou, as Correntes Frias desloca-se para o equador a partir das Regiões Polares. Estas correntes que sobem das Profundidades dos Oceanos - em geral - são muito ricas em nutrientes e suportam uma comunidade vasta e diversificada de Animais e de Plantas.
A Abundância de Plâncton atrai animais maiores, como os Peixes e as Baleias. Recentemente (há aproximadamente duas décadas) foram descobertas correntes nas Fossas Abissais mais profundas. Ou seja, regista-se um movimento oceânico mesmo nas águas de maior profundidade.
O Plâncton como é do conhecimento geral, prospera em águas frias profundas (ricas em nutrientes). Estas condições são, muitas vezes, criadas na costa ocidental dos Continentes onde as correntes e os ventos ao largo provocam a ascensão das águas profundas, formando faixas de água fria e rica no meio de uma área maior de águas quentes. Chama-se a isto: Afloramento.

Em relação ainda à corrente de Humboldt, por exemplo, sabendo-se que esta se desloca para norte ao longo da costa oriental  da América do Sul (e registando-se mais quente normalmente de 10 em 10 anos) traz consigo chuvas copiosas e mar revolto, no já referido El Nino. A devastação da vida selvagem e das pescas locais é assim a inevitável consequência deste fenómeno tão temido por todos.
Os ventos à superfície dão origem às ondas. A Dimensão destas Ondas depende da área sobre a qual actuam e, da força dos ventos. Juntos, as Ondas e o ritmo das Marés influenciam as comunidades do litoral.


A «nossa» celebérrima Onda da Nazaré - Portugal (Península Ibérica) - Foto da autoria de António Manuel Silva que percorreu o mundo em original e surpreendente imagem de uma onda-gigante de recorde mundial em Surf, de Garrett McNamara - o nosso herói havaiano que agora é bem mais português!

O Canhão da Nazaré
Este surpreendente Desfiladeiro Submarino de origem tectónica - situado ao largo da costa da Nazaré, em Portugal Continental - está directamente relacionado com uma falha aí existente (a falha de Nazaré-Pombal) que se começa a definir a cerca de 500 metros da costa e que, segundo alguns especialistas e investigadores nesta área, corroboram tratar-se da maior da Europa.
Separando a costa da Península Ibérica, esta vai exactamente na direcção Este-Oeste desde a plataforma continental (numa extensão de cerca de 211 quilómetros, começando a uma profundidade de 50 metros) até á Planície Abissal Ibérica onde atinge profundidades na ordem dos 5000 metros!

O Fenómeno em si ou a dinâmica que produz são por demais evidentes, no que se regista e, observa, de tamanha proeminência oceânica.
O Canhão da Nazaré funciona como Polarizador de Ondulações. As Ondas conseguem viajar a uma velocidade muito maior devido a essa eminente Falha Geológica que apresenta, chegando à costa em término praticamente dissoluto ou dissipado de toda essa acumulativa energia.
As Correntes Predominantes do Norte funcionam então como condutas sedimentares, ao longo das quais há uma intensificação de processos de transporte de partículas entre a zona costeira e o domínio profundo do mar - o Transporte de Sedimentos (matéria particulada) ao longo de todo o dito canhão numa super-eficiência ou eficácia inaudita.

Este Desfiladeiro Submarino (canhão da Nazaré) provoca assim grandes alterações ao nível do trânsito sedimentar litoral, uma vez que este vale é um autêntico sumidouro para os sedimentos provenientes do norte - da deriva litoral - o que justifica a inexistência de grandes de grandes extensões de areia nas praias a sul da Nazaré.
Tem sido dada uma grande importância a este fenómeno natural (até há pouco negligenciado ou pouco considerado), no que se propaga agora de um maior interesse a nível hidrográfico, em colaboração com o Instituto Hidrográfico de Portugal (IHP) e a Câmara Municipal da Nazaré que têm investido nesta área.


As Ondas Gigantes na Nazaré - bilhete postal de localização para o Surf Mundial

Os sucessos das Ondas-Gigantes!
Por mais ângulos de observação que se façam ou quais sejam as ópticas - ou localização - dos que visualizam estas ondas-gigantes, é sempre imponente - e de certa forma assustador - ter a noção exacta deste gigante não-adormecido que evoca todos os surfistas profissionais ou amadores para delas se darem conta, perfurando o tal famoso Canhão da Nazaré.
Como já se referiu, este canhão subaquático na costa da Nazaré, situado no Oceano Atlântico Ocidental que detém essa profundidade de 5000 metros (a uma extensão de 230 km), é a maior afronta desportiva mundial do momento. Se, para o cidadão comum esta dimensão e este fenómeno só podem ser vistos de longe, para os senhores do Surf isto será a última quimera oceânica a obter.

Nada de novo. A não ser a coragem, a bravura e a determinação de uns quantos que, desbravando essas ondas de prancha na mão, se fazem como David a Golias em mar aberto.
Foi o que fez Garrett McNamara, hoje um ícone e quiçá um herói nacional - e mundial - que fustigou e, alcançou, dois recordes seguidos ou precedidos de uma sua benigna teimosia e muita coragem ao «escalar» uma Onda-Gigante de 23,77 metros no dia 1 de Novembro de 2011 e outra (a tal que correria mundo em imagem surpreendente de um Arranha-céus de água) em Janeiro de 2013, superando ou batendo dessa forma o seu próprio recorde anteriormente alcançado.

Desta vez o nosso famoso Canhão da Nazaré surpreender-nos-ia com a sua gigantesca dimensão de uma super-onda 30 metros, algo que McNamara nem terá considerado, não vacilando no equilíbrio e na tomada de posição tal como conquistador ibérico por terras de índios.
A Praia do Norte (como é assim denominada) é hoje um local de referência e, passagem, de todos os surfistas do globo, querendo-se igualar ou fazer por merecer tal bravura em alcance ou superação do recorde de McNamara. Sendo este um local dignificante e, proeminente na prática deste desporto - Surf - assim como grande parte do litoral oeste de Portugal Continental, haverá sem dúvida nos próximos tempos uma corrida a estas ondas enormes, ou gigantes como se disse, mas todas elas ainda que não tão gigantes assim, o possam ser na acessibilidade - e receptividade - por parte de quem vem por vezes dos pontos mais longínquos do globo para praticar esta actividade na fúria dos mares.


Ilhéu da Baleia - Ilha Craciosa (Açores)

Se pelos mares dos Açores terão andado em tempos imemoriais Atlantes, seres e civilizações inteligentes (terrestres e estelares) e pelo sul de Portugal (por Silves e arrabaldes ou cercanias donde Diogo de Silves partiu à descoberta dos Açores, após incursão na Madeira), não se sabe ou sabendo-se, teme-se dizer. Que terá sentido Diogo, bravo marinheiro português a mando e soldo do infante Dom Henrique em 1427, ao redescobrir as ilhas, essas tão indómitas ilhas açorianas de mares inconfessáveis, de oceanos indesvendáveis que um dia terão sido pertença de Atlântida? Também não se sabe mas, haverá certamente de haver outro saber, outro destrinçar, ante a suma peculiaridade destas águas, destes ventos e destes meus mares portugueses. Não são fáceis, nada fáceis.
Não são amenos, meigos ou complacentes com nada nem ninguém; que o digam os marinheiros quinhentistas em busca das Índias que cercearam e passaram o tal monstro Adamastor por terras de África. Partindo de Lisboa ou Sagres (no sul de Portugal) terão zarpado com a dor da solidão, do desafecto e da desunião (para além do terrível escorbuto) mas terão encontrado as ninfas, as sereias de que tanto alguns falam? Não se sabe. Mas suspeita-se...

Se McNamara transpõe ondas gigantes e se nestas faz seu rumo e sua alçada, será que indo mais longe ainda as não encontraria, a essas tão estranhas e por vezes nefastas criaturas de um mar soberbo que canta e encanta marujos e homens sem fé, que nenhuma fé alcançam, sobre as ondas e as águas que lhes trazem a morte...? Esperemos que não. Aos heróis deseja-se vida nunca o contrário...

Que sejam as ondas da libertação e nunca da submissão, pois que meu Portugal que há tanto sofre, não pode ser mais uma vez culpado de sorver, sugar ou dissecar tantos sonhos, tantas memórias. E se um país é sempre mais do que um mero pais, as suas ondas, os seus ventos e os seus mares - e oceanos - então, sê-lo-ão muito mais do que as profundas realidades ou verdades jamais ditas e, proferidas, por quem um dia nos referenciou como povo, como gente e como civilização. E se estes forem de fora - como seres do Universo - mesmo que submersos numa só verdade e num só grande e unívoco oceano cósmico em seu habitáculo (usurário ou não dos povos da Terra...) que nos auxiliem a vagar e, a ultrapassar tais ondas de mistério e desfortuna assim, pois que a Terra merece os seus oceanos como o seu povo merece as suas nações. Ou não será assim???

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