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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A Ecologia II (Factores Meteorológicos)


Furacões/Tempestades Tropicais

Há quem lhe chame a mão da ira do Demónio; ou o tentáculo punitivo sobre a Terra. Outros ainda asseveram tratar-se da fúria dos deuses ou de um Deus que só existindo na esfera das mentalidades mais ignorantes, punge toda a sua raiva sobre os terrestres. Cientificamente, é apenas uma densa e cumulativa força da Natureza que, repleta de energia e uma indomável vontade, tudo extravasa através de enormes massas de ar em rotação, revertendo-se depois em bancos de nuvens, chuvas torrenciais e ventos fortes.

Quando tal sucede, ninguém está a salvo. O melhor exemplo disso mesmo foi o tão fustigado furacão Katrina que arrasou quase por completo a cidade de New Orleans, no estado americano da Louisiana a 29 de Agosto de 2005. Uma tragédia, de facto; entre muitas outras já esquecidas talvez e, por todo o globo. Pode-se prever tais intempéries, mas não se pode estancar o rumo, a direcção ou sequer a intenção das mesmas. No entanto, havendo hoje essa tecnologia preventiva, será esta absolutamente fiável e, consistente, perante as múltiplas tempestades e ocorrências atmosféricas (ou climáticas) que furiosamente se abatem sobre o nosso planeta? Poderemos estar a salvo de uma ou mais tempestades em raiva, ódio e extermínio de toda uma civilização que se identifica por Humanidade???


Imagem por satélite da evidência/iminência apresentada de um Furacão sobre determinada região do globo terrestre (Terra).

Padrões Meteorológicos
Os padrões diários de condições como a Temperatura e a Pluviosidade dá-se o nome de: Tempo Atmosférico (vulgarmente designado por «o tempo que faz»). Pode mudar de dia para dia ou até de hora para hora.
O Clima baseia-se nas condições meteorológicas médias no decurso de um período longo de tempo - cerca de 30 anos - e muda muito lentamente.

As Condições Meteorológicas com os movimentos do ar. O ar quente é menos denso do que o ar frio, de modo que tende a subir (convecção), provocando uma diminuição da Pressão Atmosférica. O Vento sopra das zonas de Altas Pressões para as de Baixas Pressões.
Se o planeta Terra não tivesse Movimento de Rotação, o ar frio das altas pressões fluiria então simplesmente dos pólos para o equador, enquanto o ar quente das baixas pressões se deslocaria do equador para os pólos. No entanto, as Correntes de Convecção na Atmosfera são afectadas pela rotação da Terra sobre o seu eixo. O ar quente ascendente gira mais lentamente do que o nosso planeta. Por esse motivo, desloca-se numa trajectória curva.

No Hemisfério Norte desvia-se para a direita e no Hemisfério Sul para a esquerda. A este fenómeno dá-se o nome de: «Efeito de Coriolis». Também influencia a direcção dos sistemas de Altas Pressões (anticiclones, como por exemplo o dos Açores, no Oceano Atlântico) e de Baixas Pressões (ciclones).
Os Anticiclones estão geralmente associados ao tempo calmo e, os Ciclones, a perturbações mais evidentes tais como as Tempestades Tropicais.


«Jet streams» (correntes de jacto ou correntes de ar que ocorrem na Atmosfera)

Ventos Alísios/«Jet stream»
No equador situa-se uma zona de calmas, calor e baixas pressões chamada: Zona de Calmas Equatoriais - «Doldrumes».
Quando essas massas de ar sobem, provocam inevitáveis correntes de ar das Altas Pressões que se deslocam para o equador vindas tanto de Norte como de Sul para as substituir. Estas Correntes de Altas Pressões são então designadas de: Ventos Alísios. Não sopram directamente de norte e de sul, porque são assim influenciados pelo Efeito de Coriolis.
Os Ventos Alísios espalham-se por quase metade do globo, dominando dessa forma os Sistemas Meteorológicos das regiões tropicais e semi-tropicais.

A Seguir à Zona dos Ventos Alísios, entre cerca de 30º e 60º de latitude (as zonas temperadas), situam-se os Ventos do Oeste - o segundo maior sistema global de ventos!
Os Ventos de Oeste sopram na direcção dos pólos e são particularmente fortes no Hemisfério Sul, onde há menor quantidade de grandes massas de terra para atenuar a sua força. Na Zona Temperada, o ar frio dos pólos (os ventos polares de Leste) encontra-se com o ar quente dos trópicos. Não se misturam facilmente. A Interacção das Correntes Frias e Quentes, assim como do Movimento de Rotação da Terra, dá origem a ventos altos - e rápidos - chamados: «Jet strems».

Estes «Jet strems» (correntes de ar ou jactos de ar que ocorrem na atmosfera) situam-se a 8-10 quilómetros de altitude e deslocam-se a velocidades da ordem dos 200 km por hora. Um Jet stream é como um tubo serpenteante  que abre um caminho irregular, criando uma série de áreas de Baixas e de Altas Pressões.
Ao contrário das Zonas de Calma, que constituem uma característica permanente do equador, as grandes cinturas de vento - Os Ventos Alísios e o Jet stream - deslocam-se com a mudança das Estações à medida que a Terra aquece ou arrefece, o que constitui um dos principais factores responsáveis pelas Condições Meteorológicas. Por exemplo, quando o Jet stream se desloca para Norte, o ar que se encontra por baixo torna-se menos denso e o Ar Tropical Quente pode deslocar-se também para Norte, criando então uma área de Altas Pressões.


Imagem dos efeitos visíveis das tempestades tropicais/furacões (chuvas intensas e ventos fortes).

Previsões Meteorológicas a longo prazo...
Os Padrões Variáveis de zonas de Baixas e de Altas Pressões conferem aos países das zonas temperadas os seus padrões meteorológicos. Regista-se o tempo quente e, soalheiro, quando o Jet stream se desloca para Norte (no Verão), permitindo assim que o ar quente tropical cubra as terras.

Quando o Jet stream se move para Sul (no Inverno), o ar polar frio também se desloca para sul, trazendo então consigo Ventos frios e Céu limpo.
As Previsões Meteorológicas a longo prazo tentam prever o percurso dos jet streams porque estes exercem uma influência determinante no tempo que irá fazer.

Os Ventos Alísios deslocam-se para Norte e para Sul sobre o equador cerca de 5º - excepto na Índia, onde se podem deslocar 30º. Este factor deve-se em parte à elevada Temperatura do Continente, que aquece o ar e cria assim Zonas de Baixas Pressões.
Estas condições são reforçadas por desvios no Jet stream local, que leva ar seco da região de Altas Pressões do Planalto Tibetano (do Tibete, portanto) para a Índia; no Verão recua de novo para Norte, e o Sistema de Baixas Pressões é então retomado.


Imagem desoladora da influência e, acção, dos temíveis furacões no planeta.

Prevenção mas não contenção destes fenómenos...
Havendo a singularidade global ou a consciência científica de que a climatologia - ou fenómenos climáticos atípicos que se registam na Terra - têm de ser quase que obrigatoriamente previstos e, avisados com antecedência, do que eventualmente também possam ocasionar, não é de todo displicente o que se vem a observar depois.
Muitos dos casos registados a nível planetário têm sido adversos ao que o Homem tem podido (até agora) declinar em maiores prejuízos - materiais e humanos -  sobre tragédias e ocorrências nefastas que a todos toca em maior ou menor escala, consoante o fenómeno geográfico registado e, localizado.

Há imagens por satélite que em geral visualizam estes fenómenos que nem sempre se cumprem em rasante amplitude do que à priori se supõe; por outras imagens e outras reflexões imediatas que se nutrem por catástrofes iminentes, em prol do que se observa - e regista - em padrão meteorológico irrefutável de toda a sua nocividade e possível destruição na Terra.
Nem todos os países ditos desenvolvidos possuem a máxima tecnologia de ponta para tal se evitar, mas prevenir ou cingir a população a considerar essa prevenção, será antes de mais um esforço e uma regra básica da civilidade. E que, se deseja de certo sucesso em menor ou mais limitada baixa de custos, danos materiais (e colaterais) que quase sempre se revertem em exponencial factor de desestabilização geográfica e, humana.

 
Devastação total aquando o Furacão Katrina a 29 de Agosto de 2005 no Estado da Louisiana (EUA).

Furacão Katrina: a devassa planetária!
Todos recordamos as tristes imagens do Furacão Katrina que, em sua história meteorológica, se traduziu por um dos piores furacões de que havia memória!
O Furacão Katrina - de categoria 5 (inicialmente) - que se fez visível em imagem de satélite a 23 de Agosto de 2005, surgiria a partir de uma depressão tropical próximo às Bahamas. O que, em parte, veio fazer eclodir mais a incerteza se acaso não seria este furacão, uma medida máxima dos seres inteligentes (que muitos aventam a hipótese de nesta área se estabelecerem em existência sua de uma base submersa), no que se veio a registar de rasante e avassaladora destruição terrestre em solo norte-americano. Mas isto é meramente especulativo, como é óbvio.

Este Gigante Atmosférico chegaria à Florida no dia 25 de Agosto de 2005. Por muito que se tivessem prevenido as pessoas e bens, nada faria prever o que posteriormente se resumiria em desolação e completa devastação territoriais.
A Tempestade atravessaria a parte da península da Florida, chegando depois ao Golfo do México. A 29 de Agosto, regredindo já para uma tempestade tropical, despojou-se tal como parturiente vertendo águas e assomos climáticos impressionantes, na localidade norte-americana de Buras-Triumph, na Louisiana. E agora em furacão de categoria 3.
Horas depois chegaria a terra firme perto da fronteira do Mississippi com a Louisiana. Após este percurso, seguiu para Norte através dos Estados Unidos Centrais, atingindo assim a região dos Grandes Lagos, quando foi absorvido por uma frente fria, dissipando-se finalmente para alívio e consenso geral do que ficara para trás em muitos dias de trabalho.

Katrina é nome de morte. Katrina é sinónimo de dor, sofrimento e dias e noites de desesperança em que todo um povo se viu apartado das suas casas, do seu tecto e bens. Até os animais sofreram, não só pelas águas em inundação total que lhes devassaram o espaço (muitos deles tendo de se abrigar, recolher e permanecer nos telhados até ao socorro final) como pelo desapego dos seus ditos donos que, muito deles já mortos, salvação alguma lhes poderiam dar.
Nos media observava-se em constrangimento, solidão e muita aflição, os latidos e miados de cães e gatos que, respectivamente, se iam fazendo anunciar por entre os escombros e os despojos submersos das suas casas em pedido último de ajuda ou auxílio humano. Uma tristeza!


Visão aérea (helicóptero) sobre uma área residencial de New Orleans - Louisiana (EUA)

O Furacão Katrina, tendo feito um total contabilizado pelas autoridades locais de 1833 mortes, tendo sido devastadora a sua destruição como Titã maldito em ventos fortíssimos e em que as maiores rajadas se conotaram a 280 km por hora - e de menor pressão 902 mb - foi talvez (até aos dias de hoje) um dos mais mortíferos fenómenos atmosféricos/climáticos se tivermos em conta os malefícios e trejeitos humanos que terão eventualmente contribuído para tal.

A Humanidade uniu-se como se une sempre nestes casos de tragédia. Não sei se isso bastou mas sei que algo se alterou: se não nas factuais modificações de construção e edificações futuras se nas mentes de tantos que tal acontecimento perfurou à semelhança das habitações, das árvores e dos bens utilitários de cada um que para sempre voaram (e desapareceram), sem deixar rasto.
O que ficou foi apenas a desolação, a tristeza de tudo se ter perdido mas a certeza porém, de se estar a lidar com um gigante adormecido que sempre pode voltar... daí os continuados esforços que todos tenhamos de fazer para tal se não invectivar de novo ou se acomodar a estes novos tempos de muitos furacões, muitos fenómenos iguais assim.

Lamentar-se-à sim, as percas mas nunca as actividades securitárias de cada país, de cada nação ou cada território em bonomia ou transversal passagem destas ocorrências climáticas. Se todos convergirmos para isso, mais fácil e mais útil será o conforto, a segurança e a existencialidade quotidianas de cada um de nós  num globo terrestre - mais ameno e menos furioso - com o que consecutivamente também lhe ditamos. Será então um sistema disruptivo à escala planetária se o soubermos provocar, se o soubermos activar e, pronunciar em todos nós, de como por vezes o Ambiente e, as Mudanças Climáticas, nos podem ser sinais de uma nossa mudança também mas de mentalidades. E de dinâmica. E de empenho. A Humanidade só sobreviverá a furacões, tornados e outras similitudes atmosféricas se para tal estivermos preparados para que mudemos também nós... sobre tudo (mas mesmo tudo!) o que se faz dentro e fora do planeta Terra!

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