Translate

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Genética: A Evolução VIII (Estratégias de Sobrevivência)


Casal de Leões (macho e fêmea)

Havendo sistematicamente uma luta pela apropriação, procriação e sobrevivência das espécies, mesmo que em certos códigos de honra por que se regem estes não sejam propriamente muito condignos em face à conduta humana (como no caso dos Leões que matam as crias que lhes não pertencem), haveria essa mesma similitude no ser humano, se acaso se tivesse de optar - irracionalmente - por essa mesma via estratégica de sobrevivência...?

Será o ser humano mais comparável às Formigas e às Térmitas que, em concílio de socialização e, reprodução, se reúnem num determinado dia para assim haver maior probabilidade de encontros, união e por conseguinte descendência entre si?

A Selecção Natural actuando directamente nas espécies e, seleccionando por sua vez o parceiro mais saudável, robusto ou alindado (para deste modo haver maior hipótese de sobrevivência nessa sua descendência), que outras lições de vida este mundo animal nos consigna, ante, rigorosamente, essa mesma aptidão do Homem em seguir os mesmos passos???


Formigas em sequência de união, trabalho e formação de grupo

Estratégias de Sobrevivência
A Sobrevivência a longo prazo de uma Espécie requer o máximo de variação possível das suas populações, de modo a permitir-lhe a adaptação a alterações das condições ambientais.
Assim, é preferível o acasalamento entre seres não aparentados, prática a que se dá o nome de: Exogamia.

A Dispersão da Descendência favorece a Variação, aumentando desse modo as probabilidades do encontro aleatório entre seres, espécies ou indivíduos sem relações de parentesco; nas Plantas, a polinização cruzada constitui um bom exemplo de Exogamia.
Algumas Espécies de Animais reúnem-se em colónias de reprodução, agrupando seres (ou indivíduos) que normalmente vivem afastados.

Formigas e Térmitas de diferentes colónias (usualmente) reúnem-se num determinado dia, aumentando assim a probabilidade de encontros entre os elementos dessas colónias.
Em Muitas Sociedades de Mamíferos - os machos jovens ou, mais raramente, as fêmeas jovens - são afastados do grupo na adolescência e juntam-se a outros grupos com os quais não têm parentesco.

Os Insectos alados tais como as Borboletas dispersam-se quando são adultos, enquanto os estados juvenis de muitos animais sedentários que vivem no leito marinho - como os Mexilhões, as Cracas, os Caranguejos, as Estrelas-do-Mar e os Corais - são larvas de vida livre que andam à deriva com o Plâncton. Embora o acasalamento ocorra com gâmetas dos vizinhos próximos, esses vizinhos vieram de muitos lugares diferentes.


Pinguins - ave marinha no seu habitat natural: colónias onde nidificam.

Nidificação/Reprodução
Muitas Aves Marinhas, como é o caso dos engraçados Pinguins, que nidificam em grandes colónias (o mesmo acontecendo exactamente com alguns mamíferos marinhos tais como as Focas e os Leões-Marinhos), estes animais podem de facto encontrar-se muito dispersos. E isto, por razões óbvias na procura ou busca de maior alimentação durante a maior parte do ano.
Se não se reunissem em grande número para a corte (nupcial...) nidificação e reprodução, as probabilidades de Variação Genética da sua Descendência reduzir-se-iam imenso e toda a espécie se ressentiria disso, podendo inclusive fazer perigar a continuidade dessa espécie.


Veado Vermelho (Cervus Elaphus - foto tirada na Lousã, Portugal)

Selecção Natural: posse, luta e conquista...
Sabe-se que, a incompatibilidade química, impede fortemente a auto-fertilização e a Endogamia em muitas plantas com flores: o seu pólen não germina em plantas de parentesco próximo. Outras evitam a auto-polinização, produzindo Estames e Estigmas que amadurecem em alturas diferentes, ou produzem flores masculinas e, femininas, em plantas separadas.

A Selecção Natural actua directamente no ser - ou indivíduo - que selecciona o parceiro mais saudável para dar à sua descendência as maiores probabilidades de sobrevivência. Algo que em Psicologia se estuda na forma resultante de uma igual e selectiva amostragem de indivíduos (no ser humano) que, à semelhança do mundo animal, se reporta em estatística e dados já comprovados nessa mesma simbologia de escolha e selecção - em critério e sublimação - para uma possível e saudável reprodução ou descendência.

Muitos Sistemas Reprodutores evoluíram com esta finalidade. Em espécies cujos jovens necessitam dos cuidados de ambos os progenitores, a Monogamia é muitas vezes a regra, com os casais mantendo-se juntos durante toda a época de reprodução - ou mesmo durante toda a vida! Algo que o ser humano não plagia (feliz ou infelizmente), consoante a profundidade humana com que se encaram as relações conjugais, sexuais e de semelhante reprodução na idade adulta e na nossa sociedade contemporânea.
A Monogamia no ser humano é entendida na igual dimensão e quanto à Poligamia, na vertente contrária (sugestionada por crenças religiosas e outras), existe na forma da proliferação do sémen - e da sua prole - diversificando a descendência no caso masculino; no feminino, nota-se uma maior protecção e cuidado, uma vez que são distintas as razões para essa descendência.

No caso dos Animais, se a mãe puder criar os filhos sozinha, a Monogamia torna-se desnecessária, em especial quando são produzidas grandes ninhadas ou um grande número de ovos.
No caso de uma prole menos numerosa, o macho necessita de se reproduzir com o maior número de fêmeas possível, mas a fêmea precisa de seleccionar o macho mais apto: não faz sentido ter vários parceiros para dar origem apenas a um ou dois filhos.

O Macho pode ter de lutar pela posse de Fêmeas - ou de territórios de acasalamento - como acontece com os Veados e as Otárias, de modo que um pequeno número de machos muito aptos chega a  acasalar com a maioria das fêmeas. Alternativamente, a fêmea escolhe então o parceiro. Nessas espécies, os machos desenvolveram - com frequência - modos espectaculares de impressionarem as fêmeas, desde plumagens vistosas nas Aves... até «danças voluptuosas» nos Peixes. Chegou-se a provar cientificamente que até mesmo as Rãs-fêmeas escolhem os machos com o coaxar mais sonoro e mais grave, machos estes que também são os espécimes maiores e... mais aptos!


Leão e cria jovem

O «Egoísmo» Evolutivo...
Por vezes o «egoísmo» evolutivo é levado a extremos brutais, como é o caso registado no seio dos Leões. Neste específico caso, por exemplo, de tempos a tempos, os jovens lutam pela posse de um grupo fêmeas, expulsando sem complacências os machos envelhecidos...
Se essas fêmeas tiverem crias, estas são (impiedosamente) mortas pelos recém-chegados Leões. O que no ser humano se torna incompreensível, é neste reino animal completamente admissível em razia e, eliminação, de quem não lhe pertence ou faz parte do seu território, o que nos deixa apreensivos se acaso algo de semelhante se pudesse registar fora deste reino...

A Perda das Crias nas Mães-Leoas provoca nestas o aparecimento rápido das condições de reprodução, de modo que os novos leões podem então procriar os seus próprios filhos em prejuízo das crias dos seus rivais, entretanto mortas.
Os Haréns dos Leões apresentam outra característica invulgar: as fêmeas amamentam e cuidam muitas vezes dos filhotes das outras. Isto é ainda uma forma de interesse: são normalmente irmãs, tendo em comum muitos dos seus genes. Partilhar o cuidado das Crias em grupo de parentesco próximo, também se observa nos grupos que são de caça (cães de caça), assim como em numerosas espécies de Primatas e de Aves.

Em alguns animais sociais - como os Lobos e os Mangustos - só é permitida a reprodução a um casal do grupo; os outros actuam como ajudantes. O Par Reprodutor é constituído pelos animais maiores e mais aptos do grupo. Embora este facto possa melhorar a adaptação («fitness») de gerações sucessivas do grupo no seu conjunto, pouco contribui para a variação. É difícil descortinar como serve os interesses dos restantes membros do grupo, a não ser que os jovens requeiram os cuidados de mais do que dois adultos para sobreviverem.


A Evolução do Ser Humano

Ser Humano/Robô Monitorizado
É indesmentível todo o avanço tecnológico que ao longo destas últimas décadas se tem vindo a desenvolver - e a propagar - numa onda mística ou por vezes desconhecida, do que nos faz distinguir tanto dos Animais como destas possíveis máquinas do tempo em que nos tornaremos.
Nada de mais arrepiante ou assustador se eflui em nós, seres humanos, se não destrinçarmos o que em Antropologia se reveste em estudo e investigação (do grego:«Antrophos» - homem; «Logos» - razão, pensamento, discurso, estudo), e toda uma evolução humana sem alianças suspeitas a máquinas robotizadas, mesmo que por vias de algumas peças ou órgãos similares da anatomia humana inserida em nós por imposição clínica, cirúrgica ou de estética...

A socialização aliada a uma extensiva reprodução (no ser humano) dá-se a verificar em iguais «colónias» em aglomerados citadinos ou urbanos por todo o globo terrestre. As grandes massas de densidade populacional têm tendência para se juntarem entre si numa esfera que, à semelhança das Formigas ou das Térmitas, trabalham, convivem e unem-se entre si em conjugação perfeita do que a Natureza nos dita.  Quanto à reprodução e afectação de sentidos e sentimentos, há efectivamente também uma igual exposição em face aos seus parceiros e que, sendo tão comum nos Animais (essa ostentação de dança, valsa e plumagem aberta), não será muito diferente no ser humano que tenta por todos os meios sublevar-se a outros rivais, mais que não seja através da superioridade de bens materiais ou sedução equivalente em cortejo de macho poderoso.

Na entidade terrestre e de civilização humana que somos, perfila-se no horizonte que não seremos tão prontamente extintos como muitos terão sugerido; antes talvez, se redimensione o ser humano numa mais lata consciência ou de semi-organização mundial de novas e renovadas aferições humanas que nos identificará, provavelmente, como seres robotizados ou casualmente ajudados por estes em seres próximos de nós mas, de índole monitorizada.
Não sendo acéfalos nem desmemoriados ou amnésicos (em complexa e estrutural mecânica cerebral motivada por computação), estes novos seres de lata designados: Robôs de Alto Índice Inteligente - IA (Inteligência Artificial) - razoavelmente autónomos e mais racionais que muitos de nós, humanos, ser-nos-à uma realidade nos tempos mais próximos - mesmo que muitos o rejeitem ou anunciem que o «Fim dos tempos» se aproxima por tal nos sujeitarmos ou submetermos em agonia e afronta a um Deus Todo Poderoso...

Assim sendo, haverá muito provavelmente nos próximos tempos também... uma maior e mais delineada estratégia de sobrevivência em nós, humanos, no que toda esta tecnologia de ponta nos reporta, seduz  e entontece por certo. Mas, como em tudo na vida, há que não obliterar ou suprimir estes novos tempos e deixarmo-nos encantar e, seduzir, perante esta nova valsa tecnológica de endeusamento futuro. Poderemos não deixar uma descendência robótica numa estranha e inexequível anatomia (e analogia) ambígua, híbrida e mecânica mas, tal como os novos ventos sopram, sermos mais lúcidos, mais inteligentes e, mais fortes e coesos, até com a nossa própria vontade de continuar a ser uma Humanidade se não invencível pelo menos persistente e... respeitada! Até por nós próprios!

Sem comentários:

Enviar um comentário