Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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terça-feira, 13 de maio de 2014
A Ilha das Maçãs
Colina de Glastonbury - Condado de Somerset Sul de Inglaterra
Será de facto, esta «Ilha das Maçãs» - assim designada pelos Celtas - a existencial terra sagrada na qual se supõe que, ainda hoje, permaneça o cálice de Jesus Cristo enterrado no sopé da colina de Glastonbury?
Que centro místico é este que, desde o tempo da Idade da Pedra e quiçá até aos dias de hoje, se venera a grande figura e, símbolo, de uma Deusa-Mãe cósmica na representação do princípio feminino?
Glastonbury - Lugar Mítico da Inglaterra
Glastonbury - no condado de Somerset no Sul de Inglaterra - é um local com poderes mágicos. É bizarro o efeito da mais conhecida ruína deste reino de ilhas, a torre de uma antiga igreja, que aponta para o Céu e. ainda hoje, presta testemunho da beleza da Abadia que outrora aí se ergueu.
Lendas de origem pagã e Celtas e, relatos preservados pela tradição cristã, caracterizam esta localidade e toda a paisagem envolvente.
Glastonbury foi outrora pouco mais que um grupo de ilhas semeadas no meio de terrenos pantanosos. Teria aqui em tempos a neblina de Avalon escondido o reino do Rei Artur? Estaria aqui situado o outro mundo dos Celtas- em tempos anteriores à época medieval - quando os monges da Abadia drenaram os pântanos e secaram os terrenos?
Glastonbury constitui uma espécie de centro místico de Inglaterra. Os seres humanos da Idade da Pedra adoravam aqui, neste chão sagrado, uma Deusa-Mãe cósmica, uma figura simultaneamente símbolo de fertilidade e de terror, que em tempos primitivos representava o princípio feminino - Anima - segundo a designação do psicanalista Carl Gustav Jung. Mais tarde, os Celtas deram às colinas de Glastonbury o nome de «Yns Avallach - A Ilha das Maçãs - ou também Avalon.
A Academia dos Druidas
No que resta das povoações dos pântanos da Idade do Ferro, os arqueólogos descobriram barcos com os quais os habitantes destas regiões se movimentavam nestas terras alagas de água. O povo Celta que encarava Avalon como o outro mundo, fundou neste lugar uma «Academia de Druidas».
Aqui, os escolhidos eram iniciados nos segredos dos druidas e é daí que, provêm as lendas, as figuras santas, os espíritos da Natureza e feiticeiros como Merlim e a fada Morgana - a irmã do lendário Rei Artur.
Esse foi também o reino dos Celtas, para quem as lendas tinham maior importância do que a própria realidade. Não admira, pois, que indivíduos com poderes mediúnicos continuem até aos dias de hoje a relatar uma experiência do feiticeiro Merlim que, em tempos remotos, pretendia estabelecer uma ligação entre possíveis sobreviventes da catástrofe de Atlântida com o povo celta, seu descendente. Assim, a corrente da sabedoria arcaica poderia continuar a fluir e, a encontrar novos caminhos.
José de Arimateia
José de Arimateia deverá ter vindo a Avalon, depois de em Jerusalém ter retirado da cruz o corpo de Jesus de Nazaré e, o ter depositado num túmulo. De acordo com a lenda, este antigo membro do Sinédrio Judaico e discípulo secreto de Jesus, uma vez chegado ao nevoento reino das ilhas, terá espetado o seu cajado na terra e este logo aí terá tomado raízes. A partir do cajado desenvolveu-se um silvado que, durante séculos e por alturas do Natal, nas velhas ruínas da Abadia sempre florescia.
Nesta sua viagem às terras frias do Norte, este santo homem da Arimateia, terá também trazido o cálice do qual Jesus - na companhia dos seus discípulos - bebeu aquando da Última Ceia e onde José de Arimateia terá recolhido o sangue do crucificado que brotava das chagas. Este cálice terá José de Arimateia então enterrado no sopé de Glastonbury Tor - a colina de Glastonbury - também conhecida como Twr Avallach (twr, significa «monte», «terra»), uma elevação com cerca de 210 metros de altura. Desde então terá começado a brotar a «blood spring», a chamada «nascente do sangue», que ainda hoje aí pode ser admirada. Foi também aí que, pela primeira vez, José de Arimateia pisou terra quando por navio chegou da Judeia. A história em redor de Glastonbury Tor apresenta semelhanças evidentes a uma lenda acerca da transfiguração de Jesus no monte Tabor - na terra natal do piedoso viajente.
A Lenda de uma Tragédia
Retomando ao Rei Artur, este opôs-se ao conselho e aviso do seu mago Merlim e casou com a loura Ginevra, a qual porém se enamorou de Sir Lançarote - amigo de Artur - e acabou por ser infiel a este último, seu marido. Quando mais tarde Lançarote se aproximou do Santo Graal, foi derrubado por um forte golpe de vento. Artur reconciliou-se então com a sua amada, que mediante a intervenção de Lançarote, foi salva de morrer na fogueira. Após a morte de Artur, os amantes reencontraram-se, mas logo se separaram para doravante expiarem o seu pecado. Ginevra foi para freira, ao passo que Lançarote se tornou um eremita. Ainda de acordo com a lenda, a bela Ginevra deverá ter sido sepultada junto de Artur, seu marido.
Que segredos ainda nos ocultará Glastonbury após tamanha epopeia sequencial de mistério e energias poderosas de Celtas, magos e feiticeiros de outros tempos? Que magia será esta que, ainda hoje, se testemunha neste tão enigmático lugar no Sul de Inglaterra que leva viajantes e visitantes a comungar dessa igual e sentida experiência de vida?...Que nos esconde Glastonbury em cálice sagrado ou veemência de outras épocas em similar ocorrência na veneração e contemplação a uma invisível mas presente Deusa-Mãe cósmica que aí se pressente e, augura, nos espíritos mais carentes ou...sensíveis na detecção de si? Que ainda haverá por desvendar...e autenticar nos povos e nas culturas de outrora? Aguardemos serenamente então essas vozes de outros tempos, outras épocas, no que toda a Humanidade supõe de ascensão e conhecimento sobre esta eloquente colina de Glastonbury em que...hipoteticamente também, nos espere o Rei Artur, Ginevra e...Sir Lançarote numa tríade perfeita de um só laço de amor eterno...
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