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sexta-feira, 23 de maio de 2014

A Colina do Além


Cômoro Artificial de Cahokia - Estado do Illinois              América do Norte (EUA)

Poder-se-à acreditar que esta elevação virado ao Céu - ou pretensão na busca do Além - tenha sido edificada por mão humana? Existindo tantos outros, espalhados por vários estados norte-americanos e mesmo no Canadá, quem os terá construído em toda a sua dimensão e pujança, Fenícios...ou sobreviventes da submersa Atlântida? Ou ainda, outros seres além a Terra, visitantes do cosmos que os teriam indiciado nessa exótica edificação voltada aos céus?

Cômoros Artificiais na América do Norte
"É difícil acreditar que tenha sido feito pela mão de seres humanos!" - Observaria em eloquência e alguma admiração, o arqueólogo William McAdams, em 1887, quando viu pela primeira vez Monks Mound - um cômoro artificial que é a mais alta elevação criada por «mão humana» a norte do México. Este, um monumento de terra piramidal com 30 metros de altura, edificado com 600 mil metros cúbicos de terra pelos índios da cultura do Mississípi (800-1500 d. C.), na antiga metrópole religiosa de Cahokia, no Estado norte-americano de Illinois.
Para seu grande espanto, McAdams verificou uma semelhança impressionante com as pirâmides egípcias e, mexicanas. o mito dos Mound Builders (construtores de cômoros) deu azo a várias teorias: este povo Ameríndio seria oriundo da Índia ou seriam Toltecas emigrados do México? Teriam sido Fenícios...ou sobreviventes da submersa Atlântida estes seres que, só na região de Ohio Valley construíram dez mil cômoros artificiais, para além dos existentes no Canadá, em Nova Iorque, no Nebraska, na Florida ou no Texas? Ou ainda - e esta, uma tese ainda mais polémica - seres vindos do Espaço e da esfera estelar em auxílio ou comando nessas mesmas edificações, designadas hoje cômoros artificiais? Quem terão sido efectivamente, é uma pergunta à qual ninguém parece saber a resposta.

Os Mound Builders
Ninguém acreditava que os Índios fossem capazes de uma obra colectiva de proporções tão gigantescas. Antes deles, porém, as culturas dos Adenas e de Hopewell (500 a. C. até 400 d. C.) já haviam produzido inúmeros cones simétricos e, imagens paisagísticas admiráveis a partir de aterros: figuras geométricas, bisontes, aves, ursos, pessoas e répteis. A mais impressionante destas formações é Serpent Mound (Cômoro da Serpente), em Portsmouth, no Estado do Ohio.
A imagem de uma serpente estende-se ao longo de mais de 400 metros numa cumeada. Com os maxilares bem abertos, a serpente parece estar a engolir um ovo.
Hoje em dia já só quase podemos adivinhar o simbolismo destas obras, pois tanto os criadores como grande parte dos vestígios da sua cultura - à excepção dos enormes e enigmáticos cômoros - desapareceram muito antes da nossa Era.

Sabedoria Abrangente
Os povos primitivos organizavam o seu meio ambiente com uma força visionária. Em última análise, as imagens deixadas no terreno, reflectem assim a relação do ser humano com a Natureza.
Embora estes povos primitivos transfigurassem artificialmente a sua terra e a manipulassem, conseguiam manter um equilíbrio harmonioso. Hoje em dia podemos observar estas obras criativas em toda a sua dimensão a partir de um avião, mas os Índios pré-históricos não tinham esta possibilidade.
Será que criaram estas figuras para os deuses ou...para visitantes do cosmos? Talvez sentissem, de um modo para nós desconhecido, as referências simbólicas e multifacetadas de uma imagem; talvez, segundo a opinião da fotógrafa americana de arqueologia Marilyn Bridges, eles compreendessem intuitivamente o ritmo das forças da Natureza e, soubessem como é possível o ser humano e essas forças  viverem em harmonia.

Colinas-Templos
Em 1725, o holandês Le Page du Pratz viveu momentos marcantes junto dos Índios Natchez. O «Rei-Deus» que governava na época, era o «Grande Sol» - cuja origem o próprio, remetia directamente às constelações.
Habitava num templo sobre uma plataforma elevada, situada em frente a uma pirâmide de terra, dentro da qual repousava o seu antecessor. Quando o irmão de Grande Sol morreu, toda a sua corte o acompanhou na morte. Estupefacto, Du Pratz fixou as últimas palavras de uma das suas esposas: "Não se aflijam. No Reino dos Espíritos continuaremos amigos por muito mais tempo, pois lá, a Morte não existe!"
Mais tarde deitaram fogo à construção que servia de templo e que entretanto se transformara em casa funerária, colocando depois uma nova camada de terra, por cima dos despojos.
Mas quem terá sido efectivamente este poderoso ser, o Grande Sol que habitava no templo sobre essa plataforma elevada...? Um deus ou...a evidência de um ser estelar, de um ser inteligente e magnânimo em tecnologia e conhecimentos superiores que terá difundido e, explanado, perante aqueles que determinou como o seu povo na Terra? Quem o saberá responder?...

Cômoros Artificiais na Ásia
Defuntos imortais - Estes locais de eterno descanso podem também ser encontrados em muitos locais da China. A Leste de Linxian, eleva-se uma colina artificial de terra com 4 metros de altura. Um poço com 20 metros de profundidade leva-nos na vertical a uma sepultura vedada com barro, para a qual foram descidos os restos mortais de uma princesa em 168 a. C.
Durante cerca de 2100 anos, o corpo da morta permaneceu incólume. Numa bandeira de seda que acompanhara a defunta como oferenda funerária, distinguiam-se imagens que simbolizavam o Reino dos Mortos e, o Céu. Existe assim uma porta aberta para o Mundo dos Espíritos, pela qual a princesa deverá entrar no Além. É admirável que, para assegurar de forma alegórica a imortalidade, na China se recorresse aos mesmos processos que na distante América.
Os testemunhos arcaicos dos construtores de cômoros, tanto num sítio como no outro, comunicam até aos nossos dias através de uma linguagem mágica que liga as limitações humanas à eternidade.

O Culto dos Mortos Pré-Colombiano
Na América, vários cômoros artificiais erguidos pela cultura dos Adenas serviam igualmente como cemitérios para as personalidades importantes, Cresap Mound (Virgínia Ocidental, EUA) alberga por si só 50 mortos, os quais foram sepultados no período entre 200 a. C. e 50 d. C.
Os dignitários eram sepultados em valas simples ou em jazigos de madeira e, junto deles, eram depositadas ferramentas ou jóias. A cada novo enterro, a colina era novamente coberta.

Montanhas para a Eternidade
As pirâmides em degraus eram conhecidas tanto na América como na China. Uma tribo do Norte da China, chamada «Di», enterrou o seu rei Cuo (311 a. C.), sob uma colina com 35 metros de comprimento, sobre a qual edificaram vários templos funerários em forma de pirâmide. À semelhança do que acontecia na cultura do Mississípi, duas das esposas e alguns elementos da corte tiveram de acompanhá-lo na morte. A seu lado eram sepultados dois quadros com relatos históricos, assim como símbolo em bronze do carácter «shan», que significa, montanha.
É possível que, para os Di, este carácter tivesse um significado sagrado e, designasse a sua terra natal - a qual se teria talvez situado em regiões montanhosas distantes. Chegado ao Além, o rei deveria então escalar as montanhas eternas.

Colinas do Exército do Além
Quando em 210 a. C. morreu o imperador chinês fundador da Dinastia Qin, tudo estava a postos para a sua vida após a morte. Num recinto funerário com dois quilómetros quadrados perto da capital do Império, Xi`an, na província de Shanxi, repousa ainda hoje Qin Shi Huangdi - o primeiro imperador chinês.
Sabemos por intermédio de relatos antigos, que o seu cadáver repousa num sarcófago em forma de barco, rodeado por um rio de mercúrio, e que sobre ele se estende um Céu de cobre com as constelações celestes representadas. O imperador queria continuar a reinar a partir da sua sepultura. Para tal, mandou cobrir tudo com terra, formando assim uma montanha cónica, um mausoléu com 43 metros de altura - cuja construção ocupou 700 mil homens durante três décadas.
Mandou ainda fazer 7 mil soldados em terracota - em tamanho natural - que deveriam guardar-lhe o túmulo e ser seus acompanhantes no Além, equipados com espadas, lanças, arcos e machados, com cavalos e atrelados de guerra - como em vida.

A sequencial pergunta que nos resta considerar então é, o que saberiam estes antepassados, estes povos antigos, sobre a existência portentosa de um outro mundo, de um outro reino para além da vida? Que poderes e que interesses tiveram em vida, espalhando essa mensagem - prorrogada no tempo e nas mentalidades futuras - de haver algo mais, algo tão superior como a descoberta efectiva da nossa criação e génese humanas. Poderá ser tudo ainda um longo e profundo mistério, no que os ancestrais nos deixam tanto em monumentos megalíticos, cômoros e outros tantos exemplos de maior introspecção e, investigação, mas...a curto prazo, nos aferiram dessa certeza de um hipotético reino dos mortos ou quem saberá...de um paralelo mundo ao da vida em posse, sentidos e veemência, ainda que, sobre uma outra dimensão. A tudo ouviremos com a mesma complacência com que os antigos o terão feito - em veneração e não concupiscência - com que muitos encaram ainda estas mensagens deixadas em repouso sobre estas colinas do Além. Apenas nos resta dizer então: a bem da Humanidade assim continue a ser!

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