Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
A Ecologia XIII (Pirâmides e Teias)
Ilhas Selvagens (Selvagem Grande) - Madeira Portugal
Sabe-se que, devido a extremas mudanças climáticas e ao excessivo abate de espécies de actividade piscatória desenfreada, as populações locais de Aves Marinhas (e outras espécies) vão-se perdendo, diminuindo drasticamente em consequência da fome. A nada se fazer nesse sentido, que recursos e que oportunidade de vida lhes restará, se o Homem se não impuser nessa invasão louca de uma igual demência e freio imparável de economias absurdas...?
Se assim não fosse, talvez ainda tivéssemos a perseguição e abate das baleias nos Açores. Por entre outros mares que não os dos portugueses onde esta mortandade ainda se faz sentir e, pior do que tudo, sem remorsos ou consciência alguma sobre a extinção iminente sobre as mesmas. Outras espécies perecem sem que nada se faça. Foi o caso das Cagarras nas Selvagens: Ilha das Selvagens e não «Rochedo» como os nuestros hermanos ou nossos amigos espanhóis nos querem fazer crer; a nós e a toda a comunidade internacional territorial e marítima e ONU incluída. O que já criou inclusive um incidente diplomático entre Portugal e Espanha sobre estas ilhas (de caças invasivos em prospecção aérea sem direitos alguns sobre as mesmas). E Portugal insurgiu-se. Por bem e por direito próprio!
Mas salvaram-se as Cagarras. Por bem de um ornitólogo que fez dessa investida o seu cavalo de batalha e tudo o mais. A sua guerra e, a sua missão. Bem-haja por isso.
Hajam outros homens e outras vontades e tudo ou quase tudo se poderá salvar neste tão devasso e inconsequente planeta de civilização ainda mais confrangente do que os seus tendenciosos princípios além os tempos. Não sei que pirâmides e teias o Homem se move (à semelhança da cadeia alimentar das espécies) mas sei que se torna urgente uma nova tomada de posição e, premência, de tudo revolver em preservação e conservação do que nos rodeia. Poderá não haver esta sequência ambiental nas Selvagens, mas, por certo, talvez um dia os seus patos feios virem cisnes e as ilhargas salgadas, profundos lagos de vida proeminente. Quem o saberá...? Até lá, por favor, não estraguem o que até aqui se conseguiu...
Ilhas Selvagens - Selvagem Grande - no seu mais lato porte geográfico entre o Céu, Terra e Mar, com um inesperado visitante canino de vigília e prospecção no terreno da ilha...
Pirâmides e Teias
Para se perceber o ecossistema de um local, tem de se compreender primeiro o que faz fluir toda essa população em sobrevivência e, subsistência. Para isso, há que obviamente possuir condições ambientais não nocivas ao seu desenvolvimento como, acima de tudo, os recursos para tal. Daí que a alimentação seja de facto a mais premente realidade, no que a Maioria dos Animais consome em grande variedade de alimentos por uma simples razão: se por qualquer motivo a fonte de um determinado elemento se reduzisse, o consumidor seria logicamente afectado pela escassez desse alimento!
Recorrendo a uma vasta gama de alimentos, os Animais conseguem dessa forma evitar a escassez. No entanto, há Alguns Animais que se baseiam exclusivamente numa única fonte de alimento. Por exemplo, grande parte das aves marinhas do Atlântico Norte nas proximidades das Ilhas Shetland, na Escócia (Reino Unido) alimenta-se apenas de galeotas (uma espécie de peixe).
Devido então a consecutivas mudanças climáticas e mesmo à pesca excessiva por parte das entidades e organizações das pescas e do mar envolventes - estes últimos sem a consciência efectiva do mal que fazem na diminuição das espécies marinhas - têm contribuído fatal e drasticamente para essa diminuição em consequência da fome. Trata-se aqui de um exemplo perfeito (ou imperfeito...) da relação da interdependência que se forma numa cadeia alimentar. Quando tem origem dita natural nunca é tão consequente como quando tem a mão do Homem, supõe-se.
Gado Bovino em pastagem
Tipos de Cadeia Alimentar
Há diferentes tipos de Cadeia Alimentar. Numa sequência na qual as plantas são comidas por Animais Herbívoros, que, por sua vez, são comidos pelos predadores carnívoros (em que o ser humano está incluído), a cadeia pode chamar-se «Cadeia Alimentar Herbívora».
Também existe uma Cadeia Alimentar Detrítivora, no qual as Plantas em decomposição são comidas ou ingeridas pelos decompositores. Num ecossistema bem desenvolvido, tal como numa Floresta, mais de 90% da produção primária é consumida por organismos da Cadeia Detritívora; menos de 10% é consumida na Cadeia Herbívora.
Em contrapartida, num ecossistema menos desenvolvido - como um Aquário ou terreno agrícola - 50% ou mais da produção é consumida na Cadeia Herbívora.
Os estudos efectuados nas cadeias alimentares «Erva-Vaca-Homem» nas quintas de criação de gado, mostraram então que a produtividade futura depende em muita da retenção de, pelo menos, 50% da produção anual total no interior do sistema; se se retiver menos, a reciclagem dos nutrientes e o teor de humidade não podem ser mantidos e, no prazo de dez anos, o ecossistema fica gravemente empobrecido.
Este realce agro-pecuário insurge-se no meio ambiente de forma totalmente nocivo, no que ambientalistas e todos os envolvidos nestas áreas têm procurado sistemática e prudentemente algo que minimize estes efeitos, sem contudo ainda se ter chegado a grandes conclusões, o que se lamenta desde já, mas se tenta igualmente estimular na procura de soluções.
Zooplâncton (consumidor)/Fitoplâncton
Pirâmide Quantitativa/Pirâmide de Biomassa
No estudo de um determinado ecossistema, é possível fazer o levantamento duma complexa Rede Alimentar que mostra assim todas as diferentes relações de alimentação. Numa tal rede alimentar, um animal pode ser ao mesmo tempo um Consumidor Primário e Secundário, alimentando-se de Plantas e de Animais; pode inclusive também ser um Consumidor Secundário e Terciário, dependendo sempre de que animais ou organismos se alimenta em dada altura.
Um modo diferente de ilustrar uma cadeia alimentar é, usando então uma Pirâmide Quantitativa. Esta abordagem destina-se a mostrar o número de organismos situados em cada nível alimentar.
A Pirâmide começa com uma base alargada, diminuindo de forma acentuada de um nível para o nível seguinte porque, o número de criaturas é efectivamente menor nos níveis superiores do que nos inferiores da cadeia. Na maioria dos casos, a Pirâmide constitui uma representação razoável, porque há sempre menos Carnívoros do que Herbívoros, havendo assim um certo equilíbrio ambiental. Caso fosse o contrário, as repercussões ambientais fazer-se-iam desde logo notar na extinção dos organismos ou animais da base dessa pirâmide, como seria lógico.
No entanto, a Utilização Quantitativa por si só pode ser enganadora na representação de uma cadeia. Uma grande Árvore e uma pequena Planta contam ambas como uma planta, mesmo havendo uma diferença enorme de porte. Por esta razão, é mais apropriado usar uma Pirâmide de Biomassa - a massa da matéria viva de cada nível da Cadeia Alimentar.
Por vezes a Pirâmide de Biomassa pode ser invertida: há uma massa maior de Consumidores Primários do que de Produtores. Acontece assim em Cadeias Alimentares Marinhas, nas quais o Zooplâncton (consumidor) é, muitas vezes, mais numeroso do que o Fitoplâncton de curta vida e que se reproduz rapidamente.
Plâncton (zooplâncton e fitoplâncton), as cadeias alimentares marinhas em vias de desaparecimento por obra das alterações climáticas e aumento da temperatura no planeta, provocando a diminuição das populações dos seres marinhos.
A Pirâmide Quantitativa e a Pirâmide de Biomassa, porém, fornecem apenas uma quantidade limitada de informação, porque falta informação crítica, como por exemplo, a disponibilidade de energia.
Uma Pirâmide de Biomassa não indica se alguns animais possuem grandes quantidades de energia armazenada no seu corpo na forma de gordura ou que quantidade de energia dos Herbívoros passou para os Carnívoros. Tudo isto pode ser representado numa pirâmide de energia. Esta mostra o conteúdo energético de todos os organismos em cada nível trófico. Toma em consideração o número de organismos, a sua biomassa e o seu teor energético.
Tem havido uma séria preocupação com o aumento da temperatura na Terra, assim como certas alterações no meio ambiente aquático (seja em mares, rios ou lagos), no que as espécies têm tendência a desaparecer e a extinguirem-se. Há que ter em conta que estes organismos e animais envolventes nestes meios só se reproduzem se se mantiver as condições adequadas para tal; havendo essa alteração do meio ambiente e, por conseguinte de todo o ecossistema em geral, teme-se que haja uma redução exponencial de todos estes seres, desertificando o planeta de espécies até aqui viventes.
Cisne em lago. Da base ao topo da cadeia alimentar de um lago: dos Detrívoros ao belo e imponente Cisne que nos encanta e envaidece os lagos do planeta Terra.
A Rede Alimentar dos Lagos
A rede alimentar de um qualquer lago temperado depende, em última instância, da Fotossíntese, pela qual o Fitoplâncton Microscópico da Superfície - e as plantas verdes das águas pouco profundas - produzem ambos o seu alimento; são os produtores primários e ocupam assim o primeiro nível trófico como já se referiu.
Os Restantes Níveis Tróficos (os consumidores) compõem-se então de uma grande variedade de animais, desde Cobras, Enguias e Vermes até... larvas de efémeras, libélulas e moscas-d`água no nível secundário; até aos grandes peixes, como as Carpas - no terceiro ao quarto nível, onde os carnívoros começam a ser consumidos; o topo é sempre ocupado pelos predadores que atacam quase tudo o que é mais pequeno.
As Grandes Aves como o Guarda-rios, as Garças e os Cisnes ocupam o quinto e o sexto nível. Alguns Animais ocupam mais de um nível porque consomem mais de um alimento.
As Carpas consomem vermes, insectos e larvas (níveis três e quatro), ao passo que as Rãs comem directamente plantas ou alimentam-se de larvas de moscas ou de escaravelhos d`água (do segundo nível trófico até ao quinto). Os Detrívoros situam-se sempre na base, que não é considerada um nível trófico. Numa escala mais completa temos:
1 - Detrívoros 2 - Caracol-d`água 3 - Enguia 4 - Minhoca 5 - Zooplâncton 6 - Fitoplâncton 7 - Larva de efémera 8 - Larva de mosca d`água 9 - Larva de libélula 10 - Anfípode 11 - Isópode 12 - Larva de mosquito 13 - Carpa 14 - Esgana-gata 15 - Ródeo 16 - Escaravelho d`água 17 - Lúcio 18 - Rã/sapo 19 - Guarda-rios 20 - Graça 21 - Cisne.
Aves Marinhas/Cagarras das Ilhas Selvagens (Ilha Grande e Pequena) - Reserva Natural das Selvagens, pertencentes ao Parque Natural da Madeira - à região autónoma da Ilha da Madeira, Portugal.
Ilhas Selvagens e as Cagarras
As Ilhas Selvagens localizam-se no Oceano Atlântico, mais exactamente a 163 milhas náuticas, a sul da Ilha da Madeira (Portugal) e a apenas 82 milhas a norte das Ilhas Canárias, tendo sido pertença privada desde tempos primordiais dos Descobrimentos Portugueses (por merecimento das conquistas de além-mar), tendo sido depois vendida pelos seus herdeiros em 1904 a um banqueiro da Ilha da Madeira. É esta a espinha dorsal das Selvagens.
Para além de ser um reduto ecológico de grande importância e não de somenos consideração em avença de incontestável soberania portuguesa, as Ilhas Selvagens têm sido recentemente mais faladas e, comentadas, por aspectos menos convencionais em que se desunem dois povos até há data amigos mas que, outrora inimigos, se faziam espartilhar e dissociar de fronteiras ou limites.
Parece que esses tempos voltaram, pelo que se sabe de eventuais incursões aéreas pelas ilhas que este nosso vizinho ibérico denomina e, consigna, de «rochedo»; e que além de tudo o mais tenta, por todos os meios, fazer seu. Qual o motivo, finalidade ou objectivo é que ainda não se sabe... mas talvez se suspeite.
Não pretendendo criar mais polémica nacionalista minha (de Portugal) sobre uma multi-repartida Espanha que já lá tem as suas dores de cabeça por regiões autónomas e outras que se querem ver independentes do núcleo inviolável castelhano, também não terá descurado contudo a insensatez de quase se ter tornado um arqui-inimigo de Portugal (onde até aqui as relações eram e, são, deveras amistosas e muitas vezes até de união e aliança indubitáveis) seja agora o motivo da discórdia e da permissiva arruaça sobre umas ilhas que, não tendo uma única árvore de sombra e conluio com a ilha, também não tem água doce; mas ser rochedo também já é demais para seu nome e desprazer, convenhamos! Afinal, não se trata do Rochedo de Gibraltar... para quê tanta rebeldia sem razão então? Será pela posse das... Cagarras??? Penso que não. Mesmo que reconheçamos nestas todo um merecimento e consideração ambiental sobre as ilhas em ecossistema único de uma biodiversidade ímpar, nada será assim tão delinear que ponha à chapada, à paulada ou a maiores atritos uma vizinhança ibérica que até aqui se tem manifestado coesa e unida. Até agora...
Ilhas Selvagens - Selvagem Pequena
A Salvação das Cagarras!
Voltando ás Cagarras, sendo estas a expressão visível dessa biodiversidade das Ilhas Selvagens, são, actualmente, o centro de todas as atenções. E que, desde aproximadamente o ano de 2010 tem vindo a engrandecer a população local da ilha em seu nome e glória das espécies aí vigentes.
Em todas as histórias de conquistas e ilhas há o semblante farisaico da perdição, do banditismo, do saque e mesmo da vilania. Mas também há heróis!
Ter-se-à obrigatoriamente de falar de muitos nomes mas, o que mais provém de toda uma bela história real de empenho, interesse e mesmo salvação desta espécie na ilha, é o do ilustre Paul Alexander Zino - um eminente ornitólogo de origem inglesa mas natural da Ilha da Madeira - que, em defesa, preservação e conservação das Cagarras nas Ilhas Selvagens, fez deste o seu destino e missão na Terra. Bem-haja por isso.
Mas outros também se lhe precederam, como é o caso de Paulo Catry - ornitólogo do Instituto de Psicologia Aplicada (ISPA), de Lisboa, Portugal - que as estuda há cerca de uma década. Refere Catry em 2010: «Há cerca de cinco anos que contamos todos os ninhos de Cagarras, por isso sabemos que os casais que nidificam na ilha são por volta de 30 mil». Mas acrescenta ainda: «É também possível saber o número aproximado de Cagarras na Selvagem Grande, porque lhes têm posto anilhas (serão assim, mais de 60 mil...) e, como têm uma taxa de sobrevivência elevada, a maior parte já foi anilhada. Há aqui aves cuja idade é superior a 30 anos!»
Ninho de Cagarra ou simplesmente o refúgio certo numa ilha incerta...
A Matança de outrora...
O historial desta espécie tem sido um verdadeiro suplício e de mártir condição de existência (sobretudo na população juvenil) assevera Catry, pelo que investigou e profundamente relatou aos jornalistas aquando uma sua excursão pelas ilhas em busca destes ninhos de aves. Afere então: «Houve sempre uma matança indiscriminada de adultos e crias, uma vez que até 1976 não havia, na ilha, qualquer vigilância sobre esta».
Algo se alterou efectivamente, constataria depois. Desde 1968 que se tem vindo a colmatar esta mortandade por parte de pescadores (anilhando-se a espécie, como já se referiu) e, havendo uma maior vigilância interna por parte das entidades oficiais que, actualmente como Reserva Natural que é, tal não mais permitiu. Existiam campanhas absolutamente absurdas que anualmente se cumpriam por parte destas entidades piscatórias num comportamento absolutamente execrável de extermínio desta espécie (em particular nas jovens crias ou populações juvenis, para mais de de 20 mil em razia total) de uma actividade económica paralela sem precedentes. E tudo isso, desde a confecção selvática de penas para colchões até aos excrementos das crias para o aproveitamento de adubo...
Primeira Expedição multidisciplinar de vários cientistas às Ilhas Selvagens (na imagem, ao centro, Paul Alexander Zino; à sua esquerda G. E. Maul e à sua direita, W. Tams.
Um Herói Nacional: Zino!
Seria imperdoável não se findar o que de início se entabulou sobre o nome de Zino, o tal famoso ornitólogo que tudo aventou e fez originar para que este holocausto se finasse também.
Seria o percursor e, impulsionador-mor, de toda uma inacreditável e fantástica expedição científica multidisciplinar em Julho de 1963 com um grupo de Cientistas Europeus (com a avença do também na época, director do Museu Municipal do Funchal, na Madeira, que igualmente os acompanhou na demanda) naquela que seria a primeira de muitas expedições mas, a primeira sim, de perspectivas futuras de eficácia comprovada sobre uma nova consciência ambiental sobre as Cagarras. Imparável na sua luta, Paul Alexander Zino faz-se ouvir e estipular nessa demanda do fim da carnificina sobre esta espécie e sobre todas as jovens crias das Cagarras. Aqui fica a minha sincera homenagem a Zino, o grande impulsionador na salvação da Cagarra nas Selvagens.
Mas não se ficaria por aqui, Zino. Defendendo as Ilhas Selvagens para que fossem futuramente uma Reserva Natural - em bravura e alquimia além-fronteiras e quiçá além-mar - propõe-se comprar ao proprietário local por meados de 1970, os ilhéus. Negoceia então com os herdeiros das ilhas (e a mando do WWF) tentando que o Fundo Mundial para a Vida Selvagem (WWF) e Associação Internacional da Defesa da Natureza adquirisse em aquisição sua as mesmas. Sendo Zino um intermediário, no qual já tinha todas as habilitações óbvias para isso (onde o anterior proprietário lhe concedeu que construísse uma habitação na ilha para aproveitamento do seu estudo e investigação sobre as cagarras), sentiu possivelmente chegada a hora por que tanto ansiara.
O Estado Português declararia em 1971 as ilhas como Reserva Natural, após as ter comprado ao seu anterior proprietário, no que Zino foi evidentemente uma figura em destaque em todo este processo de classificação e, autonomia ambiental sobre as Selvagens.
Selvagens: O último paraíso selvagem que tem o seu nome estampado na beleza que expõe em si, naquela que é considerada a última fronteira de paz e sossego sobre o Céu e o Mar, descobertas por Diogo Gomes (Navegador Português) no belo ano de 1438.
A terna ambição de restituir a paz às ilhas...
Mais que não fosse pelo respeito que nos impele a consignar quem tão longe levou o nome destas ilhas, Selvagens de seu nome e condição, há que reconhecer o mérito de quem nunca se ausentou dessa pertença de se fazer ouvir, de se fazer sentir na Reserva Natural que hoje é.
Em 1982 foi construída a primeira casa dos guardas onde até aí (desde 1976) havia apenas a permanência de dois guardas entre Abril e Outubro; a partir daí, aliado à concessão ou a um maior assumir de encargos, responsabilidades e gestão da Reserva tudo passaria para o Parque Natural da Madeira, já a partir de 1989. E, onde tudo se alcançaria, com o benemérito, presença e mesmo financiamento activo por parte deste prestigioso ornitólogo Paul Alexander Zino que jamais deixaria de convocar o seu coração - a sua alma e o seu espírito - em prol da Selvagem Grande por quem tanto lutou. Entre outras causas. Tal como as existentes e felizes agora Cagarras, em paz e harmonia de uma vivência sem sobressaltos.
Só por curiosidade, há a destacar que o descendente de Zino, seu filho, também ornitólogo e médico, ainda lá mantém a casa de seu pai na Selvagem Grande em referência e surpreendente seguimento do que o seu pai lhe instou, acredita-se. A ambos, os meus agradecimentos; eu, que não sou ninguém... e já agora, ao Estado Português que se não deixou ultrapassar pelos acontecimentos nefastos que outrora na ilha se aplicaram; para além de outros que ainda hoje aí se ressentem em supremacia ignóbil e, infundada, sobre a sua soberania. Mas isso já é uma outra história...
Que todas estas pirâmides políticas e teias sociais se façam mas a bem da verdade; que não de uma cadeia alimentar na qual todos compomos na Terra mas sem indefectivelmente sermos apanhados por outras (pirâmides e teias obscuras...) de intervenção política certamente, mas sempre de consciência limpa. E tranquila. A Humanidade só singrou por disso se ter apercebido e não o contrário. É nisso que acredito! Longa vida para as Cagarras!
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